Juntos Até O Fim escrita por Monaliza, Micaela


Capítulo 38
Capítulo 34




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Já havia anoitecido, e todos estavam reunidos no apartamento de Carla e Tomás, para o tal “jogo”. Como ainda não tinham começado a brincadeira, cada um fazia uma coisa diferente.

Diego, Tomás e Pedro estavam discutindo sobre um jogo de futebol que havia acabado de passar na TV. Carla e Roberta estavam no sofá, conversando sobre um assunto qualquer. Alice estava entretida lendo uma revista de moda. As crianças brincavam entre si. Angellina e Rodrigo brincavam de desenhar. Matheus e Thiago brincavam com alguns carrinhos, e Clarisse estava com algumas das bonecas de Angellina.

Carla decidiu que já podiam começar a brincadeira. Chamou todos para virem para a sala. Alice e Pedro estavam no sofá menor, Roberta, Diego e Tomás no sofá maior e Carla em pé, para poder se comunicar melhor com todos. As crianças estavam sentadinhas no chão, formando um pequeno círculo.

­― De que nós vamos brincar, Tia Carla? ­ ―Matheus perguntou, curioso. Todos ali estavam curiosos.

― De imitação! ― Carla respondeu, com um sorriso animado.

― E todo mundo vai ter que brincar? ― Tomás perguntou, fazendo careta.

― Claro que sim papai! ― Angellina disse, e revirou os olhos castanhos.

― Mas eu não sou mais criança pra brincar... ― Tomás disse, sorrindo, agora provocando as crianças.

― Mas gente grande também pode brincar. Ás vezes o meu papai brinca comigo, e ele não é mais criança. ― Rodrigo disse, agora entrando na pequena discussão.

― Tudo bem, chega disso. ― Roberta disse, colocando ordem no local.

― Isso mesmo. ­― Carla concordou com a amiga. ― Vai ser assim: Vamos escrever em alguns papéis os nossos nomes. ­― Ela olhou diretamente para Alice, Pedro, Roberta, Diego e Tomás. ― E então, cada uma das crianças pegarão um papel e ver quem vai imitar. Como tem apenas cinco crianças e seis adultos, eu vou ficar de fora, vou ser a juíza e vou decidir quem fez a melhor imitação.

― E vai ter prêmio, mamãe? ― Thiago perguntou.

― O que vocês querem como prêmio? ― Carla perguntou ás crianças.

― Doce!! ― Eles disseram juntas, sem hesitar.

― Vocês perecem umas formiguinhas, adoram doces. ― Pedro comentou e todos riram.

― Bem, vamos começar. ― Carla falou. Ela entregou alguns pedacinhos de papel para Tomás, Diego, Roberta, Pedro e Alice, que escreveram seus nomes neles e entregaram pra Carla novamente. Ela colocou os papeizinhos num pequeno potinho, e os embaralhou. ― Quem vai ser o primeiro?

― Eu mamãe! Eu! Por favor, me escolhe! ― Thiago dizia, levantando a mão o mais alto que podia, animado. Todos riram dele.

― Tudo bem, você pode começar, amorzinho. ― Carla riu. ― Vem cá e tira um papel.

Thiago se levantou prontamente e foi até a mãe. Pôs a mão no potinho e pegou um dos papeizinhos.

― Quem eu tirei mamãe? ― Thiago disse, e entrou o papel para a mãe, para que ela pudesse ler pra ele.

― Você vai ter que imitar o Pedro. ― Carla sorriu e colocou o papelzinho em um canto qualquer.

― Olha lá como você vai me imitar, hein... ― Pedro o advertiu, brincando. Thiago soltou uma risadinha.

― Pode deixar Tio Pedro, vou fazer a melhor imitação de você! ― Ele disse, animado.

― Eu posso ajudar com os looks das imitações! ― Alice se ofereceu. Se levantou rapidamente, também animada. Pegou na mão de Thiago e o levou para um dos quartos.

Alguns minutos depois, Alice e Thiago voltam. Thiago estava com um visual diferente, usava uma calça jeans larga e desbotada, um tênis grande, o cabelo estava um pouquinho arrepiado e bagunçado, e usava um colete por cima da camiseta.

