And All Things Will End escrita por Saáh


Capítulo 10
Capítulo 9 - Um lar de verdade


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoal.
Ignorem os títulos dos capítulos. Simplesmente desisti de tentar fazer algo criativo com eles.
Hoje acordei meio deprê repensando algumas coisas na minha vida e resolvi dar uma olhada nos capítulos que eu já postei.
Tenho váriaaas ideias para a fic, mas pra ficar com sentido tenho que criar um contexto legal e tals. Então queria saber se vocês têm alguma crítica, sugestão ou reclamação para fazer quanto a isso. Podem mandar por review ou por MP.
Afinal, essa fic é feita para vocês, e só assim eu sei se posso continuar do jeito que está ou se preciso melhorar alguma coisa.
Enfim, espero que gostem do capítulo e prometo que logo logo teremos alguns amaços por aqui haha
Obrigadaaa por todos os reviews lindos e maravilhosos.
Beijoos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/181155/chapter/10

Sentia uma dor de cabeça irritante e sono, por mais que tecnicamente já estivesse dormindo. O mais incrível era que eu me sentia calma. Aos poucos comecei a perceber porque estava assim: estava sentindo o cheiro do Matt em mim. Lembrei que provavelmente estava com a camisa dele ainda e todas as lembranças da noite passada me atingiram. Joe me ameaçando, as bebidas, Derek...comecei a lembrar de tudo com detalhes e desejei não ter acordado. Afundei meu rosto no travesseiro e ele também cheirava a Matt. Espera ai. Meu travesseiro não tinha o cheiro dele. Onde eu estava?

Abri os olhos e encarei uma parede com pôsters de várias bandas de rock e metal. Sim, aquele definitivamente não era o meu quarto. Lentamente sentei na cama e olhei ao redor. Era um quarto grande, com roupas masculinas em alguns cantos, papéis espalhados, um piano e um violão, entre outras coisas. Pelo estilo das camisas que vi, aquele possivelmente era o quarto do Matt!

Olhei para cama, que era de casal e hiper gigante, mas parecia não haver mais ninguém no quarto. Eu dormi na cama do Matt?

Vi duas portas e resolvi ir saber onde estava. Levantei e tudo começou a girar. Eu não sabia se isso era efeito das bebidas ou outra coisa. Comecei a andar, mas quando cheguei ao final da cama, percebi tardiamente que havia um colchão no chão e alguém deitado nele.

Tropecei e acabei gritando na queda. Cai em cima de um corpo e vi aqueles conhecidos olhos verdes me olhando.

“Matt! Me desculpe. Eu... não vi que você estava aqui.” Ele sorriu e eu senti meu coração começando a bater mais rápido.

Tomei consciência de que Matt estava sem camisa e eu estava completamente em cima dele. Suas mãos seguravam a minha cintura, provavelmente o que impediu que eu caísse no chão. Seu rosto estava tão perto que eu sentia sua respiração. Seus lábios... tão perto. Até que a porta abriu.

“Matt, eu escutei um grito, o que acont... Ah. Oi.”

Parada na porta estava uma mulher já de uma certa idade. Ela devia ser só um pouco mais baixa que eu e aqueles olhos verdes, que demonstravam surpresa, eram iguais ao do Matt. Isso só podia significar uma coisa.

“Oi mãe” Matt disse e eu percebi que ele segurava para não rir.

Eu queria cavar um buraco no chão e me enterrar nele! A única coisa que pude fazer foi sair de cima do Matt e sentar na beirada do colchão.

“Oi. É... desculpe pelo grito. Culpa minha.” Disse sem saber aonde enfiava a minha cara. Ela se aproximou e eu fiquei em pé, desequilibrando um pouquinho quando fiz isso. Ela ficou olhando para o meu rosto por um instante e eu tentei não imaginar o que ela estaria pensando. Ótima imagem para se passar hein Clary!

“Prazer, meu nome é Kim. Como você já deve ter percebido, sou a mãe do Matt.” Kim disse sorrindo amigavelmente para mim.

