And All Things Will End escrita por Saáh


Capítulo 35
Capítulo 34 - Mudanças


Notas iniciais do capítulo

Oii minha gente, como estão?
Seguintee...assunto importante que esqueci de falar no último que eu postei.. Sim, infelizmente a fic está se aproximando do fim.
Estou planejando mais uns 3 ou 4 cap. e um epílogo..
Ainda tem coisitas para acontecerem então espero que compreendam se começar a escrever passagens de tempo (tem gente que não gosta), mas tem hora que preciso "adiantar" um pouco o tempo.
Não gostei muito desse cap. mas precisava escrever ele.. Meus personagens nunca simplesmente somem sem um final ;)
Quem sabe no próximo acontece algo que estão me pedindo nos reviews kkkk'
Obrigadaa mais uma vez pelos reviews..são eles que fazem com que eu continue escrevendo..
Beijoos
PS: LEIAM AS NOTAS FINAIS!



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"Meu... pai? Mas..." As palavras fugiram da minha boca. Será que isso era possível?

Papa Gates se aproximou lentamente enquanto seu rosto parecia ficar mais animado a cada segundo.

"Clary pense bem, isso pode fazer muito sentido. Isso explicaria tudo!"

Engoli seco e tentei pensar como ele.

"Não.. mas então porque minha mãe não falou nada pra ninguém? Isso não tem lógica."

"Ela fez tudo para proteger você. Imagine só o que Nick faria se descobrisse isso? Ele só te poupava das barbaridades por ser filha dele. Elizabeth mesmo tinha me falado isso uma vez."

Dei um sorriso triste para ele. "E mesmo assim ele me estuprou."

Papa Gates arregalou os olhos. "Mas... então.. foi por isso que você..."

Ele não terminou a frase mas meu olhar com certeza já dizia tudo.

"Acho que temos muito o que conversar."

Ficamos dentro do quarto pelo que pareceu muito tempo. Contei a ele a história completa. Papa Gates só não sabia de alguns detalhes, mas tudo fez com que ele acreditasse ainda mais que pudesse ser meu pai. Combinamos de no dia seguinte ir fazer um exame de DNA.

Enquanto o resultado não ficou pronto ficamos em silêncio sobre essa história. É claro que não consegui disfarçar muito bem e Matt passou horas e horas me perguntando o que eu tinha. Não queria esconder coisas dele mais uma vez, mas agora não era algo que dizia respeito só a mim. Papa Gates tinha a família dele e isso com certeza traria muitos conflitos. Sem contar que se fosse realmente verdade, então Syn era meu irmão. Chegava até a ser meio cômica essa história.

Chegou o dia em que o resultado ficou pronto e tentei não criar expectativas mas foi meio inevitável. Não sabia se comemorava ou chorava com toda essa história, afinal muita coisa mudaria a partir daquele pequeno pedaço de papel.

Aproveitamos que os meninos estavam ensaiando e disse ao Matt que iria em uma consulta, mas Papa Gates me encontrou e fomos juntos até o laboratório. Nós dois estávamos tensos e falamos pouco no caminho. Só quando peguei o resultado em minhas mãos é que percebi que elas estavam tremendo.

Desisti de tentar abrir o envelope e entreguei ele para Papa Gates, que parecia estar tão aflito quanto eu, mas abriu tudo rapidamente olhando para o papel. Enquanto os olhos dele percorriam o que estava escrito fiquei me perguntando se queria saber mesmo a verdade. Por fim, ele me encarou e não precisei de palavras para saber qual era a resposta.

Papa Gates me puxou para os seus braços em um abraço apertado.

"Eu sou seu pai Clary! Eu sou seu pai mesmo, de verdade!"

Não consegui dizer nada. Faltavam palavras para descrever o que eu estava sentindo. Várias pessoas nos olhavam mas Papa Gates não se importou. Ele se afastou e segurou meu rosto entre suas mãos.

"Eu prometo Clary que vou recompensar todos esses anos perdidos longe de você."

"Nunca imaginei que tivesse um pai de verdade mesmo mas bem...acho que agora eu realmente tenho um." disse sorrindo para ele.

"Sim, agora você tem!"

Voltei novamente para os seus braços  e escutei quando ele sussurrou "Obrigado Elisabeth" enquanto uma lágrima escorria pelo meu rosto.

