And All Things Will End escrita por Saáh


Capítulo 29
Capítulo 28 - Amigos


Notas iniciais do capítulo

Pessoooas...todo mundo pulando muito carnaval?? -.-'
Desculpem, ia postar antes mas a minha amiga vodka não deixou que eu terminasse o capítulo kkk'
Espero que gostem apesar de ter achado esse capítulo meio bléh..
Também percebi que o número de leitores aumentou, entãoo sejam muito bem-vindos e não se tornem leitores fantasmas, please. Minha imaginação agradece ;)
Enfiim, boa leitura a todos e obrigada mais uma vez por não me abandonarem *----------*
Beijoos



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Medo. Angústia. Tristeza. Tudo isso passava por mim.

Eu só queria poder sumir por um tempo, viver minha vida sem nenhuma dessas pessoas por perto. Porque tudo isso acontecia comigo? Era pra estar sendo um momento bom, cheio de planos mas eu não conseguia nada disso.

Sem pensar continuei andando com um braço apoiado sobre a minha barriga e um grito quase saiu dos meu lábios quando uma sombra parou na minha frente. Matt estava ali, lindo como sempre. Os olhos verdes que tanto conhecia ficaram um bom tempo olhando para o meu rosto, até que ele desviou o olhar para o meu braço ainda apoiado na barriga.

Tinha certeza que a essa hora ele já saberia sobre a gravidez e isso talvez explicasse o porque dele estar parado bem em frente o meu prédio, mas não conseguia decifrar sua expressão. O mais irônico era que por todo esse tempo eu só queria contar para ele, mas agora com ele ali, bem na minha frente já sabendo que eu estava grávida, não conseguia dizer nada.

Um suspiro saiu pelos meus lábios e ele voltou a olhar para o meu rosto. Matt também parecia tentar encontrar o que dizer.

"Er... então. Será que agora a gente consegue conversar?"

Concordei mas quando ele não se mexeu, resolvi falar.

"A gente pode ir pra outro lugar?"

"Claro."

Andamos até o seu carro sem dizer nada. Ele abriu a porta do carona para mim e ficou segurando ela até que eu entrasse. Não prestei atenção no caminho que ele fazia. Só fiquei pensando o que falaria, o que ele falaria ou mesmo o que estaria pensando.

Matt parou o carro e percebi que estávamos em um mirante de onde era possível ver todas as luzes da cidade sendo acessas enquanto anoitecia. Deixei minha mochila dentro do carro e sai andando até perto de uma mureta. Alguns segundos depois Matt parou do meu lado. Percebi que ele me encarava e olhei para o seu rosto também.

Ele não parecia chateado, nervoso e muito mesmo triste. Parecia estar até ... feliz.

“Aonde você ficou hoje a tarde?”

Essa não era uma pergunta difícil de responder, mas conversar com ele estava sendo estranho porque sabia aonde iríamos chegar com tudo isso.

“Andando e pensando. Você provavelmente já deve saber o porque.”

Desviei o olhar para a paisagem a minha frente.

“Algo que você queria me contar todo esse tempo não é?"

"Você já sabe o que é." Porque ele ainda perguntava?

Matt ficou pensando por um tempo e vi um sorriso brincando em seus lábios. "Sei, mas queria escutar de você a verdade."

Virei de frente para ele e o encarei. “Sim Matt eu estou grávida e sim, você é o pai. Feliz agora?”

Ele abriu um sorriso enorme que por pouco não me deixou sem fôlego. “Sim, muito.”

Matt se aproximou mas eu dei um passo pra trás e ele me olhou confuso.

“Eu não espero nada de você Matt. Pode continuar vivendo a sua vida e seguindo seus planos. Pra você nada precisa mudar. Pode continuar com a banda, seus amigos, Valary...”

“Clary, mas essa criança muda tudo! E não estou junto com a Valary. O que você viu foi um momento idiota que eu tive.”

“Você teve seus motivos então...”

