And All Things Will End escrita por Saáh


Capítulo 31
Capítulo 30 - Descobertas


Notas iniciais do capítulo

E aii cambada, todo mundo curtindo o calor também? rs
Postando hoje porque vaii saber quando que vou conseguir postar de novo néh .. Ohh vida -.-'
Enfiim, capítulo com inspiração ao som das bixas sevenfold.. Burn it town pra vocês o/
E caraa, ri muitoo com todo mundo almadiçoando o Joe kkk'
Brigadinha pelos reviews *---*
Beijoos e boa leitura!



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Virei rapidamente e senti o nó formando na minha garganta enquanto Matt se aproximava com os punhos fechados.

“Quem fez isso?”

“O que você está fazendo aqui?”

“Quem fez isso? Responde AGORA Clary.”

Matt estava a centímetros de distância quando bati contra um armário. Uma careta de dor passou pelo meu rosto e ele pareceu relaxar por um momento. Mesmo assim Matt apoiou os dois braços ao lado do meu ombro, impedindo que eu saísse dali. Ele respirou fundo por alguns segundos.

“Quem...”

“Matt você não precisa fazer isso. Não é nada que...”

“NÃO É NADA? COMO NÃO É NADA? Você já olhou pra suas costas Clary?”

“Mas isso não é de agora. Eu cai e..”

“Clary, para de mentir! Eu vi perfeitamente machucados quase cicatrizados e outros ainda vermelhos como se fossem de ontem.” E eram. Ele apontou um dedo em um vermelho perto do meu ombro. “Vai me dizer que isso aqui também não é recente?”

Suspirei. “Mas Matt...”

“Mas nada. Me fala agora Clary.”

“Matt eu sei me cuidar sozinha.”

“Estou vendo mesmo. “ Ele falou irônico e ficou me encarando. Percebi quando sua expressão fechou mais ainda. “É o Joe não é? Certeza. Só pode ser ele. Porque ele está fazendo isso agora?”

Não tinha mais como fugir. Abaixei o olhar para a sua camisa e respondi em um sussurro “Não sei.”

Senti quando meus olhos começaram a arder. Não olhei para seu rosto novamente até que senti seus braços me envolvendo quando as primeiras lágrimas caíram. Mas que droga, porque sempre acabava chorando e sendo consolada por ele?

“Tudo bem Clary, mas lembra que a gente tinha combinado que você ia me contar se coisas exatamente desse tipo acontecessem? Ainda mais agora!”

“Eu sei, desculpe.”

Me agarrei mais a sua camisa e senti quando ele soltou uma risada.

“É incrível como não consigo ficar bravo com você.”

“Que bom.” Falei sorrindo também.

Depois de um tempo abraçada nele me dei conta de que estava só com o sutiã e o short de ginástica. Não que fosse algo que ele nunca tivesse visto, mas com certeza teríamos problemas se nos encontrassem ali.

“Matt... acho que vou tomar um banho.” Disse me afastando dele.

Vi quando seu olhar percorreu todo o meu corpo demonstrando desejo. Meu estômago remexeu de novo mas dessa vez não tinha nada haver com a gravidez.

“Tudo bem, vou continuar aqui.”

“O QUE?”

“É, ainda vai demorar um pouco pra acabar a aula e nossa conversa não terminou. Além disso, acho que preciso me acalmar um pouco.”

Ele tentou dizer isso sério mas ainda via o desejo em seu olhar. Só concordei dando as costas, pegando minha toalha e indo em direção aos chuveiros.

Comecei a tirar minha roupa mas não pude evitar de pensar o quão irônico era eu estar tomando banho com ele ali a metros de distância. Matt poderia aparecer a qualquer momento e se aproveitar da situação. Ok, imaginação demais, ele jamais faria isso. Mas no fundo.... acho que eu desejava que ele fizesse.

 Tomei o banho rapidamente e só na hora em que estava me enxugando é que percebi que havia esquecido as roupas.

“Matt?”

“Sim?” Ele falou em um tom meio estranho.

“Você pode trazer minha mochila aqui?” disse já me enrolando na toalha e saindo de lá.

Poucos segundos depois ele apareceu, mas ficou paralisado quando me viu. Não sei quais eram seus pensamentos mas seu corpo claramente demonstrava um forte desejo por mim. Ele soltou minha mochila no chão e antes que eu piscasse Matt já estava me encurralando na parede enquanto seus lábios se chocavam com os meus.

