Kiss The Rain escrita por Jujuvia


Capítulo 16
Uma flor estragada


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores queridos.. Antes de mais nada queria me desculpar pela demora.. E dizer que esse capítulo não está grande coisa.. E eu sei que já estou enrolando demais né? Vocês querem logo saber quando a história começa realmente.. Mas bem, boa leitura :)



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Madeleyne dormia tranquilamente em seu quarto, a luz alaranjada do sol entrava pelas frestas da janela e acertava o rosto dela em cheio, fazendo com que acordasse aos poucos, primeiro percebeu os sons ao seu redor, viu formas do que pareciam ser os móveis de seu quarto e por fim encarou os próprios olhos no grande espelho que cobria toda a parede do outro lado da cama, lembrou-se que em menos de duas horas iria encontrar-se com Gustav, um sorriso animado surgiu em seu rosto ao mesmo tempo que uma dor surgiu em seu peito e os pensamentos começaram a se tornar incomodáveis... "Como será a mãe dele?" "Será que ela é do jeito que me lembro que uma mãe deve ser?" 

O fato de saber que as outras pessoas ainda tinham seus pais vivos não a incomodava, só não achava justo que a vida tivesse tirado seus pais e seu avô dela, por que tudo isso? Afinal o que ela havia feito de tão mal, para que fosse castigada dessa forma?Assustou-se com o barulho estridente do despertador metálico que ficava sobre o criado mudo, riu da própria careta de surpresa, esticou o braço para fora dos cobertores e desligou o despertador. Ficou algum tempo parada, pensando no quanto havia dormido bem, nem se lembrava qual tinha sido seu último cochilo durante a tarde, as aulas de balé e piano tomavam muito de seu tempo e agora sentia-se esgotada, talvez não devesse preocupar-se tanto com as aulas, tinha que pensar em Josefine.. Madeleyne balançou a cabeça, espantando os pensamentos ruins e negativos.

Levantou-se lentamente da cama, espreguiçou-se manhosa enquanto bocejava, sentiu seus músculos agradeceram pelas horas de descanso. Esfregou as mãos no rosto e sorriu para seu reflexo no grande espelho, foi para o banheiro e deixou que a água morna levasse todas suas preocupações pelo ralo... "Seria bom se isso fosse mesmo possível".. Pensou Madeleyne, espalmando as mãos pelos frios azulejos rosados na parede, fechou os olhos e por um momento pensou ter dormido em pé, suspirou pesadamente enquanto pendia a cabeça para trás, sentindo a maravilhosa sensação da água quente escorrendo por seu rosto.

***

- Jaque, eu ainda não estou entendendo. – Bill revirou os olhos enquanto bufava insatisfeito com as desculpas esfarrapadas de Jaqueline.

- Viu o jeito que ele olhava para ela? Aquela tal de.. Matilda? – Bill riu do engano de Jaqueline, levantou-se e caminhou lentamente até a janela.

- É Madeleyne, acho que deve ser frânces. – Dessa vez um sorriso tímido se apossou dos lábios do maior, que inclinou a cabeça para baixo enquanto colocava as mãos no bolso e escorava-se no parapeito da janela, de costas para a rua. A ruiva o fitou com certa desconfiança, colocou as mãos para trás e caminhou lentamente até o moreno, manhosa e calculista, imaginando todas as possíveis reações do rapaz.

- Gosta dela Bill? – O maior arregalou os olhos com a pergunta, encarou a jovem ruiva e balançou a cabeça, negando a pergunta.

- Mal a conheço.. Claro que ela é muito bonita, é tímida e diferente das outras garotas que conheci mas acho que o Tom quer ela, então nem me importo. – Bill virou-se de costas para Jaqueline, que não engoliu a parte do "Então nem me importo" , caminhou animadamente até o maior e o encarou desconfiada com aquela conversa.

- Bill, não minta para mim. Sabe que eu não quero ver meu primo triste. – Bill sorriu e apertou as bochechas da ruiva.

- Meio-primo, lembre-se que não somos cem por cento de sangue. – Jaqueline revirou os olhos e pulou em Bill, o derrubando por cima do sofá.

- Seu bobo, sou uma Trümper, sobrinha do seu padrasto, portando somos primos! – Jaqueline mostrou a língua para Bill, que fez careta e mordeu a bochecha da ruiva, a segurou pela cintura e levantou-se do sofá.

- Eu não tenho sangue Trümper e nem levo o sobrenome.. Mas já que insiste tanto, então vamos fingir que você também é Kaulitz. – Bill acendeu um cigarro e deu uma longa tragada, sentou-se em uma poltrona que ficava ao lado da lareia, pendeu a cabeça para trás e soltou a fumaça lentamente.

- Sabia que isso pode te matar? – Bill deu de ombros e ignorou qualquer argumento que a ruiva dissesse sobre seu cigarro.

- Por que disse que era minha futura noiva? – Bill sorriu maliciosamente, encarando a ruiva que havia corado levemente em suas bochechas.

- Por que o Gustav estava olhando de um jeito diferente para aquela garota, a Madyson. – Bill riu da cara emburrada que Jaqueline fez, inclinou o corpo na direção da menor e lentamente depositou um beijo em sua testa.

- Ele está cuidando dela, Madeleyne está sozinha e você sabe por que ele não quer vê-la mal. – Jaqueline olhou confusa para Bill, que sorria debochadamente para o nada, olhava para as cortinas azuladas da sala e ria de alguma coisa perdida em sua mente.