Matt segurou meu braço “Não Clary, me desculpe. Por ter falado com você daquele jeito, pela forma como agi esses dias e principalmente por não ter escutado quando você queria falar comigo.”

Tentei puxar meu braço de volta mas ele ainda segurava firme.

“Tudo bem Matt, você não precisa pedir desculpa. Nós não temos mais nada mesmo.”

“Acontece que os meus planos não são completos sem você.”

“Mas...” Matt me puxou para mais perto e não deixou que eu terminasse de falar.

“Clary, eu te amo e você sabe disso. Ainda mais agora, sabendo que você está grávida de um filho que é meu também. Por favor, volta pra mim.”

Fiquei sem palavras e quando dei por mim tinha os lábios dele nos meus. Um beijo doce, calmo, com gosto de saudade, mas que aos poucos começou a esquentar. Matt me puxou para mais perto e quando suas mãos foram para as minhas costas e senti dor, interrompi o beijo me afastando bruscamente. Matt me olhou confuso.

“Não... isso não está certo.”

“Porque?”

Tentei organizar melhor meus pensamentos e algo me ocorreu. Suspirei.

“Matt, você não precisa fazer isso só por causa dessa criança.”

“Mas não estou fazendo...” interrompi ele.

“Olha Matt eu estou cansada, de verdade. Será que a gente podia conversar melhor amanhã?”

“Tudo bem, mas Clary... Você não vai conseguir ficar fugindo disso.”

Já tinha escutado essa frase mas ela fez mais sentido agora. Só concordei e voltei para o carro.

Não falamos nada durante todo o caminho. Quando o carro parou em frente o prédio, virei para me despedir de Matt e ele mais uma vez surpreendeu me puxando para um abraço. Reprimi o impulso de me afastar quando senti seus braços em minhas costas. Suportaria essa dor porque na verdade eu queria mais que tudo esse abraço.

Ficamos ali sem dizer nada. Um filme com todos os nossos momentos juntos passou pela minha cabeça e apertei mais ainda meus braços em volta do seu pescoço. Matt também me abraçou mais forte mas agora eu já nem me importava mais com a dor.

“Você não está sozinha.”

Fiquei quieta por um tempo até que criei coragem e me afastei dele. Subi correndo até o apartamento e fui direto para o meu quarto. Me joguei na cama e chorei tirando tudo que estava guardando dentro de mim.

Sabia que essa gravidez mudaria o jeito dele me tratar, mas não esperava declarações. E por mais que quisesse acreditar em Matt, a cena dele e Valary se beijando não saia da minha cabeça. Se ele me amava tanto, porque tinha beijado justamente ela?

Mesmo com todas as dúvidas, não conseguia esquecer aquele beijo em mim. Adormeci relembrando a sensação dos seus lábios nos meus.

–x-

Fiquei surpresa quando cheguei no portão e encontrei Syn e The Rev conversando com o porteiro.

“Bom dia Clary” Os dois disseram juntos e o porteiro me olhou meio envergonhado.

“Bom dia Srta. Clary.”

“Bom dia.” Respondi para ele e olhei desconfiada para os outros dois. “O que estão fazendo aqui?”

“Ah... a gente tava meio adiantado pra ir pra escola e resolvemos parar aqui pra conversar com o João.” Syn falou apontando para o porteiro.

“E desde quando vocês se conhecem?”

“Desde agora.” Syn falou dando de ombros.

Continuei sem entender nada mas achei melhor deixar pra lá. Sai andando com os dois do meu lado. The Rev entrelaçou seu braço junto com o meu.

“Mas então... tem um mini Matt ai dentro mesmo?” The Rev perguntou apontando para a minha barriga.

Não consegui me segurar e comecei a rir enquanto Syn revirava os olhos.

“Yeah... tem.” Falei meio envergonhada enquanto os dois me encaravam.

“Hum..” Syn falou enquanto The Rev me olhava com os olhos brilhando.

“Cara, isso vai ser tão divertido.”