― Ai meu Deus! Um mini Pedro! ― Roberta exclamou ao ver o menino, e todos começaram a rir.

― Eu to lindo, não to? To igualzinho ao tio Pedro! ― Ele disse, convencido como o pai.

― Tá lindo sim filhão, agora vai lá e começa a imitar! ― Tomás disse, incentivando-o.

― Tá bom, vou começar... ― Thiago concordou, sorrindo. Ele pigarreou e começou sua imitação. ― “Ai, esqueci de lavar a minha moto!” “Ei aí ‘lek’, tudo beleza?” “Matheus, ‘bora’ jogar futebol?” ― Thiago dizia. Ajeitava o colete e fazia umas poses, fazendo com que todos ali caíssem na gargalhada, até mesmo as outras crianças.

― Você foi ótimo meu bebê! ― Carla disse, cheia de orgulho do filho. Foi até ele e apertou as bochechas do pequeno.

― É mesmo, me imitou direitinho. ― Pedro disse, rindo.

― Eu sei mamãe! E obrigada Tio Pedro! ― Thiago concordou, também orgulhoso de si mesmo.

― Convencido igual ao pai... ― Diego disse, revirando os olhos, fazendo os outros rirem.

― Ei! ― Tomás reclamou, mas também ria. Thiago voltou a se sentar ao lado das outras crianças.

― Tá, quem vai ser o próximo agora? ― Alice disse, ansiosa para vestir e arrumar mais uma das crianças.

― Eu vou agora! ― Matheus disse prontamente, se levantando. Foi até Carla e pegou dentro do potinho um dos papéis. Ele o abriu, e tentou ler. Como era o mais velho das crianças, e ele já estava sendo alfabetizado, e sabia algumas palavras. ― D... Die... Diego! Vou ter que imitar o Tio Diego! ― Ele disse, animado, assim que conseguiu terminar de ler.

Alice pegou na mão do filho, e o levou para o quarto. Depois de minutos, voltou com Matheus, que estava bem diferente. Usava uma blusa polo clara listrada, uma calça escura, um tênis branco, e no cabelo tinha um topete.

― “Tem certeza de que não tá precisando de nada, olhos lindos?” “Rodrigo, não fica correndo pela casa!” ― Matheus imitava o jeito de Diego, enquanto todos gargalhavam de sua imitação. Ele foi para a frente de um espelho que tinha ali, e ficou se olhando e ajeitando o topete.

Todos riram. O tempo foi passando, e já devia ter uns cinco minutos que Matheus estava lá ajeitando o topete, imitando Diego.

― Ei! Eu não fico tanto tempo assim! ― Diego disse, rindo.

― Fica sim, amor. ― Roberta disse, contrariando-o.

Matheus terminou sua imitação, depois voltando novamente para seu lugar, ao lado das outras crianças.

― Quem vai agora? ― Pedro perguntou.

― Eu vou ‘agola’, papai! ― Clarisse disse, animada. Se levantou e foi correndo até a mãe, balançando seus cabelos loiros de um lado pro outro.

― Vai lá minha linda, pega lá um papelzinho. ― Alice a incentivou, e Clarisse foi até Carla. Ficou mexendo a mão dentro do potinho, até que finalmente conseguiu pegar um papelzinho, depois voltando até onde Alice estava.

― Quem foi que eu ‘tilei’, mamãe? ― Clarisse perguntou, com a expressão curiosa.

― Você tirou a Roberta. ― Alice disse, e Clarisse fez uma careta, fazendo com que todos gargalhassem.

― Que foi? Não quer me imitar? Não gosta mais de mim, é isso? ― Roberta perguntava, fazendo drama. Ela fazia uma cara de choro, e fingia limpar lágrimas, mesmo não tendo nenhuma ali.

― Não! Eu gosto de você! ― Clarisse foi até Roberta, realmente preocupada. Ela tentava fazer com que Roberta parasse de “chorar”, mas ela continuava com o teatrinho. Clarisse não sabia o que fazer, então foi até o pai.

― Papai! Faz ela ‘palar’ de chorar! ― Clarie pedia, e puxava Pedro pelo braço, mesmo não conseguindo levantá-lo dali. Ele e todos ali riam.

