And All Things Will End escrita por Saáh


Capítulo 20
Capítulo 19 - Amor e ódio


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoas!!
Como os últimos dois capítulos estavam meio pobres de palavras, fiz esse maiorzinho pra vocês :)
E pra quem se surpreendeu ou não gostou do Derek ter voltado para a história, não se preocupem. Ele tinha que aparecer de novo para certas coisas serem explicadas. Lembrem-se: nada é por acaso. Mas novos personagens apareceram, afinal, alguém sentiu falta da outra irmã Dibenedetto?? hihi.
Tenho que compartilhar uma coisa inútil com vocês: esbarrei com um cara extremamente parecido com o MATT! =O
Siim siiim... quase tive uma síncope quando comecei a reparar.
Caraa, o formato do rosto principalmente, a altura, costas... lembraa muitoo. Ele não tinha uns braços tão gigantes e nem nenhuma tattoo aparente, mas dá pro gasto né ha.
Agora imaginem a minha surpresa quando vi justamente esse ser com um sorriso com covinhas e olhos verdes olhando para mim!! *morri* =X
E só pra provar que eu não tive uma alucinação, minha mãe estava junto, e depois de ver algumas fotinhas do M. Shadows, concordou comigo que o moço lembrava ele mesmo.
Enfim, só para vocês saberem que em algumas partes desse capítulo, ele foi a inspiração xD
Beijoos minhas queridaas



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Engoli seco e dei alguns passos para trás. Para melhorar ainda mais, Syn era o único no mesmo time que eu. Não era muito fã de ficar perto dele mas nesse momento, desejei que tivéssemos nascido grudados um no outro. Derek era do mesmo time que Matt, mas quando o jogo começou, parecia que eles estavam mais em um ringue de boxe. Várias vezes o professor chamou a atenção dos dois pelas jogadas que faziam. Até que Matt empurrou Derek com tudo para o chão e acabou sendo expulso do jogo.

Por incrível que pareça, Derek não conseguiu chegar perto de mim. Toda vez que ele tentava, Syn entrava na frente e impedia qualquer tentativa. Acabei não jogando muito, mas quem se importa com futebol quando se tem um Derek da vida te perseguindo?

Depois que Matt saiu, percebi que os outros se encarregaram de dar mais alguns machucados ao Derek. O jogo terminou e um suspiro de alivio saiu pela minha boca, fazendo com que Syn olhasse para mim e sorrisse.

"Obrigada. Tenho que admitir, você não é um idiota completo." Syn sorriu mais ainda.

"Imagina. Prefiro enfrentar o Derek do que o Matt. Ele provavelmente me caçaria se deixasse alguma coisa acontecer com você." Ele falou naquele tom brincalhão de sempre, mas depois ficou sério. "Mas sempre que precisar, estamos aqui por você também viu."

Os outros se aproximaram e The Rev passou um braço pelo meu ombro.

"Clary, não fique brava com o garotão. Se quiser, pode culpar nós 4. Fomos nós que percebemos a felicidade escrita na testa dele e insistimos para que contasse." Fiquei tentando entender o que ele falava até que lembrei que supostamente eu estava brava com Matt por contar que nós tínhamos feito sexo.

"Sim, nós ameaçamos ele." Zacky disse.

"Torturamos..." Johnny falou.

"E...a você entendeu né? Não é culpa dele." The Rev disse e não tive como segurar uma risada.

"Mas saiba que, comparado com as outras transas que ele já nos contou, essa foi com pouquíssimos detalhes." Syn disse parecendo meio desapontado.

"É. Ele meio que ia começar a falar mais fechava a boca." Zacky disse concordando com o Syn.

"Acho que ele não queria que a gente soubesse muita coisa mesmo. Uma pena." Johnny disse.

"Sabiam que eu ainda estou aqui escutando tudo isso?" Eles começaram a rir.

