Disenchanted escrita por Luana Lee


Capítulo 59
Capítulo 59 - Belleville & Meus Pais


Notas iniciais do capítulo

Bem... não sonhei com o Gee! ~deita no chão e chora~
Mas ñ vou desistir! muahahaha
-x-x-x-x-
Boa Leitura!



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– Layla... – Gerard chamava, sua voz sonolenta, em meu ouvido.

– Hum? – murmurei, abrindo os olhos.

– Hora de acordar... vamos para Nova Jersey, esqueceu? – ele sorriu.

– Que horas são?

– Sete e meia...

Choraminguei um pouco, estava morrendo de sono.

– Também estou com sono, mas precisamos ir – ele insistiu.

– Okay – bufei, levantando-me da cama rapidamente.

Perdi um pouco o equilíbrio, e Gerard segurou-me antes que eu atingisse o chão.

– Está tudo bem? – ele perguntou, preocupado.

– Sim, apenas levantei rápido de mais – respondi.

Já havíamos deixado as malas prontas no dia anterior, então fiquei um pouco mais animada. Tomei um banho quente para terminar de acordar, depois vesti um jeans preto, uma blusa branca de mangas compridas, um suéter de lã e uma jaqueta jeans; depois calcei meu all star; deixei o cabelo solto.

Tomamos café rapidamente e depois fomos até o carro, iríamos até Belleville onde nossos pais moravam, ainda não entendíamos essa estranha coincidência de termos morado na mesma cidade.

A viagem não era longa, deveríamos demorar por volta de uma hora dependendo do trânsito, que talvez estivesse um pouco ruim por causa do feriado.

Estávamos atravessando a ponta sobre o rio Hudson, o trânsito estava praticamente parado, e o pior aconteceu. Enjôo.

Respirei fundo, não queria que Gerard ficasse preocupado – com o carro, óbvio. Mas ele logo percebeu que havia algo errado.

– Você está pálida – ele comentou. – Está bem?

– Uhum – murmurei, abrindo o vidro um pouco para respirar. Eu estava suando.

– Oh, não me diga que está enjoada – ele ficou nervoso.

– Não... Apenas um mal-estar – menti.

– Por favor, tenta segurar até a gente atravessar a ponte – ele implorava.

– Está bem... – sussurrei, respirando fundo para conter o enjôo.

Gerard buzinou freneticamente para os carros à nossa frente, como se apressasse-os.

– Gerard... – resmunguei, não estava aguentando.

– Layla! No carro não, pelo amor de Deus! – ele quase gritava, histérico.

Nesse momento o trânsito começou a andar, lentamente, mas estava andando.

– Só mais alguns minutos... – Gerard disse, tranqüilizando-me.

Não respondi, estava concentrada em respirar fundo para aguentar até que saíssemos da ponte.

Depois de cinco minutos saímos de cima da ponte, Gerard entrou no acostamento rapidamente e foi até um posto de gasolina, assim que ele parou o carro, eu saí correndo para o banheiro.

Invadi o banheiro feminino, batendo a porta com força, entrando em uma das cabines. Vomitei por alguns minutos, meu estômago doía e minha cabeça latejava.

Depois de alguns minutos, percebi que não iria mais vomitar, então saí da cabine e lavei minha boca e meu rosto.

– Está tudo bem? – perguntou uma senhora, saindo de outra cabine.

– Sim, apenas enjôos de gravidez – sorri.

– Ah, me lembro dos meus – ela riu. – Quase todos os dias, até o sexto mês. Está de quantos meses agora?

– Cinco.

– Nossa, e sua barriga já está assim? São gêmeos?

– Sim – respondi.

– Que maravilha, felicidade em dobro – ela sorriu.

– Enjôos em dobro também – ri.

– É o preço – ela riu também.

Ela aparentava ter entre cinquenta e cinquenta e cinco anos, tinha cabelos castanhos até os ombros, lisos, e algumas rugas na pele. Era um pouco mais baixa que eu, mesmo usando um sapato com um pequeno salto.

– Qual seu nome, querida? – ela perguntou.

– Layla – respondi.

– Prazer! Me nome é Lourdes – ela estendeu a mão para mim.

Apertei sua mão, era macia e enrugada, lembrava minha avó Mariny que falecera há alguns anos atrás.

– Bem, tenho que ir – disse, por fim. – Meu marido está me esperando no carro.

– Tudo bem – ela sorriu. – Boa sorte para você e os bebês.

– Obrigada!

Saí do banheiro, respirando o ar frio e puro que vinha de fora, a ponta de meu nariz estava gelada. Fui até o carro, estacionado ao lado da loja de conveniência do posto, Gerard estava ouvindo música lá dentro com os vidros abertos.

– Comprei algumas coisas para você comer – ele disse quando entrei.

– Obrigada – sorri.

– Está melhor? – ele parecia mais relaxado agora.

– Sim – suspirei.

– Bem, então vamos... – ele sorriu, fechando os vidros e colocando o cinto de segurança.

Espiei a sacola no banco de trás, vasculhei para ver o que Gerard havia comprado. Eram alguns doces, biscoitos e dois refrigerantes. Ele havia esquecido da sua ordem sobre minha dieta?

Encarei-o, pasma, ele percebeu minha reação.

– São as únicas coisas que você come sem ficar enjoada – ele explicou. – Não vou arriscar meu carro novamente.

Dei de ombros, o que importava era que eu podia comer!


***


Chegamos à Belleville por volta de uma hora e meia depois, o trânsito havia melhorado um pouco depois da metade do caminho.

Fomos primeiramente até a casa de meus pais, minha mãe adorava Gerard, ele esse carinho era recíproco. Gerard e minha mãe passaram o dia falando sobre a nova pintura das paredes, louças de porcelana, casas de verão, roupas, enfim... coisas de mulher, Gerard misteriosamente sabia muita coisa sobre esses assuntos.

