And All Things Will End escrita por Saáh


Capítulo 13
Capítulo 12 - Noite na caverna


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal.
Mais um capítulo para vocês.
Como sempre, ignorem o título. Até eu fiquei rindo sozinha quando escrevi haha.
Enfim, obrigada pelos reviews e vejo vocês novamente se conseguir passar por esse dilúvio e chegar em casa viva o/
Beijoos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/181155/chapter/13

Ouvia vozes mas não conseguia entender o que falavam. Aos poucos fui voltando à consciência e percebi que alguém me chamava.

“Clary? Clary? Por favor acorde.” Matt estava me chamando. O que é que tinha acontecido mesmo?

Forcei meus olhos a abrir e encontrei os 5 me olhando preocupados.

“Ei” disse. Coloquei a mão na minha testa que estava doendo e fiz uma careta quando vi sangue. Tentei me sentar mas Matt segurou meus ombros gentilmente.

“Clary, acho melhor você ficar deitada por um tempo. Você está sentindo alguma dor?”

Olhei para ele e percebi que tinha um ralado em um ombro. Observei mais atentamente os outros e vi que eles também tinham alguns machucados.

“O que aconteceu?”

“Aparentemente nós estávamos em cima de uma caverna e uma parte do teto desabou.” Zacky falou.

“Pelo menos agora a gente não está mais na chuva.” Johnny disse.

“Por quanto tempo eu apaguei?” Perguntei enquanto me sentava. Matt ia começar a protestar mas ficou quieto.

“Só alguns minutos suficientes para que o Matt quase enlouquecesse.” Syn falou e Matt deu um tapa no braço dele.

“Droga!”. Olhei para o lado vi The Rev revirando as mochilas. “Não trouxemos nenhum kit de primeiros socorros. Desculpe Clary.”

“Eu estou bem, foi só um apagão repentino.” Disse e vi que nenhum deles acreditou muito. “Mas então, nós vamos ficar aqui?”

“Acho que sim. Já está quase anoitecendo e não para de chover. Então melhor aqui do que lá fora.” Zacky disse.

“Mas será que mais nada do teto vai desabar?” Syn perguntou. Zacky retirou uma lanterna de uma das mochilas e clareou o teto.

“Acho que não. Ao que parece, a rachadura era só aonde nós estávamos.” Zacky respondeu.

“Você entende dessas coisas.” Desde que entramos na floresta ele ficava falando detalhes técnicos do ambiente. Zacky sorriu.

“Sim. Eu era escoteiro. Sem contar que desde criança eu venho para cá, então aprendi bastante coisas com o tempo. E acho que seria melhor se ficássemos mais perto saída.”

Matt me ajudou a levantar e me senti um pouco tonta quando estava em pé, mas não disse nada. Mesmo assim, ele passou o braço pela minha cintura enquanto andava. Chegamos perto da entrada e Zacky concluiu que era melhor ficar ali mesmo. Eles saíram um pouco na chuva para buscar alguns pedaços de madeira e ascender uma fogueira. Eu quis ajudar, mas todos eles mandaram que eu ficasse sentada em um canto.

The Rev sentou no chão perto de mim pegando dois pedaços de madeira e esfregando um no outro com a maior concentração. Eu comecei a rir.

“A pelo amor, não me diga que você está fazendo essa coisa pré-histórica.” Syn disse enquanto se aproximava de nós com um isqueiro na mão.

Eles montaram a fogueira e eu coloquei minha blusa, já que até agora ainda estava com a parte de cima do biquíni. Serviu para que eu não sentisse frio por um tempo. Matt sentou do meu lado e eu me esquentei em seus braços.

Nós comemos um pouco da comida que havíamos levado e aproveitamos para ficar contando algumas histórias de terror fazendo com que The Rev ficasse mais assustado ainda. Ao que parece, ele era o único que não gostava desse gênero.

A noite foi se tornando cada vez mais fria e quando não tínhamos mais assunto Zacky sugeriu que fossemos dormir perto um do outro para tentar nos aquecer com o calor humano. Ninguém pareceu gostar muito da ideia mas aceitamos.

