And All Things Will End escrita por Saáh


Capítulo 26
Capítulo 25 - Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoal..
Muitoo obrigadaa de verdade a todos os reviews lindos e maravilhosos *----* (Apesar das ameaças pra postar logo u.u'kk')
Deixei até um lembrete no rascunho pra não esquecer de falar isso aqui dessa vez..MUITO OBRIGADA a Lais Barcelos por me dar o Matt de presente em praticamente todas as suas fic's..
E como ela mesma me lembrou, hoje seria aniversário do Jimmy/The Rev =/ Desejem parabéns para ele em seus pensamentos..
Enfim espero que gostem do cap., porque eu não gostei muito de como ficou não =S
E como já sabem, os próximos terão a Clary grávida. As informações sobre a gravidez foram tiradas da minha imaginação e das aulas de biologia em que dormia hahaha
Como nunca fiquei grávida pra saber como é, desconsiderem qualquer coisa 'anormal' que lerem por aqui.
E desculpem se houver algum erro, mas já sabem o velho monólogo...só correria..
Beijooos



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POV Clary



"O QUE?" gritei. "Como assim? Como.. isso aconteceu?" Tyler deu um sorrisinho sacana.

"Acho que não preciso te explicar como são feitos os bebês Clary. Você sabe bem até demais como é." Respirei fundo.

"Mas... isso dai deve estar errado, só pode. Devem ter trocado ou sei lá. Não posso estar..." Não conseguia pronunciar a palavra. Tyler estendeu a mão e segurou a minha.

"Clary, eu sei que isso deve estar sendo um choque, mas você sabe que não está sozinha. Conheço um ótimo obstetra e estarei encaminhando você a ele. Se quiser posso até te acompanhar nas consultas. Sem contar que você não fez esse bebê sozinha."

Oh meu Deus. Matt! Não, não isso não está certo. Abri a boca mas não consegui dizer nada. Tyler ficou me olhando com uma expressão confusa.

"Bem... posso marcar uma nova consulta para você?"

"Mas isso ai tá errado." disse apontando para o papel. "Eu não tive enjoos, desmaios, apetite maior nem nada que indicasse que... Ok, minha menstruação está atrasada. Mas mesmo assim!" Tyler olhou sério para mim.

"Algumas mulheres demoram um pouco para sentirem os sintomas e você está grávida só há quase 3 semanas. Mas Clary, me escute. Eu entendo que você esteja assustada, mas esse bebê, é seu filho.. ou filha. Você está carregando uma vida dentro de você que com certeza será linda e muito amada."

"Mas... eu estou com medo." Senti as lágrimas caindo pelo meu rosto. Tyler levantou e parou do meu lado me abraçando.

"Eu sei querida, mas fique calma. Logo logo você acostuma e irá aproveitar todo esse momento mágico. Você sabe que eu sempre quis ter um filho não é?" Concordei com a cabeça. "Então, essa criança pode não ser minha, mas me sinto ligado a ela por toda a história que tive com você e sua mãe. Imagine o meu choque então quando vi esse resultado. Só consegui pensar 'meu Deus, a minha garotinha cresceu'. Vai ficar tudo bem, você vai ver só."

Depois de me consolar e marcar uma nova consulta, Tyler me liberou e peguei um táxi para ir embora. No caminho parei em uma farmácia e comprei 3 testes de gravidez, só pra ter certeza eu acho. Já no apartamento, entrei no banheiro e levantei a blusa olhando minha barriga no espelho. Era estranho pensar que tinha uma criança ali dentro quando eu mesma não via e nem sentia nada de diferente. Fiquei olhando meu reflexo e tentando imaginar uma barriga enorme mas minha imaginação não estava ajudando.

Estava parada com as mãos em cima da barriga olhando assustada os três testes que comprovavam a gravidez. A verdade me atingiu como um tapa na cara: eu iria ser mãe! E... bem.. Matt era o pai. Como contaria isso para ele?




POV Matt




"Cara, relaxa. Uma hora ela vai perdoar a gente." Zacky falou.

