Kiss The Rain escrita por Jujuvia


Capítulo 20
Adeus Alemanha


Notas iniciais do capítulo

Hallo pessoinhas XD
Lhes trago mais um capítulo... Espero que gostem e boa leitura...
Aliás a partir de agora vou fazer o máximo possível para escrever capítulos com um pouco mais de 2000 palavras XD



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Madê's Diary


A vida é mesmo uma surpresa... Você a vive do jeito que bem entende, você ama, sorri, entristece-se, odeia, chora, julga, é julgado, faz o bem, faz o mal... Enfim, você vive como um ser humano, bipolar e por vezes até tripolar, nunca se sente satisfeito e por vezes se satisfaz mais do que merecia.. Nem todos têm o direito de morrer, por que sim a morte é um direito, é um descanso, mas e quando você não pode partir inteiramente? Permanece preso à algo, alguém ou algum fato.O amor te prende na vida terrena da forma mais linda possível, você fica por que quer, cuida ocultamente da pessoa que ama.. Mas jamais queira se prender nesse mundo atravéz do ódio... Por que não importa onde se esconda, seja numa casa, num castelo antigo ou até mesmo em um hospital... Eu sempre estarei em todos os lugares do mundo, pronta para te dar o descanso.. Seja isso por bem ou por mal.

- Madeleyne Klaus Chevalier | 30/12/2008


***


– Tom, levanta de uma vez seu preguiçoso. – Bill sacudia o irmão, que na noite passada havia se escondido em um canto qualquer da grande e vazia casa rústica. Encolheu-se entre alguns edredons e grossas cobertas de lã, ajeitou-se num canto atrás de um dos poucos sofás que já ocupavam a sala amarelada, iluminada por grandes janela de vidro.

– Bill, some daqui eu não quero conversar. – Tom cobriu a cabeça com o travesseiro e virou-se de costas para o mais novo, que agachou-se ao seu lado e acariciou os dreads do maior, riu silenciosamente para si mesmo ao pensar que em tanto tempo de convivência seu irmão continuava o mesmo, corpo magro, dreads, roupas largas e aquele sorriso travesso que surgiu em seu rosto quando seus olhos passeavam por qualquer silhueta feminina que lhe chama-se atenção.

– A Jessica Alba está te esperando lá fora, vem ver. – Disse Bill, engasgando-se em meio às risadas, Tom levantou o rosto e o fitou com um olhar fuzilador, o mais novo tentava conter as risadas mas a expressão zangada de Tom o faziam rir mais.

– Por que você não vai ver o que está passando nos canais russos ein, quem sabe a Ketlyn aparece com o novo namorado e... – Tom calou-se ao sentir a dor do soco que o mais novo acabara de lhe acertar no canto dos lábios, o de dreads colocou a mão sobre a boca e fitou Bill, enquanto este afastava-se zangado, indo em direção à cozinha.

– Bill, me desculpa. – Tom levantou-se da cama improvisada de cobertas e caminhou até o mais novo, que o olhava com desdém enquanto tomava uma grande caneca de café preto.

– Por que você não vai se desculpar com o Georg e antes que eu me esqueça, vá até a casa do Gustav, ele disse que aconteceram umas coisas estranhas ontem à noite. – Bill levantou-se da cadeira onde estivera sentado e caminhou lentamente até o segundo andar da grande casa.

– Merda, perdi meu amigo e agora até meu irmão fica me socando na nossa própria casa. – Tom bufou enquanto esfregava o rosto com as mãos e caminhava até a janela de vidro ao lado da lareira.


***


– Mas então, ela estava falando sozinha? – Perguntou Jaqueline, enquanto sentava-se ao lado de Gustav e tocava levemente as mãos do loiro.

– Sim, e o pior.. Ela disse o nome de uma das filhas daquele doutor... – Gustav deitou-se na cama e fitou o teto, confuso e sem entender nada. Pensou conhecer a jovem de olhos esverdeados e cabelos ondulados, mas agora sentia-se perdido ao ver que não sabia nada sobre ela.

– Mas bem, não me importa o que aconteceu ontem, eu estou mais interessada no que poderia estar acontecendo agora. – Disse Jaqueline, suspirando pesadamente e desviando o olhar de Gustav, um sorriso medonho se formou nos lábios do loiro, que levantou-se da cama e abraçou a ruiva.