"A Clary, não é só com a imaginação do Matt que você mexe." The Rev falou e vi Matt parado ao lado dele o encarando.

"Muito bonito. Deixo vocês com ela um minuto e já começam a falar abobrinha." Eles começaram a rir mas pararam quando Derek parou na minha frente junto com os 2 amigos dele do lado.

"Clary, quanto tempo. Estava com saudade de você sabia?" Estremeci e The Rev apertou mais seu braço em volta de mim. O sorriso de Derek foi a última coisa que vi antes que as costas do Matt e do Syn aparecessem na minha frente.

"Sai fora mané." Syn disse.

"Ou senão, continue. Assim eu termino o que estava fazendo da última vez." Matt falou e escutei a risada de Derek.

"Ótimo, eu também tenho coisas inacabadas." Derek se inclinou um pouco e olhou para mim "Quem sabe na próxima vez conseguimos terminar não é mesmo!"

"Não vai ter uma próxima vez seu idiota..." Matt disse indo pra cima dele mas foi interrompido pelo professor que entrou na frente e mandou que voltássemos para sala.

A tarde, no ensaio, tensão ainda pairava no ar, mas aos poucos fomos esquecendo toda a confusão. Ou quase tudo.

"Desculpe por ter contado a eles sobre...nós." Matt disse depois de me puxar para um canto mais afastado.

"Tudo bem. Foi meio estúpida a minha reação mesmo."

"TPM é?" Matt deu um sorriso torto.

"Talvez" Sorri também e puxei ele para um beijo mas paramos quando escutamos um barulho.

"Oh, me desculpem. Não sabia que tinha alguém ... aqui."

"Imagina Papa Gates, já estávamos voltando para o ensaio." Matt disse. Papa Gates me lançou um olhar curioso e depois sorriu.

Saímos de lá e Matt me olhou confuso.

"Ele sabe o que aconteceu com a sua mãe e o ..."

"Acho que sim." disse depois que ele se enrolou com as palavras "Pelo jeito que ele falou da outra vez." Matt ficou pensativo depois disso.

O restante da semana foi normal a seu modo. Derek não veio falar mais nada, mas sempre ficava me olhando, o que fez com que eu tivesse 5 "seguranças" comigo quase o tempo todo. Dessa vez não reclamei. Realmente, ainda tinha medo do que ele poderia fazer.

Na quinta e sexta a noite eles fizeram shows e no sábado fui logo cedo para a casa do Matt com a minha mala. Iria ficar lá e não me importei de avisar Liss sobre isso. Passei o dia ajudando Kim a decidir com qual roupa ela iria no casamento e tudo mais. Ela quis que eu fosse junto ao salão me arrumar mas insisti de que não precisava. Nunca tive paciência de ficar lá sentada escutando fofocas sobre vidas alheias.

Tomei um banho e voltei para o quarto de hóspedes mas achei muito cedo para começar a me arrumar. Resolvi ir ver o Matt. Ele não tinha gostado nenhum pouco quando Kim disse que eu ficaria naquele quarto de novo, mas, com um pouco de insistência, convenci ele a não falar nada. Bati na porta do quarto e entrei. Encontrei Matt no banheiro, sem camisa e fazendo a barba.

“Ei.”

“Ei” ele disse sorrindo. “Já tomou banho?”

“Já. Mas achei muito cedo pra começar a me arrumar. Você mesmo ainda não tomou banho.”

“Tinha que fazer algumas outras coisas antes.”

“Percebi. Acho bom fazer essa barba direito. Não gosto daqueles pelos pontudos na minha boca.” Matt começou a rir.

“Quer ajudar então?” Ele disse estendendo o aparelho de barbear para mim. Fiz uma careta.

“Se eu fizesse isso, provavelmente ia parecer que o Freddy Krueger te atacou!” Ele riu mais ainda e continuou de onde tinha parado.

