– Eu pensei que você viria sozinho! – Digo após ver Bill acompanhado por Tom, Gustav e Georg.

– É que de uma forma ou de outra, a minha conclusão, envolve toda a banda. - Justificou.

– Entendo!... Entrem! – Eles me cumprimentaram e entraram na casa.

(...)

Bill, Tom, Georg e Gustav sentaram em um sofá, e eu e Brenda sentamos em outro de frente para eles.

– Bem... – Bill respirou fundo. – Eu vou direto ao ponto. – Soltou o ar com uma certa força. – Eu cheguei à conclusão que as únicas pessoas que podem ter te agredido e que você não queria que nós soubéssemos são as Stalkers...

– As Stalkers – continuou Tom – já nos perseguiram muito, como você deve saber. – Sim, eu sei. - Algumas pararam, mas achamos que tem umas e outras que ainda nos persegue...

– Sim; e nós suponhamos que as Stalkers após descobrirem o seu “envolvimento” com a banda, e te julgarem mal, resolveram te agredir! – Concluiu Georg.

– Foram as Stalkers que agrediram você naquela noite Kate? – Bill pergunta parecendo aflito.

Novamente um flashback passou por minha mente; apertei os olhos com o intuito de afastá-lo dela... Sem sucesso; a voz da Tifanny ecoou na minha mente, assim como a risada maléfica da Ingrid e da Sabrinni.

– Kate?! – Me chamaram fazendo-me sair daquele maldito flashback.

– Oi! – Disse, tentando disfarçar.

– E então, foram as Stalkers que agrediram você naquela noite?! – Bill repete a pergunta.

– Eu não sei! – Digo deixando uma lágrima rolar pelo meu rosto. Não POSSO falar que foram a Tifanny, a Ingrid e a Sabrinni que me agrediram. Não posso estar envolvida em um escândalo desse tamanho. O que será de mim depois d’eu entregar aquelas três?! O que será do Tokio Hotel?!... Depois daquela noite, eu sei que elas são capazes de TUDO, e eu prefiro NUNCA saber o que esse “tudo” envolve.

– Mas, como elas estavam vestidas?!

– Eu não me lembro da roupa! – Chorei.

– Elas tinham algo no rosto? – Gustav perguntou. Fechei os olhos por alguns segundos.

– Eu me lembro que elas estavam... Estavam... – Suspirei. – Com uma máscara. – Menti, lembrando dessa característica das Stalkers do Tokio Hotel.

Mentir para eles novamente doeu; doeu muito.

– Eu sabia! – Diz Bill. - Por que não nos disse?! – Perguntou para mim com os olhos cheios de lágrimas.

– Falar que as pessoas tinham uma máscara cobrindo o rosto não ajudaria em nada.

– Ajudaria sim!

– No que?!

– Agora nós sabemos que foram as Stalkers que te agrediu; as mesmas que nos perseguiam!

– E se não foram elas?! – Supôs.

– Quem mais seria se não fossem elas?!

– Não sei... – Menti limpando as minhas lágrimas.

– Então é óbvio que foram elas! - Bill se levantou. – E bem, eu e os outros caras decidimos que se fossem as Stalkers que tivessem te agredido... Nós...

– Vocês o que? – Pergunto temendo a resposta.

Bill parecia não ter coragem para falar; ele olhou para Tom.

– Nós iríamos se afastar de você!

Eu ouvi bem?!

– Se afastar de mim Tom?!

– Sim... – Ele abaixou o olhar.

– Mas vocês não vão fazer isso né?! Vocês não...

– Vamos! – Diz Bill. Me levanto chorando novamente com essa decisão maluca deles.

– Não queremos que você seja alvo das Stalkers novamente! – Diz Georg.

– É para a sua segurança Kate! – Diz Gustav.

– Vocês não podem fazer isso comigo! – Choro desesperadamente. – Você não pode me deixar Bill! – O abraço. – Você não pode me deixar; - repito -eu te amo!

– É para o seu bem Kate! – Bill soluça.

– Meu bem?! – O encaro. - Ficar longe da pessoa que você ama não faz bem a nenhuma pessoa!

– Eu sei; mas, ás vezes não tem nenhuma opção a não ser o afastamento.

– Eu não quero me afastar de vocês! – Digo olhando para os três sentados no sofá.

– Nós também não! – Diz Gustav. – Mas, é o que tem que ser feito!

Abraço o Bill mais forte que eu pude. Senti Tom, Georg e Gustav me abraçarem também.

Aos poucos fomos desvencilhando daquele abraço grupal.

Bill segurou o meu rosto e disse:

– Promete que vai seguir em frente; promete que vai me esquecer; promete que vai ser muito feliz sem mim?!

– Como posso prometer coisas que nunca irão acontecer?

– Se você acreditar e prometer, irão acontecer sim!

– Mas eu não quero que aconteçam!

Bill limpou as lágrimas dele; olhou para o chão e voltou o olhar para mim.

– Me promete?! – Sorriu.

– Como se fosse fácil!

– Não está sendo fácil para mim Kate!

Respirei fundo.

– Eu, - soluço – eu, eu, - soluço novamente – prometo!

Ele sorriu e deu um beijo na minha testa, se afastando em seguida.

– Tchau Kate! – Tom se aproximou e me deu um forte abraço.

– Tchau Tom!

– Tchau Gustav! – O abracei.

– Tchau Kate!

– Adeus Kate minha amiguinha! – Georg me abraçou. – Eu nunca vou me esquecer de você menininha! – Me deu um beijo na minha bochecha.

