And All Things Will End escrita por Saáh


Capítulo 6
Capítulo 5 - Declarações


Notas iniciais do capítulo

Olá meus leitores. Obrigada de novo e de novo por todos os reviews. Ameii *-*
Esse é meu presente de Natal para vocês então fiz um big capítulo que deixou meus dedinhos calejados, mas valeu a pena haha
Leiam a notinha no final do capítulo ;)



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Já tinha ido em alguns shows mas nunca havia visto um ensaio. Estava admirando aqueles cinco garotos e percebi como eles eram realmente talentosos. Matt em especial era o que mais chamava a minha atenção. O modo que ele cantava, mesmo quando era com gritos, e seu rosto, demonstravam o quanto ele amava tudo aquilo. Ele estava fazendo provavelmente o que mais gostava. Todos eles na verdade.

Quando eles terminaram a primeira música, os cinco me olharam com expectativa.

"E então, o que achou?" Matt me perguntou.

"Hum..qual o nome da banda mesmo?" perguntei tentando não demonstrar nenhuma reação.

"Avenged Sevenfold." Syn me respondeu com uma expressão confusa.

"Ok seus Avengers, quando fizerem sucesso e tiverem um monte de garotas e fãs correndo atrás, espero que se lembrem de mim, por que minha bola de cristal diz que falta muito pouco para vocês ficarem famosos. Vocês são muito bons. De verdade" disse abrindo um sorriso.

"Ufa, que bom que gostou. Já estava achando que teríamos que te converter." The Rev falou fazendo com que todos rissem.

"Han.. não obrigada. Eu gosto de vocês por vontade própria mesmo." Olhei para Matt e vi que ele me olhava com tanta intensidade que tive que desviar meu olhar para o Syn, que era o mais próximo.

Eles continuaram o ensaio mas por algum motivo banal comecei a analisar melhor o Matt. Ele era bonito sim, era alto, tinhas uns braços que minha nossa senhora e um corpo que o pai e a mãe dele com certeza capricharam na hora de fazer. Mas eram outras coisas que me chamavam mais atenção nele. Seu jeito gentil, as covinhas que apareciam quando ele sorria, o modo como ele parecia querer me proteger sempre e principalmente o jeito como ele me olhava. Oh céus Clary, pare de ficar babando em cima dele!

Quando eles terminaram de ajeitar todos os detalhes para o show, resolvemos pedir uma pizza, já que estávamos todos famintos. Aproveitei a pausa e fui ao banheiro. Quando voltei eles estavam junto com um homem, que deveria ter mais de uns 50 anos, mas ainda estava conservado. Entrei na sala e quando ele me viu seu sorriso sumiu e ele pareceu ficar espantado.

“Ei Clary, esse é meu pai. Mais conhecido como Papa Gates” disse Syn.

Olhei novamente para ele e sorri “Oi”

Ele continuou parado me encarando. Olhei para os outros e eles pareciam tão confusos quanto eu.

“Que foi velho?” Syn perguntou. Ele pareceu se lembrar de onde estava e sorriu para mim.

“Nada. É um prazer conhecer você Clary.” Disse estendendo a mão para mim.

“Igualmente” respondi apertando a sua mão. Quando fui me afastar ele apertou mais a minha mão e ficou olhando os meus olhos. Tentei ir para trás mas ele continuou me segurando aonde estava. Percebi que os outros garotos se aproximavam de nós. “Han..então. Tudo bem mesmo?”

Ele pareceu constrangido por um momento e me soltou. “Me desculpe, devo estar parecendo estúpido. Mas é que... bem, você me lembra muito uma pessoa.”

“Sério? Hum, estranho. Nunca me falaram isso.” Disse sorrindo, mas meu sorriso se foi quando lembrei de uma coisa. “Bem, a não ser quando eu era criança. Diziam que lembrava a minha mãe.”

