And All Things Will End escrita por Saáh


Capítulo 5
Capítulo 4 - Eu... apaixonado?


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores.
Obrigada novamente pelos reviews. Fico feliz que estejam gostando da fic.
Como prometido, capítulo pelo POV do Matt o/
Tentei pensar um pouco como homem, então me desculpem se algo ficou meio sem sentido haha



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POV Matt


Esperei até que ela entrasse no prédio e então fui até o meu carro. O que você fez Matt? Por que tentou beijá-la?

Não sabia mais o que estava acontecendo comigo. O único pensamento que tinha ultimamente era Clary, Clary e Clary.

Precisava conversar com alguém ou iria acabar fazendo uma loucura. Dirigi até a casa do Syn.

"Já sentiu minha falta meu querido?" Syn perguntou quando abriu a porta e me encontrou parado lá.

"Preciso conversar com você." disse já entrando em sua casa.

Fomos até o quintal e sentei em uma cadeira enquanto ele pegava uma garrafa de cerveja e dois copos.

"Algo me diz que você quer conversar sobre uma certa morena, alta, gostosa, com tatuagem com asas nas costas. Acertei?" Syn disse sorrindo. Comecei a rir também. Essa conversa não ia prestar.

"Viro vidente agora é?"

"Não, sua cara de apaixonadinho te entregou"

Parei de rir e olhei sério para ele. "Como assim? Quem disse que eu estou apaixonado?"

Syn revirou os olhos. "Isso é uma observação minha. Agora fala logo o que você quer conversar."

Dei um gole na minha cerveja. "A verdade é que, eu não sei mais o que está acontecendo..."

"Como assim?" Syn perguntou com um olhar confuso.

"Você sabe, desde o primeiro dia de aula da Clary que eu não consigo mais tirar os olhos dela. No começo eu achei que era só uma atração física. Normal, ela é linda mesmo. Mas depois eu me vi querendo estar ao lado dela toda hora, proteger ela de tudo e todos. Hoje até ir andando para escola eu fui, coisa que eu odeio. Tudo por causa dela. Ela é diferente das outras garotas, tem algo nela que realmente mexe comigo "

"Matt, você está gostando dela. Isso é óbvio"

Olhei surpreso para Syn. Repassei de novo o que eu tinha acabado de dizer e uma revelação um pouco tardia me ocorreu: sim, eu realmente estava gostando dela!

“Sim... acho que sim” disse.

Syn me olhou estranho. “Matt, então o que você está esperando?”

“Não sei. Ela chegou aqui faz pouco tempo. E eu não sei se ela também gosta de mim, ainda mais depois que ela disse que nós somos só amigos.” Admiti.

“O que aconteceu com o Matt pegador que eu conhecia? Qual é cara. Se você nunca tentar não vai saber se ela gosta de você também. E elas vivem dizendo coisas da boca pra fora, tentando esconder o que sentem. Típico.”

“Agora a pouco eu tentei beijá-la e..”

Syn me interrompeu “E porque você não me contou isso antes! Ela beija bem né? Aposto.” Revirei os olhos pra isso.

“Não sei Syn. Eu não cheguei a beijar ela. Parecia que ia, mas do nada a Clary simplesmente virou e continuou andando.” Bebi mais um gole de cerveja e percebi que o copo já estava vazio. Enchi ele de novo.

“Hum.. estranho.”

Concordei e nos dois bebemos ao mesmo tempo. Olhamos um para a cara do outro e começamos a rir.

“Acho que talvez é por isso que eu esteja tão confuso. E se ela não gostar de mim, o que eu faço?” Já estava me sentindo meio dramático com toda essa história.

Syn pareceu pensar por um momento. “Simples. Conquiste ela.”

E foi ai que uma luz no fim do túnel se acendeu. Sim Matt seu burro, era isso o que você tinha que fazer. As possibilidades começaram a aparecer na minha mente. No momento certo, diga a ela o que você sente e veja qual será a reação. Se ela aceitar, ótimo! Corra para o abraço. Se ela te rejeitar, aceite na hora mas vá conquistando ela aos poucos. Tanta garotas não resistiram ao seu charme, por que ela seria diferente?