Não era certo, não devia estar acontecendo isso mas eu simplesmente não conseguia resistir. Os lábios de Matt eram famintos enquanto suas mãos passeavam pelo meu corpo, até que elas pararam na minha cintura e da mesma forma ele se afastou rapidamente de mim.

“Desculpe.” Matt falou em sussurrou e saiu andando.

Fiquei ali encostada na parede tentando normalizar minha respiração e processar o que havia acabado de acontecer.

-x-

Vesti um short jeans com uma blusa preta e coloquei um moletom com capuz por cima, já que o tempo parecia estar mudando. Calcei meu all star e sai do vestiário no momento em que a aula terminava para o restante dos alunos. Esbarrei em The Rev a caminho do portão de saída da quadra.

“Ei Clary, tá tudo bem?”

“Sim.. porque?”

“A só pra saber. É que você parou de jogar e depois eu vi o Matt saindo exatamente do vestiário feminino com uma cara um tanto quanto cômica.” Ele me lançou um sorrisinho malicioso.

“Não sei o que eu tenho haver com isso.” Disse entrando em seu jogo. The Rev deu uma gargalhada escandalosa mas foi interrompido quando uma das inspetoras parou do nosso lado.

“Clary, o diretor está pedindo pra você ir até a sala dele.”

Olhei preocupada para The Rev e ele se aproximou sussurrando no meu ouvido “Vai dar tudo certo.”

Concordei e sai andando em direção a sala. Certeza que ele queria falar sobre a gravidez. Estava demorando até para me chamarem lá. O que não esperava era ver a cena que vi quando entrei na sala.

O diretor me encarava sério enquanto Joe estava sentado em frente a mesa com uma expressão que me deu calafrios.

“Entre Clary.” O diretor falou quando não me mexi.

Me aproximei lentamente da mesa e sentei o mais longe possível de Joe.

“Bem você já deve imaginar que chamei você aqui para conversarmos sobre a sua gravidez, e acho que esse caso deve envolver a família. O que me surpreendeu foi saber que você não havia contado nada para eles.” Me neguei a olhar para o lado, só encarava o diretor.

“Estava esperando a oportunidade pra isso. E na verdade, Joe não é minha família e nem nunca foi.”

“Como não?” Ele falou incrédulo, mas conhecia ele bem demais pra saber que estava fingindo.

“Porque você pensa assim?” O diretor perguntou quando não disse mais nada.

“Família consiste em pessoas próximas que nos amam, e não só de parentesco. Família PROTEGE e ouve quando é preciso. Não tenho nada disso com Joe e Liss.”

O diretor franziu a testa e Joe se aproximou mais dele.

“Mas claro. O senhor vê? Como eu havia explicado antes. Ela não nos deixa fazer parte da vida dela. Sempre pergunto como vai a escola, os amigos mas ela me ignora. Liss também tenta ao máximo conversar com ela, mas só recebemos respostas frias.”

Não consegui me controlar e virei encarando ele . “VOCÊ FICOU LOUCO? Quem que ontem mesmo estava me acertando com um cinto sem nenhum motivo?”

Joe me fuzilou com o olhar e depois olhou triste para o diretor. “Totalmente desiquilibrada. Esta até inventando coisas agora. O senhor vê né?”

Encarei o diretor e aquele idiota preferiu acreditar em Joe do que em mim. Não duvidava nada que Joe tivesse dado algum dinheiro pra ele.

“Claro. Acho que esse será um assunto para vocês conversarem juntos, em casa.”

Joe concordou e senti o sangue fugindo do meu rosto já imaginando como seria essa ‘conversa’.

“Só gostaria de dizer que a escola irá dar qualquer apoio que vocês precisarem em relação a essa gravidez. Qualquer problema você pode me procurar Clary.”

“E você irá acreditar ou simplesmente fingir de desentendido como está fazendo agora?”

Levantei e sai batendo a porta atrás de mim. Os corredores já estavam vazios então caminhei rapidamente até a saída e peguei meu celular já ligando para o Matt quando ele foi arrancado de mim e alguém agarrou meu braço.

“Você vem comigo agora.”

“NÃO.” Gritei e Joe tampou minha boca. Tentei ao máximo fugir mas fui jogada dentro do porta-malas do carro dele.

Comecei a dar chutes e socos na lataria, além de gritos seguidos de gritos e de nada adiantou. Escutei o toque do meu celular mas o carro já começaca a se mover. Não fazia a mínima noção de para onde estávamos indo e isso me assustava cada vez mais.