Ele pareceu mais assustado ainda quando eu disse isso. “Não é possível. Você é a filha de Elisabeth Faye Miller.” Ele afirmou isso. Por instinto, dei um passo para trás quando escutei ele falando o nome da minha mãe. Vi Matt se aproximando mais de mim.

“Você conhecia ela.” Afirmei também. Isso era óbvio mas não conseguia pensar direito.

“Sim. Estudamos juntos na verdade. Você é tão bonita quando ela era. Eu nunca me esqueceria desse olhar.” Ele disse em um tom triste que fez com que eu percebesse que ele sabia tudo o que havia acontecido. Ficamos em silêncio olhando um para o outro até que a campainha tocou. “Deve ser a pizza de vocês. Bem, já estava de saída mesmo. Seria muito pedir um abraço?”

“Oh o Papa Gates querendo se aproveitar da situação” Johnny falou fazendo com que todos, que até agora estavam mudos, rissem dele.

Papa Gates sorriu também e me puxou em um abraço. ”Fico feliz em ver que você está bem. Era provavelmente o que ela sempre quis” ele sussurrou em meu ouvido e saiu.

Susi apareceu com a pizza e tentei parecer o mais normal possível. Mas a verdade era que esse encontro com Papa Gates fez com que toda a minha tristeza pelas coisas do passado voltasse.

Depois da pizza continuamos jogando conversa fora, até que pedi para que Matt me levasse para casa. Ele não falou nada, só se despediu dos outros e fomos para o seu carro.

“Então... você vai voltar pra casa mesmo?” Matt me perguntou quando já estávamos indo para o meu prédio.

“Sim, estou cansada na verdade. Mas, porque eu não voltaria?” disse confusa

“Bem, é que quando eu te encontrei você reclamou de uma certa pessoa chamado Joe. Pensei que você não fosse querer voltar tão cedo. “ ele disse. Foi ai que me lembrei de tudo o que havia acontecido antes do ensaio. Argh, hoje não era meu dia mesmo. Não queria encontrar com Joe agora mas precisava ficar sozinha.

“Sim, mas acho que isso foi só coisa de momento. Pode me levar pra casa mesmo.” Respondi tentando sorrir, mas Matt não se enganou com isso. Ele parou o carro em uma vaga na rua e me encarou.

“Clary, o que foi? Desde a hora que encontrou com o Papa Gates que você não está normal. Tem alguma coisa haver com... bem com a sua mãe?”

Percebi que Matt estava perguntando isso talvez um pouco por curiosidade, mas ele realmente estava preocupado comigo. Suspirei.

“Na verdade, sim. Isso fez com que eu lembrasse de tudo o que aconteceu no passado.” Parecia pouco, mas era um alívio conversar com alguém.

“Clary, o que aconteceu com os seus pais?” Matt me perguntou e eu me senti um pouco tensa. Isso definitivamente era algo que eu não queria contar.

“Eles morreram.”

“Por isso você foi criada pelo seu avô” ele falou.

“Sim. Mas quando ele também morreu, tive que voltar e morar com essa minha tia.”

Ele ficou pensativo por alguns instantes e eu me aproveitei disso. “Matt, se você não se importar, prefiro não ficar falando sobre isso.” Já bastava todas as lembranças que eu tinha.

“Claro. Me desculpe por ficar perguntando.” Ele parecia arrependido.

“Sem problemas. Foi bom conversar sobre isso mas meu limite chega até ai.” Admiti.

Ele sorriu um pouco. “Eu sei respeitar isso. Mas bem, como você disse que não tem mais ninguém para conversar, se um dia precisar você sabe que pode me procurar né? Nem que seja só para um abraço.” Eu sorri também.

“Obrigada. Mas, acho que eu já vou querer abusar de você. Será que rola o abraço?”

Ele começou a rir e me puxou para os seus braços. Só ai eu percebi o quanto isso me acalmava. Seu cheiro, seus braços em volta de mim, tudo! Comecei a lembrar do que Papa Gates havia me falado, que minha mãe provavelmente estaria feliz por eu estar bem. Isso fez com que eu não aguentasse mais e lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. Elas caíram na camisa do Matt e ele percebeu que eu estava chorando.

