And All Things Will End escrita por Saáh


Capítulo 7
Capítulo 6 - Conquistando o amor


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores.
Primeiramente desculpem o título tosco do capítulo. Não consegui pensar em nada melhor ¬¬'
Tenho que confessar uma coisa. Quando estava digitando o capítulo, não gostei de como o começo estava. Não conseguia descrever de um jeito legal os pensamentos da Clary. Então, tive a brilhante ideia de mudar esse começo para o POV do Matt (sim, foi bem mais fácil pensar como um homem nessa hora haha).
Eu gostei do jeito que ficou e espero que todos vocês também gostem.
Beijoos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/181155/chapter/7

POV Matt


Eu olhava atentamente para Clary. Ela parecia assustada e seus pensamentos provavelmente estavam a mil por hora. Mas o que ela estaria pensando?

Esperei pacientemente enquanto me remoía por dentro pensando se deveria ter dito mais coisas, ou se fui direto demais. Ela abriu a boca e parecia tentar encontrar palavras para falar.

“É... eu...” ela parou e engoliu seco. “Não sei o que te dizer”

Olhei em seus olhos e percebi que ela realmente estava confusa. Acho que ela não desconfiava de nada então. Bom, sem problemas, eu tinha pensado nessa possibilidade.

“Você gosta de mim?” perguntei temendo saber a resposta.

“Sim” Ela respondeu de imediato, e depois acrescentou “ mas talvez não da mesma forma que você gosta de mim.” Eu sorri para ela tentando parecer o mais natural possível.

"Tudo bem. Talvez eu esteja sendo um pouco precipitado, mas eu precisava que você soubesse isso. Eu entendo que você não sinta o mesmo por mim ainda afinal nós mal nos conhecemos e você mesma disse que não era assim que as coisas aconteciam. Eu posso ser paciente, mas isso de nada valerá se você não me quiser Clary. Então, você me dá uma chance de provar pra você que eu mereço seu amor e posso te fazer feliz?"

Olhei para ela com expectativa. Havia montado frases em minha cabeça para esse momento, até ensaiado com o Syn, mas isso de nada adiantou. Olhando para ela agora, aquelas eram as verdadeiras palavras que eu precisava dizer. Clary parecia estar tendo um debate interno com ela mesma. Meu Deus, como eu queria poder saber o que ela estava pensando! Ela olhou para baixo, onde eu segurava a sua mão e depois de alguns segundos, olhou para mim novamente. Em seus olhos eu vi que ela já havia tomado uma decisão.

“Você está certo. Nós mal nos conhecemos ainda. E apesar de ter dito que eu gosto muito da sua companhia, eu nunca tinha pensado em nós dois... juntos. Sei lá, talvez eu achei que isso não iria acontecer. Mas ao mesmo tempo, por algum motivo, eu não quero te dizer um não. Eu gosto de você sim, não ao ponto de estar apaixonada também, mas gosto. E justamente por isso, eu não vejo porque não te dar uma chance.” Ela sorriu.

Naquele momento eu me senti o cara mais feliz do mundo. A mulher que eu amava estava me dando uma chance de provar todo o meu amor e conquistar ela!

“Você não irá se arrepender disso.” E então um pensamento me ocorreu. ”Mas, se em algum momento eu extrapolar ou te incomodar, pode me falar. Eu não quero que você se sinta desconfortável nem nada.” Disse preocupado. Eu teria que saber usar muito bem essa oportunidade.

“Tudo bem.” Ela disse ainda sorrindo.

Ficamos ali, parados, olhando um para o outro enquanto eu segurava suas mãos. Minha vontade era puxar Clary para os meus braços e dar um daqueles beijos de tirar o fôlego, mas eu sabia que não seria certo se fizesse isso. Eu me controlei com a certeza de que um dia eu ainda teria esse momento.

Clary disse que precisava dormir e se despediu de mim. Enquanto ela ia embora, comecei a pensar em tudo o que faria para conquistá-la.



POV Clary



Acordei e fiquei olhando para o teto. Eu tinha sonhado ou tudo aquilo realmente tinha acontecido? Peguei meu celular e uma mensagem do Matt pedindo para que almoçássemos juntos provou que não tinha sido sonho.

Um sorriso bobo surgiu em meus lábios. Matt estava apaixonado por mim!

Podia parecer estúpido pensar assim, mas não estaria sendo sincera comigo mesma se simplesmente dissesse “Ok, vamos ficar juntos a partir de agora então.” Essa não era eu. Estaria mentindo para o Matt também se fizesse isso pois eu não o amava ainda. Não verdade eu realmente nunca tinha pensado em nós dois como um casal. Eu admirava todos os seus atributos desde que o conheci sim, mas achava isso normal. Agora as coisas provavelmente seriam diferentes.

Respondi a mensagem dizendo que sim e ele me avisou que estaria passando para me buscar em 15 minutos. Me arrumei correndo e fiquei aliviada quando sai do quarto e vi que não havia mais ninguém no apartamento.