Encostei no batente da porta e fiquei observando ele. Seu rosto possivelmente lembraria o de uma criança fofinha, se não fosse pelo corpo todo másculo. Aqueles braços eram o tipo que qualquer garota que olhasse sentiria vontade de ser envolvida por eles. Suas costas...todos aqueles músculos. Yeah, bem sexy! Meu olhar foi descendo até aquela barriga sarada. Descendo... até que escutei um pigarro. Olhei para cima e Matt me encarava com um olhar divertido.

“Perdeu alguma coisa aqui é?” Senti minhas bochechas esquentarem.

“Só apreciando o que é meu. Como você mesmo diz.” Ele sorriu de orelha a orelha e se aproximou para me beijar mas parei ele. “Matt, não acho que essa espuma tenha um gosto muito bom.”

Ele simplesmente me ignorou e esmagou seus lábios nos meus, melecando todo o meu rosto com a espuma de barbear.

“MATT!”

Ele riu e pegou uma toalha. “Deixa que eu limpo.”

-x-

Fiquei parada em frente o espelho observando todo o conjunto. Dessa vez tinha conseguido me superar. Fiz uma maquiagem com os olhos bem destacados pelo lápis e a sombra escura. Prendi meu cabelo com uma presilha com strass em um coque com alguns fios soltos do lado. Mais o vestido e um sapato de salto alto preto, estava perfeito. Quando estava quase saindo, escutei batidas na porta.

Matt apareceu e ficou parado assim que me viu. Podia jurar que seu queixo estava quase caindo junto com o olhar bobo e admirado que surgiu em seu rosto.

“Uol... você está... linda!”

Sorri e reparei em suas roupas. Meu Deus, o que é esse homem todo de preto e social? É pra matar qualquer uma de infarto!

“Yeah. Você também. Gatão” Ele riu e se aproximou passando um braço pela minha cintura. Virei de frente para o espelho e fiquei observando. Matt também olhava a imagem refletida.

“Nós combinamos.” Disse mais pra mim mesma. Ele sorriu mostrando aquelas covinhas que eu amava.

“Sim. Podemos nos considerar um casal perfeito.” Também ri e ele soltou minha cintura, parando na minha frente. “Mas está faltando uma coisa.” Ele estendeu uma caixa preta em minha direção.

“Matt, você não fez isso! Você não gastou dinheiro comigo!” Ele sorriu mais ainda.

“Gastei. Ainda mais depois que você não me deixou pagar pelo vestido.”

“Bem, mas EU é quem estava comprando o vestido.”

“E EU comprei isso aqui pra VOCÊ usar. Vamos, eu nunca te dei um presente assim. Por favor, aceita!” Eu odiava quando ele gastava dinheiro comigo e odiava mais ainda quando ele me olhava daquele jeito.

“Ok.” Disse em um suspiro e peguei a caixa. Quando abri, percebi que ele deveria ter gastado muito mais do que eu imaginava. Aninhado no meio da caixa estava um colar com uma corrente toda trabalhada em prata, que eu tinha certeza ser verdadeira, e um pingente com um trevo de quatro folhas que pendia no meio, também em prata mas com alguns brilhinhos que lembravam diamantes. Ou talvez, eram diamantes mesmo. Não resisti e tirei o colar da caixa, segurando ele em minha mão.

“Meu Deus Matt, é lindo!” disse impressionada com a beleza daquele colar. Ele sorriu.

“Que bom que gostou. Posso?” Entreguei o colar e ele parou atrás de mim, colocando ele em meu pescoço. Por causa do salto, estávamos quase da mesma altura.

“Perfeito” Ele disse passando os braços em volta de mim e dando um beijo em meu ombro. Sorri. Sim, talvez fossemos um casal perfeito mesmo, quem sabe.

