Kiss The Rain escrita por Jujuvia
Notas iniciais do capítulo
Olá pessoal.. trouxe mais um capítulo para compensar a minha demora.. No próximo capítulo vocês irão entender por que a Jaqueline disse aquelas coisas.. ok?! :)
Boa leitura ♥
– Helen. – A jovem loira virou-se para o rapaz de cabelos escuros e olhos verdes.
– Adam? – O rapaz desviou o olhar, as palavras pareciam fugir de seus lábios, ele queria dizer àquela garota, ele precisava dizer o que sentia.
– Boa sorte. – Fuzilou à si mesmo por pensamento, foi fraco e incapaz de dizer algo tão simples, ou talvez não fosse assim tão fácil.Alguma vez já tentou dizer o que sentia, sem sentir medo?
– Ah, tudo bem, obrigado. – A menor virou-se, ajeitou o longo vestido rosa claro e caminhou lentamente até as grossas cortinas vermelhas, que levavam até o palco. Uma noite única no Japão, há muito tempo já havia deixado o balé, para seguir na música.
– Helen espera por favor. – A jovem sentiu um arrepio percorrer seu corpo inteiro, cada terminação nervosa parecia entrar em choque com a sensação de alegria que tomava conta de seu coração.
– Não posso deixar que você vá embora, sem antes te dizer que... – A voz falhou, o súor começava a correr gelado por sua testa, sentia as pernas ficarem sem força mas agora não voltaria atrás, tinha que dizer algo e se não pudesse falar, então ainda poderia demonstrar.
Aproximou-se da menor e a envolveu em seus braços, aproximaram os lábios em desespero e angústia, queriam aquilo, precisavam daquilo para estarem completos, apertaram os lábios delicadamente um contra o outro, um frio percorreu a espinha da jovem e logo a sensação do beijo fez com que fechasse os olhos, pousou as mãos em volta do pescoço do rapaz enquanto ele envolvia sua cintura, puxando-a mais para si, sentiram os corações baterem acelerados e lentos ao mesmo tempo.
Separaram-se para buscar pelo ar que insistia em fugir-lhe dos pulmões, sorriram tímidos um para o outro, não ousaram separar os corpos, que há muito já pediam por aquele toque, aquele carinho, aquela sensação única.
– Queria te dizer que eu te amo. – Adam corou e lentamente soltou a cintura da menor, segurou suas mãos delicadas e a olhou fixamente.
– Isso eu já sabia, mas precisava ouvir você dizer. – Helen sorriu lindamente, tirando alguns fios de cabelo que haviam se desprendido de seu penteado.
– Meu leãozinho...
***
– MÃE! – Madeleyne gritou, despertando de seu sono, recebeu olhares frios das enfermeiras do quarto ao lado, Gustav apareceu ofegante no corredor e correu até a poltrona onde a jovem estava dormindo antes.
– Madê o que houve? – Gustav ajoelhou-se na frente da menor, segurando sua mão e olhando fixamente para seu rosto pálido e assustado.
– Eu sonhei com meus pais, a gravação... Preciso da gravação. – Madeleyne parecia confusa, levantou-se da poltrona e caminhou até o corredor, Gustav caminhava ao seu lado, cuidando para que ela não desmaiasse, pois do jeito que estava parecia que a qualquer momento teria um ataque de nervos, parecia tão frágil agora.
– Mas que gravação? Do que está falando? Por favor alguma enfermeira nos ajude. – Logo todos observavam os jovens escorados na parede, atordoados com alguma coisa. Gustav não conseguia entender nada do que Madeleyne falava e ela nem podia explicar-se direito.
– Eu estou bem, não se preocupem. – Madeleyne abraçou-se em Gustav e lentamente começou a acalmar-se, havia apenas tomado um susto, como se fosse uma criança em noite de tempestade.
Madeleyne encolheu-se no aconchegante abraço de Gustav, escondeu o rosto na curva do pescoço do loiro, sentiu o aroma da pele do maior preencher sua mente, apertou os olhos tentando afastar todos os pensamentos ruins e aspirou o ar bruscamente, como se estivesse se afogando num mar seco.
– Klaus? – Gustav e Madeleyne viraram-se na direção da voz rouca, depararam-se com um homem alto, de olhos verdes e cabelos castanhos, alguns poucos grisalhos mostravam um homem com talvez mais de quarenta anos, vestia um jaleco branco e segurava uma prancheta de anotações.
– Sim? – Madeleyne e Gustav perguntaram em uníssono, se entreolharam confusos, encararam-se por um tempo e Gustav sorriu.
– Sou Madeleyne Klaus Chevalier. – Madeleyne saudou o homem com um aperto de mãos e encolheu-se dentro do casaco ao sentir uma corrente de ar entrar pela janela no final do corredor.
– Sou o doutor Richard, é um prazer conhecê-la, deve ser a filha de Josefine. – Madeleyne surpreendeu-se com a frase do homem, cruzou os braços e fitou o chão.