Os quatro se despediram da Brenda rapidamente e já estavam indo a caminho da porta.

– Bill! – O chamei.

– Oi! – Se virou limpando o rosto.

– Eu não sou ela não é mesmo? – Minha voz saiu falha por causa do choro.

– Ela quem?

– A sua alma gêmea, oras, a mulher que você dizia estar em algum lugar do mundo; a mulher que você amará no primeiro olhar... – Ele olhou para baixo.

Se eu tivesse tido mais tempo, eu poderia me tornar a alma gêmea dele, não poderia?!

Suspirei.

– Apesar de tudo, eu espero que você a encontre! – Fui correndo até ele e o abracei.

– Eu te amo! – Digo a ele.

– Eu também te amo Kate!

Sai do abraço. O fitei por um instante e o beijei.

Esse beijo pode ser ou será o último entre eu e ele.

Saímos do beijo quando nos faltou ar.

– Tenho que ir! – Falou em meus lábios. – Adeus! – Beijou a minha testa e saiu pela porta junto com Tom, Georg e Gustav.

Observei-os partir e em momento algum eles olharam para trás.

Assim que fechei a porta; senti o meu mundo cair sobre a minha cabeça.

– Por que tem que ser assim?! – Desabei a chorar no chão.

– Ninguém sabe! – Brenda me abraçou.

(...)

Agora eu fico pensando: Quais seriam as consequências se eu não tivesse mentido sobre as agressoras?!

As consequências seriam boas ou más?!

Mas, de uma coisa eu tenho certeza: é muito tarde para desmentir! E de uma forma ou de outra, eu tenho que encarar mais essas consequências...

(...)

UMA SEMANA DEPOIS...

– Finalmente está de volta! – Diz James assim que entrei em sua sala vindo me cumprimentar.

– Cheguei, - sorri sem vontade – mas como você sabe, vou ficar por pouco tempo!

– É, mas você tem certeza que quer fazer isso?!... Largar a sua vida daqui da Alemanha e ir para os EUA? – Diz com uma expressão facial indescritível.

– Tenho! – Digo decidida. - Preciso de uma nova vida James! Estou indo para os EUA em busca de uma nova vida! – Preciso ficar bem longe daquelas três malditas mulheres; preciso esquecer o Bill; preciso me desligar da Alemanha; preciso me desligar do Tokio Hotel.

– E os seus pais?

– Eu conversei com eles, e eles me apoiaram... Afinal, eu vou vir visitá-los de vez em quando!

– Pode vir me visitar também!

– Sim sim! – Ri.

– Seja lá o que aconteceu para você decidir fazer essa mudança radical, eu quero que você seja muito feliz!

– Eu também! – Sorri. Suspirei. – Você conseguiu um empresário e uma agência para eu e a Brenda trabalharmos? – Brenda irá junto comigo para os EUA; trabalharemos na mesma área que trabalhamos aqui.

– É claro que consegui! Eu sou James Eckennback; e consigo tudo o que eu quero!

– Que bom! – Ri.

– Tenho muitos contatos no mundo inteiro, vale frisar!

– Isso não é novidade para mim! E eu também sei que você é o melhor empresário de todo o mundo!

– Obrigado! – Sorriu esboçando um orgulho no olhar.

– De nada! - Enchi os meus olhos de água. Se não fosse pelo James, talvez a minha carreira como modelo não chegasse onde está hoje.

– O melhor disso tudo Kate, é que você trabalhará na maior agência de modelos da Califórnia, e consequentemente, uma das maiores dos Estados Unidos!

– Isso é maravilhoso! – Meus olhos com certeza estão brilhando.

– Sim... E bem, antes de você ir para os EUA, você só precisará fazer os últimos trabalhos que você aceitou fazer aqui!...

– Aham!... - Fiz uma pausa. - Como estão Tiffany, Sabrinni?! – Estou curiosa para saber como elas estão trabalhando. Depois daquele dia nunca mais vi aquelas duas, o que foi ótimo... A propósito, eu nunca mais vi a Ingrid também, e isso é mais que ótimo.

– Tiffany está trabalhando aqui ainda; ultimamente anda bem reclamona; reclama do salário; dos trabalhos que tem para ela fazer... Acredita que ela queria fazer os seus trabalhos?! Mas, como você me pediu eu não deixei! – Comemorei internamente. – E Sabrinni se mudou para uma cidadezinha que eu não recordo o nome no momento, segundo ela, ela desistiu da carreira de modelo; até hoje eu não sei o por que!

– Hum... – Agora é a minha vez de estar super feliz pela infelicidade alheia. Sim, eu estou muito feliz com a infelicidade delas.

– Quem fez os meus trabalhos enquanto estava fora?

– A Cherry Wust!

– Não tenho nada contra ela! – Sorri. - Ela é bonita, - disse lembrando-se da fisionomia dela – e bem melhor que a Tiffany!

– Então eu acertei na escolha?

– Com certeza! – Sorri.

– Cherry é bonita, mas não quanto você Kate!

– OWNT! – Fui abraçá-lo.

– Se for escolher alguma modelo para colocar no meu lugar, coloque Cherry! – Nos desvencilhamos.

– Ok! Mas, eu não vou colocar ninguém no seu lugar! Nenhuma modelo te substitui Kirsten!

– Kate! – O corrigi. Ele virou os olhos.

– Nenhuma modelo te substitui KATE!

Ri.

– Você é tão bondoso!

– Você que é humilde demais garota!

– Nem sou! E se alguma modelo pedir sobre mim, em hipótese alguma fale onde estou! – O fitei.

– Ok! - Sorriu.

(...)