Ri mais um pouco até que percebi que já estávamos quase chegando na escola.

“Mas então, qual o real motivo de vocês virem me buscar hein?”

Syn desviou o olhar na mesma hora mas The Rev continuou me olhando enquanto eu tentava parecer o mais suplicante e angelical possível.

“Você não presta mesmo.” The Rev suspirou. “É que o Matt queria vir te buscar, obviamente. Mas ele também tinha certeza que você não ia gostar de aparecer na escola junto com ele. As fofocas provavelmente aumentariam e coisa e tal, então eu me ofereci.”

Era incrível como Matt ás vezes parecia saber exatamente como eu me sentia. Dei uma olhada para o outro lado.

“Mas e o que o Syn tem haver com isso?”

Ele me encarou sério enquanto The Rev ria.

“A liga pra ele não. É que o Matt também queria alguém que te protegesse dos absurdos que rondam os corredores dessa escola, mas ele acha que eu sou fraco demais pra isso.” The Rev fez uma careta. “Ai ele mandou o rinoceronte vim junto.”

“Rinoceronte é tua mãe seu bosta.” Syn falou apontando o dedo na cara do The Rev que foi pro rumo dele.

“Minha mãe, olha só quem fala seu..”

“EI, CHEGA!” gritei e os dois pararam para me olhar. Respirei fundo. “Obrigada por vir também Syn.”

Ele sorriu e saiu andando.

“Por nada. Meu humor hoje está mesmo pra quebrar a cara de alguém”

The Rev revirou os olhos e continuamos andando enquanto eu tentava não rir.

Nos corredores as pessoas ainda me encaravam descaradamente, mas a presença do The Rev e do Syn ao meu lado fizeram com que não escutasse nenhum absurdo sobre a gravidez.

Na sala, The Rev ficou sentado do meu lado com o braço protetoramente atrás da minha cadeira. Nas aulas seguintes, Syn também ficou ao meu lado, não tão próximo quanto The Rev, mas ainda assim perto.

Fomos caminhando calmamente até a mesa no refeitório, até que alguns idiotas resolveram mexer comigo.

“Nossa que desperdício de gostosura é esse?”

“Não que vir se divertir comigo também enquanto consegue enxergar os próprios pés?”

Syn parou de andar abruptamente e fechou as mãos indo pro rumo deles mas segurei seu braço antes que ele desse mais um passo.

“Deixa.”

Syn andou mais um pouco mas segurei mais forte seu braço e ele olhou para trás me olhando incrédulo. Ficamos ali por um tempo até que ele parou de encarar os dois que olhavam com expectativa para nós, bufou e voltou a andar. Continuei agarrada em seu braço só pra ter certeza de que não voltaria lá e ele não falou nada.

Quando nos aproximávamos da mesa vi que os outros nos olhavam com curiosidade enquanto Matt fuzilava Syn com o olhar. Fiquei sem entender o porque até que percebi tardiamente que no meio da confusão, estava praticamente andando de mãos dadas com o Syn. Me afastei dele rapidamente e sentei ao lado do The Rev e do Zacky na mesa.

“Nossa Syn, não precisava levar tão a sério o papel de tentar ser o Matt.” Johnny falou provocando enquanto Matt ainda encarava Syn.

“Matt.” Chamei e ele me olhou automaticamente. “O Syn não fez nada.”

“Ah não?” Revirei os olhos. Lá vinha o Matt possessivo ciumento.

“Não, ele só estava me defendendo de alguns idiotas que falaram coisas mais idiotas ainda.”

Matt me encarou por um tempo mas depois relaxou. Syn me lançou um olhar agradecido e relaxou na cadeira também.

“Cara, tomara que esse bebê tenha as suas qualidades.” Zacky falou e eu me surpreendi com isso.

“Por que?”

“Você é mais sociável que o Matt. Pela mor.”

Comecei a rir e Johnny também se aproximou mais de mim.

