And All Things Will End escrita por Saáh


Capítulo 2
Capítulo 1 - Um novo começo


Notas iniciais do capítulo

Eii leitores amados. Como estão?
Está aqui o primeiro capítulo. Espero que tenha ficado bom.
As coisas ainda estão meio lentas, mas logo logo ficará mais interessante. Eu prometo. o/



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Estava em frente ao espelho olhando para a cara de alguém que claramente não dormia bem a dias. Além dos pesadelos de sempre, fui obrigada a ficar escutando AQUELA briga entre a minha tia e seu marido.

Mas hoje era um novo dia e prometi a mim mesma que seria diferente. Certo?

Tentei colocar um sorriso no rosto, mas pareceu mais uma careta de nojo. Oh vida.

Coloquei meu all star de sempre, peguei minha mochila e sai do quarto usando uma das várias calça jeans com uma blusinha branca que eu amava.

Chegando na cozinha encontrei minha tia acabando de tomar o café. Seu rosto também não parecia muito melhor que o meu, principalmente pela marca roxa perto do olho. Parece que a briga não ficou só nos gritos afinal.

"Bom dia Lissandra"

"Querida, bom dia. Já disse, pode me chamar de Titia Liss".

Revirei os olhos para isso. Me senti como uma criança no pré.

"Acho que eu prefiro só Liss mesmo", tentei dar um sorriso mas não fui muito convincente.

Ela suspirou e levantou da mesa. "Bem já vou indo. Até mais"

Fiquei parada pensando que se fossem outros tempos eu provavelmente escutaria "Ei, e a propósito Clary, boa aula. Espero que dê tudo certo. Qualquer coisa pode me ligar tá!". É os tempos realmente eram outros.

Resolvi sair sem comer nada mesmo e quando já estava chegando na porta dei de cara com o marido da minha tia, o Joe.

"Ei, já estava indo embora sem se despedir de mim é?"

Olhei bem para a cara dele. Desde quando nos conhecemos Joe sempre ficava me jogando aqueles olhares maliciosos e literalmente me encarava de um jeito que se um olhar conseguisse arrancar a roupa de alguém, eu provavelmente já estaria andando pelada por ai a muito tempo.

"Bem, já estou indo. Então se você me der licença"

Ele continuou parado na minha frente. "Estou esperando o meu beijo de despedida"

"A sim, claro."

Me aproximei dele para dar o tal beijo, e na primeira oportunidade desviei e corri para a porta. Antes de fechá-la, olhei para ele que parecia frustrado e irritado ao mesmo tempo.

"Acho melhor você esperar sentado por esse beijo."

A escola ficava a 5 quarteirões do prédio da minha tia, ou melhor, minha nova casa. O tempo estava nublado e um vento gelado passava pelo meu rosto, mas mesmo assim gostei da sensação de liberdade por alguns instantes.

Cheguei cedo e fui direto para a secretaria terminar de preencher algum papeis e pegar meus horários. Acabou demorando mais do que imaginava e quando sai os corredores já estavam cheios.

Assim que comecei a andar percebi todos os olhares se voltando para mim. Sim, além de ser uma cara nova, o que por si só já chama a atenção, eu ainda tinha a pequena "desvantagem" de ter 1,76cm de altura, o que não é algo muito normal para uma garota. Sempre me perguntam "Você é modelo?". Não tinha um corpo magricelo igual o que veem por ai, mas sim aquele tipo popularmente conhecido como gostosa. E talvez por mais esse motivo que eu chamava tanta atenção,

Tentei ignorar todos os olhares, o que não foi muito fácil já que ao mesmo tempo tentava achar a sala onde seria a minha primeira aula. Alguns minutos depois consegui entrar na sala certa que ainda não estava cheia mas já tinha um número considerável de pessoas.

Como antes, todos olharam para mim e a primeira coisa que escutei foi um "Uool, carne fresca no pedaço." de um carinha loiro sentado na primeira fileira.

Sério, isso me fez sentir como uma vaca que acaba de morrer para virar bife. Isso sim é uma carne fresca!

Fiquei aliviada quando vi uma carteira vazia no fundo e praticamente corri até lá.

Depois de um tempo levantei o olhar e comecei a observar aquelas pessoas. Nada de muito diferente.

O que me chamou a atenção foram 3 garotos que estavam no canto próximo. Primeiramente porque os 3 eram aparentemente altos, diga-se de passagem, mais altos do que eu. Isso conseguiu me deixar um pouco feliz já que na outra escola em quase todas as aulas eu era a mais alta entre todos os alunos.

Depois o que me chamou a atenção foram as tatuagens e o estilo que até eu tinha que admitir: era sexy!