Porém, na hora que deitei no chão e Matt me abraçou, todos eles foram para perto de mim.

“Qual é Matt, você achou que nós fossemos dormir perto de quem?” Syn disse quando Matt encarou sério todos eles.

E assim eu adormeci abraçada no peito de Matt, com Syn perto do meu ombro, The Rev com a cabeça em cima da minha barriga e Zacky e Johnny perto das minhas pernas.

- x -

Zacky nos acordou quando já estava amanhecendo e andamos tentando achar o caminho de volta para o hotel.

“Vocês nunca pensaram em trazer um GPS ou um mapa?” perguntei.

“Não. É mais divertido quando a gente se perde.” Johnny falou e eu olhei para ele pensando se o cérebro dele tinha sido afetado por alguma coisa.

Algumas vezes nos paramos e eles utilizaram algumas árvores como banheiro. Matt insistiu que se eu quisesse poderia ir que ele ficava de olho nós outros, mas eu não quis. Apesar de estar realmente morrendo de vontade de fazer xixi não iria lá no meio do mato com eles por perto.

Por um milagre, Zacky parecia realmente saber por onde íamos e depois de algumas horas andando conseguimos encontrar uma estrada que ficava perto do Hotel. Assim que chegamos, encontramos a tia do Zacky na recepção.

“Oh meu Deus! Não me diga que vocês se perderam de novo?” Ela veio andando em nossa direção.

“Clary?” Virei reconhecendo a voz que há anos eu não escutava.

“Tyler!” Ele sorriu e se aproximou de mim me puxando para um abraço.

“A quanto tempo que eu não te vejo pequena. Quer dizer, pequena você já não é mais né?”

Eu sorri e quando nos afastamos percebi que os outros nos olhavam.

“Você conhece o Dr. Tyler?” A tia do Zacky me perguntou.

“Sim. Ele foi meu médico quando eu era criança. E ajudou com muitas coisas.” Tyler ficou um pouco sério provavelmente relembrando tudo o que havia acontecido.

“Bem, você deve se lembrar da Mônica, minha esposa.” Ele disse apontando para uma mulher que conversava com uma das recepcionistas. Ela sorriu quando me viu. “Nós estamos aproveitando uma folga dos nossos serviços.”

“Lembro sim. Ela é enfermeira certo?” Ele concordou. “Esses são uns amigos meus. Nós também viemos aproveitar o feriado.” Disse e os meninos se apresentaram para ele. Matt parou do meu lado em seguida e colocou a mão em minha cintura. Vi Tyler olhando essa cena e depois sorriu.

“Vejo que algumas coisas não mudaram. Você continua com ralados como sempre.” Tyler disse e eu lembrei que estava com um corte na testa. Seu sorriso sumiu um pouco quando ele reparou nos garotos. “E vocês também. O que aconteceu?”

Resumi um pouco as coisas e ele insistiu em examinar todos nós para ver se ninguém tinha algum machucado mais sério. Os meninos disseram que não precisava mas no fim eles acabaram cedendo. Johnny e Syn precisaram de alguns pontos em machucados nos braços e nas pernas. Tyler ficou um pouco preocupado quando eles contaram que eu apaguei por alguns minutos mas insisti que não foi nada. Ele me passou o nome do hospital em que está trabalhando junto com o telefone para contato e pediu que eu procurasse ele sempre que precisasse.

Fomos para os nossos quartos e eu fui tomar banho primeiro, logo em seguida o Matt. Syn ficou me provocando o tempo todo e só parou quando Zacky apareceu cobrando o dinheiro da aposta. Decidi sair e explorar um pouco o hotel. Encontrei uma sala de jogos, a sala de TV, a de recreação e mais alguns jardins. Sentei em um banco e fiquei ali admirando a paisagem até que alguém sentou do meu lado e segurou minha mão.

“Como conseguiu me achar?”

“Você chama a atenção por onde passa. Foi só perguntar para algum funcionário.” Matt disse.

Eu sorri. “Como está seu ombro?”

“Bem. Esses ossos aqui são duros na queda. Só me arrependo de não ter conseguido fazer com que você não se machucasse.” Ele suspirou olhando para o machucado que eu tentei esconder com o cabelo.

