Juntos Até O Fim escrita por Monaliza, Micaela


Capítulo 44
Capítulo 40 - Final


Notas iniciais do capítulo

Bem, é isso pessoal. Vou sentir falta dessa fic, mas vamos deixar a parte melosa e blá blá blá pro final ;)



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O tempo passava bem rápido, mais do que queriam. Mas as coisas para todos estavam bem.

Alice e Pedro estavam numa fase ótima no casamento, tinham feito uma viajem pra Paris no aniversário de casamento e depois foram pra Disney no aniversário de 8 anos de Matheus. Matheus estava cada dia maior, e também estava descobrindo alguns sentimentos que ele nem imaginava que podia sentir. Clarisse, agora com 4 anos, estava uma fofura que só! Sempre sapeca, convencia á todos com sua carinha de anjo, conseguindo o que quisesse.

Carla e Tomás não podiam estar mais felizes e satisfeitos. A gravidez de Carla foi maravilhosa, e ela deu a luz á um lindo menino, que chamaram de Daniel. Thiago e Angellina ficaram com muito ciúmes no começo, mas depois de um mês, já tinham se acostumado coma ideia de um novo irmãozinho. Os gêmeos, já com 6 anos cada, estavam cada vez mais espertos e habilidosos. O pequeno Daniel tinha apenas 4 meses, mas já era notável que ia ser um garotão muito lindo! Tomás e Carla também estavam num amor que só, era beijinho pra lá, beijinho pra cá…

Roberta e Diego continuavam intensamente felizes. Já fazia um ano e três meses que Isabella havia chegado em suas vidas, e só trouxera alegria. Rodrigo, com 7 anos, ajudava sempre que podia á cuidar da irmã, mas com certeza preferia jogar vídeo game com Thiago e Matheus. Bella era um doce, a menina era muito meiga e linda, e estava a cada dia mais esperta. Diego e Roberta também sabiam muito bem aproveitar o tempo sozinhos. Toda semana tiravam um tempo apenas para os dois, para se curtirem.

Em uma tarde de sábado, Diego e Rodrigo estavam chegando de um passeio que tinham feito pelo quarteirão do prédio depois do almoço, com Pipoca. Entraram no prédio, e Diego cumprimentou brevemente o porteiro, Luiz. Ele era um senhor muito simpático.

– Boa tarde seu Luiz. – Diego disse e sorriu. Rodrigo segurava a coleira com Pipoca, que balançava o rabo contente pra lá e pra cá. Era impressionante como o cachorro, que tinha chegado á ele tão pequeno, tivesse crescido tento.

– Boa tarde. Chegou correspondência pra você e sua esposa, e pros seus amigos. Alice, Pedro, Carla e Tomás. – Luiz dizia, com um sorriso simpático.

– Tudo bem, eu entrego pra eles. – Diego se ofereceu, já que via eles todos os dias. Luiz colocou os seis envelopes sobre o balcão da portaria, e Diego os pegou. – Agora eu vou indo, tchau seu Luiz! – Diego se despediu, segurando na mão livre do filho.

Eles saíram da portaria e foram indo em direção aos elevadores, com Pipoca andando ao seu lado.

No elevador, Rodrigo olha curioso para os envelopes na mão do pai.

– Pai, que cartas são essas? – Rodrigo perguntou, ainda olhando os envelopes.

– Eu não sei. – Diego respondeu para o filho. Ele revirava as cartas, tentando descobrir do que se tratava. – Tá parecendo que são… convites.

– Convite pra quê? – Perguntou o menino, curioso.

– Vamos saber quando chegarmos em casa. – Diego respondeu.

O elevador subia, e Diego o parou no 9º andar. Ele e o filho saíram do elevador, e foram até seu apartamento. Assim que entraram, estranharam tudo estar em silêncio.

– Ué, cadê a mamãe e a Bella? – Rodrigo perguntou. O menino deu ombros e foi levar Pipoca para tomar um pouco de água, pois estava cansado do passeio.

