Kiss The Rain escrita por Jujuvia


Capítulo 18
Problemas para a bailarina


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, antes de mais nada me perdoem, deveria ter postado esse capítulo antes, mas eu estava com as unhas muito grandes e estava um horror para digitar, só hoje que tomei coragem para cortá-las T_T
Boa leitura :*



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Gustav's POV

Aquele era ao mesmo tempo o meu abraço mais aconchegante e o mais doloroso, as pequenas e quentes lágrimas de Madeleyne escorriam pelo meu ombro, molhando o tecido azul marinho do meu agasalho, agora aqueles olhos esverdeados e tão hipnotizantes eram portadores de uma dor e angústia imensas, era como se milhões e milhões de facas atravessassem o peito de Madeleyne, e de alguma forma aquela dor aguda parecia me acertar em cheio, eu estava vendo o mundo de uma garota jovem e única desmoronar por culpa de uma ligação com menos de vinte segundos.

Levantei-me da cadeira e segurei as mãos de Madeleyne, me inclinei em sua direção e beijei o alto de sua testa, seu corpo tremia de medo e sua pele estava mais pálida do que antes, se continuasse assim ficaria transparente. A segurei pela cintura e a levei comigo até a recepção do restaurante, todos olhavam, cochichavam e alguns até podiam imaginar o tipo de dor que Madeleyne sentia. 

***

- TOM! Pelo amor de Deus, me espera. –  Jaqueline gritava enquanto corria, tentando acompanhar o maior que andava a passos largos mais à frente.

- Tom, por favor me escuta, o Georg não vai fazer isso! Sabe que ele não seria capaz de fazer uma besteira dessas. – A ruiva gritou, parando no meio da rua, já estava ofegante e cansada de tentar acompanhar o de dreads.

- TOOOM! –  Jaqueline bufou e sentou-se em um banco perto da praça, observou Tom caminhar para mais longe e sumir entre as ruas escuras, iluminadas pela pobre luz alaranjada dos postes.

- Imbecil, nunca me escuta, tomara que te estuprem, ouviu bem Tom Kaulitz? TE ESTUPREM! –  Jaqueline gritou, chutando a neve que havia em baixo de seus pés e virando o rosto na direção contrária ao caminho que o de dreads havia tomado. A ruiva estava cansada e mal conseguia pensar, havia corrido quatro quarteirões berrando a plenos pulmões, tentando colocar um pingo de sanidade na cabeça de Tom, mas era definitivamente impossível.

Ficou parada por um tempo, pendeu a cabeça para trás e observou o céu limpo num tom azul marinho, havia algumas poucas estrelas, piscando lentamente, pareciam estar bocejando e preparando-se para dormir, uma pontada de arrependimento surgiu em seu peito, talvez não deveria deixar Tom sozinho numa noite escura como aquela, ainda mais no estado em que o rapaz estava.

- Jaque, me desculpa. – Disse Tom surgindo do meio da escuridão, a ruiva assustou-se mas a felicidade de vê-lo ali novamente a preencheu em segundos.

- Tudo bem, mas sabe que o Gordon me mata se algo te acontecer. – Jaqueline cruzou os braços, enquanto observava fixamente um arbusto do outro lado da rua.

- Sei, eu não o aceitava no início, era um pirralho querendo decidir quem seria meu pai, talvez nem todos sentissem tanto a minha falta. – Tom sentou-se ao lado da ruiva, envolvendo-a num abraço e observando o céu.

- E isso importa? Não é se vão sentir sua falta ou não que conta, mas sim as lembranças que as pessoas têm com você, isso é o que realmente importa, Eu detestaria que alguém chorasse a minha falta, eu adoraria se elas ouvissem o nome Jaqueline e lembrassem daquela ruiva pirralha, amiga, companheira e divertida. – Jaqueline olhou fixamente para Tom, sorriu ao ver um pequeno sorriso debochado nascer por entre os volumosos lábios do maior e uma das sobrancelhas arquearem-se de um jeito arteiro.

- Você nem é convencida né? Quem disse que você é divertida? – Tom deu um leve tapa na nuca de Jaqueline, que correspondeu com uma mordida no ombro de Tom.

- Ninguém me disse isso, por exemplo... Você acha o Bill divertido? – Tom assentiu com um leve aceno com a cabeça, enrugou o cenho, tentando entender em que ponto a ruiva queria chegar.

- E você já disse isso pra ele? Sabe... Antes que o "algum dia' seja tarde. – Jaqueline ficou séria, desviou o olhar de Tom e suspirou profundamente.

- Jaque, por que tá falando desse jeito? – Tom encarou a ruiva com seriedade, estava apreensivo, não era capaz de decifrar o que ela queria dizer, a essa hora era difícil de se saber o que deveria ser entendido e o que deveria ser ignorado.

- Essa tal Madeleyne, todos a volta dela morrem, não acha estranho? – Tom surpreendeu-se com a frase, ou talvez com a pergunta, não tinha pensado nisso até agora, tudo que sabia é que Madeleyne era uma jovem que o atraía pelo sorriso, pelo olhar hipnotizante e pela delicadeza que poucas mulheres possuem.

- Bem, eu nunca parei para pensar nisso.. Mas o que tá pensando? Que ela tem uma "maldição"? – Tom riu, fazendo no ar as aspas da última palavra, pendeu a cabeça para trás e tomou um tempo para pensar nos absurdos que enchiam a mente da ruiva.

