And All Things Will End escrita por Saáh


Capítulo 15
Capítulo 14 - Problemas


Notas iniciais do capítulo

E ai pessoas lindas e maravilhosas *------*
Eu juro que ia atualizar a fic ontem, mas não tive tempo de terminar o capítulo.
Mas para mostrar como eu sou boazinha, tá aqui um capítulo inteirinho pelo POV do Matt =D
E esse capítulo vai especialmente pra Miwa_Mazur pela recomendação lindaa que ela fez para a fic. Ainda estou babando litros em cada palavra haha
Obrigadaa por todos os reviews e adorei ver carinhas novas por lá :)
Enfim, aproveitem enquanto eu me divirto escrevendo o próximo o/
Beijoos



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POV Matt

Estávamos conversando sobre a banda mas eu sentia falta da Clary do meu lado. Já estava começando a ficar preocupado. E não era o único.

"Ei, vocês não acham que a Clary está demorando demais?" The Rev disse.

"Deixem a garota respirar um pouco. Quem sabe ela já cansou do Matt." Syn falou mas os outros olharam sério para ele. "Ok, só estava brincando." Ele disse tentando se defender.

Eu não estava mais prestando tanta atenção neles. Por algum motivo me sentia ansioso, como se alguma coisa estivesse acontecendo com ela. Vi uma menina que costumava sentar com a Clary em algumas aulas e resolvi ir até ela. Os outros levantaram e me seguiram sem dizer nada.

"Oi. Desculpa atrapalhar a conversa de vocês, mas você viu a Clary?" perguntei e a garota ficou me olhando com uma cara de boba por alguns segundos. Percebi que as outras meninas que estavam junto com ela também tinham esse mesmo olhar no rosto. Estranho.

"Si..sim. Eu conversei com ela no corredor a alguns minutos, mas ela disse que precisava ir até o banheiro."

"E você sabe em qual ela foi?"

"Aquele perto da porta que vai para a quadra." Havia outros banheiros mais perto, mas conhecendo a Clary, ela preferiu ir justamente em um que não tinha tanto movimento.

"Obrigado hãn... desculpe. Não sei seu nome." Não que isso me interessasse, mas minha mãe me deu educação.

"É Jessica." Ela disse abrindo um sorriso enorme.

"Ok. Obrigado então Jessica."

"Por nada." Enquanto me afastava escutei ela dizer em um suspiro "Vocês são tão lindos juntos." Olhei para trás e ela ficou vermelha igual um pimentão. Os outros começaram a rir.

Saímos andando e eu tentava não me preocupar mas a cada passo que dava parecia uma eternidade até aquele banheiro. Quando estávamos quase chegando, duas amigas da Valary esbarraram em nós. Seus rostos demonstravam que não era coisa boa que estava por vir.

"O que aconteceu?" Perguntei.

"A Val está louca.. Ela... Ela.." E a garota simplesmente desabou a chorar. A outra se aproximou de mim e agarrou a minha camisa.

"Você precisa ajudar a Clary, ela..." e antes que ela dissesse mais uma palavra eu já estava correndo para aquele banheiro.

Encontrei Valary em cima da Clary, claramente brigando com ela. Mas antes que eu prestasse atenção em mais alguma coisa, vi que Valary estava com um estilete sujo de sangue na mão e qual seria seu próximo movimento.

"VALARY!" gritei.

Ela parou aonde estava e olhou para cima, me encarando. Aquela definitivamente não era a Valary que eu conhecia. Não por causa do sangue que escorria pelo seu nariz que parecia ligeiramente torto, mas por causa do olhar. Aquela não era ela.

"O que você está fazendo?"

"Tirando esse estorvo do nosso caminho meu amor. Assim podemos ser felizes para sempre." Ela disse com um sorriso. Ignorei o ódio que senti por essas palavras e olhei mais atentamente para Clary.

Ela encarava Valary como se analisando o que ela iria fazer em seguida. Lembrei então que o estilete estava sujo de sangue e percorri o corpo de Clary procurando qualquer ferimento. Seu braço parecia estar arranhado e tinha um pouco de sangue sim, mas nada muito sério. Paralisei quando olhei para sua barriga. Eu não conseguia ver o tamanho do corte mas o sangue que manchava sua blusa mostrava que era algo realmente sério. Lembrei das palavras de Valary e percebi o que ela estava pretendendo fazer.