Diego achou Roberta no quarto de Bella, fazendo a menina dormir, a amamentando.

– Ela já dormiu? – Diego sussurrou, sorrindo ao olhar a mulher e a filha. Roberta levantou o olhar, sorrindo.

– Ainda não, mas tá quase. – Ela sussurrou de volta.

Diego fechou a porta, saindo do quarto, para deixar a filha adormecer logo. Foi para a sala, e resolveu olhar o que tinha no envelope. Procurou dentre os seis envelopes, o que tinha o nome dele. O achou e quando ia abrir, Roberta apareceu do seu lado.

– Nossa princesinha já dormiu? – Diego perguntou, e puxou Roberta pelo braço, a sentando em seu colo.

– Aham, deu um pouco de trabalho, mas já dormiu. Ela tá cada dia mais danada. – Roberta riu, acompanhado do marido. – Ei, que cartas são essas? – Roberta apontou para as que estavam na mão de Diego.

– Ah, isso? Eu ainda não sei, ia abrir agora. Chegou uma igual pra você, pra Alice, pra Carla, pro Tomás e pro Pedro. – Diego procurou dentre os envelopes e entregou para Roberta o dela.

Ambos Diego e Roberta abriram, e começaram a ler. Como Diego tinha achado, eram mesmo convites. Se tratava de uma festa.

– Aqui tá dizendo que estão convidando alguns dos ex-alunos do Elite Way para uma festa de reinauguração, mudança da diretoria, alguma coisa desse tipo. – Roberta dizia, ainda lendo.

– Tá falando que podemos levar a família, e que a festa vai ser depois de amanhã. A gente vai ou não? – Diego perguntou.

– Ah, não sei. Se os outros foram, a gente vai…

Depois, Roberta e Diego pediram para Rodrigo entregar os outros envelopes, que foi com a condição de poder ficar lá brincando com os outros.

Rodrigo entregou primeiro para Tomás e Carla, e chamou Angellina e Thiago para brincarem com ele. As três crianças foram deixar os envelopes para Alice e Pedro, e Matheus se juntou á eles. Rodrigo, Angellina, Thiago e Matheus foram até o apartamento de Lívia e depois no de Amanda, para chamá-las. Depois de todas as crianças estarem reunidas, andando de um apartamento pra outro no prédio, desceram pro playground.

***

– Fica quieta! – Alice repreendeu Carla. Ela estava fazendo um penteado na amiga. Estavam se preparando pra festa, que seria daqui á uma hora.

– Mas meu bebê precisa de mim… – Carla fez biquinho.

– Amiga, ele tá bem. Ele tá quietinho, na sua frente. – Alice apontou para o bebê, que estava deitado no carrinho, mordendo um brinquedo. Daniel era realmente uma fofura. – Agora você tem que ficar quieta pra eu terminar rápido e terminar de me arrumar.

– Já tá todo mundo pronto lá na sua casa? – Carla perguntou á amiga.

– Aham. Já arrumei a Clarisse e o Matheus, e quando saí pra vim pra cá, o Pedro já tava terminando também. – Alice dizia, concentrada no cabelo da amiga.

– E a Roberta?

– O que tem ela? – Alice continuava concentrada.

– Já terminou de se ajeitar lá?

– Ah, sim. Acho que sim. Vou pedir pro Matheus ir lá pedir pra ela esperar a gente, pra irmos todos juntos. – Alice disse. – Espera… Só mais um pouquinho… e…. Tcharam! – Alice sorriu ao ver o penteado finalmente finalizado.

Carla se levantou, indo para o espelho mais próximo.

– Uau, ficou lindo Alice! Brigada! – Ela abraçou a amiga, agradecendo.

– De nada. – Ela sorriu. – Mas agora eu vou indo, tenho que terminar de me arrumar. – Alice disse, guardando as coisas que tinha levado. Ela foi até o carrinho onde estava Daniel. – Tchau coisinha mais linda. – Ela sorriu para o menino.

