And All Things Will End escrita por Saáh


Capítulo 25
Capítulo 24 - Surpresa


Notas iniciais do capítulo

Oii gente, tudo bem com vocês?
Hoje não vou ficar falando muito por aqui haha..
Capítulo que, como o próprio título diz, tem algumas surpresinhas...
E me digam uma coisa: está bom o capítulo sendo alternado pelo POV do Matt e da Clary ou vocês preferem um capítulo inteiro só em um POV?
Espero que gostem :)
Beijoos e boa leitura!



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POV Clary



Segurava firme a foto que tinha em mãos. Parecia como se aquele pedaço de papel fosse a coisa mais importante do meu mundo agora.

Aquela semana tinha sido bem triste e muito difícil para mim. Quando entrei na casa em que morei com meu avô durante todos esses anos, fiquei observando cada cantinho e lembrando de tudo o que ele fazia por ali. Seus desenhos ainda estavam na mesma gaveta de sempre, assim como as partituras das músicas que ele havia me ensinado a tocar no violão. As roupas, seus quadros que ele tanto amava, tudo ainda estava ali, como se esperando que ele voltasse de mais um dia de trabalho. Mas ele não voltaria.

Com a ajuda de David, separei grande parte dos pertences para doação. Alguns móveis que eu gostava, pedi para que ele enviasse até um apartamento que estava em meu nome. Não sabia muito certo ainda o que faria, mas achei melhor guardar pelo menos um espaço para mim. Não via a hora de sair daquele apartamento e seus moradores imbecis. Sim, porque agora já nem considerava Liss minha parente.

A cada dia a casa foi se tornando mais vazia. Decidi vender ela mesmo. Apesar das boas lembranças, tinha certeza de que não conseguiria voltar ali novamente. O restante das propriedades também coloquei a venda. Somente a chácara e uma casa que deixei para alugar. Sabia que eram as favoritas do meu avô e não consegui vender elas.

Acabei ficando por lá mais alguns dias, mas sabia que a hora de voltar havia chegado. Vir até Fountain Valley só fez com que eu sentisse ainda mais um vazio, em grande parte por causa das lembranças que existiam aqui, mas também por quem eu havia deixado para trás. Respirei fundo. Um vazio continuaria assim para sempre, e o outro, tinha dificuldades de acreditar que um dia se tornasse completo novamente.

Focalizei mais uma vez a foto em minhas mãos. Eu, minha mãe e meu avô. Olhei para mim mesma na foto. Lembrava perfeitamente de quando ela tinha sido tirada. Sim, aquela garotinha havia morrido também.



POV Matt




Uma semana. Uma semana e nenhum sinal. Uma semana sem a Clary. Talvez agora eu soubesse como era a loucura. O que mais me matava era a falta de notícias. Ninguém sabia aonde ela estava ou mesmo se estava bem.

A última vez em que a vi ficou martelando na minha cabeça durante esses dias. Sua expressão triste e chateada comigo. Mais que droga!

Olhei pela milionésima vez para o celular. Fiquei ligando todos esses dias, mandei milhões de mensagens mas não tive resposta.

Praticamente acampei em frente ao prédio pra ver se ela aparecia, mais nada. Cheguei até a jogar pedrinhas na janela que eu sabia que era do quarto dela. Gritei milhões de vezes por seu nome, mas acabei sendo expulso de lá pela polícia.

Depois de muito custo e algumas ameaças, o porteiro me avisou que ela havia saído de lá na sexta-feira mesmo com algumas malas. Tentava não pensar nessa possibilidade mas sabia que poderia ser isso mesmo. Clary tinha me abandonado.

E o pior era que eu ainda nem tinha descoberto quem foi a mula que espalhou sobre o passado dela.

Só esperava desesperadamente encontrar ela amanhã na escola. Mesmo que ainda não tivesse como provar, e mesmo que ela ainda não acreditasse em mim, só precisava ver ela, saber se estava tudo bem.



POV Clary



Assim que cheguei recebi uma ligação do Dr. Tyler pedindo para que eu refizesse o exame de sangue, só para saber se a minha querida infecção urinária havia melhorado, depois de comprovado que eu estava com isso ai de novo mesmo. Tinha um retorno marcado no mesmo dia a tarde.

Olhei mais uma vez para o relógio. É, acho que agora já estava atrasada o suficiente para a escola. Sabia que era inevitável encontrar algumas pessoas, mas não custava nada enrolar um pouquinho para isso. Quando estava quase na saída, o porteiro me chamou.