"Valary, solta esse estilete." disse me aproximando. Ela analisava cada movimento que eu fazia.

"Não. Não se aproxime." Ela disse colocando o estilete na garganta da Clary. Parei de andar e fiquei pensando em cada palavra que iria falar. Era a garota que eu amava que ela estava ameaçando! Respirei fundo.

"Valary porque você está fazendo isso? Não tem necessidade de..."

"TEM SIM." Ela disse gritando e me olhando séria. "Eu te amo Matt e você sempre soube disso. Nós estávamos bem até que essa coisa apareceu e tirou você de mim." Lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto. Ela abaixou os olhos para Clary. As duas ficaram se encarando por um tempo. "Isso não é algo que se faça." Eu prestava atenção na mão com o estilete e só quando escutei Clary arfando é que percebi o que havia acontecido. Valary estava com a outra mão colocando força em cima do machucado que ela tinha feito na barriga da Clary fazendo com que mais sangue escorresse por ele.

"Valary, pare. AGORA!"

"Não Matt. Não até você admitir que me ama também."

Ela só podia estar louca mesmo! Mas eu não iria mentir por causa disso. Não conseguia.

"Valary, você tem noção do que está fazendo?"

"Me diz Matt. Me diz!"

"Não Valary. Eu não te amo e nem nunca amei. Nunca existiu um nós e nem vai existir!" Mais lágrimas escorreram pelo seu rosto até que um sorriso se espalhou pelos seus lábios e ela começou a rir. Olhei para Clary e vi ela fechando os olhos e apertando os lábios como se tentasse não gritar.

"Valary?" Ela ficou me olhando rindo.

"Tudo bem Matt. Eu aceito. Depois que eu matar ela você vai conseguir me amar de verdade. Você vai!" E antes que ela fizesse qualquer movimento, pulei em cima dela. Só quando estávamos no chão e olhei para o lado é que vi que o estilete estava enterrado no meu braço. Valary arregalou os olhos e começou a chorar.

"Matt! Matt me desculpe. Não era você quem eu queria acertar..." e antes que ela dissesse mais alguma merda dei um soco na cara dela e vi que ela tinha desmaiado. Eu sabia que não era certo mas ela merecia.

Levantei e arranquei o estilete do meu braço e o joguei em um canto. Eu não sentia dor. Sentia raiva, ódio, vontade de matar a Valary mas nada disso se comparava com a minha preocupação com a Clary. Não tinha percebido mas Zacky e Syn também estavam ali comigo. Syn pegou Clary nos braços e saiu andando. Nós fomos atrás e quando sai do banheiro vi The Rev segurando fechada uma das portas que dava acesso para aquele corredor.

"The Rev ficou ali para que mais ninguém aparecesse. Johnny foi junto com as duas meninas até a diretoria pedir ajuda." Concordei com a cabeça e me aproximei do Syn.

"Eu vou levar ela até o hospital." Syn concordou mas quando paramos ao lado do meu carro Zacky segurou meu braço.

"Matt, você não pode dirigir com esse braço assim. Esse negócio tá feio." Não estava sentindo nada mas acabei concordando com ele.

Syn colocou Clary no banco de trás e antes de voltar parou do meu lado. "Nós vamos daqui a pouco. E aquele soco que você deu na Valary, pode ter certeza que ninguém viu." Acabei sorrindo um pouco e sentei no banco de trás junto com a Clary enquanto Zacky saia dirigindo até o hospital.

"Clary, tudo bem?" Segurei suas mãos e elas estavam um pouco geladas. Olhei para o corte e ainda saia sangue dele. Sua pele estava pálida.

"Tudo." ela disse em um sussurro e começou a fechar os olhos.

"Clary, continue conversando comigo. Não dorme ok? Por favor, me prometa que você não vai dormir." Pedi e senti o desespero na minha voz. Ela concordou e pareceu lutar para manter os olhos abertos.

Por ironia do destino, o hospital mais perto era justamente onde o tal do Dr. Tyler trabalhava. Assim que chegamos lá ele já encaminhou ela para o atendimento. Eu queria ir junto mais fui impedido por algumas enfermeiras que cuidaram do meu machucado e depois ameaçaram chamar a segurança se eu continuasse insistindo em ficar junto com a Clary.