“Relaxa. Também estou bem.” Disse me aproximando e beijando sua boca. Quando nos afastamos Matt sorriu.

“Senti falta disso.”

“Eu também.” Disse

“Mas então, aquele doutorzinho parece saber muito sobre você.” Ele disse em um tom seco. Olhei para seu rosto.

“Ele me conhece praticamente desde que eu me entendo por gente. Isso é natural.”

“Sei.” Segurei seu rosto e olhei em seus olhos.

“Matt, o que foi?”

“Nada.”

“Matt!”

“Já falei, não é nada!” E então eu percebi o que era.

“Você está com ciúmes?” Ele soltou minha mão do seu rosto e olhou para o outro lado.

“Eu, com ciúmes de um cara que deve ser 20 anos mais velho que eu? Clary, que ideia!” Tentei esconder meu sorriso.

“Aham. Sei. Então porque você desviou o olhar?” Ele suspirou e olhou para mim de novo.

“Ok, talvez eu esteja com um pouco de ciúmes sim. Feliz agora?” Eu comecei a rir.

“Matt, não tem porque você ter ciúmes. É até meio absurda essa ideia. Na verdade, acho que ele gostava da minha mãe, por isso nos passávamos tanto tempo juntos. Mas ela nunca deu uma chance para ele. E outra, ele não faz meu tipo.” Disse me aproximando dos seus lábios.

“Certo. Vou tentar lembrar disso a próxima vez que ver ele.” Ele passou a mão em meu rosto e grudou seus lábios nos meus. O beijo começou calmo mas aos poucos se tornou mais urgente. Passei minha mão por seus cabelos enquanto ele segurava minha cintura e aproximava nossos corpos um do outro. Fui pra cima dele e sentei em seu colo, mas tive a leve sensação de estar sendo observada.

Me afastei um pouco e quando olhei para o lado vi dois meninos parados perto de nós. Eles deveriam ter entre 7 e 8 anos e nos olhavam assustados.

“Nossa, é assim que os bebês nascem?” Um deles perguntou. Não consegui me segurar e comecei a rir sentando ao lado do Matt de novo. Ele também ria e fez sinal para que os dois se aproximassem.

“Não, não é assim. É em um processo bem mais prazeroso e com menos roupas.” Eu dei um tapa em seu braço por dizer isso. Os olhos dos dois se arregalaram mais ainda. “Ok ok, esqueçam. Por que vocês não perguntam para os seus pais?”

“Eu perguntei, mas eles fugiram do assunto. Ai eu procurei no google mas não entendi muito bem o que estava escrito. Mas vendo vocês dois comecei a entender.” O que parecia mais velho respondeu nos lançando um olhar sacana.

“Minha mãe vai adorar saber a cena que eu vi. Acho que até vou apresentar vocês para ela!” O outro disse. Essas crianças eram bipolares ou o que? Matt me olhou e depois virou para eles flexionando os braços. Os dois arregalaram os olhos de novo vendo os músculos dele.

“Certeza que você vai contar?” Matt levantou e ficou olhando os dois sério. Eles não chegavam nem na cintura dele!

“Ach...achoo qu... quee nãoo..” Um deles disse e eles começaram a andar para trás. Matt continuou se aproximando e eu vi que a mão dos dois estavam tremendo. Comecei a rir e fui até eles.

“Matt esquece isso. Eles não contar. Vão?” perguntei e Matt cruzou os braços flexionando os músculos de novo.

“Nãoo..” os dois disseram juntos.

“Acho bom mesmo.” Ele abaixou e ficou na altura deles. “Ou eu vou atrás de vocês quando estiverem dormindo.” Os dois saíram correndo gritando e Matt levantou rindo.

“Matt que coisa feia! Agora eles não vão dormir de noite.”

“Bem feito. Ninguém mandou serem intrometidos.”

“Não gosta de crianças não?” Ele se aproximou e passou os braços pela minha cintura.

“Gosto, mas não quando atrapalham momentos como aquele. Se fossem meus filhos teriam sido educados melhor!” Comecei a rir e ele beijou meus lábios de novo.

