Quando chegamos na área da piscina, estávamos só nós três.

-O Koba foi comprar umas bebidas, e o Pe Lu deve ter ido pegar mais cerveja, ou foi no banheiro, sei lá. – Pe Lanza falou pulando na piscina em seguida.

-A ta. – Respondi e ri, quando ele pulou, parecia uma criancinha.

Coloquei minha bolsa ao lado de uma espreguiçadeira.

Tirei minha blusa, depois tirei meu shorts, dei aquela “agaxadinha básica” para pegar meu shorts e senti os olhares de Pe Lanza e Thomas em mim, e pude ouvir alguém se engasgando.

Olhei para trás, e lá estava Pe Lu com uma garrafa de Heineken na mão e tossindo, provavelmente se engasgou, depois ficou me olhando.

Dei uma risadinha e quebrei o silencio.

-Oi Pedro Lucas! – Falei, dei um beijo e um abraço nele.

-Oi... – Ele falou, meio perguntando meu nome.

-Ana, essa é a Ana, minha vizinha e minha amiga. – Thomas falou me interrompendo.

-Ah, oi Ana! – Ele falou, dei uma risadinha e ele me deu um beijo na bochecha.

-Só amiga Thomas? Então ta! – Pedro Lucas falou com um olhar malicioso.

Na hora eu corei.

Estava tirando umas coisas de dentro da bolsa e Lucas chegou, colocando umas sacolas em cima da mesa.

-Dae Koba! – Thomas falou indo em direção a ele, mas no meio do caminho, me puxou para ir com ele. – Essa é minha vizinha e minha amiga, Ana Luiza, mas chame-a de Ana!

-Oi linda! – Lucas falou e me deu um beijo no rosto.

-Oi Lucas! – Respondi sorridente, dei um beijo na bochecha dele, seguido de um abraço bem correspondido.

Logo, eu já estava mais próxima dos meninos.

Peguei o protetor labial na bolsa e passei nos lábios, peguei o protetor solar e passei no rosto, peguei meu bronzeador, passei na barriga, nos braços e na perna.

-Thomas, passa o bronzeador nas minhas costas? – Pedi estendendo o frasco para ele, que deu um pulo da cadeira e veio correndo. Dei uma risadinha.

Ele pegou o frasco do bronzeador e começou a passar nas minhas costas.

-Thomaaas, troca de lugar comigo! – Pedro Lucas falou, na hora eu corei.

Thomas pegou uma almofadinha que tinha ali na cadeira e jogou nele.

Todos nós rimos.

Thomas terminou de passar o bronzeador nas minhas costas, ainda atrás de mim, me deu um beijo na bochecha.

Sorri e me virei.

-Obrigada! – Respondi.

Guardei meu bronzeador na bolsa e deitei na espreguiçadeira.

Já tinha passado 2 horas, os meninos estavam na piscina fazendo uma brincadeira de criança, nem sei o nome, e eu apenas ficava na espreguiçadeira tomando o meu sol.

-Ana, entra na piscina com a gente! – Lucas pediu.

-Ah Lucas, me da mais meia horinha e eu entro! – Respondi, estava falando a mesma coisa a umas 2 horas.

-Ér, eu vou ali falar com a Ana! – Thomas falou, saiu da piscina e veio em minha direção.

-O que foi Tho? – Perguntei.

-Vai por bem, ou vai por mal? – Thomas perguntou olhando para mim sorrindo.

-Nenhum dos dois, vou ficar aqui! – Respondi tirando meus óculos e deixando do lado da mesa. Queria vê-lo melhor.

-Ok, vai por mal! – Thomas falou e me pegou no colo.

-Me larga Thomas! – Gritei me debatendo no colo dele, mas na verdade, eu não queria sair daqueles braços musculosos do Thomas.

E claro, Thomas não me ouviu, pulou na piscina comigo no colo.

-Eu vou te matar Thomas! – Falei me segurando na borda da piscina.

-Por que Ana? É só água! – Thomas falou chegando perto de mim.

-Por que Thomas? Por que quando eu tinha 6 anos de idade, meu pai morreu afogado, depois disso, nunca, nunca mais mesmo, eu entrei em piscina nenhuma, e não sei nadar! – Falei e deixei algumas lagrimas caírem, de repente, bateu saudade do meu pai, mas logo as limpei.