Matt me levou para um restaurante em um bairro de classe média-alta. Ele já havia feito uma reserva, e quando chegamos o Maitre nos encaminhou para uma mesa em um canto mais afastado. Escolhemos o que iriamos comer e enquanto aguardávamos, Matt começou a me passar um relatório completo da sua vida.

Ele falou de tudo: brigas em que já esteve, quando começou a cantar, como conheceu os outros meninos e resolveram montar a banda, a relação dele com os pais (inclusive que sua mãe já sabia que ele estava gostando de alguém, só não sabia quem era), influências musicais, esportes que gosta, filmes em que ele se interessou e os que detestou, e várias outras coisas.

Várias vezes ele me perguntou se estava me entediando, mas a verdade era que a cada vez que eu descobria algo novo sobre ele, mais encantada eu ficava. Matt ia muito além do que o simples garoto gentil que eu conheci.

Quando ele chegou no assunto “garotas”, percebi que ele ficou um pouco constrangido em admitir certas coisas.

“A minha vida sempre foi de pegador, essa é a verdade. Eu não queria nada sério, sempre ficava por ficar, por diversão. A única namorada que tive foi a Valary, mas hoje eu tenho mais do que certeza que isso foi um erro. Eu só namorei ela por pura pressão das outras pessoas. Ás vezes eu penso que foi de propósito ela se declarar na frente de toda a escola. Ela sabia que eu não conseguiria humilhar alguém assim, dizendo um não na frente de todos.” Ele ficou sério por um tempo, mas depois sorriu. “Depois eu ainda me diverti com mais algumas, mas nada sério. Ninguém que realmente me interessasse. Até agora.” Ele parou olhando para mim. “Esse meu passado não é algo de que eu me orgulhe. Eu poderia sair me gabando por ai por já ter ficado com muitas mulheres, mas de que adiantou se nenhuma delas eu amava?”

Eu sorri e decidi tentar fazer com que ele não se sentisse tão mal. “Bem, você não foi o único pegador. Eu também já fui assim.” Admiti. Ele olhou incrédulo para mim.

“Não acredito. Você! E eu aqui me martirizando achando que você iria me achar o cara mais nojento do mundo por isso.” Comecei a rir.

“Não acho isso. Eu qualificaria você mais como uma pessoa experiente.” Ele também riu e eu continuei. “Também tive vários casos por diversão na minha fase rebelde. Meu avô falava que a cada dia ficava com mais cabelos brancos por me ver ‘pegando geral’. Eram todos idiotas que eu via uma vez e depois nunca mais. Já tive dois namorados. Na verdade, não sei se namoro de uma semana conta.” Nós ficamos rindo juntos por um tempo.

“E por que esses namoros terminaram?” Ele perguntou curioso.

“Bem, eu realmente gostava do meu primeiro namorado. Nós tivemos vários momentos bons juntos mas ele se tornou um idiota igual todos os outros. O segundo, que durou uma semana, terminou porque ele era ciumento e grudento demais. Parecia chiclete. Simplesmente não dava.” Matt segurou uma das minhas mãos.

“É bom saber disso. Assim, se eu me tornar seu namorado, prometo não ser idiota e nem chiclete.” A ideia de Matt como meu namorado fez com que eu tivesse a conhecida sensação de borboletas no estômago, apesar de já ter almoçado.

Matt pagou a conta e quando entramos no carro ele se virou para me encarar.

“Você já quer voltar para casa?”

“Não. Na verdade, não tenho pressa nenhuma de voltar.” Ele sorriu mas depois ficou sério de novo.

“Isso não tem algo haver com o Joe? Tem?”

“Não” respondi. Em parte isso era mentira, mas eu também não estava querendo encontrar a minha tia.

“Esqueci de perguntar ontem, ele não falou nada mesmo depois que você chegou do ensaio aquele dia?”

“Não. Eu nem encontrei mais com ele na verdade.” Matt pareceu surpreso com isso mas não disse mais nada.

Ele saiu dirigindo e depois de alguns minutos parou em frente a um lugar que eu nem sabia que tinha nessa cidade: uma pista de patinação no gelo.

Olhei surpresa para ele “Você sabe patinar?”

Ele começou a rir. “Pior que sei. Minha mãe me obrigava a patinar no gelo junto com ela, já que meu pai não aceitava.” Ele parecia constrangido por causa disso. “Na verdade, eu até gosto um pouco.”

“Que bom que você sabe então, porque eu não sei. Só sei andar de patins, será que serve?”

Ele sorriu “Talvez.”

Nós ficamos aguardando até chegar a nossa vez. Não havia muitas pessoas mas esperamos ficar um pouco mais vazio. Como tínhamos ido almoçar um pouco tarde e passamos a tarde inteira conversando, agora já estava anoitecendo, o que tornava a visão da pista ainda mais incrível. Havia uma decoração em volta que fazia parecer como se estivéssemos na neve mesmo.