– Ela é neta da Josefine, e eu sou Gustav Klaus Wolfgang Schäfer. – O homem arregalou os olhos e sorridente apertou a mão de Gustav, olhava para Madeleyne e para o loiro, olhando cada detalhe nos dois jovens.
– Qual o parentesco com a paciente? – Richard perguntou, olhando para Gustav.
– Sou apenas amigo da Madeleyne, nem sabia que tínhamos o mesmo sobrenome. – Richard riu e caminhou até o quarto onde Josefine dormia, Gustav a observou fixamente e notou um tom mais saudável em seu ser, na noite de Natal ela estava pálida, com olheiras e lábios secos, a pele parecia que ia partir-se em milhares de pedaços a qualquer momento, mas não hoje..
– Josefine se mostrou tão jovem, tão saudável, que não pensei que já tivesse uma neta tão... – Richard olhou matreiro para Madeleyne, colocou as mãos dentro do bolso e desceu os olhos pelo corpo de Madeleyne, como se a saboreasse com o olhar.
– Uma neta tão bonita e delicada. – Foi até o outro lado do quarto, onde havia uma mesa com alguns papéis empilhados e alguns remédios.
– Sugiro que tome alguns calmantes senhorita Klaus. – Richard entregou dois comprimidos para Madeleyne e um copo com água.
– Obrigado doutor Richard, mas tenho certeza de que Madeleyne ficará bem. – Gustav abraçou a jovem, afagando seus cabelos e olhando cinicamente para o homem.
– Eu vou estar cuidando dela. – Gustav falou seco, inexpressivo e olhando fixamente nos olhos verdes de Richard.
– Tudo bem senhor Wolfgang, faça como quiser. – Richard pegou alguns papéis sobre a mesa e caminhou lentamente até a porta.
– Mas não hesite em me procurar senhorita Klaus. – Richard disse, com um ar matreiro, deu alguns passos largos e sumiu pelo corredor. Gustav encarou a porta onde ele estava, beijou a testa de Madeleyne e a abraçou com mais firmeza.
Como um doutor com aparência tão cavalheira poderia ter olhado com tamanha malícia para a delicada Madeleyne?!
Uma jovem doce não deveria receber olhares vorazes, carregados de luxúria e pensamentos sujos.
Prometeu à si mesmo que jamais deixaria Madeleyne sozinha com aquele homem, que jamais deixaria que outro homem olhasse daquela forma para uma garota tão delicada e inocente.
***
Madeleyne brincava distraída com a colher dentro da xícara de café, a cabeça estava apoiada em uma das mãos e o olhar estava longe, perdido em algum lugar no céu limpo lá fora, a neve havia parado de cair desde a noite anterior, um sol tímido e fraco tentava iluminar o dia.
– Madeleyne, vai ficar sozinha em casa até que Josefine receba alta do hospital? – Madeleyne olhou para Gustav, pensativa e processando as palavras do loiro, estava tão distraída que nem ao menos o ouviu falar.
– Espero que ela fique bem. – Foi só o que conseguiu pronunciar, Gustav suspirou desanimado e segurou a mão da garota, que o olhou apreensiva, agora prestava atenção no olhar angustiante do loiro, não havia notado o quanto ele havia se envolvido com ela.
– Eu estou preocupado com você, por favor preste atenção ao seu redor. – Gustav entrelaçou as mãos, deu um pequeno sorriso e fitou o rosto da jovem, esperando alguma resposta que o agradasse.
– Tudo bem, eu estava pensando, será que somos da mesma família? – Madeleyne sorriu, brincando com o anel no dedo anelar de Gustav.
– Talvez, poderia vir até a minha casa, te apresento à minha mãe e podemos ver a árvore genealógica da família. – Madeleyne abriu um sorriso infantil, balançou a cabeça num "sim" animado.
– Janta comigo então? – Gustav sentiu o rosto esquentar, olhou para o chão e riu ao sentir as cócegas na palma da mão que Madeleyne segurava.
– Claro, agora tenho que ir para casa, nos vemos às sete da noite? – Gustav não conseguiu se pronunciar, apenas balançou a cabeça e sorriu timidamente.
– Até depois então. – Madeleyne levantou-se da cadeira e depositou um estalado beijo na bochecha de Gustav, que sentiu o rosto esquentar mais uma vez.
Virou-se para trás e observou a jovem caminhar para fora da lanchonete, um sorriso bobo e faceiro nasceu no canto de seus lábios e tomou conta de seu rosto, ajeitou os óculos e levantou-se.
Observou o céu cinza, as pessoas caminhavam apressadas, se alguma delas parasse por algum momento e olhasse para aquele céu tão diferente, se aproveitassem mais aqueles detalhes.
Gustav orgulhava-se de prestar atenção nos detalhes, até nos menores.
Por isso foi capaz de notar os olhares sujos de Richard, ainda tinha que preocupar-se com o bem estar de Madeleyne perto daquele imundo.
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No próximo capítulo vão entender um pouco mais sobre a Jaqueline e descobrir que talvez Gustav e Madeleyne tenham uma "ligação" mas não falo mais nada :X