Kiss The Rain escrita por Jujuvia


Capítulo 34
Contra a morte (pt. 1)


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como alguns devem ter visto, o Nyah! tem uma nova regra, que resumida diz isto:
"Até o final do ano, as fics postadas na categoria bandas serão tiradas das listagens do Nyah! ... Os escritores que desejarem que suas fics continuem, deverão mudar o nome dos personagens, lugares e etc"
acontece que eu não planejo fazer isso, pelo menos não em Kiss The Rain... Talvez futuras fanfics, mais curtas e não tão principais para mim.
Por isso gostaria de dizer que postarei Kiss The Rain COMPLETA aqui, mas alguns dias depois irei movê-la para um blog próprio, junto com outras fanfics relacionadas à categoria "bandas".
Fanfics "originais" serão postadas aqui mesmo, não que alguém queira ler, mas é só pra não deixar minha conta do Nyah! totalmente inválida...
Beijos e boa leitura!



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Bill’s POV


Eu não havia conseguido dormir na última noite, que história era aquela de prender o cabelo? Tinha algo relacionado com o desaparecimento de Madeleyne? Já se passou tanto tempo, talvez três ou quatro semanas, ela ainda estaria viva? Talvez não... Por que nossos caminhos eram tão distantes? Por que não podiam se cruzar novamente? Perguntas e mais perguntas, era apenas isso que rodeava minha mente. Se fosse qualquer outra pessoa, já teria enlouquecido. Talvez até eu já esteja ficando um pouco louco.


Mas o mais importante por enquanto é a história de “prender o cabelo”...

“- Espíritos, por que vocês não falam normalmente, sem usar charadas e coisas do tipo?!” – Pensei, enquanto abria a porta do apartamento de Mey e Madeleyne.

Antes mesmo de dar um passo para dentro do local, ouvi um estrondo vindo do quarto de Madeleyne.

Corri até a porta branca, onde havia a placa com as iniciais de Madeleyne... M.K.C.

Abri-a e encontrei uma caixa caída no chão, ao lado da cama perfeitamente arrumada. Haviam vários objetos e fotos espalhados pelo chão do quarto, mas a única coisa que realmente chamou-me a atenção, foi uma delicada boneca de porcelana, idêntica à Madeleyne, em seu cabelo havia uma presilha... Será que era isso que Moka tentou me dizer? Mais um estrondo ecoou pelo apartamento, dessa vez vinha da sala.

Caminhei lentamente até o local, não havia ninguém, eu até diria que estava sozinho naquele lugar, se não fossem as pegadas recentes pelo tapete felpudo, o qual Mey se orgulhava de possuir, dizia que era um item único no mundo... Ela tinha cada ideia.

– Bill, finalmente tenho o prazer de te conhecer. – Uma voz seca falou, enquanto alguns lentos passos aproximavam-se de mim.

– Quem é você, por que está no apartamento de Madeleyne? – Perguntei, afastando-me da silhueta magra e estupidamente alta, que sustentava um sorriso sarcástico nos lábios.

– Eu é que faço as perguntas aqui, por acaso se acha melhor do que eu? – Ele perguntou, chutando com força a mesa de centro que estava em seu caminho.

– O que? Mas eu nem te conheço! – Falei, recuando alguns passos.

– Acha que pode roubar a Trix de mim? – Ele gritou, chutando as poltronas que ficavam no centro do tapete.

– A Trix? Eu não entendo nada do que você está falando. – Falei, afastando-me daquele ser e indo lentamente até a cozinha.

– Ela é minha irmã, e nem morto eu vou deixar um humano imundo se aproveitar dela! Não como aquele sangue-suga, filho de uma mãe, fez! – Ele gritou, arremessando as cadeiras e a mesa da cozinha para longe, de uma vez só.

– Sangue-suga? – Mais enigmas, esses seres sobrenaturais,afinal, a força desse ser só poderia ter vindo de outro mundo ou coisa assim, adoravam falar em enigmas!

– Já disse que eu faço as perguntas! – Ele gritou, estendendo a mão na minha direção, fui arremessado para cima do balcão onde ficavam as frutas.

– E...Eu não entendo... eu não quero roubar a Trix, só quero encontrar a Madeleyne.

– E ainda por cima prefere essa garota sem graça... Seria melhor se você quisesse a minha irmã. – Ele gritou, puxando-me pela camiseta.

- Manson! – Ouvi a voz de Trix,  logo em seguida ela surgiu, segurando os braços daquele ser, que agora eu sabia o nome... Manson..

Ela o encarou por alguns segundos, Manson bufou e logo me soltou, esbravejou alguma coisa contra o nada e rumou até a porta do apartamento.

– Se tiver sorte, não vai encontrar Manson novamente. – Ela falou, aproximando-se lentamente de mim.

– Bill, eu quero que fique com uma coisa, eu não preciso mais... – Trix segurou minhas mãos e lentamente colou nossos lábios em um beijo, ela tinha lábios tão frios e sem impacto algum. Era como se eu beijasse o nada. Ela interrompeu o beijo, murmurando alguma coisa que eu não conseguia ouvir.