Contra a minha vontade fiquei sentado na sala de espera junto com o Zacky. Alguns minutos depois os outros apareceram junto com o diretor da escola e a tia do Johnny, que trabalha no administrativo. Para a minha infelicidade, Valary também surgiu em uma maca, meio acordada, com sua mãe frenética do lado. Ela eles deixaram entrar junto!

Já estava quase levantando e indo lá reclamar quando a tia do Johnny parou do meu lado.

"Matt, o Johnny disse que você conhece a tia da Clary. Eu trouxe o número do celular dela. Acho melhor alguém avisá-la."

Concordei e fui até um canto discando o número. Depois de 3 toques alguém atendeu.

"Alô?"

"É, oi. É a Liss, tia da Clary?" Ela ficou em silêncio por alguns segundos até que me respondeu com uma voz seca.

"Sim. Porque?"

"Aqui é o Matt, nós nos conhecemos no seu prédio outro dia. Estou ligando porque teve um pequeno incidente da escola e a Clary acabou tendo que vir para o hospital e..." Ela me interrompeu.

"Certo. Eu vejo se posso passar dai qualquer hora." E desligou na minha cara. Sério? Agora eu entendia porque a Clary ficava daquele jeito quando falava sobre ela. Nenhum 'nossa e como ela está?'. Bufei e voltei para perto dos outros.

O diretor já sabia da maior parte mas ficou me perguntando sobre alguns detalhes. Ele ainda não acreditava que ela tinha tomado todas essas atitudes por amor. A porta se abriu e a mãe da Valary se aproximou, parando na minha frente.

"A Matt, como isso aconteceu? Vocês pareciam estar tão bem juntos! Ai ela pega você com outra que simplesmente deixa ela naquele estado! Como pode Matt?" Processei aquelas palavras por alguns segundos. Os outros também olhavam estranho para ela.

"Nós não estávamos juntos a meses. E foi ela quem atacou a Clary!"

"O que? Mas então porque ela tinha tantas fotos de você e da banda espalhadas pelo quarto? Ela sempre me falava que o namoro de vocês ia super bem!" Eu não podia acreditar nisso. Até onde Valary iria ficar inventando mentiras?

Depois de toda a confusão esclarecida, até a mãe da Valary concordou que ela estava com sérios problemas. Não estava mais suportando toda essa espera, até que o Dr. Tyler apareceu.

"Como ela está?"

"Bem. Nenhum órgão foi atingido mais uma veia se rompeu. Ela perdeu bastante sangue mas já a instalamos em um quarto. No momento ela está sedada com um medicamento para dor e passará o restante do dia e a noite aqui em observação. Amanhã farei novos exames e libero ela se estiver tudo ok." Me senti um pouco mais aliviado mas só ficaria melhor quando visse ela com meus próprios olhos.

"Quanto a outra paciente." o Dr. continuou " ela não teve nenhum ferimento sério, além de algumas fraturas no nariz e machucados no rosto, mas sugiro que comece assim que possível um tratamento com um psiquiatra ou algum outro profissional da área. Ela parece totalmente desequilibrada e o que fala não condiz com a realidade que vocês me passaram."

Então era verdade. Valary estava realmente ficando louca!

Finalmente me liberaram e quando entrei no quarto, encontrei Clary dormindo. Os arranhados no seu braço já estavam com um curativo e ela tinha um fio passando sangue para o seu corpo. Não conseguia ver sua barriga e achei melhor assim. Fiquei lá a tarde inteira e insisti que não sairia enquanto não visse os olhos dela abertos.

Os outros também não foram embora e ficaram revezando para me fazer companhia dentro do quarto. Quando Johnny estava junto comigo e começava a escurecer, Clary finalmente abriu os olhos.

"Ei, como está se sentindo?"

"Estranha, mas estou bem." Ela sorriu e me senti aliviado por um momento. Insisti que iria dormir lá junto com ela, mas ela pediu que eu fosse para casa.

"Não vou deixar você aqui sozinha." Não esperava que a tia dela fosse aparecer mesmo e nem disse nada sobre a conversa que tive com ela.