"Srta. Clary?"

"Sim." Muito estranho. Ele nunca falava comigo. Era só bom dia, boa tarde e boa noite.

"Achei que seria bom se a senhorita soubesse que um rapaz esteve por aqui durante essa semana. É um alto, tatuado. Já tinha visto ele antes."

"Sim. O que tem ele?" perguntei meio receosa.

"Bom, se o encontrar, gostaria que pedisse que ele não ficasse mais na janela dos quartos gritando pelo seu nome. Recebi inúmeras reclamações sobre isso. Porque eu não sei se a senhorita sabe, mas cá entre nós, esse cara sabe gritar mesmo." Dei um sorriso. Matt Matt, você nunca aprende.

"Sim. Pode deixar, eu peço para ele não fazer mais isso."

"A obrigado. E espero que não se importe, mas acabei avisando a ele que a senhorita havia viajado. Eu juro que não tive escolha." Pela cara de assustado que ele vez já até imaginava como Matt tinha conseguido essa informação.

"Tudo bem, sem problemas." Ele sorriu aliviado.

"Obrigado e tenha um bom dia."

"Você também."

Fui andando para a escola lentamente. Então, Matt havia me procurado por aqui também. É óbvio que vi o número de chamadas perdidas e mensagens, mas dessa vez exclui todas sem ler. Tentei ao máximo ignorar o que havia acontecido, mas agora teria que encarar novamente eles e as pessoas dessa maldita escola.

Por sorte, ou por estar bem atrasada mesmo, não havia ninguém nos corredores quando cheguei. Cogitei a ideia de matar aula mas sabia que só estaria fugindo de tudo mais uma vez. Respirei fundo e bati na porta da sala.

"Ora ora, quem está por aqui. Está atrasada, mas só porque isso não é frequente deixarei você entrar." O professor sorriu e entrei na sala desejando ter uma capa de invisibilidade. Senti os olhares de todos em cima de mim e sabia muito bem quem estava incluído no meio desses olhares. Fui direto para o canto mais afastado possível de onde ficava normalmente e afundei na cadeira fingindo prestar atenção na aula.

Nem um minuto se passou e senti meu celular vibrando. Uma mensagem do Matt. Coloquei o celular em cima da mesa, claramente demonstrando que não tinha lido e continuei olhando para a frente da sala. O celular vibrou mais uma vez mas nem olhei para ele. Em seguida, ele começou a vibrar insistentemente e vi que Matt estava me ligando. Qual é, ele não desistia não? Sabendo que ele com certeza estava vendo, peguei o celular na mão e depois de ignorar a chamada, desliguei ele.

Mais alguns minutos se passaram até que um papel foi jogado na minha mesa. Amacei ele sem ler o que estava escrito. Escutei perfeitamente o barulho de mais uma folha sendo arrancada de um caderno e segundos depois um aviãozinho de papel pousou na minha frente. "Vamos conversar? Por favor!" Estava escrito em uma das asas. Amacei o papel e continuei olhando para frente. O ritual se repetiu mais uma vez. Já ia amaçar o aviãozinho sem ler, mas as palavras chamaram a minha atenção. "Você sabe que não irá continuar fugindo disso por muito tempo." Não era a letra do Matt, mas sim, do The Rev. Por algum motivo isso me incomodou, mas amacei o papel mesmo assim. Eles pararam com a brincadeirinha de primário e tentei ao máximo me segurar para não olhar onde eles estavam.

Quando a aula acabou, tentei sair da sala antes deles, mas Syn já estava na porta assim que levantei da cadeira. Não vi Matt ou The Rev enquanto andava pela sala. Assim que cheguei na porta, Syn passou seus braços em volta de mim e começou a me empurrar para a direção oposta de onde eu deveria ir.

"Syn, me solta!"

"Não Clary, vamos ter uma conversinha agora." Ele continuou me empurrando e desisti de tentar lutar contra ele. Sabia que era impossível. As pessoas paravam para olhar essa cena provavelmente bizarra. Já até sabia qual seria a próxima fofoca: eu e Syn estávamos juntos. Ele me levou até um corredor mais afastado e meu coração disparou quando vi que os outros estavam ali também. Me esperando.

"Clary, quanto tempo." The Rev disse vindo me abraçar, mas Syn não soltou seus braços de mim. Ok, foi algo meio estranho, mas mesmo assim não reagi e nem disse nada. Percebi que Matt me analisava, como se procurando alguma coisa de diferente.

