Carla chegou no hospital, ainda estava muito nervosa, mas pelo menos já tinha parado de chorar. Ela foi até a recepção do hospital.

–Olá, em que posso ajudá-la? – A recepcionista disse educadamente.

–Oi, eu sou Carla Penedo. Vim ver meu marido, Tomás, e também me ligaram para vim assinar uns documentos.

–Ah, sim. Fui eu mesma que lhe telefonei. Você só precisa assinar estes documentos aqui e já pode ir ver seu marido. – A recepcionista entregou três folhas e uma caneta a Carla.

Carla assinou os tais documentos e entregou a recepcionista.

–Obrigada. O paciente está no quarto 302, do segundo andar.

Carla subiu as escadas e estava procurando pelo quarto.

–302...302, 302... – Ela repetia baixinho, enquanto andava pelo corredor. Finalmente! Ela achou o quarto e foi logo entrando.

No quarto, Tomás estava deitado sobre a maca, desacordado. Os olhos dela já estavam lacrimejados por ver a cena. Seu coração doía, daria tudo para não ver ele assim. Queria ele de volta, queria seu marido alegre e amoroso de volta. Queria vê-lo sorrindo novamente. Ela foi até a maca, colocou sua mão sobre a dele, ela fazia carinho nele.

O medico entrou no quarto. Era um senhor gordinho, mas parecia ser super simpático.

–Olá, você que deve ser a Carla não é? – Ele perguntou sorrindo. Realmente era bem simpático.

–Sim, sou eu. – Carla limpou as lágrimas e seus lábios formaram um pequeno sorriso de canto.

–Seu marido tem muita sorte. – Carla olhou para Tomás e sorriu, depois voltou a olhar o médico. – Ele está muito bem, o acidente não foi nada grave. Ele está inconsciente por conta do remédio que demos pra ele. Nós só vamos fazer alguns exames para ter certeza de que está realmente tudo certinho com ele. Se tudo der certo, ele vai pra casa amanhã mesmo.

–Obrigada Doutor... – Carla falou, mas percebeu que não sabia nome dele.

–Medeiros. Me chamo Luis Medeiros. – Ele logo se apresentou. Ele estendeu a mão para Carla, ela apertou.

–Prazer Doutor Medeiros. Muito obrigada por estar cuidando dele. – Carla olhou para Tomás e ajeitou os cabelos dele.

–Só faço o meu trabalho. – ele disse, sorrindo. – Bem, agora eu vou indo, tem muitas pacientes precisando de mim. Daqui a pouco algumas enfermeiras virão aqui para fazer os exames nele. Até mais. – Ele saiu do quarto.

Carla ainda ficou mais um pouco lá, junto com ele. Quando as enfermeiras chegaram, ela teve que sair. Foi até a “cantina” do hospital, comprou um sanduíche e uma coca. Ela estava sentada, comendo seu sanduíche, quando ouviu seu celular tocar dentro da sua bolsa. Ela olhou no visor e viu que era Becky.

–Oi Becky. – Ela deu mais uma mordida em seu sanduíche.

–Oi Carlinha. Como estão as coisas por ai? Como ele tá?

–Graças a Deus está tudo bem. O acidente não foi grave, ele está muito bem. Agora ele está fazendo alguns exames, pra ter certeza de que não tem nada errado. Talvez ele tenha alta amanhã mesmo.

–Ainda bem. Eu ia ficar muito, muito, muito triste se acontecesse alguma coisa com ele.

–É, eu também. – Carla bebeu um pouco da sua coca. – Becky, eu acho que vou acabar passando a noite aqui no hospital com o Tomás. Eu sei que você tem sua vida, seu trabalho e não pode ficar cuidando dos meus filhos, então eu acho melhor ligar pra Roberta ou pra Alice, pra uma delas levarem a Angie e o Thiago daí.

–Tudo bem, a gente aqui comendo sorvete de chocolate. Daqui a pouco eu ligo pra elas.

–Não, acho melhor eu ligar e explicar tudo. Você ia acabar deixando elas mais confusas. – Carla riu.

–Tá bom, então eu vou ficar esperando alguma delas chegar aqui. Agora eu vou desligar, beijos.

–Tchau, beijos. – Carla se despediu e desligou.

Ela terminou seu lanche e foi ligar pra Roberta, que ficou muito preocupada. Ela disse que podia ficar com a Angellina e o Thiago, e que depois iria no hospital ver ele.

Quando Carla voltou pro quarto, encontrou Tomás acordado. Agora teria que conversar com ele.

***

Roberta tinha recebido a ligação de Carla e estava preocupada. Diego estava ajudando Rodrigo a pintar um livrinho de colorir.

–Diego, vem aqui por favor. – Diego levantou do chão e foi até Roberta. Ela não queria que Rodrigo ouvisse.

–Que foi? ‘Cê’ tá com uma cara...

–É que a Carla acabou de me ligar e ela me pediu pra ficar com a Angellina e o Thiago hoje, que ela vai passar a noite no hospital...

–Hospital? Como assim? – Ele disse, preocupado.

–É, o Tomás sofreu um acidente, mas graças a Deus não foi nada grave.

–Você vai pro hospital?

–Sim. Você consegue ficar tomando conta do Rodrigo e da Angellina e do Thiago?

–Acho que sim...

–Tudo bem. Primeiro você tem buscar eles lá na casa da Becky.

–Tá. A Alice e o Pedro já sabem disso tudo?

–Ih, não. Eu já ia esquecendo, a Carla me pediu pra avisar eles.

–Então você vai lá avisar eles que eu vou buscar a Angellina e o Thiago.

–E o Rodrigo?

–Eu levo ele.

–Tudo bem, então vou lá avisar eles e de lá mesmo eu já vou pro hospital. – Roberta se aproximou dele e lhe deu um beijo rápido. – Tchau coisa linda.

–Tchau meu amor. – Diego se despediu e Roberta saiu.

Digo foi até Rodrigo, que continuava pintando o seu livrinho calmamente.

–Hey filhão,você quer ficar brincando com a Angellina e o Thiago?

–Quero sim papai! – Ele disse, animado.

–Então, vamos lá buscar eles?

–Vamos! – Rodrigo levantou.

Diego pegou sua carteira, colocou uma bermuda e um tênis em Rodrigo, que antes estava só de cueca e uma blusa e desceram. Eles entraram no carro e foram.

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