-x-

Tínhamos certeza de que essa revelação mudaria muita coisa, mas convenci Papa Gates de que Susi merecia ser a primeira a saber e ter uma explicação, afinal, por bem ou por mal ela é quem tinha sido traída. A reação dela, como ele já esperava, não foi das melhores, principalmente porque ela nem sabia quem era a minha mãe ou mesmo que os dois se conheciam. Ela ficou dias sem falar com ele e até respondeu um pouco grossa para mim quando estávamos sozinhas. Os meninos já estavam desconfiando de que havia algo errado, principalmente o Syn.

Esperamos que as aulas terminassem e com a desculpa de que iríamos comemorar a nova fase, marcamos uma reunião na casa do Papa Gates com Kim, Gary e todos os meninos. Somente Susi não quis fazer parte e não questionamos ela por isso. Depois de muita comida, bebida e conversas jogadas fora, sentamos todos na sala em um circulo. Matt ficou do meu lado segurando minha mão.

"Bem, eu queria dizer algumas palavrinhas." Papa Gates falou e por alguns segundos nossos olhares se cruzaram. "Esta é uma nova fase acredito que na vida de todos e queria desejar boa sorte aos meninos. Vocês tem muito talento que merece ser reconhecido e conhecido por muitas pessoas sem cultura."

Todos rimos e depois de algumas piadinhas ele continuou.

"Agora vocês já são homens que tomarão o próprio rumo, mas eu queria fazer um pedido. Seria pedir demais para vocês aceitarem a companhia desse velho na turnê?"

Acredito que os garotos tenham ficado tão surpresos quanto eu. Não sabia que ele ia pedir isso e fiquei tentando entender, quando Matt falou.

"Claro Papa Gates. A gente precisa de um adulto pra colocar ordem em tudo." Eles riram e ele continuou. "Mas, e a Susi? Ela concordou?"

"É pai, qual é? Vocês vão se separar é?" Syn disse parecendo meio preocupado.

"Não.. acredito que não."

"Mas porque vocês estão estranhos Brian?" Kim falou parecendo interessada no assunto.

"Bem... é uma longa história mas isso envolve algo que queria ter falado a vocês a muito tempo."

Papa Gates sorriu olhando para mim e só percebi que estava esmagando meus dedos na mão do Matt quando ele colocou sua outra mão por cima e o encarei. Antes que ele dissesse alguma coisa, Papa Gates continuou.

"Alguns de vocês já sabem que eu conhecia a mãe da Clary, certo?" Os meninos concordaram e ele continuou. "A verdade é que eu era apaixonado por ela, mas por motivos que vocês também já sabem, acabamos não ficando juntos. Foi onde encontrei Susi e nos casamos. Mas... era meio inevitável o que eu sentia por ela e acabamos nos encontrando uma vez e finalmente nos entregamos a essa paixão."

A sala ficou em silêncio e depois de alguns segundos escutamos um sussurro baixo vindo do Syn "Você traiu a minha mãe?"

"Trai Syn, mas ela não sabia até pouco tempo. Por isso estamos meio que brigados."

"E com razão." Ele disse e o clima acabou ficando meio tenso.

Meio inconsciente acho que ainda estava esmagando meus dedos na mão do Matt, pois ele puxou levemente meus ombros fazendo com que o olhasse.

"O que você tem haver com essa história?"

Olhei novamente para Papa Gates mas ele estava tentando convencer um Syn totalmente revoltado dos porquês dessa traição. Matt me encarava com os olhos suplicantes e sentia as palavras engasgadas em minha garganta. Por fim, acabei levantando enquanto ele me olhava intrigado.

Todos pararam de falar enquanto eu ia até aonde Papa Gates estava em pé. Respirei fundo e olhei para todos eles.

"O que Papa Gates está tentando falar todo esse tempo é que.. bem... depois desse dia ele não conversou mais com a minha mãe. Ela sumiu e só agora é que conseguimos perceber alguns detalhes..."

Não sabia como continuar contando aquilo com todos eles me olhando. Papa Gates continuou.

"Ficamos em dúvida e resolvemos tirar a prova. E então, descobrimos que eu sou o pai da Clary."

Os olhares espantados que recebemos fizeram com que eu me encolhesse um pouco para perto dele.

"Mas isso é ótimo! Agora você não precisa mais morar com a sua tia Clary. E tenho certeza que Brian não vai ser contra eu ter o meu neto perto de mim certo?" Kim disse olhando desafiadora para ele que riu tornando o clima menos tenso.

"Não se esqueça que agora essa criança também é meu neto."

