Kiss The Rain escrita por Jujuvia


Capítulo 21
Almas gêmeas


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores *-*
Eis aqui mais um capítulo da fic...
Gostaria de pedir que dessem uma olhada nesse vídeo antes de ler o capítulo... ( http://www.youtube.com/watch?v=I2o35T76OwY&feature=related )
Vão entender o motivo no decorrer do cap u_u



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/181322/chapter/21

– Gust, o que houve? – Perguntou o jovem moreno e magro que acabara de sentar-se ao lado de Georg, que ria divertidamente dos desenhos obscenos que Tom fazia no caderno de composições do irmão.

– Nada Bill, apenas saudade. – Disse o loiro, levantando-se da poltrona e caminhando lentamente até a janela, suspirou pesadamente e sem dizer mais nada foi para o quarto.

– Mas o que está acontecendo com ele? Já se passaram três dias e ele ainda está triste. – Disse Tom, colocando o caderno rabiscado sobre a mesa de centro e espreguiçando-se manhoso.

– Ah eu não sei, talvez... – Bill pegou seu caderno e observou as figuras desenhadas pelo mais velho, levantou-se e antes que o irmão percebesse, o moreno já havia lhe acertado uma cadernada na nuca.

– Vá comprar papel seu imundícia! Deixe o meu caderno em paz. – Bill escondeu o caderno dentro de seu casaco e subiu as escadas furiosamente, fazendo questão de bufar e bater os pés com força no assoalho.

– Mas o que foi isso? – Georg perguntou, colocando as mãos na barriga e rindo descontroladamente da face que Tom sustentava desde a pancada na cabeça.

– Naquele caderno tem umas músicas que ele escreveu para a Ketlyn, tinha me esquecido. – Tom fez um bico torto com os lábios e foi até cozinha, abria e fechava com força as portas dos armários enquanto desesperadamente buscava por alguma coisa.

– SEU ROCKEIRO INFELIZ, COMEU OS MEUS WAFFLES! – Gritou Tom, correndo até o pé das escadas e olhando fixamente para a porta do quarto de Bill, virou as costas e sentiu alguma coisa acertar-lhe a cabeça novamente, olhou para trás e deparou-se com o mais novo escorado na porta do quarto o encarando com cinismo, aquela face com sorriso debochado e sobrancelha arqueada que fazia Tom se rasgar de raiva por dentro.

Bill abriu um sutil sorriso e voltou para dentro de seu quarto, o de dreads olhou para o chão e viu o objeto que o mais novo acabara de jogar em sua cabeça, sua caixa de waffles, sacudiu-a algumas vezes e para sua tristeza estava vazia. Bufou raivosamente e voltou para a sala, onde Georg fazia caretas estranhas, tentando conter as risadas.


***


“Olá Madeleyne, aqui é o Bill...Eu queria saber como andam as coisas com você, estamos sentindo a sua falta, principalmente o Gustav. Ontem ele me disse que vocês são praticamente primos, é engraçado pensar que ele encontrou um tipo de parente desaparecido...Mas bem, só escrevi esta carta para que a ideia de que te esquecemos nem passe por sua mente, longe disso, sentimos a sua falta. Eu sei que pelo menos eu sinto.”

– Josefine, olhe esta carta que Bill me enviou. – Madeleyne entregou o papel azulado, com letras deitadas e caprichosas, para Josefine. A mulher ajeitou seus óculos e sorriu ao ver a assinatura no rodapé da folha.

– Eles têm sido muito bons para você, é um tanto estranho, não acha? – Josefine abaixou seus óculos na altura das bochechas e fitou Madeleyne.

– O que quer dizer? – Madeleyne sentou-se na poltrona à frente de Josefine e encarou a mais velha.

– Não se aproxime deles, principalmente deste Bill. – Josefine mostrou um semblante duro e seriamente frio, levantou-se do sofá e foi até a cozinha.

– Mas por que? – A jovem indagou, sentindo seu peito apertar-se em angústia, o que haveria de tão ruim naqueles quatro rapazes, nunca demonstraram segundas intenções, a não ser por algumas piscadelas e frases de duplo sentido ditas por Tom.

– Eles não são bons, trarão problemas no futuro, talvez não hoje ou amanhã mas ainda assim trarão problemas. – Madeleyne buscava pelas palavras certas, queria contestar, não era possível acreditar que eles poderiam ser um problema no futuro mas o que poderia fazer? Sabia que Josefine também tinha dons e que não errava em suas premonições.

– Tudo bem, posso ao menos responder a carta que me enviaram? – Josefine assentiu, olhando desconfiadamente para a mais nova, que já havia sumido de sua visão, correndo até seu quarto para escrever a tal carta.

“Preciso tomar cuidado com esse Bill, ele colocaria todo o meu acordo em perigo” – Pensou Josefine, esfregando as mãos e olhando seriamente para o nada.