“O que foi?” Matt me perguntou em um tom preocupado. Ele começou a se afastar mais eu me agarrei em seu pescoço, o que fez com que ele me abraçasse mais forte.

“É que eu estava lembrando da minha mãe. Sinto tanta falta dela.” Disse, fazendo com que mais lágrimas caíssem. “E bem, isso é bobo de se falar e provavelmente vai parecer que eu sou idiota, mas o modo como você... cuida de mim, me faz lembrar dela e do meu avô. Só eles eram gentis assim comigo.” Admiti.

“É bom saber disso. E se isso te fizer bem e você quiser, eu não me importo de ficar ao seu lado o tempo todo.” Sorri um pouco.

“Você provavelmente enjoaria e iria querer nunca ter prometido isso. Eu não sou alguém tão interessante assim.”

“Muito pelo contrário. Você é quem cansaria de me ver por perto.”

Suspirei e encostei meu rosto perto do seu pescoço.

“Você não sabe o quanto é importante para mim Clary.” Matt disse. Ele ia continuar falando mas seu celular começou a tocar. Eu me encostei no banco enquanto ele falava com a mãe.

Quando ele desligou, eu disse que já estava melhor. Matt parecia querer continuar conversando, mas acabou ligando o carro de novo e me levou para casa. Paramos em frente o portão e eu pedi que ele me entregasse seu celular. Ele ficou confuso mas me entregou mesmo assim. Digitei alguns números e entreguei para ele.

“Pronto. Agora você não precisa mais tocar o interfone. É só me dar um toque quando chegar.” Ele sorriu e também me passou o número do seu celular.

“Ok. Amanhã eu te aviso então quando vier te buscar para show.” Ele suspirou. “Acho que não vou conseguir te ver antes. Temos que resolver muitas coisas.”

“Tudo bem. Eu vou continuar a mesma até lá provavelmente.” Sorri e ele correspondeu.

“Sim, mas eu também gosto de ter você por perto. Você quer que eu suba junto com você? Só para o caso desse Joe ainda estar estressado.”

“Não precisa. Acho que ele não deve estar ai, e qualquer coisa eu sei me defender.” Ele pareceu não acreditar muito nisso.

“Ok, qualquer coisa me ligue então que eu pulo o portão” Comecei a rir disso.

“Está bem. E... obrigada pelo ensaio, pelo abraço, pela noite, enfim, por tudo.” Ele concordou com a cabeça.

Me aproximei e beijei sua bochecha. Quando afastei, percebi que ele parecia bobo com isso. Sorri para ele.

“Boa noite e até amanhã”

Ele voltou a expressão de sempre e sorriu. “Boa noite”

Quando cheguei ao apartamento, escutei que Liss e Joe estavam brigando. Como sempre. Aproveitei e fui para o meu quarto sem ser percebida. Tranquei a porta, só por precaução, coloquei meu pijama e os fones de ouvido com um Nirvana e adormeci.

De manhã, tentei enrolar o máximo que pude na cama, até que a minha vontade de ir ao banheiro venceu. Estava voltando ao quarto quando vi que Liss estava na sala. Fui até lá e acabei encontrando ela sozinha, olhando para o nada.

“Ei Liss, tudo bem?” ela me olhou com olhar meio vago.

“Sim.” Resolvi sentar ao lado dela. Seu rosto estava um pouco vermelho e percebi marcas de dedos em seu braço. Não consegui me segurar.

“Liss por que você deixa que o Joe bata em você?” Ela me olhou séria.

“Porque eu amo ele, isso é óbvio. E o amor é assim mesmo, nem sempre é tudo perfeito.” Por algum motivo isso me lembrou de Derek e sua “forma de amar”. Estremeci.

“Mas isso não é normal. Desde quando acontece?”

