Kiss The Rain escrita por Jujuvia


Capítulo 15
Olhares sujos


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal.. trouxe mais um capítulo para compensar a minha demora.. No próximo capítulo vocês irão entender por que a Jaqueline disse aquelas coisas.. ok?! :)
Boa leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/181322/chapter/15

– Helen. – A jovem loira virou-se para o rapaz de cabelos escuros e olhos verdes.

– Adam? – O rapaz desviou o olhar, as palavras pareciam fugir de seus lábios, ele queria dizer àquela garota, ele precisava dizer o que sentia.

– Boa sorte. – Fuzilou à si mesmo por pensamento, foi fraco e incapaz de dizer algo tão simples, ou talvez não fosse assim tão fácil.Alguma vez já tentou dizer o que sentia, sem sentir medo?

– Ah, tudo bem, obrigado. – A menor virou-se, ajeitou o longo vestido rosa claro e caminhou lentamente até as grossas cortinas vermelhas, que levavam até o palco. Uma noite única no Japão, há muito tempo já havia deixado o balé, para seguir na música.

– Helen espera por favor. – A jovem sentiu um arrepio percorrer seu corpo inteiro, cada terminação nervosa parecia entrar em choque com a sensação de alegria que tomava conta de seu coração.

– Não posso deixar que você vá embora, sem antes te dizer que... – A voz falhou, o súor começava a correr gelado por sua testa, sentia as pernas ficarem sem força mas agora não voltaria atrás, tinha que dizer algo e se não pudesse falar, então ainda poderia demonstrar.


Aproximou-se da menor e a envolveu em seus braços, aproximaram os lábios em desespero e angústia, queriam aquilo, precisavam daquilo para estarem completos, apertaram os lábios delicadamente um contra o outro, um frio percorreu a espinha da jovem e logo a sensação do beijo fez com que fechasse os olhos, pousou as mãos em volta do pescoço do rapaz enquanto ele envolvia sua cintura, puxando-a mais para si, sentiram os corações baterem acelerados e lentos ao mesmo tempo.

Separaram-se para buscar pelo ar que insistia em fugir-lhe dos pulmões, sorriram tímidos um para o outro, não ousaram separar os corpos, que há muito já pediam por aquele toque, aquele carinho, aquela sensação única.

– Queria te dizer que eu te amo. – Adam corou e lentamente soltou a cintura da menor, segurou suas mãos delicadas e a olhou fixamente.

– Isso eu já sabia, mas precisava ouvir você dizer. – Helen sorriu lindamente, tirando alguns fios de cabelo que haviam se desprendido de seu penteado.

– Meu leãozinho...


***


– MÃE! – Madeleyne gritou, despertando de seu sono, recebeu olhares frios das enfermeiras do quarto ao lado, Gustav apareceu ofegante no corredor e correu até a poltrona onde a jovem estava dormindo antes.

– Madê o que houve? – Gustav ajoelhou-se na frente da menor, segurando sua mão e olhando fixamente para seu rosto pálido e assustado.

– Eu sonhei com meus pais, a gravação... Preciso da gravação. – Madeleyne parecia confusa, levantou-se da poltrona e caminhou até o corredor, Gustav caminhava ao seu lado, cuidando para que ela não desmaiasse, pois do jeito que estava parecia que a qualquer momento teria um ataque de nervos, parecia tão frágil agora.

– Mas que gravação? Do que está falando? Por favor alguma enfermeira nos ajude. – Logo todos observavam os jovens escorados na parede, atordoados com alguma coisa. Gustav não conseguia entender nada do que Madeleyne falava e ela nem podia explicar-se direito.

– Eu estou bem, não se preocupem. – Madeleyne abraçou-se em Gustav e lentamente começou a acalmar-se, havia apenas tomado um susto, como se fosse uma criança em noite de tempestade.


Madeleyne encolheu-se no aconchegante abraço de Gustav, escondeu o rosto na curva do pescoço do loiro, sentiu o aroma da pele do maior preencher sua mente, apertou os olhos tentando afastar todos os pensamentos ruins e aspirou o ar bruscamente, como se estivesse se afogando num mar seco.

– Klaus? – Gustav e Madeleyne viraram-se na direção da voz rouca, depararam-se com um homem alto, de olhos verdes e cabelos castanhos, alguns poucos grisalhos mostravam um homem com talvez mais de quarenta anos, vestia um jaleco branco e segurava uma prancheta de anotações.

– Sim? – Madeleyne e Gustav perguntaram em uníssono, se entreolharam confusos, encararam-se por um tempo e Gustav sorriu.

– Sou Madeleyne Klaus Chevalier. – Madeleyne saudou o homem com um aperto de mãos e encolheu-se dentro do casaco ao sentir uma corrente de ar entrar pela janela no final do corredor.

– Sou o doutor Richard, é um prazer conhecê-la, deve ser a filha de Josefine. – Madeleyne surpreendeu-se com a frase do homem, cruzou os braços e fitou o chão.