Logo Alice voltou para seu apartamento. Ela foi se arrumar, enquanto Pedro ia no apartamento de Roberta junto com Clarisse. Alice não demorou muito, pois já tinha separado tudo, e logo estava pronta. Ela estava em seu quarto, finalizando seu look, até que viu Matheus entrando em seu quarto. Ele se sentou na beira da cama dos pais, em silêncio. Alice o olhou pelo espelho, e então foi se sentar ao lado dele. Nenhum deles falava nada.

– Mãe? – Matheus a chamou, sussurrando.

– Hun?

– Eu acho que to gostando de uma menina. – O menino confessou, olhando para seus pés, envergonhado. Alice prendeu a respiração por alguns segundos, pela surpresa, mas logo tinha um sorriso nos lábios.

– É? E você quer me falar quem é ela? – Alice perguntou, mas já sabia que se tratava de Amanda. O filho não parava de falar da menina, e os dois viviam grudados.

– Não.

– E como você sabe que gosta dela? – Alice perguntou. Aquela não era bem a hora mais apropriada para ter esse tipo de conversa, mas não importa. Matheus não responde. – Matheus?

– Cartinhas de amor…? – Ele diz, mas soou mais como uma pergunta.

– Você escreveu cartinhas de amor pra ela? – Alice perguntou, sem entender direito o que o filho tinha dito.

– Duas. – Matheus novamente confessou. – Só que eu não tive coragem de entregar.

Alice segurou o riso e repirou fundo, se preparando para o segundo round dessa conversa.

– Você fica tímido quando ela tá perto de você? – Ela perguntou.

– Sim. – Matheus sussurrou. – Mamãe, você gostava de alguém quando era criança?

– Gostava filhinho. Mas eu acho que era meio bobinha. – Alice riu brevemente. – Quando ele falava que gostava de mim, eu saía correndo!

– MEIO? – O menino enfatizou.

Alice riu novamente, mas depois, os dois ficaram em silencio novamente.

– Mamãe?

– Hun.

– Por que quando a gente gosta de uma pessoa, a gente não para de pensar na pessoa? – Matheus perguntou.

– É assim mesmo, meu amor. É porque a pessoa é importante pra gente. – Alice tentava explicar ao filho.

– Isso é normal pra criança?

– Ué, filho, é sim. Você não acha ela importante pra você?

– Acho… É que ela fica aparecendo no meu pensamento toda hora, tipo, dá um minutinho de folga depois vem!

Dessa vez, Alice não disse nada. Apenas abraçou o filho e beijou o topo de sua cabeça. “Bem vindo ao clube dos apaixonados, meu filho…”

– É a Amanda. – Matheus disse, de repente.

– O que? – Alice não entendeu.

– É dela que eu gosto.

– Ah tá. Eu não fazia ideia. – Alice ria por dentro. – Ei, você não chamou ela pra ir nessa festa com a gente?

– Chamei. Por que?

– Você podia entregar uma das cartinhas pra ela hoje. – Alice sugeriu ao filho, que fez uma careta.

– E se ela não gostar? – Matheus indagou, receoso.

– É claro que ela vai gostar, toda menina gosta disso. Ah, e você também pode entregar uma flor junto com a cartinha. – Alice se levantou, saindo do quarto. Quando voltou, trazia na mão uma rosa, e a entregou pro filho.

– Tem certeza? – O menino perguntava, inseguro.

– Absoluta. – Alice sorriu, e beijou delicadamente a testa do filho.

Matheus saiu do quarto, com um sorriso largo no rosto.

Alice logo terminou de se arrumar, e então foi para o apartamento de Roberta, já que Pedro e Clarisse já estavam lá. Matheus foi para o apartamento de Amanda, chamá-la. Estava nervoso.

