Kiss The Rain escrita por Jujuvia
Notas iniciais do capítulo
Olá leitores, antes de mais nada me perdoem, deveria ter postado esse capítulo antes, mas eu estava com as unhas muito grandes e estava um horror para digitar, só hoje que tomei coragem para cortá-las T_T
Boa leitura :*
Gustav's POV
Aquele era ao mesmo tempo o meu abraço mais aconchegante e o mais doloroso, as pequenas e quentes lágrimas de Madeleyne escorriam pelo meu ombro, molhando o tecido azul marinho do meu agasalho, agora aqueles olhos esverdeados e tão hipnotizantes eram portadores de uma dor e angústia imensas, era como se milhões e milhões de facas atravessassem o peito de Madeleyne, e de alguma forma aquela dor aguda parecia me acertar em cheio, eu estava vendo o mundo de uma garota jovem e única desmoronar por culpa de uma ligação com menos de vinte segundos.
Levantei-me da cadeira e segurei as mãos de Madeleyne, me inclinei em sua direção e beijei o alto de sua testa, seu corpo tremia de medo e sua pele estava mais pálida do que antes, se continuasse assim ficaria transparente. A segurei pela cintura e a levei comigo até a recepção do restaurante, todos olhavam, cochichavam e alguns até podiam imaginar o tipo de dor que Madeleyne sentia.
***
- TOM! Pelo amor de Deus, me espera. – Jaqueline gritava enquanto corria, tentando acompanhar o maior que andava a passos largos mais à frente.
- Tom, por favor me escuta, o Georg não vai fazer isso! Sabe que ele não seria capaz de fazer uma besteira dessas. – A ruiva gritou, parando no meio da rua, já estava ofegante e cansada de tentar acompanhar o de dreads.
- TOOOM! – Jaqueline bufou e sentou-se em um banco perto da praça, observou Tom caminhar para mais longe e sumir entre as ruas escuras, iluminadas pela pobre luz alaranjada dos postes.
- Imbecil, nunca me escuta, tomara que te estuprem, ouviu bem Tom Kaulitz? TE ESTUPREM! – Jaqueline gritou, chutando a neve que havia em baixo de seus pés e virando o rosto na direção contrária ao caminho que o de dreads havia tomado. A ruiva estava cansada e mal conseguia pensar, havia corrido quatro quarteirões berrando a plenos pulmões, tentando colocar um pingo de sanidade na cabeça de Tom, mas era definitivamente impossível.
Ficou parada por um tempo, pendeu a cabeça para trás e observou o céu limpo num tom azul marinho, havia algumas poucas estrelas, piscando lentamente, pareciam estar bocejando e preparando-se para dormir, uma pontada de arrependimento surgiu em seu peito, talvez não deveria deixar Tom sozinho numa noite escura como aquela, ainda mais no estado em que o rapaz estava.
- Jaque, me desculpa. – Disse Tom surgindo do meio da escuridão, a ruiva assustou-se mas a felicidade de vê-lo ali novamente a preencheu em segundos.
- Tudo bem, mas sabe que o Gordon me mata se algo te acontecer. – Jaqueline cruzou os braços, enquanto observava fixamente um arbusto do outro lado da rua.
- Sei, eu não o aceitava no início, era um pirralho querendo decidir quem seria meu pai, talvez nem todos sentissem tanto a minha falta. – Tom sentou-se ao lado da ruiva, envolvendo-a num abraço e observando o céu.
- E isso importa? Não é se vão sentir sua falta ou não que conta, mas sim as lembranças que as pessoas têm com você, isso é o que realmente importa, Eu detestaria que alguém chorasse a minha falta, eu adoraria se elas ouvissem o nome Jaqueline e lembrassem daquela ruiva pirralha, amiga, companheira e divertida. – Jaqueline olhou fixamente para Tom, sorriu ao ver um pequeno sorriso debochado nascer por entre os volumosos lábios do maior e uma das sobrancelhas arquearem-se de um jeito arteiro.
- Você nem é convencida né? Quem disse que você é divertida? – Tom deu um leve tapa na nuca de Jaqueline, que correspondeu com uma mordida no ombro de Tom.
- Ninguém me disse isso, por exemplo... Você acha o Bill divertido? – Tom assentiu com um leve aceno com a cabeça, enrugou o cenho, tentando entender em que ponto a ruiva queria chegar.
- E você já disse isso pra ele? Sabe... Antes que o "algum dia' seja tarde. – Jaqueline ficou séria, desviou o olhar de Tom e suspirou profundamente.
- Jaque, por que tá falando desse jeito? – Tom encarou a ruiva com seriedade, estava apreensivo, não era capaz de decifrar o que ela queria dizer, a essa hora era difícil de se saber o que deveria ser entendido e o que deveria ser ignorado.
- Essa tal Madeleyne, todos a volta dela morrem, não acha estranho? – Tom surpreendeu-se com a frase, ou talvez com a pergunta, não tinha pensado nisso até agora, tudo que sabia é que Madeleyne era uma jovem que o atraía pelo sorriso, pelo olhar hipnotizante e pela delicadeza que poucas mulheres possuem.
- Bem, eu nunca parei para pensar nisso.. Mas o que tá pensando? Que ela tem uma "maldição"? – Tom riu, fazendo no ar as aspas da última palavra, pendeu a cabeça para trás e tomou um tempo para pensar nos absurdos que enchiam a mente da ruiva.
