Juntos Até O Fim escrita por Monaliza, Micaela


Capítulo 37
Capítulo 33


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, enfim...



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O apartamento estava silencioso. Roberta estava deitada em sua cama, toda esparramada, e ela e sua barriga ocupavam quase a cama inteira. O dia estava muito quente, muito quente mesmo, então ela ligou o ar condicionado de seu quarto e se deitou, afim de que tirasse uma soneca.

A porta do quarto se abriu, era Rodrigo. Ele veio todo alegre correndo até a mãe, e subiu na cama.

-Mãe! Mãe! Eu vou sair com o papai, ele vai me levar pra andar um pouco de bicicleta, tá? – Rodrigo disse para Roberta, que o olhava sorrindo.

-Tudo bem, mas toma cuidado, ouviu? – Roberta o advertia, e Rodrigo assentiu com a cabeça. Logo Roberta sorriu com ternura. – Agora vem cá, e me dá um beijo! - Rodrigo, com cuidado, se inclinou sobre a mãe e deixou um beijinho nela. – E sua irmãzinha, não ganha beijo não?

-Eu tinha esquecido de dar um beijinho na Bella . – Rodrigo disse, e gargalhou, sapeca. Se inclinou sobre a gigantesca barriga da mãe e lá depositou um beijinho. – Tchau mamãe!

Rodrigo saiu correndo do quarto, animado e ansioso, antes que Roberta sequer pudesse responder. Ela riu, negando com a cabeça.

Roberta voltou a descansar, com os olhos fechados, acariciando a enorme barriga. Ela já estava com nove meses, e Bella iria nascer em breve. A médica que estava acompanhando sua gravidez, havia previsto que ainda teria um tempinho antes dela nascer. Roberta sentia muita diferença do começo da gravidez pra agora, na reta final. Antes ela sentia enjoos, se sentia tonta ás vezes, e comia pouco. Com o passar dos meses, os enjoos não vinham mais e não se sentia mais tonta, mas em compensação, comia o triplo do que costumava comer, sentia muitas dores em várias partes do corpo, sem contar o cansaço, mal podia subir três degraus e já estava tão ofegante quanto um maratonista depois de uma corrida. Ela riu com isso. Apesar de tudo, sabe que valerá a pena, porque todas as dores, noites em dormir, enjoos, vão ser recompensados quando ela ver o rostinho de sua filha, e sentir aquela sensação única de ver seu filho pela primeira vez.

Roberta não podia negar que ás vezes pegava á si mesma tentando imaginar como Isabella seria. Seria mais parecida com ela ou com Diego? Talvez seja loirinha como a mãe, ou então teria cabelos negros, assim como o pai e o irmão. E os olhos? Com certeza seriam castanhos, mas, castanhos claros como o de Roberta ou escuros como o de Diego? E o pequeno rostinho, seria mais parecido com a mãe ou o pai? Ou seria uma mistura dos dois?

Ela estava tão concentrada em imaginar em como seria sua filha, que nem ouviu a capainha tocar. Mas a campainha tocou uma, duas, três, quatro, cinco vezes. Finalmente Roberta ouviu.

Como ela já tava deitada, não queria levantar-se, então esperou que Rodrigo ou Diego fossem atender a porta. A campainha tocou mais uma vez, até que ela se lembrou eles haviam saído.

-Que saco! Não acredito que vou ter que me levantar... JÁ TO INDO! – Roberta gritou, ainda deitada. Ela se apoiou na cama e com algum esforço, finalmente consegui se sentar na cama. Bem, uma parte já foi. Ela se apoiou novamente na cama, e depois de tentar duas vezes conseguiu se levantar. Já em pé, ela saiu do quarto, e foi andando lentamente até a porta.

Roberta abriu a porta, e se deparou com Alice, com uma cara nada feliz.

-Ah, é você. – Roberta disse, com uma cara desanimada. Alice entrou e Roberta fechou novamente a porta.

- Caraca, eu venho aqui, você demora séculos pra vir atender a porta, e quando chega ainda fala: “Ah, é você.” Que consideração com a minha pessoa. – Alice reclamava, indo atrás de Roberta, que estava voltando para seu quarto. – E ainda me ignora, vaca!