Depois, todos eles desceram para o apartamento de Carla e Tomás. Rodrigo foi na frente, ansioso para ficar com Thiago e Angellina. Em pouco tempo, todos tinham descido para o estacionamento. Roberta ia ajeitando Isabella na cadeirinha para o carro, e Carla fazia o mesmo com Daniel. E de repente, chega Matheus com Amanda. Alice sorri largamente ao ver que os dois vinham de mãosinhas dadas e com a outra mão, Amanda segurava a rosa que tinha ganhado.

– Eles…? – Pedro sussurrou para a esposa ao seu lado, já supondo.

– Não sei, mas acho que sim. – Ela sussurrou de volta. – Vamos fingir que não vimos nada.

Assim como Alice tinha pedido, ninguém falou nada. Todos entraram em seus respectivos carros, e assim partiram para a festa.

Demorou um pouco até chegarem ao colégio, e assim que entraram, uma enorme nostalgia os invadiu. Eles podiam até reclamar, mas, foi naquele colégio que passaram a maior parte de suas adolescências, e consequentemente, alguns dos melhores e piores momentos delas.

Foram adentrando na festa, CarlaAngellinaThiago e Tomás, que carregava Daniel, foram escolher uma mesa que coubesse todos. Assim que acharam uma mesa, chamaram os outros, que falavam com alguns conhecidos do tempo de escola. Matheus, ao ver Diegopuxando a cadeira para Roberta se sentar, já que ela estava com Isabella no colo, repetiu o gesto do tio, e puxou a cadeira para que Amanda se sentasse ao seu lado. Ela sorriu, agradecendo gentilmente e se sentou. Alice e Pedro olhavam orgulhosos para o filho.

Já Rodrigo e Thiago, estavam com seus celulares na mão, conversando sobre os novos recordes que tinham feito em um joguinho. Angellina estava começando a se entediar, até que Luíza, filha de Pilar e Binho, veio até ela e a chamou para brincar. Clarisse não ficou sentada um só minuto, já se levantou e foi correr pela festa, logo encontrando os trigêmeos, filhos de Maria e Murilo, que era de sua idade e igualmente agitados. Todas as pessoas, ou a maior parte delas, já estavam sentadas. Pôde-se ouvir o som agudo de um microfone sendo ligado. Todos olharam para o palco.

– Boa noite á todos. – Jonas falou, sorrindo. – Bem, primeiramente eu queria agradecer pela presença de cada um de vocês aqui. Ex-alunos, ex-alunas, ex-professores, ex-funcionários… Essa instituição ficou fechada durante alguns anos depois que vocês se formaram, mas agora ela estará sendo reaberta! E agora, sob a direção de minha querida filha, Pilar, e o marido dela, Fábio. – Ele olhou orgulhoso para Pilar e Binho sentados em uma mesa. – Agora podem aproveitar a festa!

Jonas desceu do palco ali montado e em sequencia um DJ começou com as músicas. Agora as pessoas se levantavam, indo falar umas com as outras, dançar, e comer do delicioso Buffet. Alice, Roberta e Carla tinham se levantado, e conversavam com as pessoas enquanto Pedro, Tomás e Diego ficaram na mesa cuidando de Isabella e Daniel.

Elas falaram com várias pessoas, relembrando do tempo em que estudavam no Elite Way. Reencontraram pessoas que não viam á anos, e foi bom rever todos. Vê-los cada um já casados, com filhos, bem sucedidos, só fazia se lembrarem de como o tempo passou rápido. Podiam se lembrar perfeitamente dos dias de escola, das fugas, das aulas chatas, dos namoros escondidos…

Eram tantas lembranças, mal podiam acreditar que já havia se passado quase dez anos. Logo Roberta e Carla voltaram para a mesa, pois queria conferir se Isabella e Daniel estavam bem, e Alice foi procurar Clarisse que estava correndo e bagunçando pela festa.

Assim que achou a filha, voltou para a mesa com ela. Se sentou ao lado do marido.