“Yeah. Prazer, Clary. Eu sou... amiga do Matt” disse e ela levantou uma sobrancelha igual ele fazia. Matt levantou e parou do meu lado. Kim ainda me olhou por mais alguns segundos, até que seu sorriso sumiu quando ela viu Matt e praticamente correu até ele.

“Matt! O que é esse machucado no seu rosto? Andou brigando de novo?” Ela parecia querer estar brava com ele mas a preocupação era evidente em seu rosto. Eu sorri um pouco com essa cena.

“A mãe, foi por uma boa causa dessa vez” Matt olhou para mim e Kim se virou para me olhar de novo. Dessa vez ela me analisou de corpo inteiro e o olhar de preocupação continuou em seu rosto. Ela se aproximou e segurou meu braço.

“Oh meu Deus, você também está machucada. O que aconteceu com vocês dois?”

Só ai eu percebi que estava com arranhões e machucados nas pernas e nos braços. Meu ombro era o que mais doía, mas não estava dando para ver por causa da camisa. Olhei para Matt tentando encontrar o que falar.

“Nada mãe. Mais tarde nós conversamos.” Kim olhou para Matt por um segundo e soltou o meu braço.

“Ok. O almoço já está quase pronto. Vocês devem estar com fome.” Ela sorriu para mim de novo e saiu, deixando a porta aberta.

Matt ficou me olhando, até que ele se aproximou, pegou a minha mão e me puxou para sentar ao seu lado na cama.

“Acho que precisamos conversar.” Eu concordei com a cabeça e fiquei olhando para a mão que ele ainda segurava.

“Você está bem?” Olhei em seu rosto e fiquei tentando encontrar a resposta para essa simples pergunta. Eu estava bem? Suspirei.

“Sim. Acho que sim.” Ele parecia tentar encontrar o que falar mas uma pergunta mais urgente escapou pelos meus lábios. “O que aconteceu com o... Derek?” engoli seco.

“Quando cheguei até o meu carro, por sorte, uma viatura da polícia estava passando. Eu resumi o que tinha acontecido e eles foram buscar Derek onde eu falei que ele estava, mas quando voltaram, disseram que só havia manchas de sangue no lugar. Eu descrevi como ele estava e eles disseram que iriam procurar pelos arredores. Um dos policiais me falou que se fosse a mesma pessoa que ele estava imaginando, eles já tinham recebido outras queixas iguais a esta, mas que ele nunca foi preso.” Matt parecia revoltado e eu também me sentia um pouco assim. Saber que Derek ainda estava andando por ai não fez com que eu me sentisse melhor.

“Eu não fui a primeira vítima dele. Ele me falou isso.” Matt me encarou por alguns segundos e eu senti lágrimas se formando nos meus olhos. “Onde você estava Matt?”

Era a mesma pergunta que eu tinha feito antes. Isso era o que eu mais pensava quando Derek estava passando suas mãos sujas pelo meu corpo. Um olhar de dor passou pelo seu rosto.

“Me desculpe Clary. Eu sabia que não deveria ter saído de perto de você. Isso foi tudo culpa minha. Eu fui idiota em acreditar naquele filha da mãe do Derek!”

“Como assim?”

“Quando você saiu andando de perto de mim eu te segui, mas depois em um corredor eu não vi para onde você foi. Eu fiquei rodando um tempão pela festa te procurando. Pedi ao Zacky, Syn e o Johnny que me ajudassem mas eles também não te acharam. Eu peguei o The Rev e nós saímos da festa, achando que você tinha ido para a rua, já que não estava lá dentro. Então, o Derek maldito nos disse que você tinha passado por ele e pegado um táxi dizendo que iria para casa. Eu desconfiei dessa história, mas como não te achei em lugar nenhum, resolvi acreditar nele. Levei o The Rev para a casa enquanto o Syn e os outros foram até o seu prédio, mas porteiro falou que você não tinha chegado. Eu estava com um mal pressentimento sobre tudo isso e resolvi voltar para a festa. Os outros queriam ir junto comigo mas eu convenci eles a irem para suas casas. Quando cheguei na casa da Raquel de novo, perguntei para um pessoal que estava sentado na porta se eles tinham visto você, e eles disseram que viram você indo junto com o Derek por uma rua. Acho que o resto você já sabe.” Matt estava claramente com raiva de novo.