Assim que pisei na pista já me desequilibrei, mas Matt me segurou, como sempre.

“Acho que saber andar de patins não vai ajudar não” disse e ele riu.

“Tudo bem, pode deixar que eu te seguro. Não vou deixar você cair.”

Matt ficou com uma das mãos sobre a minha, e com a outra me segurava pela cintura. Poderíamos até parecer aqueles casais que fazem apresentações, se não fosse o fato de que eu quase cai várias vezes. Aos poucos fui dominando a patinação e parei de escorregar tanto. Mesmo assim, Matt continuou segurando a minha mão e eu não me importei com isso.

Tinha que admitir, realmente era divertido. Ficamos ali por um tempo até que Matt me soltou e falou que já voltava. Tentei não pensar muito no que ele iria fazer e fiquei ali, apenas patinando.

Depois de duas voltas completas pela pista, quase cai quando vi Matt voltando. Ele estava com uma rosa vermelha na mão. Imaginem vocês um cara tatuado de quase dois metros de altura, vindo em sua direção, patinando no gelo, com uma rosa na mão e um sorriso no rosto. Aquela imagem era surreal demais para mim.

Ele parou na minha frente e se ajoelhou com a rosa na mão. “Eu pensei em comprar um buquê cheio de rosas para você, mas depois reparei que não seria muito certo fazer isso. Não porque você não merecesse, mas porque cada rosa é única e ali eu estaria igualando todas elas em um simples buquê. Então, Clary, eu te dou essa única e singela rosa, simbolizando todo o amor que eu sinto por você, que também é único, e só seu!”

Eu estava literalmente sem reação! Peguei a rosa de suas mãos e ele se levantou.

“Uool... Obrigada.” Disse puxando Matt para um abraço, mas acabei me atrapalhando e nós dois fomos para o chão. Começamos a rir e ele se apoiou em um cotovelo para me olhar.

“Você está bem?”

“Sim. Acho que essa foi uma ótima forma de agradecer.” Disse irônica.

Ele sorriu e continuou me olhando. Considerando todo o momento e o que ele havia acabado de me falar, o que provavelmente aconteceria em seguida seria nos beijarmos. Mas ao invés disso, o que Matt fez foi me dar um beijo na bochecha e me ajudar a levantar.

Patinamos mais um pouco, até que eu comecei a sentir frio e ele insistiu para que fossemos embora. Enquanto ele dirigia para o meu prédio, fiquei observando a rosa e pensando em tudo o que tinha acontecido naquele dia, até que Matt interrompeu meus pensamentos.

“Sabe, eu estava curioso sobre uma coisa. Você disse que na sua tattoo há um anjo segurando uma rosa, e o colar. Porque a rosa?” Eu fiquei surpresa por ele lembrar disso.

“Foi meu avô quem desenhou a tatuagem. Ele disse que se era para eu fazer algo permanente que fosse decente. O anjo era eu quem queria mesmo. A rosa foi porque era costume dele sempre que visitasse alguém, levar rosas para essa pessoa. Eu ganhava uma em cada aniversário.” Sorri para ele. “Mas não vermelhas. Eram sempre brancas. Esse foi o jeito que ele encontrou de deixar a própria marca.”

“E o colar?” Ele perguntou.

“O colar é igual um que a minha mãe sempre usava e que foi enterrado junto com ela. Tinha só a meia lua. As duas estrelas representam ela e meu avô. Minha mãe sempre me dizia que quando ela se fosse eu poderia olhar para o céu, e a estrela mais próxima da lua seria ela me olhando de lá de cima. Quando meu avô criou o desenho, fez as duas estrelas e disse que uma delas seria ele também.”

Eu fiquei quieta olhando para a rosa de novo. “Mas... e o seu pai? Ele também morreu, não?”

Olhei para Matt e tentei sorrir um pouco. Era natural que ele perguntasse isso.

“Sim, mas meu pai não é o tipo de pessoa que eu queira ficar lembrando. Ele quase nunca estava presente mesmo. Considerava meu avô mais pai do que ele.”

Matt assentiu e mudou de assunto. Continuamos conversando por mais um tempo quando chegamos ao meu prédio.

“Então, acho que agora já estamos nos conhecendo melhor.” Matt disse. Eu sorri.

“Sim. Obrigada por tudo mesmo. Você realmente conseguiu me surpreender.” Disse olhando para a rosa em minha mão.

“Não foi nada. Se precisasse faria tudo de novo. No final vai valer a pena.” Olhei em seus olhos e comecei a tentar imaginar mais ainda não via nós dois juntos.

Ele se despediu com um beijo na minha testa e eu fui embora. Naquela noite, fiquei acordada por um bom tempo pensando. Há alguns dias tinha tentado entender se Matt gostava de mim, mas não tinha parado para pensar o que eu realmente sentia por ele. Comecei a me perguntar se não estaria apenas com medo de deixar que as coisas acontecessem normalmente. Será que eu estava enganando a mim mesma dizendo que não gostava tanto assim dele?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!