Todos pareceram aceitar mais do que bem e isso até me surpreendeu um pouco. Pena que Susi era a exceção. Senti meu braço sendo puxado e Matt estava parado ao meu lado.

"Então, era por isso que você estava meio estranha esses dias.."

"Sim. Desculpe não ter falado nada, mas prometi para o Papa Gates e.." Fui interrompida pelos 4 escandalosos.

"Aha agora sim o Syn ficou pra titio." The Rev falou e todos eles começaram a rir da careta que Syn fez.

Todos conversavam e faziam piadinhas, mas Syn estava meio quieto e distante. Kim e Gary resolveram ir embora e um pouco depois os outros também foram. Papa Gates me puxou para um canto.

"Clary, espero que tenha ido tudo bem e que você não se importe da minha companhia na turnê."

"Não, sem problemas.. Mas e a Susi?"

Papa Gates deu um longo suspiro. "Bem, eu conheço ela e sei que vai levar um tempo para que me perdoe, só espero que não demore muito. Mas enquanto isso, ainda não me esqueci da promessa de recuperar o tempo perdido e acho que passar essa turnê ao seu lado é uma ótima oportunidade. Além disso os meninos podem precisar de ajuda com algumas coisas que tenho mais técnica."

Sorri e o abracei. "Obrigada, vai ser ótimo ter você por perto.. pai."

Era estranho dizer isso mas aos poucos estava me acostumando. Quando afastei, vi que Syn nos encarava em um canto. Antes que eu pudesse sair ele se aproximou e parou ao nosso lado.

"Posso falar com você Clary?"

"Syn... você."

"Depois pai, só quero conversar com a Clary ok?"

Os dois se encararam por um tempo e eu fiquei em silêncio só observando. Fomos para um outro canto da casa e vi que Matt também nos olhava. Syn entrou pelo corredor e segui ele até seu quarto. Haviam roupas espalhadas pelos cantos, a guitarra em cima da cama e eu podia jurar que estava vendo uma embalagem de camisinha escondida embaixo da cama, mas tentei ignorar tudo olhando somente para aqueles olhos negros.

"Então.." disse.

"Então.." ele repetiu e continuamos nos encarando.

Era estranho olhar para ele. Quando nos conhecemos tínhamos uma certa antipatia mas que aos poucos sumiu. Deve ser alguma coisa de irmão mesmo. O olhar que ele me lançava era tão concentrado, como se pudesse enxergar minha alma.

"O que foi?"

"Nós somos irmãos mesmo?"

"Quer fazer um teste de DNA também?" Falei irônica e ele sorriu.

"Não.. já vi que temos o mesmo sangue e cabeça quente."

Dei um tapa leve em seu ombro. "Idiota."

Ele sorriu mais ainda e me puxou em um abraço apertado.

"Sabe que eu sempre quis ter uma irmã. Mas não imaginava uma que já viesse tão 'mulher' e ainda por cima grávida."

"Pois é. Lembre-se até a morte que você jogava cantadas para a irmãzinha aqui."

Ele se afastou e me encarou de cima até embaixo.

"Bom, pelo menos eu tenho uma irmã gostosa." Dei outro tapa leve nele. "Tá bom, eu admito, isso é estranho."

"Estranho? Até pouco tempo eu não tinha ninguém e agora tenho pai, irmão..."

"Bem vinda a família."

Sorrimos um para o outro. Sim, isso era estranho, mas não podia desejar mais nada.

-x-

O dia que sairíamos para a turnê finalmente havia chegado. As malas estavam todas prontas e faltavam só mais alguns minutos para que pegássemos a estrada. Nas últimas semanas acabei dividindo meu tempo entre a casa do Matt e a casa do Syn, que Papa Gates insistia que era minha também. Susi concordou que seria melhor Papa Gates ir junto na turnê e decidiu que ela também faria uma viagem para visitar a família em outra cidade, aproveitando o tempo para pensar. Quando eles voltassem iriam conversar novamente e decidir o que fazer. No fundo, estava torcendo para que ela o perdoasse. Por mais errada que foi essa traição, ele amava muito Susi e chegou até a chorar me falando que tinha medo de perder ela também.