- Por que? Me diga por favor. – A ruiva debruçou-se sobre os joelhos do maior, que a fitou com ironia, soltou uma risada descontraída e levantou-se da poltrona.

- Por que existe uma certa pessoa, que quando fica tímida, acaba hipnotizando o Gustav.. E bem, como eu já disse, a Madeleyne é uma garota muito tímida. – Bill deu uma longa tragada em seu cigarro e encarou a menor, que o observava ainda confusa.

- Jaqueline, devo muita coisa à você mas como minha amiga, sabe que tem certas coisas que eu vou deixar você descobrir por si só. – Bill segurou o rosto da menor, aproximou-se das delicadas bochechas e deixou um beijo na pele macia, ergueu a cabeça e saiu, sem dizer mais nada.

Jaqueline encarava a porta pela qual Bill havia saído, pensou que talvez o maior voltasse e lhe desse alguma explicação, mas o pensamento se desmanchou quando ouviu a voz de Bill e Georg na rua e logo o som dos latidos de Scooty se afastando ao longe, até sumirem completamente.

Fitou as chamas da lareira dançando conforme uma doce música de piano preenchia o lugar, encolheu-se dentro do casaco e caminhou lentamente pelos corredores da casa, seguia a delicada música enquanto pensava nas palavras de Bill, o que ele quis dizer com "tem certas que vou deixar você descobrir por si só" ? Havia algo que ela precisava descobrir? Tudo que precisava saber já estava em sua mente, todas bem claras e sem confusão, pelo menos era assim que ela pensava.

Parou de frente para a porta do quarto de Tom, lembrou-se do quanto ele detestava que entrassem em seu quarto, mas não se importou, abriu a porta lentamente, empurrando-a com cuidado para que o outro não notasse sua presença.

Deparou-se com um Tom triste, encarando um porta-retratos vazio, o de dreads trajava apenas uma calça moleton e um par de meias, algumas poucas lágrimas escorriam pela extensão da pele amorenada, Jaqueline sentiu uma dor forte em sua garganta, deu alguns passos largos na direção do maior e o encarou, ele nem se deu ao trabalho de dizer uma única palavra, apenas lançou um olhar frio na direção da ruiva.

Jaqueline ajoelhou-se de frente para o de dreads, colocou as mãos por cima das coxas de Tom e o encarou com uma olhar sem brilho, esperando por alguma reação, a ruiva esbravejava por dentro, implorando mentalmente para que o maior a xingasse, dissesse algo de ruim para ela, como costumava fazer, era diferente mas era o único jeito que Tom sabia usar para dizer que gostava de alguém.

- Droga, me manda embora do quarto, diz que pareço um ogro, fala que eu sou uma pirralha, por favor qualquer coisa seu merda! – Jaqueline sacudiu os ombros de Tom, mas ele não esboçou reação alguma, apenas segurou a ruiva nos braços e afagou seus cabelos.

- Sua fedelha, não queria que me visse assim, achei que tinha saído com o Bill e o... – Tom estremeceu ao lembrar-se do amigo, deixou algumas lágrimas caírem e uma risada sarcastica sair de seus lábios.

- Ele não merece isso, ele a ama tanto e eu mal consigo ficar com a mesma garota por mais de duas semanas. – Tom escondeu o rosto por entre os compridos cabelos da menor.

Jaqueline compreendeu o que estava acontecendo, depositou um beijo no maxilar de Tom e o abraçou pela cintura, esfregou as mãos em suas costas ao sentir a pele fria do maior.

- Não vai resolver nada se morrer de frio, vá colocar um casaco e não se esqueça do sutiã, seu mulherzinha chorona. – Jaqueline deu um leve soco no ombro do maior e levantou-se, foi até o guarda-roupas e pegou algumas blusas de lã.

- Liza é uma vadia, se gostasse mesmo do Georg não ficaria dando mole pra você. – Disse Jaqueline, colocando as blusas no colo de Tom.

- E eu sou um merda por ter caído nessa, se fosse um bom amigo eu teria dito à ele, não dormido com ela. – Jaqueline acertou um tapa no rosto de Tom, que a olhou com raiva, encarou os claros olhos da menor e tentou sorrir.

- Obrigado, eu merecia isso. – Tom abraçou a ruiva, sentiu o sentimento de culpa sumir por aquele instante, entendeu que ficar lamentando não resolveria o problema e nem mudaria os fatos. E o fato mais relevante é que.. Liza não era uma flor que se cheirasse.

Tom soltou a menor e vestiu as blusas de lã, sentiu o corpo esquentar rapidamente e até uma sensação de cansaço fazer com que seu corpo deslizasse para baixo das cobertas e seus olhos começassem a pesar.

- Boa noite Tom. – O maior ouviu a voz da ruiva, sorriu em resposta e logo adormeceu.

Seus últimos pensamentos foram calmos, planejou contar à Georg o que acontecia bem de baixo de seu nariz, temeu o ódio que talvez o amigo sentisse, sorriu ao pensar que conseguiu forças para admitir a verdade, na pessoa que ele mais criticava.


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Notas finais do capítulo

Odeiem a Liza, não a Jaque u.u
Beijos para a Lara Monique que está me matando de curiosidade com a fic dela...
Se o sono não me dominar, irei postar outro capítulo hoje mesmo.. nyaaaa :3



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