― Ela só tá brincando, princesinha. Ela tá fingindo, ela não tá chorando de verdade... ­― Pedro explicava para Clarisse á sua frente, enquanto tentava parar de rir. ― Agora vai lá com a sua mãe pra ela te vestir e você fazer sua imitação.

Clarisse cruzou os braços, emburrada e chateada por ter sido enganada. Tinha um bico do tamanho do mundo, mas ao mesmo tempo, fofa.

― Awwwn, não fica assim, vem cá vem... ― Roberta a chamou, com pena de Clarisse. Ela foi até Roberta, ainda emburrada. Roberta a trouxe para mais perto dela. ― Foi só brincadeirinha, tá? Não fica chateada comigo não. Você me desculpa? ― Roberta falava com ela, mas Clarisse olhava pro chão, emburrada. Clarisse finalmente assentiu com a cabeça, dizendo que desculpava Roberta. ― Tudo bem, agora vai lá, quero uma imitação bem bonita de mim, tá?

― Tá! ― Clarisse agora voltou a se animar, e foi novamente correndo até a mãe.

Alice levou a filha para o quarto, depois de um tempinho, voltando com ela. Alice na frente e Clarisse logo atrás dela. Clarisse estava usando um vestidinho preto e com babados, uma sapatilha preta com tachinhas e um arquinho com uma flor preta. Os cabelos loiros estavam um pouco mais ondulados do que já eram.

― Eu não uso vestido de babado nem arquinho no cabelo. Não uso nada no cabelo. ― Roberta comentava o look de Clarisse.

― É que eu achei de daria um charme a mais. ― Alice comentou.

― Roberta, deixa as críticas pro final. ― Carla disse, tentando evitar com que Clarisse ficasse novamente emburrada.

― Pode começar, pequena. ― Tomás disse.

― “Ai como essa ‘baliga’ é pesada...” “Rodligo, vem colocar o ‘shot’!” “Ai Alice, como você é ‘insupotáaaaaavel’.” ― Clarisse dizia, imitando, revirando os olhos, fazendo poses, e de tudo um pouco. Todos gargalhavam ao ver a imitação dela.

― Ai meu Deus! ― Roberta ria demais. ― Essa foi simplesmente a melhor imitação que fizeram de mim! ― Roberta não conseguia para de rir. Na verdade, não era a melhor imitação, e sim a mais engraçada.

― Mesmo? ― Clarisse perguntou, eufórica.

― Sim, você imita muito bem! ― Roberta consentiu, ainda rindo.

― Tá, mas agora quem vai sou eu! ― Rodrigo disse, e rapidamente foi até Carla. Pegou um dos papeizinhos e entregou para Carla, que o leu em voz alta.

― Olha, você vai ter que imitar o Tomás! ― Ela disse, rindo.

― Eu já até sei como é que eu vou te imitar titio... ― Rodrigo disse, com um sorrisinho sapeca e de certa forma ameaçador.

― Olha lá hein, só quero ver como você vai me imitar.

― Pode deixar...

Alice o levou para o quarto, e por incrível que pareça nem demorou muito para terminar de ajeitar Rodrigo. Em pouco tempo eles voltaram. Usava uma blusa com estampa de uma banda de rock, uma calça jeans justa, um tênis e pra finalizar, uma jaqueta de couro, que por sinal, era de Tomás, e ficava enorme em Rodrigo, praticamente “engolindo-o”.

― Ai como meu bebê tá lindo! ― Roberta o elogiou, admirando o filho.

― Também, olha só quem ele tá imitando... ― Tomás disse.

― Nada disso, esse é meu “charme natural”. ― Rodrigo o contradisse, fazendo com que os outros rissem.

― Esse é meu garoto! ― Diego falou, orgulhoso do menino.

Rodrigo se preparou, respirou fundo, e começou a sua “apresentação”.

― “Carlinha, vem cá meu amor...” “Carla, onde estão as crianças?” “Carla, sabe onde estão aqueles meus cd’s?” “Carlinha isso, Carlinha aquilo, Carla pra lá, Carla pra cá...” Ah, tem só mais uma! “Thiago, não conta pra sua mãe que eu baguncei toda a cozinha que ela tinha acabado de arrumar.”