“Desde que namoramos. Estou acostumada já.” Eu não acreditei no que tinha acabado de escutar.

“Acostumada? Liss como se acostuma com isso? Como se vive assim? Você precisa denunciar ele!” Ela me olhou assustada e segurou meus braços.

“NÃO! Você não pode fazer isso Clary. Você não entende. Eu amo ele, apesar de tudo, eu amo muito.” Ela estava quase chorando.

“Mas Liss, isso não é certo e você sabe disso.” Ela me empurrou fazendo com que eu quase caísse e se levantou.

“Quem é você pra me dizer o que é certo Clary? Escute bem uma coisa, existe um motivo pra eu ter visto você só quando era um bebê. Eu não queria me envolver com ninguém dessa família, não mesmo. Ninguém nunca se importou comigo, e você sempre foi a queridinha do seu avô. Sempre! Mas ai todos morrem e sobra pra mim cuidar da pirralha. Você está enganada se pensa que vou te tratar do mesmo modo que eles tratavam.”

“Liss, eu nem sabia que você existia até o dia do velório e...” ela me interrompeu

“Mas é claro que você não sabia. Porque eu não quis Clary. Essa é a MINHA vida e a MINHA casa, então não pense que porque você está aqui que algo irá mudar porque não faz diferença nenhuma. Pra mim, você não é nada!”

Ela virou e foi para o seu quarto enquanto eu fiquei paralisada no sofá. Como ela podia ter sido tão gentil comigo quando nos encontramos e agora ter me tratado assim?

Desisti de ficar ali pensando. Troquei de roupa, peguei minha bolsa, os fones de ouvido e sai para andar. Encontrei uma praça ali perto e fiquei sentada em um banco. Pensei em ligar para o Matt mas preferi não atormentar ele com os meus problemas. Continuei ali por um tempo até que meu estômago me lembrou que eu precisava comer. Resolvi que precisava espairecer um pouco também, então peguei um táxi e fui até o shopping fazer compras. Isso ajudou um pouco e quando voltei faltavam 2 horas para o show.

Quando cheguei e vi que Liss ainda estava no apartamento, tive esperanças de que ela viria falar comigo e dizer que aquilo tudo fora um momento de estresse. Mas isso não aconteceu. Ela simplesmente me ignorou e saiu.

Resolvi ir tomar um banho para começar a me arrumar. Enquanto isso, minha mente tentava lembrar de tudo o que o Juiz havia falado. Apesar de ter mais de 18 anos e responder legalmente pelos meus atos, ele e alguns psicólogos que me avaliaram decidiram que seria melhor se alguém tivesse a responsabilidade de cuidar de mim. Sendo assim, eu não poderia morar sozinha antes dos 21, apesar de já ter 2 casas em meu nome e uma chácara. Minha tia foi escolhida por ser a única parente ainda viva, e porque no testamento do meu avô ele exigiu que se ele viesse a falecer, eu deveria ficar com ela. Eu sabia porque ele fez isso. Em algumas das nossas conversas, confessei a ele o meu medo de ficar sozinha e ser mandada para um colégio interno ou algo do tipo. E era exatamente isso que iria acontecer se não tivesse minha tia. Ela não teve como recusar mas no dia pareceu não se importar com isso. Pelo jeito seus atos me engaram e estava mais do que claro que ela não me queria mais por perto. Mas que outra opção eu tinha?

Decidi deixar tudo isso pra lá e aproveitar ao máximo o show. Os garotos não mereciam que eu ficasse emburrada em um canto por causa dos meus problemas. Coloquei uma blusa branca com uma saia preta, que valorizavam meu corpo. Fiz uma maquiagem simples, mas destaquei meus olhos com o lápis preto. Uma sandália com um pequeno salto, o cabelo preso em uma trança e estava pronta. Aproveitei que Matt me enviou uma mensagem que iria atrasar um pouco e fiz um lanche rápido para enganar a fome.