***


– Meninas, mas isso está marravilhoso! Esforrcem-se mais e logo estarrão parrticipando de inúmerras competições. – Uma mulher pálida, de cabelos negros e olhos claros observava atentamente a cada bailarina, todas estavam com expressões amigáveis e determinadas, faziam aquilo com gosto e todo aquele cenário chamava a atenção da jovem, que maravilhada observava a cada passo e gesto.

– Então seu nome é Madeleyne, tenho cerrteza de que se encaixarrá perrfeitamente no Royal Ballet, gostarria de assistirr mais um pouco ou querr mostrrar o que aprrendeu na Alemanha? – Perguntou a mulher de pele alva, cruzando as pernas e sorrindo para o nada.

– Alguns passos daqui são sofisticados mas tenho certeza de que vou me adaptar, posso fazer uma tentativa se me permitir. – Disse Madeleyne, levantando-se da cadeira e alongando-se.

– Fique a vontade, meninas podem descansarr, agorra irremos assistirr uma possível nova colega de balé. – A mulher levantou-se da poltrona e caminhou até o grupo de bailarinas. Virou-se de frente para Madeleyne e a observou fixamente.

– Querrida, sabe fazer La Emerralda? – Madeleyne arregalou sutilmente os olhos, suspirou pesadamente e assentiu, caminhou nervosa e lentamente até o meio da grande sala espelhada, uma jovem loira e de olhos escuros lhe entregou um pandeiro e rapidamente escondeu-se atrás das outras bailarinas.

– Vejamos o que você tem aprrendido na Alemanha. – A música iniciou-se, alegre e animada.

Madeleyne ignorava os olhares atentos e fixos das outras jovens, a primeira batida no pandeiro. A música a envolvia de uma forma diferente, já havia assistido sua antiga colega de balé, Morgana, fazendo a coreografia com exatidão mas agora era diferente, era a sua vez de mostrar o que era capaz, sem as instruções de Adrian talvez fosse mais complicado, se errasse alguma coisa, talvez não pudesse consertá-la.Mas não, agora não era a hora certa para pensar nisso, era sua hora de apenas sentir a música envolvê-la em seus braços e como uma folha no vento de outono, deixar-se guiar por ela.


Concentrava-se em seu equilíbrio, o pandeiro tão alto e as pernas tão delicadas e frágeis, pareciam querer quebrar como um graveto sendo pressionado por uma grande pedra mas não era o momento certo para preocupar-se consigo, tinha apenas que preocupar-se com a música e respiração.Encerrou a coreografia com um doce sorriso, o qual era capaz de arrancar suspiros de qualquer rapaz e admiração de suas colegas de balé.

– Madeleyne, querrida isso foi marravilhoso, a querro o quanto antes trrabalhando conosco! – Disse a pálida mulher, girando nos calcanhares e sorrindo como uma criança que encontra o mais precioso dos tesouros no mundo de suas fantasias. Madeleyne sorriu desajeitada, escorou-se na parede espelhada e agradeceu à si mesma pelo esforço e dedicação. De certo modo, La Esmeralda é uma coreografia pequena, podendo ser realizada em menos de dois minutos, mas aqueles foram os minutos mais importantes de sua vida, agora pertencia ao Royal Ballet, uma das escolas de balé onde sua mãe havia estudado e sido reconhecida como um talento jovem.


***


– Até amanhã meninas, descansem porr que amanhã terremos um dia cheio, e Madeleyne, esperro que esteja aqui bem cedo, gostarria de lhe fazerr algumas perrguntas. – As jovens entreolharam-se umas entre as outras, para logo depois pousarem seus olhares confusos sobre a garota de pele branca, lábios rosados e cabelos ondulados, que olhava fixamente para o nada. Madeleyne soava frio, a figura pálida e reluzente a sua frente brincava em uma dança silenciosa, não havia música e sua única platéia era Madeleyne. Sorriu infantilmente e correu até uma grande escadaria, acenou para a jovem de cabelos ondulados e correu pelos degraus, sumindo em meio a risadas, que só podiam ser ouvidas pela jovem Madeleyne.

– O que há lá em cima, subindo as escadas? – Perguntou Madeleyne, mas recebeu apenas olhares receosos em resposta. A jovem garota, que havia lhe entregado o pandeiro há alguns minutos atrás, caminhou lentamente até Madeleyne e sussurrou em seu ouvido:

“Você a viu? Minha irmã... Ela me contou que apenas você poderia ajudá-la, por favor, se pode mesmo fazer isso, então faça. Ela quer ir dançar no céu.” – Madeleyne arregalou os olhos, imaginando qual deveria ser a idade da jovem garota, para falar sobre o céu, de uma forma tão inocente e pura. Imaginou que sua irmão era a alma que acabara de ver, de fato sabia que já havia visto aquele rosto delicado e pequeno em algum lugar, sim elas sem dúvida eram irmãs.