O casamento foi toda aquela coisa de sempre: noiva, noivo, musiquinhas e pessoas emocionadas. Na festa conheci vários familiares do Matt que me receberam super bem, principalmente os primos. Tudo ia caminhando, mas chega uma hora que se torna entediante. Olhei para Matt e ele parecia pensar o mesmo. Meia hora depois estávamos no carro do Syn, com Zacky dirigindo, indo para a tal festa.

“Cadê o Syn?” Matt perguntou

“Pegando uma qualquer em um canto. Ele simplesmente jogou a chave do carro na minha cara e mandou vir buscar vocês.” Zacky parecia revoltado com isso, o que fez com que eu e Matt ríssemos.

A festa já estava ‘naquele’ estado quando chegamos. Pessoas bêbadas em vários lugares, bebidas espalhadas e som alto.

“Nossa, me sinto um mendigo perto de vocês.” The Rev falou quando nos encontrou.

“E eu me sinto arrumada demais.” Disse quando vi algumas meninas me encarando.

“Bobagem. Você está linda Clary. Mas agora realmente me sinto um anão com você de salto.” Johnny disse.

“Talvez porque você seja um anão.” Syn falou e logo de cara vi um chupão em seu pescoço.

Bebemos a noite inteira e quando faltavam alguns minutos para amanhecer resolvemos ir embora. Fomos andando mesmo, já que ninguém tinha condições de dirigir, mesmo que fossem só alguns quarteirões.

Enquanto eu e Matt andávamos, o silêncio permaneceu. Com uma mão segurava o sapato e na outra a mão dele. Até que na metade do caminho começou a chover.

“Oh droga. Que maravilha.” Disse e Matt começou a rir.

“A Clary, são só alguns pinguinhos.” E como se para contrariar o que ele disse, um tsunami começou a cair do céu.

“Pinguinhos...” olhei irônica para ele.

Quando chegamos na casa, Matt me levou até seu quarto e pegou algumas toalhas. Olhamos um para o outro e começamos a rir igual dois bobos. Até que me afoguei na imensidão daqueles olhos e quando vi, estávamos nos beijando. O frio que estava sentindo logo passou dando lugar a um fogo que crescia. Até que escutei um barulho vindo pelo corredor e nos separamos.

“Matt?” Kim estava na porta com jeito de quem tinha sido acordada.

“Oi mãe. Desculpa te acordar.”

“Não, tudo bem... Mas, o que a Clary faz no seu quarto?”

“Só vim pegar uma toalha.” Disse e ela me olhou confusa.

“Nós tomamos essa chuva que está caindo ali fora.” Matt disse fazendo parecer óbvio.

“Oh, verdade. Bem, boa noite para vocês então" Ela saiu me lançando um olhar bem significativo. Não me queria ali. Suspirei e comecei a ir em direção a porta.

"Boa n.." Matt me segurou.

"Ei ei.. onde você pensa que vai?"

"Para o outro quarto."

"Não, você dorme aqui."

"Matt, você viu o jeito da sua mãe. Não vou dor.." Ele me interrompeu de novo.

"Vai sim!" Olhei bem para o seus olhos, o que fez me lembrar de Kim.

"Não Matt. Deixa. Numa próxima eu durmo. Ok?"

Ele não ficou feliz com isso e não respondeu quando falei boa noite. Já estava no corredor quando senti seus braços me envolvendo e puxando para dentro do quarto de novo. Matt fechou a porta e antes que eu protestasse me deu um daqueles beijos irresistíveis. Dane-se. Penso nas consequências depois. É simplesmente impossível resistir a um homem desses.

Dei um pulo envolvendo minhas pernas em sua cintura e ele me imprensou em uma parede beijando meu pescoço e dando uma leve mordida em minha orelha. Aproveitei para desabotoar os botões da camisa molhada e jogá-la no chão. Comecei a passear minhas mãos por seus ombros, seu peito, sua barriga...