– Bill, use isso em Madeleyne, se encontrá-la é claro... – Trix virou as costas e rumou até a porta do apartamento, onde a ouvi conversando com aquele homem, o tal Manson...Mas o que ela quis dizer com “Use isso em Madeleyne” ? O que eu tinha que usar? O beijo? Mas um beijo não era exatamente o tipo de coisa que podia ser usado, não é?


*** 6 dias depois ***


– Bill, pode vir aqui? – Josefine perguntou, subindo as escadas que levavam até o segundo andar do apartamento.

Bill levantou-se do sofá, lançando um olhar receoso para o irmão, que observava Meyko discretamente.

– Vamos tentar novamente? – Bill perguntou, acendendo as velas em volta da mesa de conexões.

– Bill, eu receio que isso não será mais preciso. – Disse Josefine, derramando algumas lágrimas sobre seus livros antigos.

– Por que? – Bill perguntou, engolindo aquela frase em seco.

– O outro lado, ela já está lá... Agora você é o novo...

– NÃO! Não pode ser! – Bill esbravejou, batendo com força na mesa.

– Eu também não queria isso, mas está feito! Seja lá o que aconteceu, já passou! – Disse Josefine, apagando as velas que Bill havia aceso.

– Vou provar o contrário, ela está viva, eu sei que está! – Disse Bill, rumando até a porta da pequena sala escura e desaparecendo pelo corredor.


***


Bill’s POV


– Bill, você está vendo? Estamos no céu... Esse é o meu vovô, vamos brincar de novo? – Era a voz de Moka, agora que eu havia prestado atenção, podia ver seus lindos cabelos negros e os imensos olhos brilhantes.

Ela estava com aquele seu mesmo vestido rosado, acompanhada de um senhor alto e elegante.

– Podemos brincar mais tarde, agora você deve tomar cuidado, vai passar pela igreja, eu não estou mais lá... Mas uma garotinha está perdida por ali, ajude-a... É a filha da linda senhora, promete que vai ajudá-la, do mesmo jeito que me ajudou... Venha me visitar de novo, okay?! – Moka sumiu aos pouquinhos, junto com o homem elegante.

Agora eu estava dentro de um carro, por algum motivo me sentia sufocado e extremamente cansado, meus olhos estavam tão pesados que eu mal conseguia mantê-los abertos.

Ouvi algumas vozes, mas não conseguia ver ninguém, podia jurar que estava regravando o clipe de Monsoon, pois o carro estava dirigindo-se para algum lugar, sem ninguém estar sentado no banco do motorista.

Passei pela mesma igreja onde conheci Moka, ela tinha razão, eu passaria por ali mesmo.

Ouvi um estrondo horrível e logo o carro atravessou por entres as folhas das imensas árvores, eu já havia sonhado com aquilo... Sim, já havia sonhado! Agora eu encontraria um rio, cinco pilhas de pedras e a boneca... A boneca?... Eu já sei onde te encontrar, Madeleyne! Por isso Trix havia escolhido justamente aquela igreja, ela sabia que de alguma forma eu iria descobrir como encontrar Madeleyne.


Acordei algum tempo depois, o suor frio escorria por minhas costas e testa. Passei os dedos por entre os fios prateados do meu cabelo, notei que eles estavam um pouco sujos de lama. Eu havia apenas sonhado com aquilo tudo?

Levantei rapidamente da cama, vesti algumas roupas mais quentes. Peguei uma mochila e joguei a boneca de porcelana e a presilha de cabelo para dentro desta. Calcei um par de botas e silenciosamente rumei até a porta do apartamento, deixando apenas um bilhete no quarto de Tom.

"Fui buscá-la, prometo voltar o mais rápido possível."


Eu espero que apenas o Tom entenda do que estou falando, por algum motivo, eu não devo mais confiar em Josefine, não depois do jeito frio e indiferente que ela me olhou quando discutimos sobre continuar as buscas por Madeleyne, que tipo de avó desistiria tão fácil da neta, que tem um trabalho tão importante?! Alguma coisa estava escondida por trás disso tudo!


***


Dirigi o mais rápido que pude, até chegar no local do acidente. As barreiras em volta da estrada estavam totalmente quebradas, haviam marcas de pneu que levavam até o barranco, era ali mesmo, onde Madeleyne estava.

Desci lentamente, tentando não escorregar, mas era quase impossível, se não fosse por toda aquela lama. Com certeza havia chovido muito por ali nos últimos dias. Se Madeleyne estivesse viva, seria muito difícil para ela caminhar, depois de ter ficado largada todo esse tempo no frio.


Caminhei até o pequeno rio que corria por entre as árvores, estava tudo como nos meus sonhos. As pilhas de pedras, o rio... Tudo estava ali, menos o mais importante, onde estava Madeleyne? Aproximei-me do lugar exato onde a havia visto, ela esteve ali sim, a marca de seu corpo na lama não mentia, mas ela não saiu caminhando, mais uma vez a lama me ajudou, lá estavam as marcas que indicavam que alguém ou algo arrastou Madeleyne pela floresta.