-Eu tava tão sossega, deitadinha na minha cama, quase dormindo, mas aí chega você pra me perturbar. – Roberta disse e Alice revirou os olhos. Alice nem ligou muito, pois sabia que depois dessa gravidez, Roberta ficava com um mau humor insuportável. Roberta, que já tinha se sentado novamente em sua cama, se apoiou novamente para se levantar. – Me ajuda a me levantar aqui. – Ela pediu á Alice, que a ajudou.

-Onde você vai? – Alice perguntou, preocupada e curiosa. A cada semana que se passava, todos á volta de Roberta ficavam mais atenciosos com ela por causa da gravidez. Ás vezes era irritante.

-No banheiro. – Roberta disse e simplesmente saiu, deixando Alice sozinha no quarto.

Alice ficou lá sentada na cama, enquanto esperava Roberta voltar do banheiro. Quando ela finalmente saiu do banheiro, Roberta voltou para o quarto e se sentou novamente na cama.

-Nossa, demorou. Já estava ficando preocupada.

-Você queria o quê? Eu quase não consegui colocar minha calça, eu nem ao menos consigo enxergar meus pés.

-Também, olha o seu tamanho, o tamanho dessa barriga. Seus peitos estão do tamanho da sua bunda antiga, e seus braços estão da grossura das suas antigas coxas. E eu nem vou comentar sobre seus pés que mais parecem duas bolas de tão inchados que estão.

-Você veio aqui só pra me perturbar e dizer como estou gorda ou o quê? Porque se for, quero que saiba que está se saindo muito bem. – Roberta disse, com uma expressão irônica.

-Não, não vim pra isso. – Alice disse e gargalhou. – É que eu tava em casa conversando com o Pedro, e estávamos tentando decidir onde passaríamos nossas férias. Mas acontece que com ele tudo está bom, sempre que eu sugeria um lugar, ele dizia que tava bom, e quando eu pedia pra ele escolher entre os lugares, ele dizia que todos eram legais. Aí ele falou pra eu vir aqui, que era melhor eu e você decidirmos o lugar juntas. – Alice explicava para a amiga.

-Resumindo: Você tava importunando seu marido com esse assunto chato de “Onde iremos passar as férias?” e como ele não estava aguentando mais, mandou você vir perturbar á mim. – Roberta disse, sorrindo irônica. – Belo amigo o Pedro é.

-Roberta! – Alice a repreendeu. Suspirou e tentou ignorar as grosserias da amiga. – Você vai ou não me ajudar a decidir onde iremos passar as férias?

-Já que você tá aqui mesmo... – Roberta suspirou, vencida.

-Bem, eu tava pensando em algo tipo praia. Talvez um resort, sei lá... – Alice dizia.

-Praia? Jura, Alice? – Roberta indagou, sem acreditar. – Não sei se você percebeu, eu estou grávida! De nove meses! Meus pés estão tão inchados que quando eu to andando pareço uma pata.

-Tem alguma sugestão melhor? – Alice perguntou desafiante, com as sobrancelhas erguidas.

Roberta tentava pensar em algo, mas nada lhe vinha á mete.

-Não. – Ela hesitou antes de responder, depois fez uma careta.

-Ah, a gente também tem que chamar a Carla, não?  - Alice disse. – Ela ia nos ajudar a nos decidir.

-Sim, sim. Será quer ela vai esse ano? Todas as férias de final de ano, ela viaja com o Tomás e os gêmeos lá pro sul, mas ela não me falou nada até agora, então acho que esse ano ela não vai. – Roberta dizia.- Pega meu celular ali na mesinha? Vou ligar pra ela vir aqui.

Alice pegou o celular da amiga e a entregou, como ela havia pedido. Assim que Roberta começou a discar os números, a capainha toucou.

-Deixa que eu atendo. – Alice disse e se levantou.

Foi até a porta, e quando a abriu viu que era Carla. Alice começou a rir, e Carla a olhava, sem entender nada.

-Que foi? Tem alguma coisa errada comigo...? – Carla disse e olhou para si mesma, procurando algo.

-Não, não, só que a Roberta ia te ligar nesse instante. – Alice disse, rindo.