-x-

O ar já estava claustrofóbico. Tinha perdido a noção de a quantas horas estava naquele porta-malas. O carro havia ficado parado umas 2 vezes e tentei ao máximo chamar atenção de qualquer um mas não tive sucesso. Minha garganta ardia de tanto gritar e meu corpo todo reclamava pela posição desajeitada.

Senti quando Joe deu uma freada brusca e desceu do carro. Para a minha completa felicidade ou pavor ele finalmente abriu o maldito porta-malas. Minha primeira reação foi puxar a maior quantidade de ar puro possível.

Joe puxou meus braços me tirando de dentro do carro mas como a delicadeza era muita acabei caindo no chão. Percebi que já estava anoitecendo e algumas gotas de chuva começavam a cair.

Levantei rapidamente e tentei entender aonde estava mas só conseguia ver paredes em volta de um local aberto.

“O que você quer Joe e aonde estamos?”

“O que eu quero? Só conversar.”

Comecei a dar alguns passos para trás.

“Bom mas eu não quero então..”

“QUIETA. Já disse que quem decide as coisas sou eu.”

Engoli seco quando encostei no muro e percebi que não tinha mais para onde fugir. Joe se aproximou e levantou a mão passando um dedo pela minha bochecha.

“Agora me diz, é aquele tatuado miserável o pai dessa criança não é?”

“Pra que você quer saber?”

“Curiosidade só.”

Joe se aproximou mais e senti sua respiração perto do meu rosto. Podia jurar que ele iria me beijar.

“O que você está fazendo?” Perguntei assustada.

Joe começou a rir e não se afastou nenhum centímetro. “Sabe Clary, acho que existem certas coisas que você deveria saber. Quem sabe assim conseguimos ser mais sinceros um com o outro não é?”

Achei melhor concordar. Ele afastou o rosto mas continuou parado na minha frente, impedindo que eu desse qualquer passo.

“Desde o momento em que vi você me senti atraído, de verdade. Você é linda!” Joe segurou meu queixo fazendo com que olhasse para seu rosto. “Você não sabe o quanto consegui brincar com você na minha imaginação.”

“Mas você tem a Liss e...”

“Ah por favor Clary, não me faça rir. Liss é só um objeto fixo para satisfazer minhas vontades. Posso encontrar diversão maior em qualquer outro lugar. E sabe o que mais gosto? Quando é algo difícil de conseguir.”

Fiquei paralisada olhando para ele apavorada. Como é que é?

Joe começou a rir. “É claro, tudo ia bem, já tinha até começado a fazer planos, principalmente para todo o seu dinheiro, até que você surge com aquele idiota. E agora, está grávida!”

O humor dele mudou totalmente e senti quando sua mão no meu queixo começou a apertar mais.

“ME DIZ, ELE É O PAI DESSA CRIANÇA NÉ?” Joe gritou na minha cara.

“Pra que você quer tanto saber isso?”

“Só pra dizer os pêsames quando você não estiver mais grávida.”

“Como assim?”

Joe começou a rir. “Clary querida, você acha mesmo que eu ia descobrir que você está grávida de outro homem e deixar que esse bebê nasça? Isso é pedir demais até para o meu bom coração. Já disse: quero você, e somente VOCÊ. Esse bebê não se inclui nos meus planos.”

Pisquei várias vezes antes de conseguir processar o que ele está falando.

“VOCÊ FICOU LOUCO, SÓ PODE! EU NUNCA VOU FICAR COM VOCÊ E NUNCA VOU DEIXAR VOCÊ ENCOSTAR UM DEDO NESSA CRIANÇA SEU FILHO DA P...” Um tapa acertou minha cara e Joe segurou meu pulso antes que eu caísse no chão. Ele imprensou seu corpo no meu e começou a apertar mais ainda aonde segurava.

“Ah você vai! Porque já disse: sou eu quem decido as coisas por aqui. E se eu digo que você vai ser minha, você vai. Se eu digo que essa criança não vai nascer, ela não vai. Da mesma forma que você vai ficar quietinha em relação a...”

Eu precisava sair dali e a realidade de que meu filho, ou filha, corria perigo fez com que isso fosse tudo em que eu pensasse. Antes que Joe terminasse suas ameaças puxei meu braço com força e fui para o lado, conseguindo ter a sensação de estar livre por alguns segundos. Mas antes que conseguisse sair correndo, Joe agarrou novamente meu pulso e acabamos indo os dois para o chão.

Senti minha bochecha ralando no chão mas nem me importei. Tentei puxar meu braço de volta mas Joe ainda segurava firme.

“Você não vai fugir e nem precisa. Podemos fazer isso tudo de um jeito simples, sem danos.”