Quando Matt chegou, desci e encontrei ele encostado em seu carro. Seus olhos arregalaram quando ele me viu e passearam por todo o meu corpo. Por fim, ele olhou em meus olhos e sorriu.

“Você está linda!”

“Obrigada. Você também” Sorri. Ele estava com uma calça jeans escura e blusa preta cavada, que fazia com que seus braços ficassem ainda mais em evidência, se isso era possível. Vi um óculos escuro encaixado na gola da camisa e fiquei intrigada com aquilo, afinal já estava de noite. “Pra que os óculos?”

“Ah, eu gosto de usá-los quando estou em cima do palco. Sei lá, é como um amuleto da sorte.” Sorri. Ele abriu a porta do carona para mim. “Então, vamos minha dama?”

Comecei a rir. “Sim, vamos meu cavalheiro” Isso fez com que ele também risse.

No caminho ele foi me contando algumas coisas engraçadas que já tinham acontecido em alguns shows, como quando o Syn escorregou e quase caiu em cima da galera, e quando jogaram uma calcinha em cima do Zacky.

Quando chegamos no Pub, Matt entrou em um estacionamento privado e lá nós encontramos os outros.

“Uool, veio vestida para enfartar quem do coração?” The Rev perguntou me puxando para um abraço. Comecei a rir.

“Ninguém uai.”

Um cara apareceu e disse que eles deveriam ir até o camarim para se preparem para o show. Eles queriam que eu fosse junto, mas insisti que não precisava. Iria ficar na plateia mesmo, afinal aquele era um momento só deles. Desejei boa sorte e sai de lá.

Porém, quando entrei no lugar e olhei ao redor, percebi que não foi uma boa ideia querer ficar ali sozinha. Em um canto estava Valary e suas amigas. Em outro Derek. Os dois me encararam assim que entrei, mas eu simplesmente tentei ignorar e caminhei até o bar.

Me sentei em um dos bancos perto do balcão e pedi uma cerveja. Logo um carinha sentou perto de mim e tentou puxar papo, mas não estava afim de conversas com desconhecidos, principalmente, de desconhecidos que estavam querendo “alguma coisa” a mais. Depois desse, apareceram mais dois e dispensei eles educadamente.

Estava bebendo a minha cerveja quando percebi outra pessoa sentando ao meu lado. Suspirei, mas quando olhei fiquei paralisada por um momento. Era Valary. Ela jogou um sorriso cínico para mim e começou a falar com a voz de nariz entupido.

“Então, Clary, nunca conversamos diretamente e achei melhor aproveitar essa oportunidade.” Dispensei toda a educação que tinha usado anteriormente.

“É mesmo? E porque eu iria querer conversar com você, Valary?”

“Bem, porque nós temos um interesse em comum e eu gosto de deixar muito claro quando algo é só meu.”

“Você não está falando do Matt? Está?”

“Mas é claro que sim. Sabe, não adianta nada você ficar correndo atrás dele o tempo todo. Ele não quer mais ninguém. Nós nascemos um para o outro e estávamos muito bem antes de você chegar.” Não consegui me segurar e comecei a rir.

“Sério? Bem, até onde eu saiba Matt terminou com você e nunca mais quis nada. Agora se você é burra e cega o suficiente para continuar acreditando nessa historinha idiota, não tenho nada a ver com isso. E depois, eu e Matt não temos NADA. E eu não fico correndo atrás dele parecendo uma cadela no cio como certas pessoas. ELE é quem fica perto de mim por vontade própria. Se conforme.” Percebi que isso abalou um pouco a confiança dela mas ela começou a sorrir. Sério? Ela tinha algum problema mental?

“Estou vendo que você é uma ótima atriz. Sabe inventar mentiras!”

“Se tem alguém que sabe inventar mentiras e ainda acreditar nelas, esse alguém com certeza é você. Sabe Valary, você não gosta de mim e eu também não fui muito com a sua cara. Então porque simplesmente não evitamos contato uma com a outra, hein?”