– Ela é neta da Josefine, e eu sou Gustav Klaus Wolfgang Schäfer. – O homem arregalou os olhos e sorridente apertou a mão de Gustav, olhava para Madeleyne e para o loiro, olhando cada detalhe nos dois jovens.

– Qual o parentesco com a paciente? – Richard perguntou, olhando para Gustav.

– Sou apenas amigo da Madeleyne, nem sabia que tínhamos o mesmo sobrenome. – Richard riu e caminhou até o quarto onde Josefine dormia, Gustav a observou fixamente e notou um tom mais saudável em seu ser, na noite de Natal ela estava pálida, com olheiras e lábios secos, a pele parecia que ia partir-se em milhares de pedaços a qualquer momento, mas não hoje..

– Josefine se mostrou tão jovem, tão saudável, que não pensei que já tivesse uma neta tão... – Richard olhou matreiro para Madeleyne, colocou as mãos dentro do bolso e desceu os olhos pelo corpo de Madeleyne, como se a saboreasse com o olhar.

– Uma neta tão bonita e delicada. – Foi até o outro lado do quarto, onde havia uma mesa com alguns papéis empilhados e alguns remédios.

– Sugiro que tome alguns calmantes senhorita Klaus. – Richard entregou dois comprimidos para Madeleyne e um copo com água.

– Obrigado doutor Richard, mas tenho certeza de que Madeleyne ficará bem. – Gustav abraçou a jovem, afagando seus cabelos e olhando cinicamente para o homem.

– Eu vou estar cuidando dela. – Gustav falou seco, inexpressivo e olhando fixamente nos olhos verdes de Richard.

– Tudo bem senhor Wolfgang, faça como quiser. – Richard pegou alguns papéis sobre a mesa e caminhou lentamente até a porta.

– Mas não hesite em me procurar senhorita Klaus. – Richard disse, com um ar matreiro, deu alguns passos largos e sumiu pelo corredor. Gustav encarou a porta onde ele estava, beijou a testa de Madeleyne e a abraçou com mais firmeza.

Como um doutor com aparência tão cavalheira poderia ter olhado com tamanha malícia para a delicada Madeleyne?!

Uma jovem doce não deveria receber olhares vorazes, carregados de luxúria e pensamentos sujos.

Prometeu à si mesmo que jamais deixaria Madeleyne sozinha com aquele homem, que jamais deixaria que outro homem olhasse daquela forma para uma garota tão delicada e inocente.


***


Madeleyne brincava distraída com a colher dentro da xícara de café, a cabeça estava apoiada em uma das mãos e o olhar estava longe, perdido em algum lugar no céu limpo lá fora, a neve havia parado de cair desde a noite anterior, um sol tímido e fraco tentava iluminar o dia.

– Madeleyne, vai ficar sozinha em casa até que Josefine receba alta do hospital? – Madeleyne olhou para Gustav, pensativa e processando as palavras do loiro, estava tão distraída que nem ao menos o ouviu falar.

– Espero que ela fique bem. – Foi só o que conseguiu pronunciar, Gustav suspirou desanimado e segurou a mão da garota, que o olhou apreensiva, agora prestava atenção no olhar angustiante do loiro, não havia notado o quanto ele havia se envolvido com ela.

– Eu estou preocupado com você, por favor preste atenção ao seu redor. – Gustav entrelaçou as mãos, deu um pequeno sorriso e fitou o rosto da jovem, esperando alguma resposta que o agradasse.

– Tudo bem, eu estava pensando, será que somos da mesma família? – Madeleyne sorriu, brincando com o anel no dedo anelar de Gustav.

– Talvez, poderia vir até a minha casa, te apresento à minha mãe e podemos ver a árvore genealógica da família. – Madeleyne abriu um sorriso infantil, balançou a cabeça num "sim" animado.

– Janta comigo então? – Gustav sentiu o rosto esquentar, olhou para o chão e riu ao sentir as cócegas na palma da mão que Madeleyne segurava.

– Claro, agora tenho que ir para casa, nos vemos às sete da noite? – Gustav não conseguiu se pronunciar, apenas balançou a cabeça e sorriu timidamente.

– Até depois então. – Madeleyne levantou-se da cadeira e depositou um estalado beijo na bochecha de Gustav, que sentiu o rosto esquentar mais uma vez.

Virou-se para trás e observou a jovem caminhar para fora da lanchonete, um sorriso bobo e faceiro nasceu no canto de seus lábios e tomou conta de seu rosto, ajeitou os óculos e levantou-se.

Observou o céu cinza, as pessoas caminhavam apressadas, se alguma delas parasse por algum momento e olhasse para aquele céu tão diferente, se aproveitassem mais aqueles detalhes.

Gustav orgulhava-se de prestar atenção nos detalhes, até nos menores.

Por isso foi capaz de notar os olhares sujos de Richard, ainda tinha que preocupar-se com o bem estar de Madeleyne perto daquele imundo.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

No próximo capítulo vão entender um pouco mais sobre a Jaqueline e descobrir que talvez Gustav e Madeleyne tenham uma "ligação" mas não falo mais nada :X



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Kiss The Rain" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.