Kiss The Rain escrita por Jujuvia


Capítulo 2
Mais uma dor de inverno


Notas iniciais do capítulo

Ah, pois é, coincidências não existem, o que existe é a vida, tentando jogar sujo com a Madeleyne...



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A neve lá fora caía silenciosamente, cobrindo tudo como um espesso véu branco e gelado.

A lareira estalava a medida em que o fogo se consumia junto com a lenha, mas alguns cobertores eram o suficiente para manter a jovem e seus avós aquecidos.

Um álbum de recordações da família, alguns biscoitos e chocolate quente com baunilha entrertiam Josefine, Madeleyne e Robert.

– Vovó, essa é a mamãe aos 15 anos não é? – A pequena apontava e olhava fascinada para a foto da mãe, fazendo sua apresentação em O Cisne Negro, na renomada escola de balé, Temple de la Danse.

– É sim, e aqui é ela quando conheceu seu pai. – Josefine aponta para outra foto, mais conservada, onde os pais de Madeleyne se olham apaixonadamente, em baixo de uma cerejeira.

– Esta árvore ainda está de pé, sabe em qual lugar do planeta? – Pergunta Robert, pegando o globo terrestre que havia ao lado da prateleira de livros.

– Na França? Foi lá onde eu nasci. – A pequena pega o globo e o gira até encontrar o país onde nascera.

– Não, está é uma árvore de Sakura, portanto fica no...

– JAPÃO! Sim, fica no Japão, não é vovó? – A pequena aponta para o pequeno país, uma ilha perto do continente, o misterioso Japão, único lugar para onde a pequena ainda não havia ido, nem durante suas apresentações e concursos de talento, os quais nunca havia ficado em posição menor que o 2º lugar.

– Sim, é lá mesmo, por isso tem esse apelido, sua mãe sempre nos disse o quanto ficou encantada com as pequenas e delicadas flores de Sakura, e disse que quando você nasceu e viu sua pele rosada e delicada, como a daquelas flores, ficou encantada por você. – Josefine virava umas duas páginas do álbum e mostrava uma foto de Madeleyne apenas com alguns meses de vida, uma pele lindamente rosada e delicada, podia-se senti-la mesmo através de uma foto antiga.

Josefine e Robert olham durante algum tempo para a foto de Helen, sua filha mais nova e mãe de Madeleyne, sorrindo enquanto segurava as mãos da pequena, ensinando-a a andar, passo por passo, cada um por vez, aquela época sem dúvida foi a melhor para a família.

Tudo que havia eram sorrisos e gestos de afeto, natais com todos reunidos, as primeiras palavras de Madeleyne, não havia como esquecer, o dia em que a pequena disse "Josefine" , o nome de sua avó, à quem sempre foi muito apegada, uma segunda mãe, um motivo para sorrir depois de tudo.

– Bem, está na hora de dormir. – Robert levantava-se do sofá, o semblante em seu rosto era triste, aquilo ficou gravado na mente da pequena, a vontade que tinha era de correr até o quarto da mãe e chorar, abraçada aos travesseiros, que ainda mantinham um pouco do doce perfume de baunilha de Helen.

Todos já estavam em suas camas, mas Madeleyne se mantinha acordada, ela fitava o teto e por vezes a boneca de porcelana que havia ganhado.

Ela levanta-se e lentamente caminha na ponta dos pés, para não acordar seus avós, vai até o quarto da mãe, e deitando-se na cama, dorme ali mesmo, enrolada em alguns cobertores e abraçada ao travesseiro, a delicada boneca ao seu lado é a única testemunha da dor da pequena, naquele dia frio e sem vida.

Madeleyne sonha com tudo que lembra à respeito da mãe, lembra de sorrisos, abraços, palavras, natais reunidos, mas por um instante, todo aquele mundo inocente de uma criança desaparece, com gritos e soluços de Josefine.

Madeleyne pula da cama, quase que de imediato, e vai até o corredor, caminha lentamente até o quarto dos avós, ao chegar perto da grande porta branca, pára por um momento e escuta apenas alguns lamentos, agora sua compreensão já se fazia suficiente para entender o que havia acontecido.

A jovem entra no quarto e abraça sua avó, que segura a mão fria e já sem vida de Robert, as lágrimas de Madeleyne se unem com as de Josefine, e juntas expressam a mesma dor, a dor da perda.

Mais um solstício de inverno em que Madeleyne perde alguém, já era muito para o coração da pequena aguentar, será que a vida estava lhe dando uma lição?

Mas pelo que? Uma inocente criança que estava marcada pelo resto da vida, o inverno nem sempre foi triste, se tudo voltasse a ser como era para a pequena, era só o que ela desejava, sua família de volta.



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Notas finais do capítulo

Tá, eu sou má com a Madeleyne, sorry! U.U
Inspiração em breve tá?!
Reviews? Cadê vocês?



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