Matt soltou minhas pernas e voltou a me beijar. Ele ainda continuou na minha frente impedindo que eu fosse para qualquer outro lugar. Suas mãos deslizaram pelas minhas costas puxando o zíper do vestido. Quase refletíamos os movimentos um do outro: enquanto retirava o cinto de sua calça e abria ela, Matt passava as mãos na minha coxa e subia meu vestido.

Acabamos no chão nos beijando ainda com nossas roupas intimas. Matt usava uma cueca boxer preta que meu querido, se eu já não soubesse como era ‘aquilo’, conseguiria imaginar mil coisas só vendo ele assim. Estava em cima dele e sentia suas mãos no feixe do meu sutiã quando um pensamento passou pela minha cabeça, de algo muito importante que não deveríamos ter esquecido da outra vez.

“Matt..” disse tentando me afastar um pouco.

“Sim.?” Estávamos com a respiração ofegante.

“Camisinha.” Disse enquanto ele beijava meu queixo. Ele parou e fez uma careta.

“Sério?”

“MATT!” falei séria já me afastando mas ele me segurou.

“Ok ok.”

Depois da camisinha em seu devido lugar, Matt jogou sua cueca em outro canto, me deixando com uma bela visão do paraíso gostoso que era seu corpo, e voltou para onde eu estava no chão, deitando em cima de mim. “Feliz agora?”

“Aham.” Falei maliciosamente e ele riu.

Depois de serem retiradas todas as peças que faltavam, Matt parou por um momento e ficou olhando para cada pedaço do meu corpo. Por fim, quando olhou para os meus olhos novamente, ele sorriu.

“Você é linda!”

“Você já disse isso.”

“Eu sei. Mas é que não canso de admirar.”

Com isso ele voltou seus lábios aos meus e encaixou seu membro entre minhas pernas fazendo com que o prazer tomasse conta de nós novamente. Dessa vez não fomos tão delicados um com o outro. Enquanto ele colocava um pouco de força em seus movimentos, mas nada que chegasse a doer muito, eu arranhava suas costas deixando marcas que provavelmente estariam visíveis mais tarde. Desfrutei de cada toque dele em mim. Acabamos indo tomar banho juntos e fizemos sexo mais uma vez.

Era incrível como quando estava junto com ele esquecia completamente de todos os meus problemas. Matt me trazia segurança, proteção e principalmente, amor, algo que poucos fizeram por mim. Desejava imensamente que isso nunca acabasse.

Sai do banheiro sendo carregada em seus braços. Matt me deixou na cama e me entregou uma camiseta. Tirei a toalha e deixei ela em um canto enquanto colocava a blusa. Matt vestiu só um short e deitou do meu lado envolvendo seus braços na minha cintura de novo.

Ficamos ali, olhando um para o outro com as nossas testas encostadas uma na outra.

“Eu te amo Matt.” Disse e vi seus olhos brilhando ainda mais com isso. Ele sorriu e me deu um selinho.

“Eu também. Amo muito!”

Fechei os olhos adormecendo em seus braços novamente.

POV Matt


Acordei com a pessoa mais importante do meu mundo ao meu lado. Sorri igual um bobo enquanto via Clary dormindo. Fiquei repassando cada momento que havia acontecido desejando que eles gravassem em minha memória pra nunca mais esquecer. Ela era muito mais do que eu tivesse imaginado ou pedido. Muito mais do que merecia. Não me importaria nenhum pouco de acordar sempre assim. E aquele eu te amo só fez com que eu tivesse certeza de querer ela todos os dias ao meu lado!

Depois de vários minutos vigiando seu sono, meu estômago me lembrou de que deveria comer alguma coisa. Cuidadosamente para não acordá-la, sai da cama e fui em direção a cozinha planejando montar uma bandeja com comida para ela também.

Quando cheguei na cozinha, minha mãe e Meredith estavam terminando de ajeitar o que parecia ser o restante do almoço que tinha acabado de acontecer. Dei um beijo na bochecha de cada uma e abri a geladeira.