“Talvez, mas eu só vou te deixar um aviso: se eu ver você e Matt juntos, não vou ser tão amigável como estou sendo agora” Ela falou isso sério mas eu ainda não consegui não rir. Parecia até uma piada.

“Ah é? E se fosse qualquer outra garota junto com ele, você também faria isso? Sabe, o Matt já está bem crescidinho e tem todo o direito de escolher quem ele quiser. Agora se você não aceita ser rejeitada isso já é problema seu.”

Ela parecia querer voar no meu pescoço, mas anunciaram que o show iria começar. Valary simplesmente me jogou mais um olhar de ódio e voltou para onde suas amigas estavam.

O show começou e foi mil vezes melhor que o ensaio. Sim, eles realmente tinham talento. De tempos em tempos, Matt e os outros olhavam para onde eu estava. Acho que eles estavam querendo checar se estava tudo bem.

Quando eles começaram uma nova música, percebi alguém se aproximando de mim de novo. Suspirei. Provavelmente seria mais um para dispensar. Mas quando olhei para trás, era Derek. Engoli seco e olhei para o palco. A música continuava normalmente, mas Matt olhava fixo para mim enquanto cantava.

Tentei ignorar, mas Derek parou na minha frente, tampando a minha visão do palco.

“Se você não se importa, o show é lá e estou assistindo.” Disse me levantando e indo para o lado. Ele olhou para o palco por um momento e bufou.

“Tanto faz. Não é nisso que estou interessado.” Revirei os olhos e continuei olhando para o palco. Os outros garotos também estavam olhando para onde eu estava. Suspirei. Isso não iria acabar bem.

“Então o que você quer Derek?” disse me virando para encará-lo.

“Me desculpar, por ter te machucado. Eu sei que não foi certo, mas você não me dá uma chance. Isso não é justo.”

“Já parou para pensar que talvez eu não te dei uma chance porque não quero nada com você?”

“Como você pode saber isso? Qual é Clary, só você não vê que o nosso destino é ficarmos juntos.“ Ok, comecei a pensar que talvez Valary não fosse a única com problemas mentais ali.

“Derek, entenda uma coisa de uma vez por todas. Não existe nós, eu e você, e nunca existirá. Eu não quero você e provavelmente nunca vou querer.” Ele sorriu.

“Eu não acredito nisso. Você verá, nós ainda ficaremos juntos.”

Desisti de tentar conversar com ele e comecei a andar para mais perto do palco. Os outros continuaram me olhando e pelo olhar de Matt percebi que Derek ainda devia estar me seguindo. A música terminou e Matt foi para trás do palco e voltou logo em seguida. Alguns segundos depois eu não tinha mais para onde andar. Olhei para trás e vi Derek se aproximando de novo. Até que um dos seguranças parou do meu lado e pediu que o acompanhasse. Ele me levou até uma porta e me deixou no que parecia ser atrás do palco. Dali eu consiguia ver todos os meninos. Eles olharam alternadamente para onde eu estava e sorriram. Matt parecia aliviado em me ver ali.

O show terminou e The Rev foi o primeiro a chegar perto de mim. Ele estava suado e me puxou para um abraço. “Ei Clary, gostou do show?”

Tentei me afastar um pouco dele fazendo uma careta de nojo e ele começou a rir. “Sim, gostei muito. Parabéns”

Os outros chegaram e vi Syn vindo para o meu rumo com um olhar sacana. “Então Clary, não quer um abraço meu também?”

Me afastei um pouco dele “Eu posso pensar no seu caso depois que você trocar de roupa e passar um perfume. Quem sabe.” Eles começaram a rir.

Matt se aproximou de mim. Ele também estava suado mas eu ainda sentia um cheiro fraco do perfume dele. “Tudo bem?”

“Sim.” Sorri.

Eles trocaram de roupa e decidiram ir até um barzinho comemorar o sucesso do show. Ficamos bebendo e conversando por algumas horas até que cada um fui para um canto, provavelmente “comemorar”. Já estava vendo Syn praticamente engolindo uma garota. Esse não perdia tempo mesmo!