"Cara, acho que você deveria ir pelo menos tomar um banho. Você já esta fedendo." Johnny disse e eu revirei os olhos. Sabia que não era verdade. Clary sorriu

"Vá pelo menos descansar um pouco. E.. ai você dorme aqui junto comigo."

"Pode deixar que não vamos deixar ela sozinha." Johnny disse e eu concordei em ir embora.

Em casa, depois que contei aos meus pais tudo o que havia acontecido, inclusive o porque do curativo no meu braço, tomei um banho rápido e comi qualquer coisa que minha mãe me obrigou. Ela queria ir junto, agora que sabia que eu e a Clary estávamos namorando, mas a convenci de que não tinha necessidade.

Quando cheguei no hospital os outros voltaram para suas casas e fui até o quarto da Clary. Ela me observava atentamente enquanto eu pegava uma cadeira e sentava ao seu lado na cama.

"Você está bem?" Eu sorri um pouco.

"Eu é quem deveria estar fazendo essa pergunta, não acha?" Ela também sorriu. "Mas sim. Ainda estou tentando acreditar no que Valary foi capaz de fazer. Você não merecia passar por isso. E por minha causa." Sim, no fim eu estava me sentindo culpado.

"Matt, pare com isso." Olhei em seus olhos e passei minha mão por seu rosto.

"Você não imagina o quanto fiquei preocupado." Me aproximei e dei um beijo de leve em sua boca e quando estava me afastand, Clary passou a mão pelos meus cabelos e me puxou de volta para sua boca. Como vinha acontecendo ultimamente, toda vez que começávamos a nos beijar assim eu sentia um calor passando por nós e meu desejo por ela e por seu corpo só aumentava. Mas aqui é um hospital Matt, se controle!

Carinhosamente me afastei e vi ela fazendo um bico com a boca. Comecei a rir.

"Você precisa descansar." Ela suspirou.

"Não entendo como ainda continuo com sono depois de tanto dormir."

"São os remédios. Mas relaxa, vou estar bem aqui do seu lado se você precisar de alguma coisa."

"Mas isso não é justo, você não vai conseguir dormir nessa cadeira." Dei um beijo em sua testa e sentei de novo.

"Tanto faz. Agora descanse, por favor."

"Ok" ela disse e fechou seus olhos enquanto eu ficava segurando suas mãos.

Realmente não dormi muito, mas não me importei. Passei a noite olhando Clary dormir e refletindo o quanto ela era importante pra mim. Sim, papo de apaixonado eu sei, mas fazer o que!

Logo cedo o Dr. Tyler apareceu no quarto e Clary acordou. Ele me lançou um olhar meio surpreso.

"Como está se sentindo?"

"Pronta para ir embora daqui." Ela disse e ele começou a rir.

"Você sempre odiou hospitais mesmo né?" E lá vinha ele com esses papinhos de antigamente. "Vamos dar uma olhada nesse machucado."

Ele tirou a coberta e reparei pela primeira vez que Clary estava com aquelas roupas de hospitais. Óbvio né Matt, de pijama é que ela não ia tá! Esses negócios lembravam um vestido e quando vi que o Doutorzinho estava levantando ele, desviei o olhar para a porta. Para ele ver o machucado na barriga, provavelmente outras partes estariam visíveis. Eu sabia respeitar a Clary e não iria me aproveitar nesse momento.

"Hum...dói?"

"Um pouco."

Admito, não foi fácil ficar olhando para aquela porta principalmente quando minha mente imaginava as mãos daquele Dr. em cima dela. Lembre-se Matt, é o trabalho dele. Ele não está se aproveitando, porque se estiver, não terá mais mãos para atender os pacientes!

Comecei a contar até 1000 e respirei fundo. Quando ele saiu, minha mãe apareceu, deixando tanto eu como Clary surpresos.

"Clary querida, como você está?"

"Bem."

"Trouxe algumas roupas no seu número e também vim para te fazer companhia." Conhecendo minha mãe, ela provavelmente tinha comprado as roupas. "Falando nisso, alguém não deveria estar indo para a escola agora?" Ela me lançou um olhar ameaçador.

"A nem vem. Eu não vou hoje. Vou ficar aqui junto com a Clary até ela receber alta."

"Matt, eu fico aqui com ela. E você VAI PRA ESCOLA."

"Não." disse e minha mãe se aproximou mais de mim.