“Achei que você não fosse levantar mais...” Minha mãe falou e pelo seu tom, percebi que ela já sabia que eu e Clary dormimos juntos.

“Acabei de acordar.” Disse tentando lembrar do que Clary gostava. Peguei uma jarra de suco de laranja mesmo.

Em uma bandeja, coloquei a jarra com dois copos, frutas, bolachas e sucrilhos que sabia que ela amava. Kim ficou parada observando tudo que eu fazia.

“Meredith, será que você pode nos dar licença um minuto?”

Parei onde estava e encarei minha mãe. Ela olhava séria para mim.

“O que foi?” perguntei mas já sabia sobre o que ela iria falar.

 “Bem, você provavelmente deve imaginar a minha surpresa quando levantei e encontrei o quarto de hóspedes vazio, do mesmo jeito que estava quando o vi pela última vez.” Ia começar a falar mas ela me interrompeu. “E não me venha com desculpas. Fui até seu quarto e vi vocês dormindo juntos na cama. Inclusive as suas roupas e a dela espalhadas pelo chão. Matt! Você tem noção da irresponsabilidade do que os dois fizeram?”

“Ei, espera aí. Não foi nada irresponsável. Nós temos muita consciência do que fizemos. Seu filho não é mais uma criança. Mãe, encare os fatos. Ou você acha que eu ficava fazendo o que quando não dormia em casa?” Ela pareceu respirar fundo por um momento e relaxou.

“Ok, eu tentava não pensar muito nisso. Mas é que é diferente. Pensar em vocês dois.... assim...”

Sorri com a confusão dela. Me aproximei e apoiei minhas mãos em seus ombros “Mãe, eu amo a Clary. Finalmente encontrei alguém que me faz realmente feliz e não quero perder isso. Eu entendo que você esteja confusa mas tente aceitar.”

Ela concordou e a puxei em um abraço apertado que fez com que ela risse. “Obrigado!” disse dando um beijo em sua testa.

“Ok, mas já aviso: estou tentando aceitar tudo isso ainda.” Mesmo assim ela foi até um vaso com florzinhas, tirou uma de lá e me entregou. “Leve isso. Ela vai gostar.”

Sorri acrescentando a flor na bandeja e sai de lá indo acordar meu amor.

-x-

Resolvemos assistir um filme. Clary tinha ido até a cozinha fazer brigadeiro e fui ver se estava tudo bem. Encontrei ela encostada na pia passando o dedo dentro da lata e comendo os restos de leite condensado. Senti um cheiro meio estranho.

“Tem alguma coisa queimando?”

“Ai!” Ela falou e vi um corte em seu dedo. Mas antes que eu a alcançasse pra ver se estava tudo bem, Clary correu para o fogão e tirou a panela de lá. “Droga!” disse olhando para o brigadeiro queimado.

Não consegui me segurar e comecei a rir. “Você queimou o brigadeiro?”

“Sim. Coloquei ele no fogo e me distrai rapando a lata. Esqueci de mexer.” Ri mais ainda de sua expressão frustrada.

“Tudo bem. Não deve ter ficado tão ruim assim.”

Arrependi de ter dito isso minutos depois, quando experimentei o tal brigadeiro.

“É... lembra um pouco chocolate.” Tentei esconder uma careta até que uma ideia me ocorreu. Enchi meu dedo com o brigadeiro e melequei a bochecha dela.

“Eii!” ela protestou mais me aproximei e lambi o brigadeiro.

“Hum... bem melhor o gosto.” Sorri e ela se aproximou me beijando. No segundo seguinte já estávamos a caminho do meu quarto.

-x-

Meu celular tocava insistentemente. Meio revoltado, me afastei de Clary para atender.

“Oi.”

“Matt seu puto, cadê você?” The Rev falou.