Estávamos na casa do Syn e tecnicamente tínhamos que estar ensaiando, mas não estava no clima hoje. Tudo que eu queria era ter a Clary ali, ao meu lado, sem toda essa história correndo por aí. Dei mais um gole na garrafa de cerveja e levantei.

"Foi mal ai galera, mas já tá meio tarde e não tô afim de ficar conversando hoje." Todos concordaram e fui embora para a minha casa. Eles já tinham escutado essa frase milhões de vezes.

Mas era verdade. Não sabia mais o que pensar e nem o que fazer para ter a Clary de volta. Ela queria uma prova que eu não tinha, porque minhas palavras não eram suficientes para provar nada pra ela. Sim, tudo isso já estava me deixando irritado. Fiquei rolando na cama a noite inteira pensando se não seria melhor esquecer tudo. Era muito fácil pensar nisso, o difícil mesmo era colocar em prática. Por mais que estivesse nervoso, não conseguia odiar ela.

Quando levantei no outro dia, prometi a mim mesmo que não iria mais correr atrás. Ainda ia continuar procurando quem havia espalhado sobre o passado dela, mas não ficaria 'implorando' por perdão. Ela que acredite no que quiser também!

Fui para a escola bebendo metade de uma garrafa de vodka. Me repreendi quando percebi que estava andando pelos corredores procurando pela Clary. Idiota! Caminhei até a sala e sentei ao lado do Syn.

"E ai."

"E ai." disse. Ficamos em silêncio e agradeci por Syn não perguntar mais nada.

As aulas foram passando e tentei, pela primeira vez, prestar atenção no conteúdo delas. Não adiantou bosta nenhuma. Por mais que me concentrasse em qualquer outra coisa, no fundo meus pensamentos continuavam na Clary.

Fui para o intervalo e sentamos na mesa de sempre. Ninguém falou nada por um tempo até que The Rev percebeu que eu olhava para os lados.

"Acho que a Clary não veio hoje. Pelo menos, ela não estava na minha aula."

Dei de ombros e eles me encararam.

"Qual é, desistiu?" Johnny perguntou.

"Só cansei de correr atrás."

Na educação física, que era a única aula que tínhamos juntos hoje, Clary também não apareceu. Valary e Michelle pareceram ficar mais do que felizes com isso e ficaram paradas do nosso lado falando sem parar. Não prestei muita atenção na conversa, até que ela foi direcionada para mim.

"Mas então Matt, brigo com a sua namoradinha?" Michelle perguntou enquanto eu via Valary olhando atentamente para o meu rosto.

"Não vejo aonde isso é da sua conta." disse e virei andando para longe delas. Minha paciência não estava nenhum pouco boa hoje.

Usei do jogo para aliviar um pouco da minha raiva e acabei sendo expulso. De novo. Estava sentado na beirada da quadra e olhei para aonde as meninas jogavam. Valary e Michelle cochichavam e davam risadas. Quando elas perceberam que eu estava olhando, viraram de costas rapidamente, impedindo que eu observasse a conversa. Isso me intrigou.

Comecei a lembrar de tudo o que Valary havia feito e bem... Michelle poderia muito bem ajudar agora. Ela também não parecia gostar muito da Clary. Fiquei me perguntando se não foram as duas que espalharam pela escola sobre o passado dela. Mas como elas tinham ficado sabendo?

Meu celular vibrou e peguei ele rapidamente sentindo meu coração disparar. Ok, reação extremamente idiota. Era uma mensagem, não de quem eu esperava, mas que ainda assim me animou.

"Descobri quem foi." - Kevin




POV Clary




Quando acordei já estava quase na hora do almoço. Não consegui dormir direito e desisti de ir para escola. Só mais hoje, pensei.

Depois de almoçar no restaurante, resolvi fazer um caminho diferente na hora de voltar para casa. Acabei encontrando uma praça e sentei em um banco na sombra. Estava ali olhando para o nada quando escutei uma risada de criança.

Olhei para o lado e vi um menininho que descia no escorregador enquanto os pais o esperavam de braços abertos. Fiquei observando eles por um bom tempo até que as lágrimas inconscientes caíram pelo meu rosto.