"Matt!" Eu sabia as consequências de quando ela falava naquele tom. Com um suspiro derrotado concordei.

Fui para aquele maldita escola amaldiçoando qualquer um que passava na minha frente. O que me ajudou um pouco foi a presença do resto da banda, mas mesmo assim. Hoje, mais do que nunca, eu não queria estar ali!

Mesmo que ninguém tivesse visto o que aconteceu, a escola inteira já estava sabendo. Com isso, mais uma vez os olhares estavam todos em mim. Percebi que alguns tentavam se aproximar para "conversar", mas se afastavam quando eu olhava torto. Agradeci por Clary não estar ali. Ela provavelmente não teria sido poupada das perguntas. Iria garantir que ninguém ficasse incomodando quando ela voltasse para a escola.

Os ponteiros do relógio se arrastavam mais lerdos do que nunca. Quando estava na última aula, meu celular vibrou. Era uma mensagem da Clary.

"Recebi alta. Estou na sua casa junto com a sua mãe. Beijos!"

Um sorriso se espalhou pelo meu rosto e pensei em sair logo dali mas Syn, que estava do meu lado, me lembrou de que a aula ainda não havia acabado. Fiquei imaginando jogar uma bomba em cima daquele professor pra que ele parasse de falar, até que a aula finalmente terminou.

The Rev e Zacky foram no meu carro enquanto Syn ia com os outros no carro dele. Fomos todos para a minha casa e encontramos Clary na cozinha conversando com a minha mãe. Ela estava com as roupas que minha mãe tinha levado e, por incrível que pareça, serviram certinho nela. Almoçamos e passamos a tarde inteira todos juntos. A noite, insisti pra que ela dormisse na minha casa, mas ela disse que não precisava.

Quando chegamos no apartamento, não havia ninguém. De novo. Já tinha contado para a Clary que avisei a tia dela, mas não entrei em detalhes. Ainda não me conformava com o jeito que ela tratava a Clary. Depois de insistir para que qualquer coisa ela me ligasse voltei para a minha casa, deixando uma parte de mim para trás.


– x -


Clary não foi na escola no restante da semana, e eu, obviamente, também não. Passamos o fim de semana juntos na minha casa ou nos ensaios da banda. Na semana seguinte, todos ainda comentavam sobre o que tinha acontecido. A mãe da Valary me ligou avisando que ela ficaria longe por esses dias. Ela tinha procurado um médico e começaria um tratamento psicológico. Apesar de tudo, fiquei feliz em saber que ela estava bem e procurando ajuda.

Mais shows estavam surgindo e conseguimos o contrato com a gravadora que queríamos. Tudo parecia finalmente estar se acertando e correndo tudo bem. Assim eu esperava!

Surgiu um show de última hora em outra cidade para a sexta-feira, mas Clary não pode ir junto porque ficou de recuperação em uma matéria e a prova seria justamente nesse dia. Isso desanimou um pouco a todos nós. Seria o primeiro show sem ela na plateia.

Saímos de manhã cedinho pois o show seria a tarde e eram algumas horas de viagem até lá. Falei com Clary na hora do almoço e ela disse que estava tudo bem e que tinha dado certo a prova. Depois disso, passei cada minuto olhando para o celular e pensando em ligar para ela de novo, mas precisava me concentrar para o show.

Foi tudo incrível, todos amaram e recebemos uma proposta do proprietário do local para voltar lá mais vezes. Assim que sai do palco, tentei ligar para Clary, mas ela não atendeu. Passei a viagem inteira tentando falar com ela mas não consegui. Estava quase enlouquecendo enquanto os outros diziam para eu ficar calmo. Eles também tentaram, mas não tiveram nenhum sinal de vida. Olhar para os rostos deles e ver a preocupação com ela estampada era mil vezes ainda pior.

Quando finalmente cheguei em casa, já estava indo em direção ao meu carro mas meu celular começou a tocar. Era ela.

"Clary, o que aconteceu? Tentei falar com você milhões de vezes!" Disse um pouco irritado. Ela não disse nada mas eu conseguia escutar sua respiração meio irregular e um barulho no fundo. "Clary?" perguntei sentindo a minha preocupação voltando.

"Matt, você pode vir me buscar?" Clary falou e percebi pela sua voz que ela estava chorando.


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