Rodrigo terminou e todos riam, principalmente Pedro, que ria muito. Tomás e Carla eram os únicos que não estavam rindo ali. Ele com medo e ela com raiva.

― Muito bom saber que você anda sujando minha cozinha, senhor Tomás... ― Carla disse, fuzilando-o.

― Muito obrigada por me entregar... Por que fez isso? ― Tomás disse, irônico.

― Porque eu tinha que te imitar direitinho, oras... ― Rodrigo respondeu, sapeca.

― Era pra me imitar, e não me dedurar.

― Ninguém mandou você não falar a verdade... ― Rodrigo disse, provocando ainda mais Tomás.

― Tá, já chega de brigarem, agora é a minha vez. ― Angellina disse, se levantando.

― Só sobrou um papel, e como só a Alice não foi tirada ainda, você vai ter que imitar ela, filha. ― Carla disse para Angellina.

― Tá bom, vamos logo Tia Alice! ― Angellina disse, animada, e puxou Alice para o quarto.

As duas ficaram vários minutos lá dentro, até que finalmente voltaram. Angellina usava um vestido rosa claro, e um casaquinho branco por cima, uma sapatilha e um arco também branco. Estava uma verdadeira Alice de cabelos escuros.

― Tava difícil pra trocar a roupa? ― Thiago perguntou, implicando, pois já estava impaciente de tanto esperar.

― Quem demora é você, principalmente quando tá no banheiro! ― Angellina disse, revidando.

― Eu já falei pra você parar de dizer isso! ― Thiago disse, agora irritado.

― Parem de brigar. Os dois. ― Tomás disse, sério.

― Desculpa, papai. ― Os dois disseram ao mesmo tempo, cabisbaixos.

― Viu? Por sua culpa o papai brigou comigo. ― Thiago disse para a irmã, emburrado.

― Minha culpa nada, foi você que começou tudo. ― Angellina se defendia.

― Foi sim. ― Thiago contrariava.

― Não foi. ― Angellina contradizia.

― Dá pra vocês pararem ou tá difícil? ― Carla disse, autoritária. A expressão em seu rosto não era amigável.

― Tudo bem mamãe, nós vamos parar... ― Angellina disse, e Thiago também concordou.

― Acho bem mesmo... ― Carla disse. ― Pode começar a imitação, querida.

― Tá, vou começar mamãe. ― Angellina disse, sorrindo. ― “Ai meu Deus, minha unha quebrou! Olha só o tamanho que ficou!” “Pedrooooo...” “Como é difícil ser eu!”

― Eu já sofro tendo que aguentar uma Alice, agora imagina duas! ― Roberta reclamava, fazendo todos riram.

― Como você tá engraçada hoje, Roberta! ― Alice disse, com um enorme sorriso irônico.

― Acordei de bom humor. ― Roberta disse e sorriu.

― Essas duas nunca vão mudar... ― Diego disse e revirou os olhos.

―E depois ainda sobra pra gente... ― Pedro concordou, fazendo uma careta.

― Eu não me importo que elas briguem, desde que alguém traga alguma coisa pra mim comer, porque tá difícil aguentar essa fome me matando aqui... ― Tomás reclamava, e pôs a mão sobre o estômago.

― Pizza, que tal? ― Carla sugeriu.

― PIZAAAA! ― As crianças logo comemoraram ao saber que teria pizza.

Os homens pediram as pizzas enquanto Alice, Carla e Roberta pegavam ao pratos, talheres e copos, e os arrumavam sobre a mesa.

As crianças estavam ainda na sala, enquanto deleitavam dos doces que haviam ganhado pelas imitações. No final, todos ganharam os doces.

A pizza chegou e todos se serviram. Roberta comeu quase uma pizza inteira.

Roberta, Diego e Rodrigo logo voltaram pra casa, pois Roberta queira descansar.

Já Alice e Pedro ficaram mais um pouco com as crianças, mas também logo foram embora, pois estava ficando tarde.

Tomás e Carla também logo puseram os filhos na cama e foram dormir, foi uma noite agitada.


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Notas finais do capítulo

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