-Poxa, desculpa Ana, eu não sabia! – Thomas chegou perto de mim e me abraçou. – Mas olha, larga daí, fica lá com a gente, eu te seguro! – Thomas falou e me segurou pela cintura.

-Estou confiando em você viu?! – Falei, me soltei da borda da piscina e coloquei as mãos no ombro de Thomas.

Eu sou baixinha, por isso a piscina não dá pé para mim.

Thomas foi andando comigo até onde os meninos estavam, e dava para ver que era um pouco mais fundo do que aonde estávamos antes.

-Anaaa, você veio! – Pe Lanza gritou ao me ver chegando perto deles, com Thomas.

-O Thomas, se você não quiser, pode deixar que eu seguro ela ok?! – Pedro Lucas falou, e eu corei na hora.

-Ela fica tão fofa quando ta envergonhada. – Lucas falou e os meninos riram.

-Ai gente, para! – Falei rindo.

-É que não dá, você é muito linda! – Thomas falou e me deu um beijo no rosto.

-O Thomas, fala a verdade, ela não é só sua amiga! – Pe Lanza retrucou.

-Porra Pedro, ela é minha amiga sim ta?! – Thomas falou irritado e começou a jogar água no Lanza.

E dali começou uma guerra de água, acho que colocamos metade da água da piscina para fora.

-Com licença, senhor Pedro. – Uma mulher, pela roupa que vestia, provavelmente era a empregada, chegou no jardim. – Já são 16:00, você quer que eu prepare algo para comerem.

-Margarida, pegue uns biscoitos e uns salgadinhos, e já ta bom! – Lanza falou se dirigindo a empregada. – A gente não ta com muita fome!

-Tudo bem, vou preparar e já trago aqui na rua! Querem algo para beber?

-Acho que só uma garrafa de Coca! – Pedro respondeu.

-Tudo bem! – E lá se foi ela, pegar as coisas.

A gente tava conversando quando eu ouvi o toque do meu celular.

-Thomas, me leva até a borda da piscina, o meu celular ta tocando! – Pedi e Thomas me levou até a borda, eu sai da piscina, me enrolei na minha toalha e peguei meu Iphone, adivinha quem ligava?

Celular onn-

-Matt! Que saudades! – Falei ao ver o nome de Matt na tela do celular.

-Ana, mas que lance é esse de ir morar em São Paulo e não falar nada pra gente? – Matt falou e riu no final.

-Ah Matt, é que a minha mãe ta noiva, e veio morar com o noivo dela aqui em São Paulo, e só me contou exatas 2 horas antes do vôo sair, então eu não tive como falar com vocês, mas eu ia contar depois! – Falei.

-Poxa, que mal, mas você vem nos visitar né?! – Matt falou com voz de bebê, é típico dele falar assim quando quer muito alguma coisa.

-Claro que vou bebê! – Falei e rimos. – Mas vocês também tem que vir passar um tempo aqui né? – Na hora que eu falei bebê, Thomas olhou para mim com uma cara de “com quem ela ta falando?”.

-Eee, não demora pra vir ein?! Se não eu vou ai te buscar! – Matt falou e rimos.

-Amor, tenho que desligar, é que to na casa de um amigo! – Falei ao ver que os meninos estavam me chamando.

-Tudo bem então! To com saudades! Beijos Aninha! – Matt falou, ele sabe que odeio quando me chamam de Aninha.

 -Também estou! Beijos Matthew! – Ele odeia que o chamem pelo nome.

Celular off-

Voltei para onde os meninos estavam, e apenas fiquei sentada na borda da piscina, com os pés na água.

-Desculpa a pergunta Ana, mas quem era? – Lucas perguntou.

-Era um amigo meu, o Matt. – Respondi sorrindo.

-Com licença crianças. – Margarida eu acho, chegou as coisas para comermos.

Todos os meninos saíram da piscina e foram para a mesa onde Margarida tinha deixado as coisas.

Todos nos sentamos.

-Ai, já volto! – Thomas falou.

Todos murmuramos um “uhum” e voltamos a comer, tomando coca-cola.

Depois de um tempinho, Thomas voltou com uma garrafa de Heineken na mão, e começou a beber enquanto comia.

-Ai Thomas, Heineken com biscoitos e salgadinho, credo! – Falei fazendo cara de nojo e os meninos riram.