– Mamãe, quando a gente vai pra casa? – Clarisse perguntou á Alice.

– Não sei meu amor, por que?

– Porque essa festa tá muito chata! Não tem pula-pula, nem piscina de bolinhas… – Clarisse reclamou, cruzando os bracinhos sobre o peito.

Alice apenas riu, voltando a comer os salgadinhos sobre a mesa.

– Ei amor, vamos dançar? – Diego perguntou á esposa, sentada ao seu lado. Uma musica mais lenta começava a tocar.

– Claro. – Ela sorriu e deu um selinho nele. Os dois se levantaram, e Roberta levou Isabella para Pedro e Alice. – Fica com ela um pouquinho?

– Tudo bem, vem cá pequena… – Pedro esticou os braços e pegou a menina.

Diego pegou na mão da esposa e foram pra pista de dança, onde alguns já estavam dançando. Reconheceram Maria e Murilo, Juju e Vinícius, João e Penélope… Diego pôs as mãos na cintura de Roberta e ela pôs as mãos nos ombros dele. E então, começaram a se mover em sincronia, fazendo os primeiros passos da dança ritmada.

Em pouco tempo já estavam no centro da pista, com alguns casais dançando ao redor. Estavam dançando calmamente, sem se importar com nada. Roberta descansou a cabeça nos ombros largos do marido, suspirando. Diego puxou Roberta para mais perto, colando seus corpos. Era tão bom estará ali.

– Te amo. – Roberta sussurrou, perto do ouvido do amado.

– Te amo mais. – Ele sorriu, e depositou um beijinho no topo da cabeça dela, aspirando também o perfume de seus cachos dourados que tanto amava.

A música acabou, e todos começaram a voltar apara seus lugares. Roberta e Diego trocaram um rápido selinho e logo também voltaram. Diego pegou a filha que estava com Pedro e voltou para seu lugar.

– Será que a gente pode dar um volta pelo colégio? – Carla perguntou.

– Acho que sim. – Alice disse. – Todas as luzes estão acesas, e as portas abertas…

– Vamos lá então, amor? – Carla se virou pedindo á Tomás. – Quero ver se tudo ainda está do jeitinho que a gente deixou…

– Vamos sim. – Ele sorriu. – Também quero ver como está tudo lá…

– Ah, quero ir também. Vamos lá amor? – Alice fez biquinho.

– Tudo bem… – Pedro se levantou, pegando na mão da esposa. – Vocês ficam aqui com as crianças? – Ele perguntou, olhando para Roberta e Diego.

– Claro, podem ir. A gente toma conta dos pestinhas. – Roberta brincou, e Diego riu.

– Ei! – As crianças reclamaram, e todos riram.

Enquanto Roberta e Diego ficaram comendo e tomando conta das crianças, Alice e Pedro, Carla e Tomás foram para dentro do colégio. Foram andando até chegarem nos corredores.

– Vocês vão pra onde primeiro? – Alice perguntou, abraçada com Pedro.

– Eu quero ver nosso porão! – Carla diz, animada. Sentia saudades dos ensaios, e de tudo.

– E eu quero ver a sala de estar. Eles devem ter reformado e deve estar cheio de jogos novos. – Tomás disse, também animado.

– Eu quero ir no lajedo, aquele laguinho me traz tantas lembranças boas. – Alice sorriu ao seu lembrar de alguns dos beijos que tinha trocado com Pedro naquele lugar.

– Então a gente faz assim: Eu e a Alice vamos pro lajedo, e você vão pra onde quiserem. Em meia hora a gente se encontra aqui? – Pedro sugeriu.

– Combinado. – Tomás sorriu.

Logo cada casal tinha ido para um lado do colégio.

Alice e Pedro estavam sentados no lajedo, abraçados. Alice se sentia extremamente bem ali no abraço caloroso do marido.

– Se o que é mais incrível nisso tudo? É que eu nunca, nunca imaginei ter uma vida tão perfeita assim. – Pedro disse, sorrindo.