Pensar assim era fácil, mas só de imaginar a cena já sentia um frio na barriga.

Passei o resto da tarde junto com o Syn. Bebemos várias garrafas de cerveja e no final eu já estava até me declarando para ele, treinando para quando fosse fazer isso com a Clary. Até que a mãe do Syn, a Susi, apareceu e ficou nos encarando como se perguntasse se nós éramos gays.

Voltei para casa já quase de noite. Jantei junto com os meus pais e depois fui durmir.

Desmaiei na cama, um pouco por causa de toda aquela cerveja talvez, e quando acordei vi que já estava quase na hora do almoço. Imediatamente senti meu coração disparar ao começar a pensar que daqui a pouco estaria junto com a Clary. Será que ela sabia que eu estava gostando dela? Com certeza aquela tentativa de beijo deve ter deixado pelo menos alguma dúvida nela. Isso talvez até fosse bom, assim não seria um choque quando me declarasse.

Cara, ela realmente estava mexendo comigo. Quem diria Matt Shadows que um dia o senhor estaria todo bobo por causa de uma garota. É, acho que isso era o amor que todos falam afinal.

Me arrumei correndo e desci para comer alguma coisa. Encontrei minha mãe perto da escada.

"Bom dia mãe." disse beijando o rosto dela.

"Boa tarde, você quer dizer né." Ela riu e depois ficou me olhando como se analisasse algo de extrema importância. "Aconteceu alguma coisa?"

Fiquei surpreso com essa pergunta. "Não. Por que?"

"Não sei. Você parece diferente, como se estivesse mais ... feliz" Ela parou de repente e seus olhos se arregalaram. "Não me diga que você está usando drogas garoto. Se está você não sairá por aquela porta enquanto não tivermos uma conversa muito séria!"

Não tive como não rir disso. "Não mãe. Não estou usando drogas." Ela continuou me olhando.

"Então por que está mais feliz do que o normal? Não minta para mim. Até as suas covinhas estão aparecendo, coisa que eu não via já a algum tempo." Ela sorriu também. Droga. Mães devem ter um sexto sentido para essas coisas.

"Bem...é que... talvez eu esteja gostando de uma pessoa." Ok. Admito, talvez é muito pouco. Mas minha mãe não precisava saber disso.

Seu sorriso se tornou maior ainda. "Mais que maravilha Matt. E quando eu vou conhecê-la? Espero que essa garota saiba a sorte que tem de estar junto com você e te trate muito bem. Agora entendo essa sua cara: você está apaixonado!"

Revirei os olhos."Bem mãe, talvez isso demore um pouco. Nós não estamos juntos na verdade e acho melhor pararmos por aqui essa conversa" Disse quando vi que ela iria me interromper.

Ela sorriu. "Ok. Mas qualquer coisa eu estou aqui viu." Ela me abraçou e subiu a escada.

Era por isso que eu amava a minha mãe! Era ótimo conversar com ela, mas ela também sabia respeitar quando eu não queria falar.

Enquanto dirigia até a casa de Clary, fiquei me perguntando se eu já estaria apaixonado mesmo. Era a segunda vez que ouvia isso. Quando cheguei, tive que me olhar no espelho. Primeiro para ver se estava tudo ok com a aparência. E segundo para ver se realmente tinha mudado alguma coisa na minha cara. Não parecia muito diferente desde a última vez em que me vi, mas minhas covinhas realmente estavam aparecendo mais. Talvez eu parecesse mais feliz mesmo. Isso não era ruim. Era?

Sai do carro, respirei fundo, e toquei o interfone no número do apartamento que ela havia me falado. Em alguns segundos alguém atendeu.

"Quem é?" perguntou uma voz de homem.

"É o Matt.. han.. a Clary está?" fiquei me perguntando se aquele era o apartamento certo.

"Não. A Clary não está!" respondeu a voz em um tom irritado, desligando o interfone na minha cara.

Fiquei parado pensando se devia tentar tocar de novo. Aquilo estava muito estranho. Clary não deveria ter me passado o número errado. Ou será que tinha?