“Não se culpe, eu que acabei provocando tudo isso. Se não tivesse bebido ou se tivesse aceitado ir embora quando você pediu, provavelmente muitas coisas seriam evitadas.” Suspirei e olhei em seus olhos.” Achei que vocês tinham me deixado para trás.” Matt ficou surpreso.

“O quê? Nós jamais faríamos isso Clary. Estávamos todos preocupados com você. De onde você tirou essa ideia?”

“Derek.” Disse e Matt bufou. Agora eu percebia a idiotice que foi acreditar nele. Contei a Matt o que tinha acontecido, até a parte em que Derek me ofereceu uma carona. Não queria entrar em detalhes. Ele pegou uma mecha do meu cabelo e ficou brincando com ela nos dedos.

“Me desculpe Clary, de verdade.  Eu prometo que isso nunca mais vai acontecer.”

“Matt eu é que tenho que pedir desculpas na verdade, por ter sido tão estúpida. Acho que nunca mais vou reclamar quando você quiser me proteger.” Ele sorriu e ficou me olhando. Por um momento me permiti esquecer tudo o que havia acontecido e pensei no agora: eu e Matt, na cama dele, na casa dele. Prometi que iria deixar tudo acontecer naturalmente, e era isso que estava fazendo. Matt parou de mexer no meu cabelo e começou a aproximar seu rosto do meu. Quando estava perto demais ele parou, como se esperasse que eu fugisse ou empurrasse ele, mas só continuei olhando para seus olhos. Ele se aproximou mais e eu senti sua respiração, logo em seguida seus lábios relando levemente nos meus. Até que passos vindo pelo corredor nos afastaram.

“Trouxe um kit de primeiros socorros para dar um jeito nesses machucados.” Kim entrou dentro do quarto e nem percebeu o meu constrangimento e o do Matt. Olhei para os meus machucados, alguns com sangue seco já.

“É... será que teria como eu tomar um banho antes?” Pedi. Eu realmente precisava de um banho e só agora tinha percebido isso.

“Claro. Acho que alguma blusa e um short meu devem servir em você.” Eu agradeci e ela saiu do quarto. Eu encarava o chão enquanto Matt não disse nada, mas podia sentir seus olhos em mim. Ela voltou com as roupas e eu descobri que a outra porta no quarto era um banheiro. Sério, essa casa devia ser grande, porque só o banheiro era quase do tamanho do meu quarto.

Tranquei a porta e fiquei paralisada quando vi meu reflexo no espelho. Como Matt conseguia gostar de um espantalho? Parecia que algum bicho tinha feito um ninho no meu cabelo. Tirei a blusa e descobri o pior machucado: meu ombro estava com sangue seco e manchas roxas. Meus braços também tinham marcas de dedo.

Tomei um banho tentando fazer com que a água levasse as coisas ruins embora. Percebi melhor aonde havia machucados quando começaram a arder com a água. Não fiquei muito feliz quando vi que Kim havia me entregado uma blusa sem mangas. Sai do banheiro em melhores condições e um pouco mais apresentável.

Matt estava sentado na cama com os punhos fechados enquanto sua mãe fazia um curativo em seu rosto. Ele pareceu aliviado quando me viu e levantou da cama.

“Ok mãe, já chega. Pode deixar que eu termino e ajudo a Clary com os machucados dela.” Percebi que agora ele estava usando uma camisa sem mangas, o que só deixou seus braços mais em evidência. Quando Kim saiu Matt se aproximou de mim.

“Agora, vamos cuidar desses machucados. Você vai ser minha paciente.” Ele me lançou um sorriso malicioso.

“Eu deveria me preocupar com isso? Você é médico desde quando?” Matt começou a rir. Sentei na cama e ele pegou alguns remédios e sentou do meu lado. Matt começou a limpar melhor um ralado no meu joelho.