– Eu imaginava, sempre imaginei. – Alice riu, observando o céu com algumas estrelas. – Conseguia nos imaginar casados, com filhos, do mesmo jeito que somos agora.

– O que seria de mim sem você, hein? – Pedro riu. – Você foi a melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida. Você e nossos filhos são as coisas que eu mais amo em todo o mundo, e isso não vai mudar, nunca. – Ele disse, agora sério.

– Meu Deus, o que deu em você? – Alice o olhou, espantada. Apesar de já saber, seu coração falhou ao ouvir as palavras do marido.

– Nada ué, só achei que era um momento legal pra falar isso. Só eu e você aqui, nesse lajedo, lembrando da nossa adolescência…

– Bobo. – Ela ri. – Eu também te amo, e amo nossos bebês.

– Bobo que tá atrasado. – Pedro disse, ao olhar no relógio em seu pulso. – É melhor a gente ir, o Tomás e a Carla já devem estar esperando a gente.

– É mesmo, eu tinha até esquecido. – Alice se levantou, apressada.

Logo os dois seguiram até o local em que tinham combinado de se encontrar, de mãos dadas. Quando chegaram no lugar, não viam nem Carla nem Tomás por nenhum lugar.

– Tem certeza de que seu relógio não deu uma adiantada, amor? – Alice perguntou á Pedro.

– Acho que não. A hora do meu relógio tá igual com a do meu celular… – Pedro tirou o celular do bolso, conferindo.

– Será que eles voltaram pra festa sem a gente? – Alice supôs.

– Talvez. Mas acho melhor a gente procurar eles aqui dentro do colégio. Onde eles disseram que iam mesmo? – Pedro perguntou.

– Acho que no porão, nos quartos… Ou será que era na sala de estar? – Alice disse, um pouco confusa.

– Não importa, eles devem estar em algum desses lugares. Vamos lá. – Pedro disse e ele e a esposa começaram a procurar os amigos pelo enorme colégio.

Nos quartos: nada. Na sala de estar: nada. Só restava procurar no porão, e pra lá eles foram.

– HÁ! Muito bonito, hein! Ficam aqui se agarrando, fazendo safadezas enquanto a gente fica lá esperando vocês. – Alice disse, ao chegar no porão e se deparar com Tomás e Carla se agarrando no sofá, ele já sem camisa.

– Ai que susto, quer me matar?! – Carla se levantou, apressadamente assustada. Tomás também se apressou ao se levantar e pegar sua blusa que estava jogada no chão.

– A gente… Er, a gente vai esperar vocês terminarem de se ajeitar lá fora. – Pedro disse, tentando ao máximo segurar o riso. – Vem amor. – Ele e Alice subiram as escadas, saído do porão.

Assim que eles saíram, Carla se jogou no sofá do porão, o coração batendo acelerado. Tomás abotoava os botões da camisa, olhando pra esposa.

– Se eles não tivessem chegado… Na verdade, foi bom eles terem chegado. – Carla comentou e riu.

– Mas não vai pensando que escapou de mim não, ouviu? Em casa a gente continua. – Ele sorriu malicioso para a esposa.

– Socorro, eu to perdida! – Carla brincou, rindo. – O tempo passa rápido quando a gente tá entretida com certas coisas, nem pareceu que já se passou meia hora.

– Pra mim só se passou dez minutos, ainda dá tempo da gente aproveitar mais um pouquinho… – Tomás foi para o sofá e se aproximou da esposa, que desviou, rindo. – Ei…

– A gente tem que ir amor. Além do que, eu quero ver se o Dani tá bem. – Carla se levantou, e puxou o marido junto, o levantando.

– Tá, mas antes da gente ir eu quero um beijo. – Tomás fez uma carinha pidona. Carla sorriu, se aproximando do marido, e então lhe deu um selinho.

– Prontinho.