Antes que começasse a pensar demais, apertei novamente o número do apartamento. Mal começou a tocar e atenderam de novo.

"Oi?" era a voz dela.

"Clary? É o Matt." disse me sentindo mais feliz ainda. Ok. Estava me sentindo feliz demais ultimamente.

"Matt? Já estou descendo" ela disse apressada, desligando em seguida. Aquilo continuava estranho.

Resolvi esperar dentro do carro, e depois de alguns minutos vi Clary se aproximando do portão. Ela estava com o cabelo preso em um coque mal arrumado e usava uma blusa preta meio larga com um top branco por baixo. Estava de short e uma sapatilha. Simples, mas linda mesmo assim.

Olhar para ela fez com que eu sentisse um calor dentro de mim, como se só agora eu estivesse completo. Isso era meio figurativo, óbvio, mas era assim que parecia. E aquelas pernas... eu tinha que admitir, dariam tesão em qualquer um. Comecei a imaginar como seria poder beijar sua boca, tocar naquele corpo perfeito, mas logo parei antes que me animasse demais. Não era hora para isso Matt. Concentre-se!

Enquanto Clary entrava dentro do carro fiquei me perguntando se aquela seria a hora certa para me declarar, afinal estavámos sozinhos. Mas quando olhei de perto seu rosto percebi que ela parecia irritada. Alguma coisa a estava incomodando. Meu lado protetor falou mais alto.

"Oi.. tudo bem?" disse.

Ela tentou sorrir um pouco. " Oi. Tudo indo e você?"

"Bem... O que aconteceu? Você parece meio chateada." Ela olhou para mim e pareceu relaxar por um instante.

"Sim, talvez eu esteja mesmo. Joe é um idiota. Não sei porque ele resolveu tomar conta da minha vida agora!" ela disse ficando com uma cara de brava. Eu sei que não era certo reparar nisso, mas esse seu jeito fez com que eu ficasse mais derretido ainda. Clary parecia querer estrangular alguém, mas aquilo era tão fofo. Ela provavelmente não seria capaz de fazer isso, mas eu era, e faria com o maior prazer se ela me pedisse.

"Quem é Joe?" perguntei.

"O marido da minha tia." Hum... isso explicava a voz de homem no interfone. Provavelmente tinha sido esse panaca que desligou na minha cara.

"E o que ele fez?"

"Bem, primeiro ele ficou me atormentando querendo saber aonde eu ia e que se tivesse algum garoto no meio disso eu não ia sair por aquela porta. Eu escutei o interfone tocar, mas estava longe. Quando cheguei só escutei ele dizendo que eu não estava e desligando. Desconfiei que era você mas ele não quis me dizer quem era. Então você tocou o interfone de novo. Quando falei seu nome ele veio correndo para tirar o interfone da minha mão, por isso desliguei rápido. Desculpe por isso. Depois ele ainda tentou me impedir de sair, mas eu consegui desviar e corri para fora. Provavelmente vai ser um inferno quando voltar."

Ela suspirou e se encolheu um pouco no banco. Tão frágil. Clary parecia alguém que tinha passado por muitas coisas. Ela não falava sobre o passado, principalmente sobre sua família, mas a minha curiosidade insistia em lembrar sobre esse assunto. Era óbvio que eu não perguntaria sobre isso. Tudo no tempo dela. Clary interpretou errado o meu silêncio.

"Desculpe, estou te atormentando com os meus problemas. Não deveria ter feito esse desabafo, mas é que... bem, eu não tenho mais ninguém para conversar." Ela me olhou com os olhos tristes e essa cena fez com que eu quizesse ser capaz de fazê-la feliz a todo momento. Sem pensar duas vezes, puxei ela para um abraço e ela retribuiu. Era tão bom essa sensação de ter o meu corpo perto do dela!

"Imagina Clary, você pode desabafar quando quiser. E se preferir, depois do ensaio você pode ir para a minha casa, ou para a do Syn, The Rev ou qualquer outro. Tenho certeza que ninguém vai se importar." A verdade era que eu queria que ela fosse para a MINHA casa, mas achei melhor não jogar essa indireta.