-Ah sim. – Carla também riu. – Mas enfim, o que vocês queriam quando iam ligar pra mim?

-A GENTE IA TE CHAMAR PARA DECIDIRMOS AS COISAS DA NOSSA VIAGEM DE FÉRIAS DESSE ANO. – Roberta gritou lá de seu quarto, já que de lá conseguiu ouvir que era Carla que havia chegado.

-Roberta, grita mais alto, que UE acho que os vizinhos não te escutaram direito ainda. – Alice disse, quase gritando também.

Alice e Carla riram, e foram para o quarto. Entraram e se sentaram uma de cada lado de Roberta.

-Pra que vocês precisam da minha ajuda? – Carla perguntou ás amigas.

-Bem, já que esse ano você vai com a gente, nos achamos que... – Alice ia dizendo, mas Carla a interrompeu.

-Como assim? Eu não vou poder ir esse ano não.

-Ué, mas você não disse nada pra gente que ia pro sul, como todos os anos, então a gente pensou que esse ano você iria ficar pra ir com a gente. – Roberta explicou.

-Eu esqueci de avisar pra vocês. – Carla fez uma careta.

-Esqueceu o que? – Roberta perguntou.

-Seja lá o que for, pode ir começando a contar. – Alice disse, ansiosa. Se ajeitou na cama, e se virou para Carla, esperando que ela contasse. Roberta fez o mesmo.

-Anteontem, o Tomás falou comigo, e disse que nós dois iríamos passar um pouco mais de uma semana em Petrópolis, em um chalé que ele alugou só pra nós dois. Vai ser como uma segunda lua de mel! – Carla contava ás amigas, animada, e com um sorriso que mal cabia no rosto.

-Sério? – Alice perguntou, e soltou um gritinho de animação.

-Aham. – Carla confirmou, ainda com os olhos brilhando. – Mas, bem, a gente veio aqui planejar as férias não é mesmo? A minha e da minha família já estão planejada, agora falta de vocês...

-Até agora nós só sabemos que vamos pra praia. – Roberta disse.

-Já sabem pra que praia vão ir? – Carla perguntou.

-Não, a gente quer que você nos ajude. – Alice respondeu.

-Tudo bem. – Carla riu. – Bem, aqui no Rio tem várias praias. Eu particularmente gosto mais de Búzios, Maricá, Angra dos Reis...

-Eu prefiro ir pra Búzios, é melhor pras crianças. – Roberta falou.

-Eu também acho, e também fica mais perto da cidade, caso aconteça alguma coisa. – Alice concordou. – Ah, lembrei de outra coisa. Lembra que meu pai tem aquela casa de praia? Então, podemos pedir pra ele para nós passarmos as férias lá. Lá tem quartos suficiente para eu e o Pedro, você e o Diego, e as crianças.

-Então pronto, está decidido. Vocês vão pra búzios e ficam lá na casa do pai da Alice. – Carla disse e sorriu.

-Peraí, o que você acha que poderia acontecer, Alice?

-Eu sei lá, vai que acontece alguma coisa que ninguém espera.

-Como o que? A Bella nascer? – Roberta perguntou, rindo.

-Isso seria um tanto quanto surpreendente. – Carla também riu.

-É, mas podem ficar tranquilas, a média disse que ainda tenho algum tempinho antes do nascimento dela, dá tempo de irmos pra lá nas férias. – Roberta disse, acariciando a barriga.

-Ei, vocês vão fazer alguma coisa hoje á noite? – Carla perguntou, com um sorriso crescendo levemente em seus lábios. Havia tido uma ideia.

-Não. – Responderam Roberta e Alice ao mesmo tempo.

-Eu tava pensando aqui... E, bem, a gente podia fazer um “jogo” com as crianças, não é? – Carla sugeriu.

-Que tipo de jogo? – Alice perguntou, curiosa.

-Na hora eu explico pra todo mundo. Apareçam lá em casa com o resto do pessoal de noite, e aí nós começamos a brincadeira. – Carla disse, sorrindo. – Bem, agora eu vou indo. Tchau meninas!

Carla se levantou e apenas saiu, deixando as duas amigas ali.


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Notas finais do capítulo

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