Um pouco depois já havíamos desgrudado um do outro mas ainda continuávamos sem roupa embaixo de uma coberta. Matt se aproximou de novo e começou a me beijar. Senti sua mão indo para a minha cintura e me afastei dele.

"Matt! Sabia que sua mãe pode entrar nesse quarto a qualquer momento e nos encontrar assim?" disse um pouco exaltada. Ele pareceu pensar por um momento e depois deu de ombros voltando a me beijar.

Comecei a rir até que a porta realmente abriu e senti meu coração disparar. Gary estava parado com os olhos arregalados pela cena que via. Rapidamente ele levantou as mãos e cobriu sua visão.

"Eu juro que não vi nada além da bunda peluda do Matt!" Olhamos juntos para a coberta que deixava só os ombros dele de fora e comecei a rir enquanto Matt revirava os olhos.

"Pai, fecha essa porta."

Gary abriu um sorriso e tirou as mãos dos olhos entrando no quarto. Ele ficou nos olhando sugestivamente.

"Então... o que você quer?" Matt perguntou.

"Eu... por quê?" Matt o encarou e ele pareceu se lembrar "Ah, vim avisar que o almoço está pronto. Sua mãe achou que vocês ainda estivessem dormindo então pediu para que eu viesse te acordar e mandar você acordar a Clary. Se ela soubesse..." Gary começou a rir e Matt também mas fiquei muda me sentindo envergonhada por toda aquela situação. "Mas sabe Clary, gostei de você desde a primeira vez em que a vi. Você trás alegria ao Matt e muito mais. Fico feliz de finalmente encontrar ele numa cama com uma mulher bonita, com um corpão..." Matt jogou o travesseiro nele.

"Mais respeito ai velhote. Esse corpo já tem dono."

"A não se preocupe filho. Só falei isso porque, além de ser verdade, já estava cansado de encontrar só homens no seu quarto. Comecei a desconfiar..." Comecei a rir junto com Gary enquanto Matt ameaçava levantar da cama. "Ok ok, brincadeirinha. Relaxe, sua mãe da conta do recado. Ás vezes sou eu quem tenho que pedir uma pausa" Gary falou isso sério fazendo com que eu risse mais ainda. Matt fez uma careta.

"Pai, ninguém quer saber sobre isso. Me poupe dos detalhes." Gary sorriu.

"Ok, vou deixar vocês a sós. Mas sugiro que se arrumem logo antes que Kim venha até aqui." Concordamos e ele começou sair do quarto, mas parou no caminho e olhou para nós de novo "A propósito Clary, adorei o sutiã com florzinha." Ele sorriu e fechou a porta.

Olhamos um para o outro e começamos a rir. Matt pegou minhas roupas que estavam do seu lado e me entregou para que eu as vestisse. Quando estava pronta ele se aproximou e passou os braços pela minha cintura.

"Obrigado por tornar esse o sexo mais rápido e mais inesquecível de toda a minha vida." Comecei a rir e dei um selinho nele.

Estávamos todos almoçando, mas eu sentia um clima um tanto quanto constrangedor no ar. Gary ficou jogando olhares maliciosos para o nosso lado. Matt parecia ter problemas para se concentrar na comida e não parava de olhar para mim, e principalmente, para o meu corpo. Kim tinha uma expressão confusa no rosto enquanto nos observava. Tentava ignorar todos mas as cenas que tinham acabado de acontecer não saiam da minha mente. Sim, bem constrangedor.

Terminamos de almoçar e Matt praticamente me arrastou até o quarto. Assim que fechamos a porta ele atacou minha boca e foi nos levando de volta para a cama mas parei ele no caminho.

"O que foi?"

"Sinto como se estivesse te corrompendo e traindo a confiança da sua mãe." Ele começou a rir.

"Clary, relaxa. Minha mãe vai ter que aceitar uma hora que o bebê dela cresceu. E duvido que ela fique brava com você por estar me fazendo tão feliz." Ele colocou os lábios em meu pescoço e terminou de chegar até a cama.

"Pessoa insaciável você hein!" Falei brincando. Ele me lançou um olhar malicioso.

"Bem, digamos que foi muito rápido e não consegui visualizar tudo o que queria." Dei um tapa em seu braço e ele sorriu. "Você é tão fofa quando fica brava." Fechei a cara mais ainda pra ele. Mas, no fundo, eu entendia. Também queria mais. Ele me deu um selinho mais continuei sem corresponder. Ele arqueou uma sobrancelha. "Vai se fazer de difícil agora é ?"