- Só estou falando que talvez, ela tenha algum tipo de carma.. Algo assim. – Tom arqueou a sobrancelha e fitou a menor, sem expressão facial, sumiu com o sorriso debochado, as risadas mal-educadas e o ar esnobe em seu ser.

- Sabe, o Bill sempre me contava que tinha um carma, ele conseguia sentir as emoções das pessoas à quilômetros de distância, sabia se elas estavam sorrindo ou chorando, se estavam desanimadas ou contentes, e eu acho que até hoje ele consegue fazer isso, por que ele ficou me encarando hoje no meu quarto, olhou para o porta retratos vazio, onde antes tinha uma foto minha e do Georg, se não me engano estávamos posando para uma foto da banda. – Tom esfregou as mãos que já lhe doíam devido ao frio, apoiou os cotovelos sobre os joelhos e olhou fixamente para o chão.

- Georg é como um grande amigo pra você, não é? – Jaqueline perguntou, envolvendo Tom em um abraço e depositando um beijo na lateral de sua testa.

- Sim, uma vez eu estava tão bêbado e uns caras queriam acabar comigo num beco, o Georg me salvou, desde então ele tem sido meu amigo de alma, claro que tem o Gustav, o Andreas e o David, mas o Georg definitivamente me salvou. – Tom sorriu desanimadamente, levantou-se do banco de madeira e puxou Jaqueline para perto de si.

- E sabe que tem à mim, primo. – Tom sorriu ao ouvir a última palavra, ao contrário de Bill, ele valorizava essa sensação de ter Jaqueline na família, Bill sempre a viu como uma amiga, então não faria muita diferença, mas Tom via e muita, desde pequeno tentava aproximar-se daquela ruiva com jeito de menina, os olhos azuis pareciam um mar onde ele se sentia seguro, o que lhe chamava tanto a atenção é que nunca quis ficar com aquela garota, nunca sentiu vontade de tocá-la, de sentir seus lábios finos e rosados percorrendo os seus, nunca quis explorar seu corpo e sua boca com a língua, ao lado dela sentia-se aquele "Tom família" não o guitarrista malícioso, ele sentia-se apenas como Tom Kaulitz, irmão do Bill, filho de Simone e enteado de Gordon, não era Tom Kaulitz, guitarrista famoso e desejado por milhares de fãs enlouquecidas.

- Vem pirralha, vamos tomar um café. – Tom colocou o braço em volta dos ombros da menor e caminharam juntos pelas ruas vazias e geladas.

***

Madeleyne subiu as escadas congeladas do hospital e empurrou a grande porta de ferro com esforço, Gustav corria atrás dela, tentando acalmá-la mas sem dúvida as aulas de balé lhe conferiam uma agilidade maior que a de Gustav na hora de correr.

- Madeleyne! – Richard já esperava pela jovem no saguão de entrada do hospital, as luzes estavam apagadas e só havia a iluminação de dentro dos quartos dos pacientes.

- Richard, o que houve com Josefine? – perguntou Madeleyne, tomando fôlego e massageando as coxas que dóiam pelo esforço da corrida.

- Ela já está melhor agora, então que tal se... – Richard perdeu as palavras no momento em que viu Gustav terminar de subir as escadas, com uma expressão séria e ameaçadora.

- Que tal o que doutor Richard? – Perguntou Gustav, num tom rude enquanto aproximava-se de Madeleyne e a abraçava pela cintura, encarou o doutor de cima a baixo, jogando um olhar fuzilador no homem.

- Madeleyne terá que passar a noite aqui, se algo acontecer não vai querer que ela tenha que andar sozinha por essas ruas frias em plena madrugada. – Richard falou, num tom calmo, tentando manter a imagem de bom doutor, que Gustav tinha absoluta certeza de que ele não possuía.

- Tudo bem, ficaremos os dois aqui. – Disse Gustav, sorrindo sarcasticamente, abriu o mais falso sorriso que pôde e voltou a fuzilar Richard com os olhos.

- Gustav, está tudo bem, vá para casa descansar, amanhã nos falamos. – Madeleyne virou-se para o loiro, lhe deu um beijo na testa e seguiu pelo corredor que levava até o quarto de Josefine.

- É Gustav, não ouviu? Vá para a casa. – Richard virou as costas e seguiu o mesmo corredor que Madeleyne, virou a curva e logo o barulho de uma porta trancando-se pôde ser ouvido

- Madê? – Gustav gritou e ninguém respondeu, ficou preocupado e correu até corredor, assim que fez a curva que levava ao segundo andar do hospital, deparou-se com a porta da escadaria trancada pelo outro lado, esmurrou-a algumas vezes e não ouviu nada a não ser pelos passos de Richard se afastando, com uma risada rouca e arrastada.


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Notas finais do capítulo

bubu' Prometo postar o próximo capítulo logo.. Eu me empolguei na parte do Tom e da Jaqueline e me esqueci de seguir o real contexto que tinha escrito no meu caderno u.u
Mas tudo bem... O próximo capítulo vai ser uma angústia só! u_u
Ah e sobre o tal 'carma' como eu disse el é um tipo de poder, ou um Dom sem ligação sobrenatural.. Queria saber.. Qual seu carma? Tem facilidade em se meter em confusões, de conhecer gente nova, de desenhar, o que é? Deixa no review, estou curiosa^^



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