– Aaaah não, esse não valeu. Quero um beijo de verdade. Vem cá que eu vou te ensinar como é que faz. – Ele sorriu e puxou Carla para si, colando seus corpos.

Colou suas bocas e logo já estavam num beijo quente e ritmado. As línguas pareciam dançar em suas bocas. O beijo durou alguns minutos, e Carla o terminou com selinhos. Tomás gemeu reclamando com o fim do beijo, e fez uma carinha triste.

– Já disse que eu amo quando você faz essa carinha? – Carla sorriu.

– E eu amo você. – Ele se aproximou e lhe deu um beijo no pescoço. Ela sentiu um arrepio involuntário.

– Olha, se vocês não saírem logo eu vou entrar aí, e eu não ligo pro que vocês estão fazendo agora! – Eles ouviram Alice gritar.

Se afastaram e Tomás bufou, irritado.

– Vamos logo… – Carla riu, e puxou o marido para fora dali.

Assim que saíram, encontraram Alice e Pedro recostados na parede, os esperando.

– Tava difícil de colocar a blusa, cara? Nunca vi demorar tanto… – Pedro reclamou.

– Eles tavam fazendo muito mais que isso. – Alice disse.

– Santo Deus, como amam pegar no nosso pé! – Carla reclamou e Tomás riu.

Os dois casais voltaram para a festa. Carla foi pegar Daniel, que estava no colo de Roberta. Logo todos estavam devidamente sentados em seus lugares. Eles conversavam entre si, comendo, rindo. Matheus, Amanda, Rodrigo, Angellina e Thiago estavam brincando com as outras crianças, filhas dos outros alunos. Os pais os assistiam por um tempo, depois conversavam mais um pouco, e logo já estavam assistindo os filhos novamente. E assim a festa prosseguia.

– Se me permitem, eu queria dizer umas palavras. – Jonas novamente estava no palco, falando ao microfone, sorrindo. – Não se preocupe, não vou demorar.

As crianças foram chamadas por seus pais para se sentarem novamente em seus lugares.

– Eu quero aproveitar esses minutos para dizer a todos vocês o quão estou orgulhoso. Cada um de vocês fizeram parte da história desse colégio, e me deixa muito feliz tê-los aqui nesta noite maravilhosa. Me alegra ver que hoje vocês são o que são. Homens e mulheres bem sucedidos, com família, de bom caráter. Vocês me ensinaram a não levar a vida tão á sério, á ver o lado bom das coisas, á rir mais, á viver. E eu nunca tive a oportunidade de agradecer por tudo isso, por isso estou falando isso agora. Mas tinham seis alunos em especial que mudaram completamente a historia desse colégio. E eu queria chamá-los para cantar uma música aqui para nós, para relembrarmos. Com você: RRRRRRRREBELDES! – Jonas chamou e começaram os aplausos, e todos olhavam para eles.

Nenhum dois seis sabia bem como agir. Se entreolhavam, confusos. Já fazia anos que não subiam mais em um palco, tinham medo de ter perdido o jeito.

– E agora? – Roberta perguntou aos amigos.

– Canta mamãe… – Rodrigo pediu.

– É, CANTEM! – Ouviram alguém gritar, mas não viram quem.

– CANTEM! CANTEM! CANTEM! CANTEM! – Logo todos gritavam e chamavam.

Nenhum deles parecia acreditar no que estavam ouvindo.

– A voz dos fãs é a voz de Deus. Vamos subir naquele palco e arrasar! – Tomás se levantou, animado.

Logo todos se motivaram com todo aquele pedido, e se levantem também. Carla e Roberta entregaram os filhos pequenos, Daniel e Isabella, para Pilar cuidar deles, enquanto estivessem no palco. As crianças maiores ficaram sentadas á mesa, olhando orgulhosas dos pais.

Os seis subiram no palco, e aquele frio na barriga que sentiam antes de começar um show, veio de novo. Era bom ter essa sensação novamente. Roberta disse ao DJ qual música cantariam. Quando a musica começou a tocar, sorriram, se entreolhando.