“Puta que pariu, esqueci do ensaio.” Clary deu uma risada

“Hum... pelo som que acabei de escutar acho que sei porque você atrasou.” Sorri um pouco. Estava em ótimo humor hoje.

“É. Já to indo.”

Desliguei o celular e olhei para Clary.

“Quer ir?”

“Acho que não. Estou um pouco cansada. Se não se importa, acho que prefiro ir pra casa.”

“Você é quem sabe. Não quer ficar aqui pelo menos?”

“Adoraria. Mas preciso voltar. Não avisei ninguém que ia ficar aqui.” Ela disse com uma careta.

Depois de deixar ela, fui até a casa do Syn. Quando cheguei, todos me olharam maliciosamente.

“Desembucha logo. Dessa vez você vai ter que contar mais detalhes!” Johnny disse jogando uma baqueta do The Rev em minha direção. Revirei os olhos.

“Vou deixar a imaginação de vocês trabalharem.”

“Ah Matt qual é? Larga mão de ser chato.” Zacky falou.

“É, a gente compartilha com você as nossas cenas de sexo. Que que tem demais compartilha as suas também? Ainda mais com a Clary...” Syn falou.

“Tem que não é uma qualquer. As outras eram. Vocês conhecem e convivem com ela e tenho que certeza que se eu contasse, provavelmente aconteceria algum rolo em relação a isso mais tarde. E vocês mesmos viram que ela não quer que vocês saibam não é? Então respeitem ela também seus pervertidos. LET’S GO!”

Estávamos quase acabando o ensaio quando senti meu celular vibrando no bolso. Era uma mensagem da Clary.

“ D. + 3 Rangers 367!”

Fiquei olhando confuso para o visor. O que era aquilo?

“Que foi Matt?” Zacky perguntou mas fiz sinal para que ele esperasse. Os outros também olhavam confusos para mim.

Liguei para ela e quando já estava quase caindo na caixa postal ela atendeu mas não falou nada.

“Clary?” perguntei. Aquilo estava cada vez mais estranho.

“Não Matt meu querido.” Apertei mais o celular ao som daquela voz.

“Derek!” Vi olhares fixos em mim mas estava concentrado demais tentando entender o que estava acontecendo ali.

Ele riu. “Sim sim. Como vai?”

“Cadê a Clary?”

“Oh ela está bem aqui do meu lado. No momento ela não pode falar sabe...”

“Deixa eu falar com ela.” Ele ignorou meu pedido.

“Sabe Matt, como eu disse a alguns dias, ainda tenho assuntos inacabados com ela. Só estou tirando um tempo para terminar logo com isso.”

“Eu juro que te mato se você fizer alguma coisa com ela seu desgraçado!” Disse quase gritando. Os outros começaram a se mexer e vi Johnny pegando um pedaço grande de metal na mão. Syn parou na minha frente e mexeu os lábios dizendo ‘Onde’.

Derek ainda ria. “Onde vocês estão?” perguntei mas já sabia que ele não falaria.

“A Matt, o que te faz pensar que eu falaria? Não não. Mas fique tranquilo cuidaremos muito bem dela sem que você nos ache.”

O plural na frase chamou a minha atenção.

“Veremos” disse e desliguei o celular. Já tinha o que precisava.

Saímos a toda velocidade no meu carro e no do Syn. Sim, eu sabia onde eles estavam. A mensagem da Clary me disse isso.

Derek estava com mais 3 pessoas. Depois de uma pesquisada rápida em um guia, descobrimos que Rangers era uma área afastada da cidade que tinha várias chácaras. 367 era o nome da propriedade de Antony White. Mesmo sobrenome do Derek.

Aquela mensagem era o pedido mudo de socorro da Clary.


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Notas finais do capítulo

1º - Me digam nos reviews o que estão achando da fic :)
2º - Sim, o cara parecido com o Matt era gostoso assim haha
3º - Notícia trágica: eu queimei um brigadeiro desse jeito =(