Syn começou a levar ao pé da letra essa história de irmãos e se tornou praticamente uma sombra atrás de mim, junto com o Matt. Os dois viviam regulando o que eu fazia, o que comia, querendo saber como eu e o bebê estávamos. Comecei a me sentir mimada demais até. Os outros continuavam ao meu lado também e Matt deixou até que eles revezassem em me acompanhar nas consultas com o obstetra. É claro que nenhum deles entendeu direito a imagem na tela e Peter toda vez tentava explicar o que era o que.

Com o teste de DNA comprovando que Papa Gates era meu pai mesmo, o juiz acabou arquivando meu caso dando ele como resolvido. Quanto ao Joe, descobri que ele havia sido preso após Liss ir pessoalmente até a delegacia fazer uma denúncia contra agressão. Matt pediu para que deixasse quieto mas não pude simplesmente ignorar. Com isso, um dia antes da viagem me encontrei em frente ao prédio novamente.

"Srta. Clary! A quanto tempo que não a vejo."

João veio me receber com um sorriso já abrindo o portão.

"Pois é, várias mudanças aconteceram. A Liss está?"

"Sim. Você quer que anuncie que você está aqui?"

"Não, eu vou subir, se você não se importar."

"De forma alguma."

Ele sorriu e eu fui caminhando em direção ao elevador. Fiquei parada por alguns segundos em frente a porta do apartamento tomando coragem. Toquei a campainha e pouco depois escutei a porta sendo destrancada. Liss parecia surpresa por me ver ali e seus olhos rapidamente foram até a minha barriga, que agora mostrava ainda mais a gravidez.

"Posso entrar?"

Ela não disse nada, só foi para o lado dando passagem. Entrei e olhei para os lados percebendo o que estava diferente. Alguns móveis não estavam mais lá e vi uma grande quantidade de caixas em um canto. Vendo o que eu analisava, Liss começou a falar.

"Estou me mudando para outra cidade. Eu até ia te procurar para que você viesse pegar as suas coisas."

Olhei para ela e sorri. "Obrigada."

Decidi ir até o meu quarto e o encontrei do mesmo jeito que lembrava. Matt havia ido buscar o restante das minhas roupas e outros pertences, mas alguns acabaram ficando para trás. Um em especial que sentia falta era o painel com as fotos. Olhei para cada uma novamente sorrindo pelas lembranças que guardavam, até que reparei em algo que não estava ali antes. Uma foto em que minha mãe me segurava nos braços ainda bebê, meu avô de um lado e do outro uma mulher. Olhei para a porta e vi a mesma parada me encarando.

"Eu sempre guardei essa foto comigo. Apesar de parecer que não importava com vocês, eu sentia falta. Sentia saudades. É uma pena que não tenha um coração tão bom como o da sua mãe e acabei deixando que coisas ruins acontecessem com você enquanto deveria ter te dado atenção, carinho. Mas entenda, essa não sou eu. Eu não sou assim!"

Liss disse meio exasperada e só concordei com ela.

"Tudo bem Liss.. "

Ela saiu rapidamente do quarto e comecei a juntar o que restava por lá. Coloquei tudo em uma caixa e iria deixar na portaria para que depois alguém viesse buscar. Parei na porta e olhei novamente para cada canto do apartamento. Liss me observava e deixei a caixa no chão indo até ela.

"Vovô iria querer que eu te desse isso." Peguei o envelope que havia guardado em meu bolso e entreguei para ela que se assustou vendo a grande quantidade de dinheiro.

"Clary.. eu não posso."

"Fique. Ele também sentia sua falta." Entreguei para ela a foto que havia adicionado ao painel. "E guarde as lembranças boas."

As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto dela que me puxou em um abraço apertado. Retribui e decidi que era hora de ir embora. Peguei a caixa e segui em direção ao elevador quando percebi que ela ainda não havia fechado a porta.

"Clary?"

Olhei para trás e ela estava parada com os olhos ainda inchados por chorar. "Sim?"

"Você me perdoa?"

Sorri e balancei a cabeça mostrando que sim. Ela sorriu mais uma vez e virei continuando a andar.

Sim, agora eu poderia seguir em frente.


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Notas finais do capítulo

Pessoal, seguinte..peço mil desculpas pela demora para postar mas é que realmente os dias estão passando e não estou tendo tempo de escrever.. ou quando começo tenho que parar para fazer outras coisas.
Então, espero que compreendam se demorar um pouco mas não pensem que abandonei a fic... JAMAIS.
E se não estiverem gostando de algo podem falar também...aceito críticas, elogios, recomendações e chocolates kkk'
E talvez no próximo cap. vocês saibam um dos porquês da minha demora ;)