"Ainda tá brava com a gente?" Zacky perguntou.

"Precisa responder?" falei e eles me encararam mais ainda.

"Clary, nós não dissemos nada..." interrompi Johnny.

"Vocês estão perdendo tempo se me trouxeram até aqui por causa disso. E da pra me solta agora Syn?"

"Não, tá gostoso desse jeito." Ele disse perto do meu ouvido e dei uma cotovelada nele, que encolheu um pouco, mas mesmo assim não me soltou.

Matt andou um pouco e parou na minha frente. "Aonde você estava?" Por um segundo, me perdi na imensidão daqueles olhos verdes e na paz que eles me traziam, mas tentei desviar qualquer pensamento desse tipo.

"Viajando."

"Pra onde?" Ele perguntou um pouco mais sem paciência.

"Fui resolver algumas coisa pendentes." Matt levantou uma sobrancelha mas não questionou.

"E não podia ter avisado a gente pelo menos?" Johnny é quem falou mais ainda só enxergava aqueles olhos.

"Não achei que vocês fossem se importar."

Eles começaram a protestar mas Matt falou mais alto que todos eles.

"Solta ela Syn."

"O que?" Syn disse surpreso atrás de mim.

"Solta." Matt falou olhando para ele. "Só vou te dizer uma coisa Clary: nós vamos provar que não fomos nós quem espalhou sobre o seu passado e ai você vai ver que não tem porque ficar toda nervosinha e ignorar a gente." Respirei fundo e contei até 10. Me aproximei mais de Matt e vi quando a expressão que ele tentava segurar se foi. Era uma enxurrada de emoções: preocupação, raiva, amor, desespero. Tudo isso ali praticamente escrito na testa dele.

"Vou esperar sentada. E a propósito Matt, guarde seus gritos para os shows. Meus vizinhos não querem escutar eles." disse e virei as costas saindo dali.

Não deveria agir daquele jeito mas não queria dar uma chance. Sabia que quem faz uma coisa uma vez, pode muito bem fazer de novo. Tinha medo de me magoar mais ainda e com isso me fechava em meu próprio mundo.

Desisti de assistir qualquer aula e voltei para casa.

–x-

"Clary? Vamos lá?" A secretaria do Dr. Tyler chamou me tirando do turbilhão de dúvidas que me assombravam ultimamente.

"Oi Tyler." disse entrando na sala e fechando a porta.

"Oi Clary, como está se sentindo?"

"Bem melhor." Sorri e percebi que ele parecia meio ansioso.

"Você trouxe o resultado do outro exame de sangue?"

"Sim." Entreguei o papel para ele que abriu rapidamente o envelope e passou os olhos pelas informações. Sua expressão começou a me assustar. "Tudo bem?" perguntei com medo de saber a resposta.

"Só um minuto." Ele disse ainda olhando para o papel, mas percebi que ele não estava mais lendo, e sim pensando. Depois de alguns minutos não consegui mais esperar.

"Tyler, o que está escrito ai? Eu estou com alguma coisa?" Ele ficou quieto por um tempo só me olhando, mas depois respondeu.

"Na verdade, sim." Meu coração disparou.

"Eu vou morrer?" Disse sentindo meus olhos já enchendo de lágrimas.

"Não! Não Clary, imagina. De onde você tirou essa ideia? Fica calma." Ele disse tentando me tranquilizar. Ok, não deveria ser nada tão grave assim então. Mas sua expressão não me passava tanta confiança disso.

"Então, o que eu tenho?"

"Bem, eu achei que não fosse quando vi o outro resultado, mas esse aqui meio que confirmou"

"Confirmou o que? É alguma coisa haver com a infecção?"

"Não, sua infecção já está bem melhor pelo que estou vendo aqui. Você provavelmente nem tem mais nada."

"Então o que é?"

"Bem... é que..." Ele ficou enrolando com as palavras e eu já estava quase tendo um infarto ali mesmo.

"Tyler, por favor, fala logo de uma vez o que eu tenho." Ele respirou fundo.

"Ok Clary, é o seguinte. Você está grávida."


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Notas finais do capítulo

Um beijo pra você que viu a palavra grávida antes de terminar de ler o capítulo. Sim, você não está sozinha minha querida (eu também teria feito isso) kkkkkk'
Mereço reviews? *-*