Ficamos andando pelos jardins por um tempo de mãos dadas. Paramos perto de algumas árvores e sentamos no chão. Matt sentou atrás de mim e eu fiquei com as costas apoiadas em seu peito enquanto ele brincava com meus dedos da mão.

“Já faz um tempo que eu queria perguntar uma coisa mas acabou passando. Naquele dia da festa, porque você não quis voltar para casa?”

Oh droga Matt, porque você não esqueceu isso? Fiquei em silêncio sem saber o que dizer.

“Clary?” Ele puxou meus braços e fez com que sentasse de frente para ele. “O que aconteceu?”

“Nada. Eu só não queria voltar para casa.”

“Clary! Não minta pra mim.” Olhei em seus olhos. Como eu iria contar aquilo pra ele? Suspirei.

“Ok. Só tente não ficar bravo.” Ele fechou a cara e cruzou os braços.

“E porque eu tenho quase certeza que isso tem algo haver com o Joe?”

“Não só com ele. Na verdade, eu não estou conseguindo mais viver naquela casa. Simplesmente me sinto como um encosto ou algo do tipo.” Matt relaxou um pouco a expressão e segurou minha mão de novo.

“Porque? Não foi sua tia que quis que você morasse com ela?”

“Não. Digamos que ela foi meio que obrigada a aceitar. Eu achei que ela não se importava mas descobri que estava errada.” Contei para ele o que Liss havia me falado aquele dia no sofá. Só não falei o motivo dela ter estressado.

“Mas porque você não sai de lá e vai morar em outro lugar? Você sempre será bem-vinda lá em casa.”

“Porque eu não posso Matt. Tenho que morar com algum familiar, senão iria para algum conservatório ou coisa do tipo. E a triste notícia é que eu não tenho mais ninguém da minha família vivo além dela."

“Hum... mas você não precisa necessariamente morar lá né?”

“Como assim?”

“Bem, se você dormir por acaso na casa de alguns amigos de vez em quando, acho que não teria problema não é?” Sorri um pouco.

“Não. Desde que ela soubesse aonde estou.”

“Ok, isso não é tão ruim assim. Você mesma já me falou que quase não vê os dois.”

“Sim, mas em compensação quando vejo...” Parei de falar percebendo que já tinha dito muita coisa.

“Quando vê, o que acontece?”

“Nada. Liss simplesmente me ignora agora e Joe fica me jogando os olhares de sempre...”

“Clary, você sabe que pode me falar o que quiser. Você confia em mim, não?” Eu concordei. Sabia que não devia contar isso a ele, mas eu precisava. Precisava conversar com alguém.

“É que ... o Joe e a Liss vivem brigando e quase sempre nessas brigas... ele bate nela.” Matt arregalou os olhos.

“O que? Mas ela não denuncia ele porque?”

“Porque ela ama ele. Eu tentei conversar mas foi por causa disso que ela discutiu comigo.” Sem que eu percebesse uma lágrima escorreu pelo meu rosto e Matt passou o dedo secando ela. Ele me puxou para os seus braços.

“Clary eu imagino o quanto isso deve estar sendo difícil, mas você sabe que pode contar comigo sempre e com mais 4 caras que provavelmente fariam qualquer coisa por você também.” Sorri um pouco e Matt me afastou de novo olhando para o meu rosto.

“Mas o Joe nunca fez nada com você não é?”

“Não” disse mas vi que ele me olhou mais atentamente.

“Não mesmo?” E nessa hora os outros apareceram reclamando que tínhamos deixado eles para trás.

Nos levantamos e voltamos para o hotel. Já estava na hora do almoço. No caminho fiquei pensando se contava para o Matt sobre a ameaça que Joe fez. Ao mesmo tempo que queria contar, sabia qual seria a reação dele e era exatamente disso que eu tinha medo. Tinha medo pelo que Matt faria. E se ele se machucasse por minha causa? Isso não era certo. Decidi que continuaria sem dizer nada por enquanto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

No próximo capítulo a nossa querida Valary irá descobrir que os dois estão juntos. Será que isso vai prestar?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "And All Things Will End" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.