– Podemos dar um jeito. – Gustav beijou sutilmente o ombro de Jaqueline, sentiu a pele clara arrepiar-se ao seu toque. Encarou fixamente os olhos claros, que o fitavam com certo medo e insegurança, envolveu a cintura magra da ruiva e juntou os corpos, um dueto de respirações aceleradas se formou e logo os lábios foram tomados com volúpia, há quanto tempo não se provavam? Não sentiam o gosto dos lábios um do outro, quase esqueciam-se da última vez em que haviam estado juntos, não disseram nada, apenas fecharam os olhos e deliciaram-se com a sensação do “redescobrimento” dos lábios macios e desejáveis.


***


Tom e Georg encaravam-se perplexos, um esperando que o outro começasse a se pronunciar logo. Um sorriso debochado formou-se nos finos lábios do baixista, que levantou do sofá e pulou por cima do menor.

– Ge? – Perguntou Tom confuso, sentindo o forte abraço do amigo praticamente esmagando seus ossos.

– Sua galinha magricela, até parece que eu iria deixar de ser seu amigo por culpa de uma garota. – Disse Georg, dando um leve soco no ombro de Tom e abrindo o sorriso mais sincero de toda sua vida.

– Mesmo? Então quer dizer que...

– Sim Tom, eu vou continuar no Tokio Hotel, não vão se livrar de mim tão cedo. – Georg afastou-se de Tom e colocou as mãos no bolso.

– Eu já desconfiava da Liza, mas se o amor é cego a paixão é teimosa, eu não queria acreditar.. Mas foi melhor assim, você não era o único comendo na minha horta. – Disse Georg, enquanto um bico torto surgia em seus lábios e um olhar chateado se formou nas duas orbes verdes do maior.

– Ge, desculpa por tudo isso.. Eu acho que deixei a cabeça de baixo falar mais alto. – Tom sorriu desanimado, encarando o baixista que ria da frase do amigo.

– Bem, agora que tal se formos incomodar o seu irmão, ele deve estar de TPM. – Disse Georg, apontando para a porta do quarto de Bill, onde ele havia passado a manhã toda trancado ouvindo suas músicas.

– É por minha culpa, falei coisas que não deveria. – Tom sentou-se no braço do sofá e observou a porta branca de madeira, apenas aquela porta o separava de seu pequeno irmão.

– Então acho melhor sairmos, vamos deixar ele esfriar a cabeça. – Disse Georg, vestindo seu casaco e ajeitando o longo cabelo liso.- Okay. – Tom pegou as chaves de casa e caminhou até porta, olhou para trás novamente e fitou a porta de madeira, sentia-se culpado por falar de Keltyn sempre que queria chatear o irmão e na verdade sempre acabava o magoando.


***


– Essa é a última mala. – Disse Madeleyne, ofegando enquanto arrastava consigo uma grande mala de couro preto, largou-a ao lado da porta junto com a grande pilha de bagagens e sorriu triunfante.

– Obrigado querida, não conseguiria trazer todo esse peso, saudade da época em que era jovem e tinha tanta força de vontade e astúcia. – Madeleyne colocou as mãos na nuca e sorriu desajeitada, caminhou até a cozinha e fitou atentamente as entradas das casas quase congeladas, se não fosse por seu vizinho rabugento aquela rua poderia ser um lindo paraíso de inverno.



Ele era um homem comum, com uma família comum, um cão comum, uma casa comum e uma vida comum.. Era o senhor comum. Tornou-se rabugento após a morte do filho mais velho, um jovem astuto que estava no auge dos seus vinte e dois anos de idade.Antes de sua morte, aquela não era uma família comum, festejavam quase todos os dias, dançavam no jardim enquanto nevava e pela manhã toda aquela neve era transformada em lindos e felizes bonecos de neve, com seus narizes de cenouras, olhos de cerejas e bocas de pedrinhas. Era com certeza a família que eu teria desejado para mim, se não fosse o alto e robusto jovem de vinte e dois anos perder o amor à vida e naquela noite desafortunada ter encontrado justamente aquela pequena jovem, de cabelos ondulados e olhos esverdeados, segurando uma boneca de porcelana enquanto chorava sentada na sacada de sua casa, lamentando a perda de seu avô, estava assustada pela cena que acabar de ver, sua avó dizia algumas palavras e logo ela viu o mundo de outra forma, agora podia ver o outro lado do espelho, conseguia enxergar o outro mundo e ouvir as outras vozes. Os pequenos flocos de neve caíam junto com as lágrimas do rapaz e em meio a elas as únicas palavras que a garotinha conseguia ouvir eram: “Eu preciso partir, ela está me esperando, minha eterna Jesse” , apenas realizei o desejo que ele nutria dentro deu seu coração da forma mais pura possível, deu seu último suspiro e então os olhos negros fecharam-se, para encontrar sua Jesse do outro lado, onde prometeu esperá-lo.