Ela riu e começou a se afastar de mim. "Obrigada, vou pensar sobre isso!"

Fiquei olhando em seus olhos e achei que aquela seria a hora certa. Isso Matt, agora! Mas antes que eu pudesse abrir a boca ela disse, "Então, vamos para o ensaio?"

Simplesmente concordei olhando para a frente e liguei o carro. Tudo bem, uma hora eu consigo me declarar.

"Mas então, se esse Joe estiver te atormentando eu posso muito bem dar um jeito nele rapidinho. Afinal, ele desligou o interfone na minha cara" disse tentando parecer sério mas isso fez com que ela começasse a rir.

"Seria bom, quem sabe assim ele parava de ba..." ela parou de repente, pensou um pouco e depois continuou." Se precisar eu te aviso" ela disse simplesmente.

Não gostei disso. Esse Joe não parecia ser uma boa pessoa. Ahh Clary, por que tantos segredos?

O semáforo fechou e aproveitei para olhar um pouco mais para ela. Não consegui não olhar para aquelas pernas, foi mais forte do que eu. E então, eu reparei no que não tinha visto antes. O machucado horrendo que aquele filha da puta do Derek tinha feito nela. Estava inchado, e aonde não tinha arrancado a pele, eu consiguia ver claramente hematomas se formando.

"Matt, tudo bem?"Percebi que estava apertando o volante um pouco mais forte que o necessário. Mais um pouco e eu arrancaria ele do painel.

"Não. Aquele filha da... Derek, merece levar uma lição."

"Na verdade, melhor deixar toda essa história pra lá. Acho que ele não vai tentar mais nada assim." ela disse

"Duvido muito disso."

"Bem, de todo jeito, não quero que você ou qualquer um dos meninos entre em alguma briga por minha causa. Não é certo. Vocês podem se machucar ou coisa pior." Por um momento fiquei feliz por saber que ela também se preocupava comigo. Sorri para ela.

"Ok. Não vou fazer nada se ele não chegar perto de você de novo. É o mínimo que aceito." Adoraria poder quebrar a cara daquele idiota a qualquer momento, mas já que ela estava pedindo..

Clary pareceu pensar por um instante, mas acabou concordando. Chegamos até a casa do Syn, aonde seria o ensaio, e percebi que ela estava me olhando.

"O que foi ?"

"Você realmente se importa comigo." Aquilo não foi uma pergunta. Foi mais como se ela confirmasse isso para si mesma. Senti um pouco de esperança crescendo dentro de mim.

"Sim, você nem imagina o quanto." Ela pareceu surpresa com isso. Decidi que era agora, iria falar tudo o que sentia para ela. Mas como a Lei de Murphy sempre reina, Zacky apareceu bem nessa hora. Parecia até que não era para eu falar nada hoje.

Entramos no casa do Syn e Susi pareceu feliz em ver uma garota junto comigo. Acho que ela ainda desconfiava do que eu e Syn estavámos fazendo ontem. Eu não culparia ela, até eu achei gay a cena quando me lembrei. Fomos até a sala onde ensaiamos e encontramos os outros lá.

Ajeitamos tudo e me preparei para o ensaio. Uma das coisas que eu mais amava na vida era cantar. O palco, toda aquela emoção, as pessoas gritando e acompanhando as músicas era uma das experiências mais maravilhosas que eu tinha na vida. Cada vez era única.

Quando todos estavámos prontos, olhei para a frente e vi Clary. Ela era a nossa platéia ali e percebi o quanto eu queria que essa cena se repetisse. Todas as outras pessoas que viam os nossos shows eram importantes, mas ver aqueles olhos me olhando com certa admiração fez com que tudo parecesse certo. Sim, eu não tinha mais como negar. Matt Shadows está oficialmente apaixonado por Clary Faye!



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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo voltamos a programação normal, pelo POV da Clary. Mas prometo que farei alguns capítulos futuros pelo POV do Matt de novo. Isso é, se esse tiver ficado bom rs.
No Natal eu trago mais um capítulo de presente para vocês. :)