“Clary.” Ele parou de falar e continuou cuidando do meu machucado.

“Sim?”

“Sobre o beijo que quase aconteceu antes, eu queria te pedir desculpas também.” Por essa eu não esperava.

“Por que?”

“Bem, você passou por muita coisa ontem e eu não deveria ficar pressionando quanto a isso. Eu prometo que não vou tentar nada de novo.” Ele sorriu.

Eu perdi a fala. Como assim Matt? Justamente agora? Ele voltou a falar antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.

“Mas então, sem querer ser chato nem nada tocando nesse assunto de novo, mas é que uma coisa ainda está me intrigando. A hora que eu encontrei você com o Derek eu estava cego de raiva e a única coisa que eu pensava era em tirar ele de perto de você. Mas depois eu reparei que você não parecia estar fazendo nenhum esforço para afastar ele. Um pensamento louco passou pela minha cabeça de que talvez vocês só estivessem se pegando, ou sei lá.” Matt era uma caixinha de surpresas mesmo. Oh céus, que homem mais complicado! Não consegui segurar uma risada.

“Matt, fico feliz que você tenha dado uns socos na cara dele. Já deixei bem claro que nunca quis nada com o Derek. Só me arrependo por você ter se machucado também.” Passei a mão perto do machucado em seu rosto. Ele fechou os olhos e eu aproveitei esse momento por um tempo. “E acho que eu não estava reagindo mesmo. Não porque eu não quisesse, mas porque eu não conseguia mesmo.” Soltei minha mão do seu rosto e olhei para baixo. Essa parte eu ainda não tinha contado para ele.

“Como assim?”

“Derek colocou aquele pó, Boa noite Cinderela, na minha bebida quando esbarrou em mim.”

“O quê? Aquele filha da puta fez isso com você? Ele merece morrer.”

Fiquei quieta esperando que ele se acalmasse. Não tinha o que dizer, afinal, no fundo eu também queria isso.

“Acho que isso explica porque eu não conseguia te acordar quando estava no carro. Achei que você tinha desmaiado, mas você simplesmente não acordava. Eu estava entrando em pânico já. Resolvi que não teria melhor lugar para te trazer senão a minha casa, já que você não queria ir para a sua.” Matt me lançou um olhar desconfiado e eu me mexi desconfortável olhando para baixo. Joe era outra parte que eu não queria ter que dizer nada. Achei que ele fosse perguntar o porque, mas quando olhei para seu rosto, ele encarava fixo meu ombro.

“Matt?”

“Um segundo. Estou xingando e amaldiçoando internamente o Derek. Você não merece ouvir isso.” Olhei confusa para ele, mas fiquei quieta.

Depois de um tempo ele começou a cuidar do meu ombro. Ardeu mais quando ele passou um remédio e eu me encolhi um pouco, o que fez com que ele parasse por um momento. Imaginei que ele estivesse xingando Derek mais um pouco.

Ele fez um curativo e sua mãe apareceu de novo dizendo que o almoço estava pronto.

Nós levantamos para ir almoçar, mas Matt parou no meio do quarto e me encarou.

“Me desculpe se meus pais olharem estranho pra você. Eu vi minha mãe fazendo isso a hora que ela te viu pela primeira vez. Mas é que eu não costumo trazer nenhuma garota pra cá. A única que veio era a Valary, porque nos namoramos, mas minha mãe não gostava dela então não ficávamos muito aqui. Mas bem, até a Valary nunca dormiu aqui. Você está sendo a primeira.” Ele sorriu e eu tentei digerir isso por um momento. Eu era a primeira garota que dormia na cama do Matt?

Nós saímos do quarto e eu não falei mais nada. A casa era realmente enorme. Nós descemos a escada e passamos por uma sala de estar. Fomos até a copa e a mesa estava quase pronta. Uma mulher quase da mesma idade de Kim estava terminando de ajeitar os pratos. Matt foi até ela e a abraçou, dando um beijo em sua bochecha.