- Só estou falando que talvez, ela tenha algum tipo de carma.. Algo assim. – Tom arqueou a sobrancelha e fitou a menor, sem expressão facial, sumiu com o sorriso debochado, as risadas mal-educadas e o ar esnobe em seu ser.
- Sabe, o Bill sempre me contava que tinha um carma, ele conseguia sentir as emoções das pessoas à quilômetros de distância, sabia se elas estavam sorrindo ou chorando, se estavam desanimadas ou contentes, e eu acho que até hoje ele consegue fazer isso, por que ele ficou me encarando hoje no meu quarto, olhou para o porta retratos vazio, onde antes tinha uma foto minha e do Georg, se não me engano estávamos posando para uma foto da banda. – Tom esfregou as mãos que já lhe doíam devido ao frio, apoiou os cotovelos sobre os joelhos e olhou fixamente para o chão.
- Georg é como um grande amigo pra você, não é? – Jaqueline perguntou, envolvendo Tom em um abraço e depositando um beijo na lateral de sua testa.
- Sim, uma vez eu estava tão bêbado e uns caras queriam acabar comigo num beco, o Georg me salvou, desde então ele tem sido meu amigo de alma, claro que tem o Gustav, o Andreas e o David, mas o Georg definitivamente me salvou. – Tom sorriu desanimadamente, levantou-se do banco de madeira e puxou Jaqueline para perto de si.
- E sabe que tem à mim, primo. – Tom sorriu ao ouvir a última palavra, ao contrário de Bill, ele valorizava essa sensação de ter Jaqueline na família, Bill sempre a viu como uma amiga, então não faria muita diferença, mas Tom via e muita, desde pequeno tentava aproximar-se daquela ruiva com jeito de menina, os olhos azuis pareciam um mar onde ele se sentia seguro, o que lhe chamava tanto a atenção é que nunca quis ficar com aquela garota, nunca sentiu vontade de tocá-la, de sentir seus lábios finos e rosados percorrendo os seus, nunca quis explorar seu corpo e sua boca com a língua, ao lado dela sentia-se aquele "Tom família" não o guitarrista malícioso, ele sentia-se apenas como Tom Kaulitz, irmão do Bill, filho de Simone e enteado de Gordon, não era Tom Kaulitz, guitarrista famoso e desejado por milhares de fãs enlouquecidas.
- Vem pirralha, vamos tomar um café. – Tom colocou o braço em volta dos ombros da menor e caminharam juntos pelas ruas vazias e geladas.
***
Madeleyne subiu as escadas congeladas do hospital e empurrou a grande porta de ferro com esforço, Gustav corria atrás dela, tentando acalmá-la mas sem dúvida as aulas de balé lhe conferiam uma agilidade maior que a de Gustav na hora de correr.
- Madeleyne! – Richard já esperava pela jovem no saguão de entrada do hospital, as luzes estavam apagadas e só havia a iluminação de dentro dos quartos dos pacientes.
- Richard, o que houve com Josefine? – perguntou Madeleyne, tomando fôlego e massageando as coxas que dóiam pelo esforço da corrida.
- Ela já está melhor agora, então que tal se... – Richard perdeu as palavras no momento em que viu Gustav terminar de subir as escadas, com uma expressão séria e ameaçadora.
- Que tal o que doutor Richard? – Perguntou Gustav, num tom rude enquanto aproximava-se de Madeleyne e a abraçava pela cintura, encarou o doutor de cima a baixo, jogando um olhar fuzilador no homem.
- Madeleyne terá que passar a noite aqui, se algo acontecer não vai querer que ela tenha que andar sozinha por essas ruas frias em plena madrugada. – Richard falou, num tom calmo, tentando manter a imagem de bom doutor, que Gustav tinha absoluta certeza de que ele não possuía.
- Tudo bem, ficaremos os dois aqui. – Disse Gustav, sorrindo sarcasticamente, abriu o mais falso sorriso que pôde e voltou a fuzilar Richard com os olhos.
- Gustav, está tudo bem, vá para casa descansar, amanhã nos falamos. – Madeleyne virou-se para o loiro, lhe deu um beijo na testa e seguiu pelo corredor que levava até o quarto de Josefine.
- É Gustav, não ouviu? Vá para a casa. – Richard virou as costas e seguiu o mesmo corredor que Madeleyne, virou a curva e logo o barulho de uma porta trancando-se pôde ser ouvido
- Madê? – Gustav gritou e ninguém respondeu, ficou preocupado e correu até corredor, assim que fez a curva que levava ao segundo andar do hospital, deparou-se com a porta da escadaria trancada pelo outro lado, esmurrou-a algumas vezes e não ouviu nada a não ser pelos passos de Richard se afastando, com uma risada rouca e arrastada.
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bubu' Prometo postar o próximo capítulo logo.. Eu me empolguei na parte do Tom e da Jaqueline e me esqueci de seguir o real contexto que tinha escrito no meu caderno u.u
Mas tudo bem... O próximo capítulo vai ser uma angústia só! u_u
Ah e sobre o tal 'carma' como eu disse el é um tipo de poder, ou um Dom sem ligação sobrenatural.. Queria saber.. Qual seu carma? Tem facilidade em se meter em confusões, de conhecer gente nova, de desenhar, o que é? Deixa no review, estou curiosa^^