Acabou que eu e Matt ficamos sozinhos na mesa.

“Então.. o que o Derek queria?” Matt me perguntou parecendo preocupado.

“Por incrível que pareça, se desculpar. Tentei dizer que não queria nada com ele, mas ele não desisti.” Suspirei.

Matt sorriu “Agora já posso quebrar a cara dele?”

Comecei a rir “Não Matt. O combinado era que se ele encostasse em mim você podia fazer isso. E ele não encostou.” Ele parecia desapontado.

“Droga” Não consegui conter a minha risada.

“Sabe, talvez não seja só você que quer defender alguém. Um pouco antes de vocês começarem o show tentei abrir um pouco os olhos de uma certa loira. Mas parece que nem depois da conversa que você teve com ela serviu para mudar alguma coisa.”

Ele parecia confuso. “Valary? Ela foi falar com você?”

“Foi. Nada de muito novo. As mesmas ameaças de antes. Que se visse eu e você juntos ela não seria tão amigável, você é só dela e blá blá blá. Não sei qual parte é mais ridícula.”

“Eu juro, se Val não fosse mulher eu provavelmente já teria dado uma surra pra ver se ela entendia que nós não temos mais nada. Na verdade, acho que eu nunca gostei dela.” Ele admitiu. Eu sorri um pouco.

“É, o amor é complicado mesmo.” Suspirei.

Ele ficou me olhando sério por um momento. “Clary, eu queria conversar com você sobre uma coisa.” Ele parou parecendo esperar que eu confirmasse.

“Tudo bem, pode falar.”

Mas quando ele abriu a boca, The Rev sentou do meu lado e me abraçou.

“A qual é a de vocês dois hein. Por que não vêm aproveitar ao invés de ficarem ai igual duas velhinhas falando sobre a vida alheia. Têm muitas gatinhas aqui para pegar e eu já vi uns 3 caras querendo se aproximar dessa mesa Clary.”

Revirei os olhos.” Bem, se é assim então acho que eu prefiro ir embora. Já chega dos outros não's que eu falei no Pub.” Os dois começaram a rir.

“Se é assim então eu também já vou. Assim já deixo a Clary em casa.” Matt disse

“Nossa vocês são duas velhinhas mesmo. Não sei como ainda estão acordados até agora. Tudo bem então, vão com Deus meus queridos.” Ele saiu cambaleando um pouco.

Olhamos um para o outro e rimos. “Então, vamos?” Matt perguntou.

“Vamos.” Concordei. Ele não deixou que eu pagasse a minha parte e assim fomos embora.

Matt ficou quieto durante todo o caminho e eu não disse nada também. Estava pensando o que ele queria me falar.

Quando paramos em frente ao meu prédio, Matt desligou o carro e se virou para me encarar. Olhei para ele também e a minha curiosidade foi maior.

“Então, o que você queria me falar?”

Ele pareceu respirar fundo por um momento e puxou a minha mão. Ficou olhando para as nossas mãos juntas e depois olhou em meus olhos.

“Clary, eu não sei se você reparou em alguma coisa ou já pensou sobre isso, mas eu não iria conseguir continuar sem saber o que você acha. Eu disse para você que desde que te vi pela primeira vez quis te proteger. Mas não foi só isso. Eu não consigo mais pensar em outra coisa a não ser você. E conforme os dias foram passando eu me via mais encantado ainda, não só pela sua beleza, mais por quem você é. A verdade é que.. bem... eu estou apaixonado por você Clary!”


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Notas finais do capítulo

Então o que acham que a Clary vai fazer agora? ahaha
Só queria desejar um FELIZ NATAL para todos vocês que leem a fic, deixam reviews e aos que não deixam também. Que todos tenham uma ótima noite e eu desejo de verdade muita saúde, paz, amor, felicidade e toda a positividade.
Beijoos e até o próximo capítulo!



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