– Farei o que puder, só que preciso estar sozinha, pode fazer algo quanto à isso? Não queremos assustar sua irmã com todas essas garotas aqui. – Madeleyne cochichou para a garota, discretamente apontou com o olhar para as outras jovens, que terminavam de vestir-se com grossos agasalhos e casacos. A garota assentiu e correu até o grupo de bailarinas, falou alguma coisa inaudível para Madeleyne e após alguns minutos todas se retiraram do local, exceto Madeleyne e a garota, que olharam-se em meio à tímidos sorrisos. Madeleyne olhou para o alto da escadaria e observou a figura alva lhe observar com um sorriso infantil estampado em seus finos lábios.

– Como se chama? Desça aqui e vamos conversar, eu consigo te ver e entender mas é claro que já sabe disso. – Disse Madeleyne, subindo o terceiro degrau da escadaria.

– Me sinto sozinha durante a noite, eles vêm para me machucar depois das duas. – Madeleyne continuava subindo as escadas em silêncio, observando a cada detalhe atentamente, rezava para que a alma não se assustasse.

– Madeleyne, as duas da manhã, foi o horário em que ela.... – A garota atrás de Madeleyne sussurrou, segurando o casaco da maior, que continuava a subir lentamente a grande e fria escadaria.

– Não deixe eles me machucarem novamente. – A silhueta reluzente recuou alguns passos, observou o nada e tomava o cuidado de falar baixo, como se alguém a estivesse ouvindo.

– Vou te tirar daqui, mas antes me diga seu nome e quem são eles. – Madeleyne parou alguns degraus antes da figura alva, ajoelhou-se e tirou um cordão de prata de dentro da blusa.

– Me chamo Agatha e eles são as criaturas sem rosto, com capas longas e velhas, um hálito que cheira a enxofre e a morte. Eles me assustam. – A silhueta pálida sentou-se de frente para Madeleyne, mexeu em seu cabelo ondulado e sorriu fracamente.

– Dementadores, eles se alimentam da morte das pessoas e tristeza das almas, quando não encontram nenhuma das duas coisas, eles roubam memórias. – Disse Madeleyne, retribuindo o sorriso sem brilho da garota.

– Você pode me tirar daqui, mas precisa saber o que me prende aqui não é? – Madeleyne assentiu, dando um meio sorriso amarelo e olhando em volta, apertou seu delicado cordão de prata e suspirou pesadamente.

– Quando você estava dançando lá em baixo, estava me mostrando como aconteceu não é? Você caiu dessas escadas, por que já estava cansada de tanto ensaiar, seus pés doíam e você não conseguiu evitar a queda. – A garota assentiu, ajeitando-se ao lado de sua irmã e olhando-a tristemente.

– Sua irmã te prende aqui, são gêmeas, agora eu posso ver melhor. – Madeleyne tocou os dois rostos exatamente iguais, sorriu desanimada e levantou-se.

– Por que eu a estou prendendo? Não fiz nada de ruim à ela. – Disse a jovem, segurando as mãos da alma de Agatha.

– Você não quer aceitar que perdeu sua irmã, mas se ela continuar aqui poderá perder a alma e assim não poderá reencarnar. – A garota arregalou os olhos, abraçou Agatha e chorou desconsoladamente.

– Não é justo, deveríamos estra sempre juntas, mas não quero que sua alma desapareça. – As lágrimas tocavam a pele alva de Agatha e aos poucos faziam com que desaparecesse.

– Agatha, por favor não se preocupe comigo, mas prometa me esperar no céu. – A garota beijou as bochechas pálidas de sua irmã, um sorriso nasceu no rosto de ambas e logo a silhueta reluzente desapareceu aos poucos, até deixar um espaço vazio.

– Madeleyne, ela está livre? – Madeleyne assentiu, recuou alguns passos e segurou-se nos corrimões da escadaria, dando sinal de que seria capaz de desmaiar ali mesmo.

– Madeleyne, o que houve, está se sentindo bem? – A garota correu até Madeleyne e segurou-a pelos ombros, a maior sorriu e deitou-se ali mesmo nos frios degraus de mármore.

– Estou bem, apenas fico cansada depois de libertar almas. – Madeleyne escondeu o rosto entre as mãos e adormeceu, mas sua face não poderia ser melhor, um sorriso tímido e satisfeito tomava conta de seus lábios. A respiração serena mostrava que ela estava bem, a jovem aninhou-se nos braços de Madeleyne e juntas passaram a noite no Royal Ballet.





Madeleyne acorde, precisa acordar...

Preste atenção minha pequena, por favor, acorde...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaria de avisar que essa fanfic será dividida em temporadas...
Essas temporadas seriam os anos em que os fatos ocorrem...
Faltam mais dois capítulos para o encerramento da primeira temporada..
Bem, já sabem né.. Reviews com elogios, críticas e sugestões são bem-vindos.
Beijos e até o próximo capítulo :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Kiss The Rain" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.