E por último, aqueles olhos claros que também olhavam para mim e demonstravam curiosidade e um pouco de admiração se eu não estivesse ficando louca.

O professor apareceu, o que fez com que eu desviasse o olhar e encarasse a lousa.

A aula foi normal. O mesmo tédio de sempre. Tirando o fato de que tive que recusar umas 10 vezes o pedido do professor para que eu me apresentasse para a turma. Depois de tantos "Não, obrigada, estou bem aqui" ele acabou desistindo.

Quando o sinal tocou, sai o mais rápido possível para conseguir chegar até a próxima aula antes de todas aquelas pessoas e evitar mais olhares ainda. Foi só na metade do caminho que comecei a me perguntar se a sala era número 13 ou 18 e quando fui procurar o papel com os meus horários na mochila, percebi que ele não estava mais lá.

Lembrei então que eu havia pegado ele um pouco antes do sinal tocar. Talvez tivesse esquecido dentro sala.

Com um longo suspiro me virei para a voltar mas acabei trombando em alguma coisa e quase cai.

O primeiro pensamento que tive foi "O que um armário faz no meio do caminho?". Quando olhei para cima percebi que a minha analogia não estava tão errada assim.

Parado ali, no meio caminho e bem na minha frente, estava aquele cara tatuado dos olhos claros.

"Ei, tudo bem?"

"Tudo" respondi.

"Você esqueceu o seu papel com os horários em cima da carteira. Achei melhor vir atrás de você para te entregar. A propósito, meu nome é Matt. Você é a Clary, certo?"

Peguei o papel que estava em sua mão, e não sei como não tinha reparado nisso antes, mas cara que braços!

"Isso. Bem, obrigada Matt."

Virei e comecei a andar de novo pensando quem correria atrás de uma desconhecida só porque ela esqueceu o bendito papel com os horários. Qualquer outro provavelmente me deixaria ficar rodando igual barata tonta até decidir ir até a secretaria pedir um novo papel.

"Hum... Clary?"

Olhei para o lado. Matt ainda estava andando junto comigo.

"O que foi? Esqueci mais alguma coisa?"

Ele sorriu. "Não. É que eu tinha dado uma olhada nos seus horários e as nossas salas são próximas uma da outra. E na verdade elas ficam naquele corredor que nós acabamos de passar. Então se você quiser posso te acompanhar até lá. O que você acha?"

Olhei para aqueles olhos. Realmente toda aquela gentileza era estranho. Ai tem!

"E porque você faria tudo isso por uma estranha?"

"Bem... na verdade eu só estava querendo ser gentil. Deve estar sendo difícil seu primeiro dia em uma escola nova e eu reparei que você não fez amizade com ninguém ainda, então resolvi me candidatar voluntariamente para ser seu mais novo amigo. O que você acha?"

Depois dessas palavras eu percebi o que ele realmente queria. Homens! Começam querendo uma amizade, depois algo mais e quando cansam de você simplesmente te largam para trás. Essa era a minha realidade.

"Obrigada Matt, mas acho que agora posso achar a sala sozinha. E a propósito, eu estou bem assim."

Virei e fui indo para a sala sem nem dar chance dele responder.

Depois disso tudo continuou sendo o mesmo tédio. Uma garota chamada Jessica sentou junto comigo em uma aula. Ela até era legal mas falava demais, principalmente sobre a vida dos outros.

Quando o intervalo chegou ainda não estava com fome, mas mesmo assim resolvi ir até o refeitório ver se encontrava alguma coisa. Acabei comprando só um refrigerante e ai me encontrei em um dilema: aonde eu sentaria?

Olhei ao redor, ainda observando alguns olhares voltados para mim. Vi Jessica em uma mesa junto com outras meninas, mas logo mudei de ideia ao vê-las conversando. Aquela provavelmente era a mesa da fofoca. Olhando um pouco mais, também vi Matt em uma mesa junto com 4 garotos que eu lembrava vagamente de já ter visto em algumas aulas. Matt ainda estava com o olhar fixo em mim e justamente por causa disso resolvi que o melhor seria achar uma mesa vazia.

Fui impedida de continuar andando quando o garoto loiro que me achou com cara de bife parou na minha frente.

“É um prazer finalmente conseguir falar com você. Eu sou o Derek. Você é a Clary né?”

Ele mal esperou eu responder e já foi puxando a minha mão e dando um beijo em cima dela, igual aquelas cenas de novela de época. Eca, teria que lavá-la bem depois.

“Yeah, isso.”