Voltamos a comer normalmente.

-Ana, nos conte, quem é seu favorito da banda? – Pedro Lucas perguntou.

-Ah, em primeiro lugar, está o Thomas, em segundo o Pedro Lucas, em terceiro o Lucas, e por ultimo o Lanza! – Respondi sorridente.

-Nossa, milagre! – Lucas falou.

-O que foi Lucas? – Perguntei curiosa.

-Me chamaram de Lucas, não de Koba, e o Pe Lanza é o seu, digamos assim, menos favorito! – Ele falou, todos riram e Lanza ficou com cara de merda.

-Ta bom, então, já que você não gosta de mim, sai da minha casa! – Pe Lanza falou e eu levantei indo até ele.

-Claro que eu gosto de você meu lindo! Gosto de todos igualmente, mas do Thomas, é um pouco a mais. – Falei olhando para Thomas e pisquei o olho para ele, e só ele viu.

Dei um beijo no rosto do Pedro e me sentei novamente.

Terminamos de comer e os meninos foram direto para a piscina.

-Ei, ei, ei, vocês não vão entrar na piscina depois de comer né? Deixem a comida descer um pouco, depois vocês entram! – Falei autoritária, mas claro que não me ouviram e se jogaram na piscina.

Eu ri, me deitei na espreguiçadeira e coloquei meu óculos.

Fiquei ali por mais um tempinho, não sei direito o quanto, mas depois quando olhei no meu celular, eram 18:18.

Olhei para Thomas, será que era ele que estava pensando em mim?

Mas de qualquer forma, eu tenho que ir, ainda tenho que tomar um banho, e me arrumar para ir buscar minha nova irmã no aeroporto, e se for em uma velocidade razoável, não rápido como Thomas veio, demora uns 30 minutos pra chegar no meu apartamento.

-Meninos, eu tenho que ir! – Falei terminando de arrumar minhas coisas e colocar a roupa por cima do biquíni, que já estava seco, pois fiquei no sol.

-Mas já? Por que? – Thomas perguntou.

-Tenho que ir com minha mãe e meu padrasto buscar minha nova irmã no aeroporto! – Respondi com cara de tristeza.

-Ah é, você tinha me falado. – Thomas falou. – Deixa que eu te levo!

-Não Thomas, você não vai deixar de ficar com seus amigos só pra me levar em casa! – Falei para ele.

-Não Ana, eu te levo depois volto pra cá! – Thomas como sempre querendo o contrario.

-Não senhor! Você não vai ficar andando pra lá e pra cá comigo sem necessidade, e outra, eu já chamei o táxi! – Falei desligando o celular, enquanto discutia com Thomas eu já havia chamado o táxi.

-Ta bom, dessa vez você venceu! – Thomas falou e saiu da piscina. – Mas eu vou lá na frente com você!

-Tudo bem! – Falei rindo. – Tchau meninos, apenas acenei, eles estavam na piscina.

-Tchau Ana! – Todos eles responderam juntos.

Peguei minha bolsa e fui andando com Thomas até lá na frente.

-Obrigada Thomas, adorei passar a tarde com vocês! – Falei quando o táxi estava chegando.

-De nada linda! Eu também adorei passar a tarde com você! – Thomas falou, colocou a mão no meu rosto e foi se aproximando.

Mas não deu tempo, o táxi chegou e o motorista buzinou.

-Merda! – Thomas falou se afastando de mim. Eu apenas ri.

-Tchau! – Falei sorrindo e dei um beijo na bochecha dele.

-Tchau! – Ele respondeu também sorrindo.

Entrei no táxi, dei o endereço para o motorista que logo deu a partida no carro.

Como previsto, deram 30 minutos e chegamos no apartamento.

Paguei o táxi, desci, fechei a porta, e entrei correndo no apartamento, mas com uma certa dificuldade, pois estava de salto alto.

O porteiro abriu o portão para mim e eu fui correndo para o elevador, que por sorte, estava parado ali.

Apertei o botão do meu andar e ele foi subindo.

Parou no meu andar e eu fui correndo para meu apartamento.

Abri a porta e minha mãe e Thiago já estavam na sala, prontos.

-Desculpa a demora! Só vou tomar um banho rapidinho e me arrumar! – Falei correndo para me quarto, fechei a porta.