Levantei bruscamente e sai andando meio sem rumo. Andava por algumas ruas sem movimento e assustei quando virei em uma esquina e dei de cara com Johnny.

“Clary?” Ele falou surpreso. “Ei, tudo bem?” Perguntou preocupado observando meu rosto.

“Sim”. Ia continuar andando quando escutei um barulho parecido com o de uma briga. Olhei para trás e não vi nada, mas sabia que tinha um corredor estreito por ali. Dei um passo na direção do som.

“Mas então... você não foi na aula hoje né..” Ele puxou de leve meu braço e olhei desconfiada. Johnny tinha um sorriso forçado e vi uma gota de suor escorrendo pela sua testa. Escutei um grito e olhei para trás.

“The Rev?” Puxei meu braço e sai andando em direção ao beco enquanto Johnny tentava me parar.

“Não Clary, espera ai.”

Comecei a correr com ele vindo atrás de mim e parei quando cheguei em frente ao beco. A cena que vi fez meu estômago revirar um pouco. Zacky e The Rev seguravam dois garotos enquanto Syn e Matt batiam neles. Tentei ver seus rostos e lembrava vagamente de ter visto eles na escola, mas os machucados e sangue não ajudavam muito. Matt deu um soco no rosto do garoto e vi um dente voando para o chão junto com mais sangue. Ele olhou para baixo com uma expressão de dor e percebeu que eu estava ali. Seus olhos cravaram nos meus e ele começou a rir. Isso fez com que todos olhassem para mim também.

Desviei meus olhos dos deles e acabei encarando Matt. Sua expressão era séria e um olhar de puro ódio estampava o rosto que tanto amava. Um sentimento estranho percorreu meu corpo quando lembrei que precisava contar para ele que estava grávida, mas aquela definitivamente não era a situação adequada pra essa conversa.

“O que vocês estão fazendo?” perguntei em sussurro.

Matt pegou pelo pescoço o garoto que tinha o sorriso misturado com dor e arrastou ele fazendo com que os dois ficassem parados na minha frente.

“Só uma pequena lição. Você queria a sua prova, então, aqui está ela. Agora conta pra ela Henry o que acabou de me dizer!” Ele falou com uma voz irritada e apertou mais o pescoço do garoto quando ele não disse nada. Vi as veias do pescoço de Matt quase saltando e sua expressão mais fechada ainda. “FALA!” ele gritou no ouvido do garoto e dei um passo para trás. Esse Matt me assustava, não era quem eu queria ter por perto.

“Ok, fui eu quem espalhou para escola sobre o seu passado macabro. Tive a ajuda dele pra isso.” Henry respondeu com dificuldade e apontou para o outro garoto que estava quase desmaiando.

“Continua.” Matt disse e Henry fez uma careta de dor.

“Nós por acaso escutamos a conversa deles um dia quando estavam falando sobre você. Matt acabou contando o seu passado e nós guardamos isso por um tempo.”

“E porque contaram agora?” perguntei incrédula.

“Ah sei lá...deu vontade.” Ele me deu um sorrisinho e tive certeza que estava mentindo, mas por mais que tivesse vontade de bater nele também, senti pena pelo seu estado. Matt apertava cada vez mais o pescoço de Henry e estava vendo o garoto ficando sem ar a qualquer momento.

“Solta ele Matt.” Os dois arregalaram os olhos e Matt me encarou como se eu estivesse louca.

“O que? Porque eu faria isso?”

“Porque eu estou pedindo Matt. Por favor, a gente precisa conversar.” Ele deu um sorriso debochado.

“Ah, e agora você quer conversar então?”

“Matt!” repreendi ele que dessa vez direcionou o olhar irritado para mim.

Ele empurrou Henry com tudo que saiu rolando pelo chão e se aproximou mais. Percebi os olhares apreensivos dos outros sobre mim.

“Poupe suas palavras Clary. Se você quer me pedir desculpas, ok, desculpas aceitas. Mas sabe, estive pensando bem e fiquei me perguntando se toda vez que alguma merda acontecer na sua vida você vai ficar colocando a culpa em mim! Não acha isso um pouco injusto da sua parte não?”