Segui os rastros, até que encontrei aquele ser novamente. Ele me encarava com um ódio profundo, segurando Madeleyne em seus braços.

– Meu trabalho seria tão mais fácil se não existissem caras metidos à espertos como você, Bill. – Ele falou, colocando Madeleyne sobre um tronco caído.

– Esse tempo todo, ela esteve aqui sozinha no frio, eu não quero cruzar seu caminho ou algo assim, só quero levá-la para a casa. – Falei, aproximando-me de Madeleyne e afagando seus cabelos ondulados.

Finalmente ela estava ali, do meu lado, daria tudo para ver aqueles olhos verdes. Eu teria que implorar para vê-la abrindo-os mais uma vez?

– Pode pegá-la, Madeleyne não tem grande valor para mim. – Ele falou, puxando-me pelo cabelo e olhando friamente para mim.

– Mas você já é outra história, quero que você mate uma sangue-suga para mim. – Manson falou, jogando-me com força contra o chão.

– O que? De novo esse sangue-suga, me explica de uma vez o que está acontecendo! – Gritei, levantando-me com dificuldade.

– Josefine não lhe disse? Mais uma vez vou ter que explicar, a maldita da Helen demorou séculos para entender. – Manson bufou, cruzando os braços e olhando-me sarcasticamente.

– A mãe de Madeleyne? – Perguntei, olhando para a jovem desfalecida sobre o tronco.

– Sim, a desgraçada que começou tudo! Um dia, Josefine invocou Lúcifer, Trix, Adryen e eu para a terra. Cada um de nós trabalha há séculos para manter o outro mundo na mais perfeita ordem. Trix é a última Moira, depois que os mediadores nasceram, as primeiras criaturas condenadas à morte foram as minhas irmãs trigêmeas, Trix, Triméa e Trina. Triméa e Trina deram suas vidas para que Trix continuasse viva. Se quiser saber sobre Lúcifer, é só ler a bíblia, sabe quem ele é... Adryen é o senhor das almas, braço direito de Lúcifer, ele é o encarregado de guiar as almas até o outro mundo, e o meu trabalho é conseguir essas almas, pode me chamar de morte, ceifador.. o que quiser, mas eu prefiro Manson.

Josefine fez um acordo conosco, ela queria vida eterna e em troca todas as almas de sua família de mediadores seriam do outro mundo, já que as almas de mediadores sempre irão para o céu, essa besteira toda e blábláblá, elas são muito preciosas para nós do outro mundo.

– Quer dizer que se Madeleyne morrer, a alma dela será sua, não é? – Perguntei, Manson apenas abriu um sorriso perverso e assentiu.

– Correto. Quase que Helen estragou todo esse acordo. Ela aprisionou Lúcifer e Adryen. Eu tentei de tudo para libertá-los, até que Trix me contou uma de suas premonições, dizendo que Adryen iria me matar se escapasse da prisão do outro mundo. Desde então eu faço o trabalho dele, afinal, é melhor que ele continue preso, não é? Eu consegui matar Helen, num momento de fraqueza, até fiz parecer suicídio. Quando Josefine, me contou que Madeleyne era a nova mediadora eu quis acabar com aquela velha, essa garota está longe de ser o que eu procuro, na verdade, eu enfrento os mediadores, o que conseguir me vencer, irá me ajudar a acabar com Adryen. – Ele falou, pisando com força no chão, como se alí estivesse a cabeça do tal Adryen

– E por que você o chama de sangue-suga? – Perguntei.

– Essa coisa de vampiros nunca existiu, mas Adryen alimenta-se de sangue para poder continuar jovem, por isso eu o chamo assim.

– E como eu faço pra te vencer?

– Sou a morte, Bill. Eu apodreço seus órgãos, quebro seus ossos, acabo com suas memórias, tiro sua visão... Eu te envelheço, até você morrer, mas se conseguir me suportar por um mísero minuto, considere-se vencedor. O problema é que eu me empolgo, e acabo matando todos antes dos vinte segundos.

– Eu consigo.

– Bill, fez uma péssima escolha. – Disse Mansoon, esvaindo-se lentamente, pensei que este havia ido embora, até que percebi o que se passava, Manson não era apenas a morte, ele era o tempo de vida, algo que não pode ser visto... Senti um cheiro forte adentrando minhas narinas, um frio insuportável tomou conta do meu corpo.

Era como se um veneno estivesse mergulhando em todo meu sistema nervoso, já não sentia meus braços e pernas, a visão ficava cada vez mais embaçada, minha garganta secava rapidamente, sentia toda a minha pele enrrugar-se, mas eu tinha que suportar, Madeleyne estava tão perto, eu não podia morrer alí.


– Bill... – A voz de Madeleyne parecia tão longe, senti suas mãos segurando meu rosto, mas eu já não conseguia enxergar mais nada, fechei os olhos e me entreguei ao que poderia ser o fim... Desculpe por não conseguir suportar... Desculpe...


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Notas finais do capítulo

Quero avisar que este é um dos últimos capítulos de Kiss The Rain.
Já estamos bem no finalzinho da fic, obrigado pelos poucos, porém fiéis leitores!



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