Enquanto isso eu fiquei na sala, assistindo beisebol com meu pai – sim, Gerard e eu havíamos trocado de papéis.

– Mas que burro! – gritei quando o rebatedor errou.

– Ele é muito ruim! – concordou meu pai.

Ouvimos as risadas vindo da cozinha, Gerard e minha mãe. Falavam algo sobre persianas estampadas.

– Você tem certeza que esses bebês são dele? – perguntou meu pai, unindo as sobrancelhas.

– Mas é claro que sim, pai! – respondi.

– Ele é meio... estranho – ele riu, irônico.

– Ele só é... fofinho – sorri.

Ele não respondeu, apenas concordou com a cabeça, voltando a prestar atenção no jogo.

– Layla, seu marido é um amor! – disse minha mãe, trazendo duas xícaras de café para nós.

– Eu sei – sorri.

– Mostrei fotos suas para ele – ela sorriu.

Meu sorriso desapareceu.

– Sabe aquela? De você na piscina aqui de casa, com dois anos de idade...? – ela perguntou.

Eu lembrava, sim. Eu estava pelada naquela foto.

– Não... – menti.

– Bem, deixa pra lá – ela riu. – Gerard está vendo as fotos da minha bonequinha – ela disse, apertando uma de minhas bochechas.

Mamãe voltou para a cozinha, meu pai ria um pouco no sofá ao meu lado.

– Você devia ter queimado aquelas fotos – falei a ele.

– Nunca – ele gargalhou. – São as fotos do meu lindo bebê...

Revirei os olhos. Bebê?

– Layla! – chamou minha mãe, rindo.

– O que? – perguntei.

– Venha aqui! – ela disse.

Levantei-me lentamente e caminhei até a cozinha, minhas costas estavam doendo. Cheguei e deparei-me com os dois vermelhos de tanto rir.

Gerard segurava um álbum de fotos – além de uma caixa cheia de fotografias que estava à sua frente sobre a mesa – e chorava de tanto rir.

– Olhe essa foto – disse minha mãe, entre as gargalhadas, apontando para a foto que Gerard via.

Olhei, com medo, a foto. Gelei. Eu tinha uns quatro anos, lembrava-me muito bem de quando a foto havia sido tirada.

– Natal de 1989 – riu minha mãe.

– Eu sei – encarei-a, irritada.

– Medo de papai Noel, Layla? – Gerard ria.

– Eu era um bebê, Gerard! – rosnei.

Na foto, eu estava sentada no canto da sala da casa de minha tia Carly, chorando. Tudo por causa de meu tio Erick, marido de tia Carly, que havia se vestido de Papai Noel para “alegrar” o meu natal e o de meus dois primos, Jasminie e Mike. Eu estava descabelada, com o rosto e olhos vermelhos de tanto chorar, e meu tio Erick se aproximava de mim para pegar-me no colo. Eu gritava também.

– Nunca me disse que tinha medo de Papai Noel – Gerard ria muito.

– E não tenho – falei, arrancando o algum de fotos e fechando a caixa de fotografias. – Eu era uma criança, quase vinte anos se passaram... – rosnei. – E mamãe esquece de falar que eu parei de chorar depois...

– Sim, quando Erick tirou a fantasia – ela riu.

– Você era tão fofinha quando era bebê – Gerard riu. – Florzinha de estufa.

Encarei os dois sem expressão. Minha mãe falara meu apelido de infância para Gerard! Senti vontade de me enfiar em um buraco e nunca mais sair.

Eles pararam de rir aos poucos, estavam ofegantes de tantas gargalhadas, lágrimas saíam de seus olhos por causa da risada.

– Acabaram? – perguntei.

– Admita – disse Gerard. – É engraçado!

Revirei os olhos, pegando mais uma xícara de café e voltando à sala.

– Como está o jogo? – perguntei a meu pai.

– A mesma coisa de antes – ele bufou. – Sua mãe e Gerard estão falando de roupas ou de esmaltes? – ele ironizou.

– Pai... – olhei-o brava. – Meu marido, lembra?

– Ah, sim – ele riu. – Mas é fácil esquecer isso, se você quiser eu dou um jeito de sumir com ele, eu posso chamar...

– Não, pai! – interrompi. – Pára, está bem? Se um dia eu quiser que ele suma, eu mesma mato ele.

– Bem, se mudar de ideia... – ele terminou, voltando a prestar atenção na televisão.

Durante o almoço fiquei apenas ouvindo a conversa animada de Gerard e minha mãe, e me perguntando como eles conseguiam ter tantos assuntos.


***


– Sua mãe é tão divertida – disse Gerard enquanto nos preparávamos para dormir.

– É, eu sei – sorri, deitando na cama de casal que havia sido minha há alguns anos.

Meu quarto estava o mesmo, cheio de ursinhos que eu ganhara na infância, meus cobertores vermelhos que eu sempre adorei, meus CDs.

– Você era tão fofa... – ele riu, me abraçando.

– Gee... não me lembre daquelas fotos – choraminguei.

– Por quê? São tão lindas!

– Gerard! Eu estava sentada com minha prima em uma poça de lama em uma delas! Não tem como isso ser bonito! – reclamei.

– Eu acho bonito, okay? Vamos bater fotos assim dos nossos bebês – riu Gerard.

– Nunca vou fazê-los passar esse mico – encerrei o assunto.

Dormi rápido, estava cansada da viagem. Iríamos visitar os pais de Gerard no dia seguinte.



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Notas finais do capítulo

REVIEWS? REVIEWS?
PLEASE... :)
-x-x
Beijos Killjoys!