“Meredith, essa é a Clary. Clary, essa é a Meredith, nossa cozinheira desde que eu era criança.” Ela começou a rir.

“Oi.” Eu disse meio sem jeito.

“Oi, é um prazer conhecer você Clary. Espero que goste da comida.”

“A ela vai gostar sim, não tem como não gostar.” Matt disse se aproximando de mim.

E então um homem entrou pela outra porta. Ele era muito parecido com Matt na altura e corpo, mas sem nenhuma tatuagem. Ele parou e ficou me olhando.

“Eu estou cego ou seus amigos ficaram mais bonitos Matt?” Eu comecei a rir.

“Não velho. Essa é a Clary.”

“Clary? A muito prazer.” Ele se aproximou e beijou minha mão.” Eu sou Gary, o pai do Matt”

“Muito prazer” disse.

Kim apareceu e nós sentamos na mesa para almoçar. Era estranho, mas foi como se ali eu pudesse realmente me sentir em um lar de verdade. Nunca tinha sentido isso desde que meu avô morreu.

Os pais do Matt ficaram me olhando durante todo o almoço. Kim parecia analisar cada movimento que eu fazia enquanto Gary continuou fazendo piadinhas e dizendo que eu era muito bonita. Eu estava com fome, mas nada que comparasse a montanha que foi o prato do Matt.

“Fico feliz que você esteja conosco hoje Clary. Se fosse um daqueles garotos provavelmente teria que abastecer a despensa.” Gary disse quando terminamos de comer. Todos nós rimos.

Matt me mostrou a casa e eu fiquei impressionada mais uma vez com o tamanho daquele lugar. No jardim havia uma piscina e um quarto mais afastado, onde a banda ensaiava quando iam lá. Enquanto caminhávamos comecei a sentir uma dor perto da barriga. Fui até o banheiro e quase tive um treco quando percebi que estava menstruada. Provavelmente não estava com uma cara legal quando sai, pois assim que me viu, Matt correu e parou na minha frente.

“Clary, o que foi? Você está sentindo alguma coisa?”

“Na verdade sim.” Os olhos dele arregalaram.

“Você quer que eu te leve ao hospital? Consegue andar?” Matt já estava quase me puxando para seus braços mas eu comecei a rir. Meu Deus como ele era exagerado.

“Calma Matt. Na verdade, será que sua mãe tem algum absorvente por aqui?” Disse um pouco constrangida com tudo isso. Matt ficou olhando para o meu rosto por alguns segundos e eu me perguntei se teria que desenhar para ele.

“É... só um minuto.” Ele saiu e um pouco depois voltou. “Han Clary? Minha mãe disse que não tem nada. Desculpe.” Ele parecia um pouco envergonhado.” Você quer que eu te leve em alguma farmácia?”

Eu concordei e nós fomos até uma farmácia próxima de lá. Enquanto eu pegava um pacote de absorventes e uma caixa de remédios para cólica, Matt ficou do meu lado observando tudo.

“Sabe, eu nunca parei para pensar nesses detalhes de garotas. Isso é estranho” Matt falou quando estávamos voltando. Eu comecei a rir.

Tinha feito tudo o que precisava e tomado o remédio quando saímos da cozinha e a campainha tocou. Matt foi atender e eu só vi 4 garotos invadindo a casa dele e ficando paralisados quando me viram. The Rev praticamente me esmagou em seus braços.

“Onde você estava garota? Eu não lembro direito o que aconteceu ontem a noite, mas quando eles me contaram que não te acharam eu quase pirei. Você tem noção?” Eu sorri e vi os outros me analisando.

“Essas roupas são da Kim?” Zacky perguntou.

“Clary dormiu aqui.” Matt disse e eles ficaram olhando para nós sugestivamente.

“Ok, chega de enrolação. Falem logo o que aconteceu ontem.” Syn disse. Matt olhou para mim mas eu não disse nada. Provavelmente não conseguiria contar isso para eles.