“E espero que também tenha a sua beleza, porque coitado se nascer com a mesma cara do Matt.” Ele falou fazendo com que todos nós começássemos a rir da careta que o Matt fez.

“É...vai aproveitamento meu bom humor pigmeu, vai.” Matt falou mas também sorriu.

“Mas também pode ser uma menina.” Disse me empolgando e The Rev praticamente deu pulinhos de felicidade.

“SIM.” Ele gritou e várias pessoas olharam para nós. “Cara, já penso que linda que ela ia ser tendo uma mãe como você?!”

Fiquei olhando para ele. Um sentimento estranho passou por mim quando escutei alguém se referindo a mim como mãe. Porque sim, pensar era uma coisa, mas escutar a palavra era totalmente diferente. Sorri e eles continuaram com a empolgação.

“É cara, nossa já até posso imaginar uma mini Clary andando por ai. Bem mais interessante.” Johnny falou pensativo.

“Claro, e com certeza bem mais superprotegida.” Syn falou e Matt sorriu.

“É bem mais bonita mesmo, mas qualquer cara que se aproximasse teria que passar pela minha aprovação primeiro.” Matt falou tentando fazer uma cara de responsável e falhando um pouco nisso.

“De todos nós.” Syn disse flexionando os braços enquanto os outros concordavam.

“Ah e agora você vai em todos os nossos ensaios e shows, sem desculpas. Essa criança tem que nascer já sabendo o que é música de verdade.” The Rev falou todo orgulhoso.

Sorri. Eu não podia pedir pessoas melhores que eles por perto.

–x-

The Rev e Syn ainda falavam animadamente sobre o bebê quando chegamos no portão do prédio e Matt estava lá parado nos esperando.

“Na boa, amanhã a gente vai de carro.” Syn falou passando a mão na testa como se tirasse o suor.

“Vocês são muito sedentários.” Disse tentando parecer brava.

“Não, a gente deixa pra gastar as energias com outras coisas.” Syn falou sorrindo malicioso para mim e o Matt.

Eles se despediram e Matt me olhou sério.

“A gente continua aquela conversa agora?”

“Sim.” Tentei sorrir pra demonstrar que estava tudo bem. “Mas será que pode ser em algum lugar com comida?”

Matt começou a rir. “Claro.”

Fomos até o restaurante e quando terminei de pedir o que queria Matt me olhou intrigado.

“Nossa... acho que seu apetite mudou um pouco.”

“É. Sinto como se estivesse comendo por dois.”

Matt sorriu e segurou minha mão ficando sério de novo. “O que você decidiu?”

“Bom, você tem o direito de estar por perto o tanto que quiser. E os meninos também parecem querer acompanhar tudo agora.” Disse meio surpresa. Matt sorriu de novo.

“É, também percebi isso. Só diria que eu ganho deles na parte da animação.”

“Que bom.”

“Mas em relação a nós?”

“Eu pensei bastante e acho que não devemos misturar as coisas. Uma coisa é o que estamos sentindo por essa criança e outra coisa é o que sentimos um pelo outro.”

“Mas eu já disse que amo VOCÊ.”

Suspirei. “Matt, já temos muitos problemas pra lidar agora. Não sei se você já parou pra pensar no tamanho da responsabilidade que temos em nossas mãos agora. Sem contar que você tem a banda e todos os planos.”

“E eu também já disse que você faz parte de todos eles. Vocês na verdade.”

“Sim, mas mesmo assim. Vamos continuar do jeito que está, só por enquanto até resolvermos tudo. E já disse, você pode estar por perto o tempo que quiser.”

Matt deu um sorriso meio triste. “Acho melhor você se acostumar com a minha presença constante do seu lado então.”

Sorri. “Tudo bem. Na verdade tenho até que te agradecer por estar sendo tão gentil e ..”

“Clary eu jamais te abandonaria.” Mas você já fez isso uma vez, pensei.

“Ok Matt, mas vamos ser só amigos por enquanto.” Ele fez uma careta.

“Tá bom. Amigos.”


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