“Bem Clary, sabe, você provavelmente já ouviu isso antes, mas eu tenho que dizer, você é uma moça muito bonita. E uma moça bonita não deve ficar sozinha como você está. Provavelmente dever haver uma fila de caras esperando pela oportunidade de te fazer companhia, mas você foi sortuda o bastante para me encontrar antes deles. Então você não gostaria de sentar naquela mesa ali junto comigo e os meus amigos?”

Já estava quase vomitando com todo esse discurso mas resolvi olhar para a mesa que ele falava. Tinha 2 garotos nela. Um tinha uma cara bem estranha e o outro me lembrava um anão de jardim. Estava ficando estressada com toda essa história.

“Então ... Derek, obrigada pelo convite mas eu prefiro continuar sozinha mesmo.”

Com isso, continuei andando ignorando Derek e todas as pessoas que estavam perto e escutaram a conversa. Mas logo em seguida fui surpreendida com alguém puxando meu braço e fazendo com que eu sentasse em uma cadeira.

Quando olhei ao redor vi que estava na mesma mesa que Matt e os seus amigos.

Fuzilei com o olhar quem tinha me puxado. Ele simplesmente me olhou com aqueles olhos parecidos com os meus e passou a mão no cabelo.

“Ei girl, como vai? Eu sou o Brian. Ou Gates. Ou Synyster Gates. Ou Syn. Você pode escolher qual você quer baby.”

“Bem, obrigada mil nomes, mas você sempre obriga as pessoas a sentarem na mesma mesa que você?” Os outros começaram a rir.

“Não, isso foi só com você mesmo. É que o Matt queria que nós te conhecêssemos mas... Aii” Ele parou de falar quando alguém acertou a perna dele. Olhei para frente e vi Matt o encarando.

“Não liga não minha flor, esses dois se amam. Eu sou o James ou você pode me chamar de The Rev se quiser. Não tenho mil nomes igual o Syn.” Ele começou a rir sozinho.

Lembrei então que Syn e The Rev eram os outros dois que estavam junto com o Matt na minha primeira aula.

“E eu sou o Zacky e esse é o Johnny” Se apresentaram os outros dois.

“Bem prazer em conhecer todos vocês. Provavelmente já sabem que eu sou a Clary. Então se não se importam acho que aquela mesa ali no canto está me chamando”

Quando comecei a levantar, Syn me puxou para baixo de novo.

“Ei, um pouco mais de gentileza seria bom sabia?”

“A desculpe, mas é que gentileza não é o meu forte. Isso é com o Matt, mas disso você já sabe.”

Todos olharam para o Matt e depois para mim. Percebi então que eles já sabiam o que eu havia dito para ele. E depois dizem que mulher é que é fofoqueira!

“Mais então Clary, de onde você era antes de vir para cá?” Zacky me perguntou.

Olhei para as minhas mãos. Essa era definitivamente a parte que eu estava tentando evitar. Mas uma hora eu teria que falar.

“Eu já morei aqui antes, quando era criança. Mas mudei para Fountain Valley junto com o meu avô. Depois que ele faleceu voltei para cá.” Tentei ser natural dizendo essas palavras, mas Matt ficou me encarando com um olhar estranho.

“E agora você está junto com quem?” perguntou The Rev.

“Uma tia.” Respondi simplesmente e ali eles perceberam que eu não iria continuar falando sobre isso.

“Bem, já que você não perguntou, eu conto assim mesmo. Nós somos todos daqui. Crescemos juntos e pretendemos continuar juntos por um bom tempo.” Syn falou.

Levantei uma sobrancelha. “O que? Vão montar uma banda?”

Para a minha surpresa, todos eles confirmaram isso.

“Bem, isso explica todas essas tatuagens.”

“É, a maioria das garotas acham elas meio assustadoras, mas você até agora não saiu gritando.” Disse o Johnny

“Alguém me impediu de sair daqui na verdade.” Lancei um olhar assassino para o Syn. “E eu não me importo com as tatuagens porque eu também tenho.”

Vi 5 pares de olhos me olhando surpresos.

Matt que até agora estava mudo resolveu falar “Sério? Aonde?”

Fiz uma careta. “Nas costas. Fiz porque tinha vontade e para esconder uma cicatriz.”

Syn bufou “Provavelmente é um passarinho qualquer perto do ombro”

Revirei os olhos “Não é um pássaro e o desenho pega quase toda as costas.”

The Rev me olhou com os olhos brilhando “Clary, eu já te achava linda antes disso, mas depois dessa revelação, casa comigo?”

Para a minha surpresa, uma risada escapou pelos meus lábios.

“Liga não, ele não está falando sério. É que todos nós temos uma certa ‘queda’ por garotas com tatuagens” disse Matt sorrindo.