Concordei e ele sorriu. "Tudo bem, eu consigo te conquistar de novo. Se precisar, conquisto todos os dias!" Não consegui segurar e dei um meio sorriso para ele. Quando estávamos quase nos beijando de novo, a voz de Meredith na porta me assustou.

"Clary, seu celular estava tocando." Matt fez uma careta enquanto eu me afastava e ia até a porta. Abri ela e encontrei Meredith com um sorriso nos lábios. Sorri também para ela.

"Obrigada." Sai andando em direção ao quarto de hóspedes e peguei meu celular ao lado da cama. Olhei no visor e me surpreendi com quem tinha me ligado. Quando liguei de volta, mal chamou e já atenderam.

"Clary?"

"Oi Liss, o que foi?"

"Quero que você volte para casa agora!"

"Porque?" perguntei desconfiada.

"Porque sim." Ouvi um barulho mais ao fundo. Sim, Joe deveria estar lá também.

"Mais tarde eu volto."

"Não Clary, agora!"

"Liss, você me ignora o tempo todo e agora simplesmente quer que eu volte sem me dar um motivo pra isso?"

Ela ficou quieta.

"Novidade: você não manda em mim. Então, eu volto quando quiser."

"Faça isso e eu digo ao juiz que você não irá mais morar comigo. Já sabe para onde vai né querida?" E desligou na minha cara. Fiquei olhando para o celular sem entender até que senti braços me envolvendo.

"Ela quer que você volte?" Matt perguntou encostando a cabeça no meu ombro.

"É. Mas não falou porque. Não queria ir para aquele inferno de novo"

"Então não vá." Lembrei das últimas palavras de Liss e suspirei.

"Mas eu preciso." Matt me olhou confuso.

"Então eu vou com você." Sorri um pouco.

"Não vai virar chiclete igual o outro não né?" Falei brincando mas me senti mais aliviada. Matt começou a rir.

"Não, só estou cuidando do que é meu."

Como suspeitava, quando chegamos no apartamento encontramos Joe e Liss sentados na sala. Joe ficou encarando Matt mas não disse nada. Foi Liss quem tomou a frente dessa vez.

"O que ele está fazendo aqui?"

"Ele é meu namorado. Tem o direito de estar aqui quando eu quiser."

"Mas a casa é minha." Ela disse como se fosse um desafio e aquilo me surpreendeu. Liss levantou e parou na minha frente. "Era justamente sobre isso que eu precisava falar com você." Ela puxou meu braço e começou a ir até a cozinha, mas parou quando percebeu que Matt vinha junto. "A sós." Olhei para ele mostrando que estava tudo bem e ele ficou aonde estava.

Antes de entrarmos na cozinha, dei mais uma olhada para a sala. Matt estava com os braços cruzados encarando Joe que olhava para mim. Liss fechou a porta e sentou em uma cadeira. Fiquei de frente para ela.

"Clary, queria conversar sobre os gastos que você faz nessa casa." Olhei confusa para ela.

"Mas eu mal fico aqui. E mesmo assim, eu ajudo com as despesas desde que cheguei."

"Mas é muito pouco. Você pode não comer tanto aqui, mas gasta nossa água, energia. Sem contar o condomínio do prédio. São custos muito altos pelo pouco que você paga. Então, eu e Joe conversamos e concordamos de que, se você vai morar aqui, irá pagar uma taxa de aluguel."

"O que? Mas isso é um absurdo!" Fiquei irritada. Certeza que isso era ideia do Joe.

"Não é. Aqui está o valor que chegamos em um acordo." Meus olhos se arregalaram quando vi a quantia razoável que estava escrita em um papel.

"Liss, eu não sou burra. Esse valor é um abuso. É quase o seu salário inteiro." Ela abriu um sorriso.

"Justamente. E não me diga que você não teria condições porque eu sei que tem." Amacei o papel e joguei em cima dela.

"Não vou pagar isso."

"Ótimo, então arrume as suas coisas e levamos você para o juiz hoje mesmo. Até peço para te despacharem para um lugar bem longe. Tenho certeza que eles iriam escutar as recomendações da titia educada." Oh céus, até quando eu ficaria presa por causa disso?