“Derek tentou estuprar a Clary.” Os 4 olharam para mim e um barulho de panela caindo no chão fez com que nós olhássemos para a cozinha. Kim estava parada me olhando assustada. The Rev apertou mais seu braço em volta de mim e apoio seu rosto no meu ombro.

“Pelos machucados, aposto que você brigou com ele né? Me diz que você deixou aquele filha da puta aleijado!” Syn falou. Matt sorriu um pouco e contou a eles todos os detalhes. Kim ainda ficou me olhando por um tempo, mas não disse nada. Já estava quase escurecendo quando eles resolveram ir embora.

“Clary, pode ter certeza que agora não precisa nem o Matt pedir. Nenhum de nós vai te deixar sozinha. Se aquele idiota aparecer de novo ele vai se arrepender de ter nascido.” Syn falou e me abraçou. Johnny, Zacky e The Rev também concordaram e me abraçaram junto com ele. Eu olhei para frente e vi Matt sorrindo com essa cena. Enquanto eles iam embora, comecei a pensar que eu deveria ir também, mas não estava querendo voltar para a minha casa. Matt pareceu ler meus pensamentos.

“Clary, se você quiser, pode dormir aqui de novo. Tenho certeza que meus pais não vão se importar. Ele adoraram você” Matt sorriu e eu decidi que ficaria.

Matt foi tomar banho e eu fiquei na sala assistindo TV. Kim apareceu e sentou do meu lado. Nós conversamos um pouco, até que ela ficou com um olhar sério.

“Clary, acho que tenho que pedir desculpas por ter pensado coisas erradas a seu respeito. Matt me falou que estava gostando de alguém e quando vi você no quarto dele logo desconfiei quem era. Mas eu estava tentando entender quem era você. Eu fiquei horrorizada quando vi que só o short era seu, pensei mil e uma coisas, principalmente onde estava a SUA blusa. Isso foi injusto da minha parte. Agora, sabendo o que aconteceu, eu vejo que criei uma imagem falsa de você. E tenho que dizer, a forma como o Matt se preocupa e cuida de você, isso eu realmente nunca vi. Clary, ele te ama, e agora eu sei que você é perfeita para ele. Não desperdice essa chance.” Ela se aproximou e me puxou em um abraço.

Por algum motivo, isso mexeu comigo. Era como se minha mãe estivesse ali. Ela provavelmente falaria algo assim. Kim pediu que eu fosse junto com ela até seu quarto e lá ela me entregou algumas coisas, entre elas uma escova de dentes novinha e uma calcinha (oh céus, obrigada).

Tomei outro banho, mas dessa vez vesti meu short, que agora estava lavado e passado, e outra blusa do Matt. Kim e Gary saíram para uma festa e acabamos ficando sozinhos. Alugamos alguns filmes, a maioria de terror, e fizemos pipoca e brigadeiro. Era divertido ficar com Matt e a cada hora parecia que eu aprendia mais alguma coisa sobre ele que ainda não sabia. Matt também parecia mais do que feliz com tudo isso.

Passamos algumas horas assistindo aos filmes e rindo de alguns efeitos visuais podres. Só lembro de estar encostada no ombro de Matt enquanto ele me abraçava e depois acordei na cama dele de novo. Já estava claro quando abri os olhos. Olhei para o lado e estava vazio de novo. Fui engatinhando até o final da cama e encontrei Matt todo esparramado dormindo no colchão no chão de novo.

Sorri e fiquei olhando aquela cena por um bom tempo. Eu havia tentado imaginar nós dois juntos e não tinha conseguido. Talvez seja porque eu não devesse imaginar, mas sim viver a realidade. A frase de Kim ficou martelando nos meus pensamentos. “Não desperdice essa chance.”

Olhando ele dormindo, percebi o erro que estava cometendo enganando a mim mesma todo esse tempo. Tinha medo de me apegar e ser feliz e acabar perdendo tudo, como sempre acontecia, mas não podia deixar que esse medo continuasse. Eu gostava dele mais do que admitia, mais talvez até do que eu mesma sabia. A verdade surgiu bem na minha frente: sim, eu estava me apaixonando por ele!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "And All Things Will End" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.