“Até porque se ele estivesse falando sério provavelmente teríamos uma leve competição aqui não é não Matt?” Syn deu um leve soco no braço de Matt que o olhou sério de novo.

Olhei um pouco mais para trás e percebi Derek me encarando. Ele levantou da mesa onde estava e veio se sentar justamente ao meu lado, empurrando The Rev que o olhou com uma cara de ódio.

“Qual é babaca, errou o caminho ou perdeu a noção de vida?”

Derek simplesmente ignorou ele e pegou na minha mão de novo “Sabe Clary, você tinha me falado que preferia ficar sozinha e eu respeitei isso. Mas vejo que outras pessoas estão te incomodando. Você quer que eu te tire daqui?”

Vi todos os garotos o fuzilando com os olhos. Matt olhava fixamente para a minha mão, onde Derek segurava.

Suspirei. “Sabe Derek, não sei qual é o seu problema para achar que eu preciso de alguém atrás de mim o tempo todo. Eu sei muito bem me defender sozinha. E se você não se importa eu prefiro que você não fique segurando a minha mão toda vez que vier falar comigo.” Ele soltou a minha mão.

“Mas então você prefere ficar aqui?” Derek falou em um tom enojado.

“Não prefiro ficar em lugar nenhum. E na verdade eu não preciso ficar dando satisfação disso para você. Eu nem te conheço.”

“Mas pode vir a conhecer se você quiser.” Ele falou em um tom malicioso. Tive a leve impressão de escutar Matt bufando. Nessa hora o sinal para o fim do intervalo tocou.

“Hum.. não obrigada. Já disse a você, estou bem sozinha.”

Derek me olhou sério “É, talvez da próxima vez eu devesse usar um pouco mais de brutalidade, já que parece que é disso que você gosta.” Ele levantou e foi embora.

Fiquei olhando sem acreditar naquelas palavras.

Matt levantou da cadeira e disse “Idiota!”. Vi que suas mãos estavam fechadas como se ele fosse socar alguma coisa.

Depois disso todos levantamos e quando ia começar a andar Zacky virou para mim e falou “Ei Clary, você tem aula junto comigo agora. Não quer que eu te acompanhe?”

Olhei desconfiada para ele “Como você sabe disso?”

“O Matt me falou.”

Virei para encarar o Matt que agora me olhava com uma cara de culpado. “Você fez uma cópia do meu horário ou simplesmente decorou ele?”

“Bem... é que...” Ele não tinha o que falar.

Bufei e comecei a andar, com Zacky do meu lado. Enquanto iamos caminhando, fui conversando um pouco mais com ele e bebendo o refrigerante.

Ainda tive a última aula com Syn, que continuou implicando comigo do mesmo jeito que irmãos fazem. No final eu até que estava gostando da companhia desses garotos.

Quando estava passando pelo estacionamento para ir embora escutei alguém me chamando.

“Clary...” Virei e vi Matt correndo para me alcançar.

Suspirei. “O que foi?”

“Bem.. não sei onde você mora, mas você não quer uma carona?”

Revirei os olhos. “Pra depois você contar a todos os seus amigos onde eu moro? Bem obrigada, mas não. Não estou indo para casa.”

“Ahh... Bem me desculpe sobre a história dos horários. É que eles também te acharam interessante e queriam conversar com você.” Ele confessou.

“Acho que muitas pessoas estão me achando interessante ultimamente” disse vendo Derek encostado em um carro me encarando de novo.

Matt viu sobre o que eu falava e depois me lançou um olhar preocupado. “Se o idiota ali estiver te enchendo o saco pode avisar viu. Nós damos um jeito nele rapidinho. E... bem... se nós também estivermos te incomodando, pode falar.”

Sorri para ele. “Obrigada. Mas, bem, já vou indo. Então até mais.”

“Não vai aceitar a minha carona mesmo?”

“Me ensinaram a não confiar em estranhos!”

“Mas eu não sou um estranho. Você já me viu antes.”

Sorri. “Sim, mas ainda assim, não te conheço. Quem sabe outro dia.”

“Ok. Amanhã eu tento de novo” Ele sorriu e saiu andando antes que eu pudesse protestar.

Mais para frente acabei pegando um ônibus e fui para o lugar onde eu poderia simplesmente ficar sem ter olhares em mim e sem precisar forçar sorrisos.

Passei pelos grandes portões de ferro e caminhei até o local que eu já gravara como chegar.

Olhei para a placa com os nomes de Elisabeth Faye Miller e Nicolas Miller. Minha mãe e meu avô.

Sentei em frente ao túmulo deles e deixei que uma lágrima escorresse pelo meu rosto.


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam?
Beijoos e até o próximo capítulo



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