– Madeleyne, há dois rapazes lá fora te procurando. – Madeleyne voltou à realidade, deixando seus pensamentos e lembranças infantis guardadas em uma caixinha dentro de sua mente, olhou perdidamente para Josefine que riu da feição desajeitada e boba da mais nova.

– Há dois rapazes te procurando, um deles é loiro e baixo e o outro é moreno e bem vestido, os conhece? – Madeleyne lembrou-se dos únicos rapazes com quem tivera contato nos últimos dias, balançou a cabeça afirmativamente e foi até a porta da entrada. Assim que a abriu deparou-se com os sorrisos de Gustav e Bill, os dois envolveram a jovem nos braços e ela logo sentiu-se envergonhada, o rosto parecia arder em fogo e ria de si mesma ao imaginar o quão vermelha suas bochechas deveriam estar.

– Dormiu bem? Estava preocupado. – Disse Gustav, soltando a jovem primeiramente e segurando suas mãos delicadas e macias.

– Sim eu dormi bem, aquilo tudo foi apenas um susto, aquele homem estava atordoado, precisa de um descanso e o conseguiu...

– Madeleyne, quem está ai? – Gritou Josefine, surgindo da cozinha com uma bandeja e algumas xícaras com chá.

– Vovó, estes são Bill e Gustav, uns amigos que conheci no Natal. – Bill e Gustav fizeram um aceno sutil com a cabeça e esfregaram as mãos ao mesmo tempo, entreolharam-se e riram.

– Entrem por favor. – Madeleyne abriu um pouco mais a porta e deu passagem para os dois rapazes. Bill foi até o sofá e sentou-se tranquilamente, porém Gustav não pôde deixar de reparar nas malas ao lado da porta.

– Querem chá ou café meninos? – Perguntou Josefine em meio a alguns pigarros sutis.

– Não, obrigado. – Gustav falou sério e sem muita cerimônia, encarou Madeleyne e correu os olhos até estes pousarem sobre as malas, Madeleyne suspirou e deu um meio sorriso amarelo.

– Vamos para Londres. – Madeleyne dirigiu-se à Gustav, respondendo a pergunta que o loiro tinha feito em silêncio, a jovem ignorou totalmente os outros dois e encarou Gustav do mesmo jeito que ele a olhava, confuso e sem entender os motivos e razões.

– Não gosta daqui? – Bill perguntou, para quebrar o silêncio e o clima pesado que havia se formado entre os quatro naquele recinto.

– Gosto e muito, mas depois de ontem, acho que preciso de algum lugar calmo. – Madeleyne abraçou Gustav, sentindo o desânimo que havia caído sobre o loiro, beijou-lhe a bochecha e sorriu timidamente.

– Entendo, vão querer ajuda na mudança? – Perguntou Bill, levantando-se do sofá e esfregando as mãos, enquanto olhava ao redor da sala.

– Não, vamos levar apenas as roupas, um dia iremos voltar para a Alemanha, prometo que não irei demorar. – Disse Madeleyne, desviando o olhar de Gustav e pegando uma das xícaras de chá.

– Okay, eu e Gustav só viemos para saber se estavam bem, já estamos indo, não é Gust?! – Bill falou enquanto dava leves cutucões no braço do loiro, este assentiu com a cabeça e despediu-se rapidamente de Josefine e Madeleyne, logo já estava do lado de fora da casa, fitando Bill impacientemente.O moreno olhou para as duas mulheres, incrédulo e desculpando-se pela impaciência do amigos.

– Então tenham uma boa viagem e não esqueçam de escrever, vou sentir saudades. – Bill abraçou Madeleyne e depositou um longo beijo em sua testa, deu dois passos para trás e meteu as mãos no bolso, caminhou apressadamente até a saída e logo ele e Gustav sumiam por entre as ruas do bairro.

– São jovens simpáticos, mas por que será que o loiro ficou tão depressivo?! – Josefine indagou à si mesma, ignorando a presença de Madeleyne, que a fitava com certa preocupação, a mesma pergunta rondava sua mente, o que havia acontecido com Gustav?


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Notas finais do capítulo

Ah queria dizer que aquela fic que eu havia recomendado.. "E o céu chorou por nós" Já chegou ao fim e eu realmente me emocionei muito, chorei por um bom tempo :b
Recomendo a leitura à todos XD



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