Mas Eu Não Me Importo. escrita por Sophie


Capítulo 4
IV


Notas iniciais do capítulo

Geeente! Esse capitulo está bem curto, mas muito revelador! Eu ia postar ele só amanha, mas eu fiquei MUITO feliz com umas reviews que recebi hoje e decidi postaaar.. Espero que gostem tanto dele quanto eu gostei..



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Iria morrer, olhei pro relógio. Quatro horas e quarenta e sete minutos, ir até lá era suicídio. Corri até o metrô.Talvez chegasse lá as cinco, mas era recomendável comprar um colete a prova de balas antes. Sentei-me numa cadeira fria e dura, pelo menos estava sentada. Coloquei os fones de ouvido e deixei meus pensamentos voarem.

Nunca entendi porque Fernanda se tornara minha amiga, quando a amizade começou, eu estava totalmente fudida na vida, por causa daquele acidente. Uau, já haviam se passado dez anos. Quando fui morar na casa da Fê, foi quando comecei a ficar fudida. Não as notas, é claro. Não porque estudasse. Depois de tudo que aconteceu, nunca mais abri um livro. No começo, pensei que os professores não me reprovavam por pena, aquele olhar de pena nos olhos de todo mundo me matava, por isso , quando mudei de escola, fiz questão que ninguém soubesse do que tinha acontecido quando tinha oito anos, lembro-me como se fosse ontem. E já haviam se passado dez anos. Então, com o tempo percebi que tinha uma habilidade de memorizar o que me falavam, não que eu realmente aprendesse o que o professor dizia, eu decorava.

Três anos passados do acidente, notaram que eu havia me tornado quem eu sou agora, grossa e irônica. Me obrigaram a ir a um psicólogo e depois de inúmeras sessões com minhas respostas monossilábicas, o Dr. Silveira foi bem direto:

– Agora você está grossa, sarcástica e irônica.

– Não precisa ser psicólogo pra perceber isso.

– Você acha que seus pais ficariam felizes em te ver desse jeito?

– Meus pais não podem ficar felizes ou tristes, não podem sentir nada, pois estão mortos.

Dois dias depois, recebi um telefonema, o Dr. Silveira havia concluído seu tratamento comigo. Havia desistido de mim, mas tudo bem, eu já havia desistido de mim também. Mais um ano passado, fui fazer minha avaliação anual com o Dr. Silveira.

– E não quer me contar de novo o que aconteceu?

– Como se você não conhecesse essa história.

– Você está maior agora, pode ser que seja diferente.

– Eu estava dormindo, então um caminhão com um motorista bêbado bateu na gente, ele estava na contramão. – fechei os olhos - Só eu sobrevivi.

– Eu sinto muito.

– Você não tem o direito de fazer isso.

– Isso o que?

– Me olhar como se estivesse com pena.


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Notas finais do capítulo

Uiui, tenso né?