“Claro, muito simples.” Disse irônica tentando ainda me livrar dele.

“Essa morte não precisa estar nas suas mãos. Eu contrato alguém pro serviço sujo, ou mesmo arranjo algum remédio e te dou. Bem simples.”

“NÃO, VOCÊ NÃO VAI...” um grito interrompeu minhas palavras quando senti uma dor crescente no meu pulso. Joe ainda assim segurava ele com força e parecia não se importar com isso. Acabei acertando um chute perto da barriga dele e consegui me libertar por um tempo.

Sai rastejando na primeira oportunidade mas acabei escorregando nas poças que se formavam com a chuva forte que começava a cair. Quando ia tentar levantar de novo, minha perna foi puxada.

“Volta aqui Clary. Nós nem chegamos na parte divertida ainda.”

“E nunca vamos chegar!”

Com isso dei um chute na cara de Joe usando toda a raiva que estava sentindo. Não esperei pra ver qual o estrago que tinha feito, só levantei e comecei a andar tentando sair daquele labirinto. Quando vi que a rua estava próxima escutei o grito de Joe ecoando pelas paredes.

“Eu vou te achar. Não importa aonde você for eu vou te achar e vou matar essa criança!”

Sai correndo o mais rápido que pude. Em meio as lágrimas e a chuva que caia tentei entender aonde estava ou mesmo se encontrava alguma coisa conhecida. Nada. Era um bairro estranho, com pouca iluminação e sem movimento nenhum.

Mesmo assim continuei correndo sem rumo implorando para qualquer força maior que Joe não me achasse. Dessa vez Matt e todos os outros saberiam de todos os detalhes e eu teria prazer em ver eles terminando o que comecei. Um sorriso até surgiu nos meus lábios imaginando essa cena, mas logo sumiu quando meu pulso começou a doer mais e me lembrei da situação que me encontrava.

Puxei meu capuz quando a chuva se tornou mais forte e comecei a caminhar, já que meu fôlego estava se esgotando.  Um dos conhecidos enjoos começou a aparecer e parei de andar tentando respirar direito. Já estava morrendo de fome e provavelmente desmaiaria se perdesse o pouco de comida que ainda restava no meu estômago.

Olhei mais uma vez em volta e fui até a esquina olhando os nomes das ruas. Nenhuma que eu conhecesse ou já tivesse ouvido falar. Respirei fundo mais algumas vezes e continuei caminhando.

A noite foi se tornando mais fria e agradeci mentalmente por ter colocado o moletom, mesmo ele estando ensopado no momento. Passei por algumas pessoas mas não sabia ao certo o que fazer. Ok, eu estava perdida, machucada e precisava de ajuda, mas não confiava em mais ninguém.

Olhando para um telefone público pensei que talvez a minha solução estaria bem ali. Corri até lá e fiquei olhando para os números e tentando lembrar do celular de qualquer um dos meninos. Vamos lá Clary, use a memória pra alguma coisa! Tinha possíveis finais de números para o celular do Matt e decidi testar todos eles, já que era o único que consegui lembrar parcialmente. Alguns não me atenderam, outros deram desligados, e outros pedi desculpas por ser engano. O mais irônico era que só lembrava do número do meu celular, que agora estava com o Joe, e do apartamento. Fiz mais algumas últimas tentativas e por fim, liguei para o apartamento. Quando ninguém atendeu, desisti e voltei a caminhar.

Estava me sentindo extremamente exausta, além de já ter minha pele enrugada a muito tempo de tanta água que caia do céu. Cansada, sentei em alguns degraus e encostei na parede passando os braços protetoramente sobre a minha barriga. Meus olhos acabaram fechando e fiquei mentalizando imagens bonitas totalmente opostas a minha realidade.

Acordei com o barulho de carros começando a passar na rua. Levantei assustada quando me dei conta de que havia dormido na rua, na porta de alguma casa. A que ponto isso já havia chegado?

A chuva tinha dado uma trégua, mas o céu ainda estava nublado. Voltei a caminhar me sentindo mais atenta aos detalhes. Depois de mais alguns quarteirões me deparei em uma avenida que tinha certeza já ter estado antes.

Olhei para cima observando as placas indicando os locais próximos e senti um aperto no peito quando percebi aonde estava. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto e voltei a caminhar já tendo um rumo certo.


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Notas finais do capítulo

Enganeii todo mundo néh...não foi dessa vez que o Joe apanhou (não do Matt) kkkk' maas..quem sabe no próximo =P