“Matt...eu... o que você quer dizer com isso?” Engoli seco. Ele se aproximou mais ainda e deixou seu rosto próximo do meu. Senti um leve cheiro de álcool pela sua boca.

“Quero dizer que acho melhor darmos um tempo. Quem sabe assim consigo ficar longe de problemas.” Fiquei encarando ele tentando processar as palavras.

“Eu ... sou um problema pra você?”

Matt não respondeu, só ficou ali me encarando. Mesmo assim, a atitude dele disse mais do que qualquer palavra.

“IDIOTA!” gritei empurrando ele para longe de mim e saindo correndo dali. Queria gritar na cara dele e do mundo inteiro que estava grávida mas não iria usar isso só pra ter ele do meu lado. Se Matt não me queria, então que ficasse sem nada também!

Corri o máximo que pude, e quando cheguei no apartamento, corri mais uma vez só que agora para o banheiro. Um enjoo forte me atingiu e todo o almoço foi embora do meu estômago. Cansada e esgotada fui até o meu quarto. Suspirei e deitei na minha cama com meus fones de ouvido deixando que as lágrimas caíssem mais uma vez pelo meu rosto.


[ http://www.youtube.com/watch?v=9gsAz6S_zSw ]


Sentado no escuro, não posso esquecer.
Já agora, eu percebo o tempo que jamais terei.
Mais uma história das Amargas Pílulas do destino.

Não posso voltar novamente.


O que eu faria agora? Uma criança com certeza trás muitos gastos. Fiquei pensando se todo o dinheiro que tinha guardado daria para isso. Porque afinal, dificilmente conseguiria um emprego estando grávida. Comecei a imaginar como iria ser a minha vida agora. Joe e Liss com certeza não aprovariam isso. Tinha até medo de qual seria a reação deles. E bem... Matt tinha seus próprios planos, principalmente com a banda. Uma criança não ajudaria em nada agora. Ele com certeza merecia um futuro certo, sem problemas. Porque agora acho que era assim que ele me via. Por um segundo comecei a considerar a ideia dessa criança nunca nascer.


Mas você me pediu para te amar, e eu o fiz.
Troquei as minhas emoções por um contrato à cumprir.
E quando fui embora, apenas cheguei longe.
O meu outro "eu" está morto.
Escuto sua voz dentro da minha cabeça...

Nós nunca estivemos vivos, e nós não nasceremos de novo.
Mas eu nunca sobreviverei
Com lembranças mortas no meu coração.

Sim, porque se essa criança nunca nascesse seria mais fácil para todos. Mas como eu tiraria uma vida assim?

Olhei para o lado e vi a foto que tinha trazido de Fountain Valley. Minha mãe e meu avô estavam me abraçando. Passei o olhar para a parede aonde tinha o quadro com as fotos. Tinha adicionada mais duas da minha primeira viagem junto com os meninos. Em uma estávamos todos juntos e na outra só eu e Matt com aquelas covinhas.

Continuei olhando para as fotos e o sorriso da minha mãe presente em todas elas. Sua voz soou em minha cabeça. “Você é a coisa mais importante do meu mundo”. Era o que ela sempre dizia. Fechei os olhos lembrando de todos os nossos momentos felizes juntas.


Lembranças mortas no meu coração.
Lembranças mortas em meus braços.

Você me disse para te amar, e eu o fiz..
Amarrei a minha alma dentro de um nó e tive que me submeter.
Então quando fui embora, apenas mantive as minhas cicatrizes.
O meu outro "eu" se foi.

Agora não sei a que lugar pertenço...


Abri os olhos e passei a mão pela minha barriga. Não, eu não podia fazer isso.

A visão do casal no parque voltou a minha mente. Agora eu percebia o porque aquela cena mexeu comigo. Era a visão do meu futuro, era como poderia ser dali para frente. Mas não era o que aconteceria.

Sim, eu teria esse bebê e amaria ele incondicionalmente igual minha mãe fez comigo. Nem que pra isso ficasse sozinha, só eu e ele.


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Notas finais do capítulo

Quem gosta de Slipknot aquii?? o/
E quem não gosta mas curtiu a música?? kk'