"Ok, tá bom. Eu pago." Liss fez uma careta e nos escutamos um barulho na sala.

Abri a porta correndo e me deparei com Joe encostado em um canto com um sorriso no rosto e Matt se aproximando dele com os punhos fechados. Entrei na frente de Matt e comecei a empurrá-lo em direção a porta, mas era a mesma coisa que tentar empurrar uma parede. "Matt, vamos embora." Ele não se mexeu. Puxei seu rosto fazendo com que ele me olhasse. "Vamos."

Ele passou um braço pela minha cintura e saímos do apartamento com ele batendo a porta com tudo. Não falei nada. Matt tinha um olhar mortal no rosto. Quando entramos no carro ele ficou parado parecendo tentar normalizar a respiração. Até que em um movimento súbito ele deu um soco no volante.

"Eu mato aquele desgraçado!" Ele olhou para mim e provavelmente deve ter percebido minha cara de assustada. "Desculpe" disse relaxando um pouco.

"Tudo bem. Mas o que ele fez pra te deixar assim?" Matt suspirou.

"Ele começou a falar sobre como você deveria procurar pessoas melhores para namorar. Eu relevei, tentei não estressar, mas a hora que aquele idiota começou a falar sobre como você tem um corpo que deve ser mais bonito ainda de se ver sem roupa...."

"Ok ok, já entendi." Disse tentando fazer com que ele se acalmasse antes que mais alguma parte do carro fosse atingida. "Matt ele fez isso só pra te provocar."

"Eu sei. Mas mesmo assim Clary. Eu juro, se ele relar um dedo em um fio de cabelo seu de novo, eu mato ele!" Dei um sorriso meio triste para ele.

Depois disso, fomos até a casa do Zacky e lá acabei conhecendo um dos rolos dele. Sério, já tinha desistido de tentar lembrar o nome de cada garota que eles me apresentavam.

A semana começou novamente e eu fazia de tudo para passar o maior tempo possível longe de casa. Mesmo assim, quando estava lá, ficava trancada dentro do meu quarto, só saindo para ir até o banheiro, evitando ao máximo algum contato com Joe e Liss.

Na quarta-feira Matt me avisou de que no sábado haveria o casamento de uma prima. Fiquei com um pouco de receio de ir conhecer a família dele, mas Matt insistiu que eu iria junto. Com isso, a tarde fomos até o shopping onde comprei um vestido vermelho sangue com renda preta por cima. Ele ficava bem justo até a cintura e depois mais folgado. Matt ficou do lado de fora da loja esperando então não viu como havia ficado, mas pelo olhar das vendedoras e de algumas clientes me senti confiante. Ele queria pagar pelo vestido, mas não deixei. Matt ficou bravo com isso, mas nada que alguns beijos não resolvessem.

No outro dia, estávamos todos na educação física quando Syn nos avisou que seus pais viajariam no final de semana e ele faria uma festa. Matt fez uma careta

"Syn, mas sábado é o casamento da minha prima. Eu sei que é uma babaquice tudo aquilo mas minha mãe me mata se eu não for."

The Rev passou os braços em volta de mim "Não, mas a Clary não vai. Eu não deixo" Comecei a rir.

"Uma ova. É lógico que ela vai junto comigo. Ou você acha que vou deixar ela sozinha em uma festa com vocês?"

"Não confia na gente?" Zacky perguntou.

"Em vocês sim, mas não nos outros homens que estarão presentes."

"Aff Matt, larga a mão de ser ciumento." Syn disse

"É, só porque vocês transaram acha que já é dono dela assim?" Johnny falou e o silêncio permaneceu depois disso. Fuzilei Matt com o olhar e dei uma cotovelada em The Rev fazendo com que ele me soltasse. Matt me paga!

"Clary!" Os 5 disseram juntos enquanto eu ia para perto dos outros meninos da sala. O professor dividiu os grupos e uma discussão começou por um grupo ter 1 jogador a mais que o outro.

"Tudo bem, eu fico de fora." Disse estressada. Eu estava com raiva e envergonhada ao mesmo tempo. Já até imaginava os detalhes que Matt deve ter contado. Comecei a me afastar mas parei quando quase trombei na pessoa que parou na minha frente. Senti o sangue fugindo do meu rosto e achei que iria desmaiar quando vi quem era.

"Eu jogo. Assim fica tudo certo." Derek disse para os outros e depois abaixou o olhar para mim e sorriu.