Tem coisas na vida 
Que nunca vão mudar
Um momento bom
Só é bom se tiver alguém pra dividir

Todo mundo tem segredos pra contar
Todo mundo tem que ter alguém pra confiar
Alguém que você possa desabafar
Alguém que o destino pois pra te ajudar

Quando o dia vira a noite você está a só
Quando se perder eu vou te achar

Pra te guiar
Pra te salvar
Quando pensar em desistir
Minha voz você vai ouvir
Olhe pro lado eu vou estar
Podemos ir até o fim
Sei que você faria o mesmo por mim

O mesmo por mim, o mesmo por mim
Eu sei…

Ás vezes esqueço
Como o tempo passa
Dar valor no que importa
É cuidar de quem você gosta

Todo mundo tem segredos pra contar
Todo mundo tem que ter alguém pra confiar
Alguém que você possa desabafar
Alguém que o destino pôs pra te ajudar

Quando o dia vira a noite você está a só
Quando se perder eu vou te achar

Pra te guiar
Pra te salvar
Quando pensar em desistir
Minha voz você vai ouvir
Olhe pro lado eu vou estar
Podemos ir até o fim
Sei que você faria o mesmo por mim

Mesmo se o mundo te der as costas
Se suas perguntas não tiverem respostas
Se você cair
Saiba que sempre vou estar aqui
Saiba que sempre vou estar aqui

Pra te guiar
Pra te salvar
Quando pensar em desistir
Minha voz você vai ouvir
Olhe pro lado eu vou estar
Podemos ir até o fim
Sei que você faria o mesmo por mim

Pra te guiar
Pra te salvar
Quando pensar em desistir
Minha voz você vai ouvir
Olhe pro lado eu vou estar
Podemos ir até o fim
Sei que você faria o mesmo por mim…

E então, a “plateia” explodiu em aplausos e assobios.

Era estranho e ao mesmo tempo bom poder ouvi-los novamente. Eles não podiam segurar as lágrimas que desciam involuntariamente por seus rostos. Estavam felizes por estavam ali, naquele momento. Não podiam acreditar que tudo tivesse realmente dado certo.

E nesses anos que se passaram, eles aprenderam, juntos, que sim, eles podem tudo. Que aquela pessoa que é tão diferente de você, pode se tornar o amor da sua vida, e que você simplesmente não consegue mais viver sem ela. Que mesmo que outras pessoas dissessem que os sonhos deles era impossível, eles lutaram e conseguiram mostrar pra todos que impossível é só mais uma palavra entre tantas. E que mesmo sendo tão diferentes, era aquela diferença que os fazia ficar mais unidos.

E nós podemos dizer que aprendemos com eles que uma amizade não se trata de classe social, cor da pele, ou até mesmo diferentes personalidades. E também a seguirmos nossos sonhos, não importa o quanto pareça ou as pessoas digam que ele é impossível. Por isso, falamos sem vergonha ou medo do que as pessoas vão pensar: Nós vamos ser Rebeldes para sempre.


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Notas finais do capítulo

Eu passaria muito tempo agradecendo á cada um que fez parte dessa fic, lendo, comentando, divulgando... Por isso quero agradecer especialmente á Micaela, minha melhor amiga, e que tem as melhores ideias pra fics que eu já vi. Ela tem as ideias, e eu escrevo, juntamos o últil ao gradável. E olha no que resultou?
Somos famosas, baby! kkkkkk Não, não, to brincando.
Enfim, vocês sabem como cada um de vocês são especiais, certo? Certo.
E pode não parecer, mas eu surto com cada comentário. Fico sorrindo que nem boba. Leio cada um com carinho, sério.
Agradeço por terem acompanhado essa fic, é muito importante pra mim, pois foi a minha primeira fic.
Obrigada por tudo, amo vocês ♥