Contos Soltos escrita por MissBlackWolfie


Capítulo 3
Lembrar... não consigo, mas eu queria...


Notas iniciais do capítulo

Essa ideia me veio lendo um artigo sobre um cara... q é mto parecido com nosso Gabriel!



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Abrir os olhos, algo simples para maioria das pessoas, é o começo de mais um dia, de mais uma pagina da vida. Certo? Não no meu caso.

Quando as minhas pálpebras se levantam não é tão simples, não tenho aquele sentimento de reconhecimento do que devo fazer, de quem sou, de onde estou. Não deve estar entendendo nada não é? Nunca é fácil explicar coisas complexas como nós mesmos.

Cada novo amanhecer, a minha vida continua sendo uma grande incógnita. Não me lembro de quem sou, da minha historia pregressa, anos, meses, semanas e dias foram apagados da minha mente, nem o dia de ontem eu consigo me recordar.

Ficar deitado por alguns minutos em minha cama era normal, era uma tentativa ínfima, até milagrosa, de que do nada uma lembrança nítida surgiria, nem que fosse um flash de alguns segundos. Eu pisco, fico de olhos fechados tentando buscar algo dentro de mim, aguço meus sentidos, talvez eles sentissem alguma coisa que despertasse minha memória.

Os cheiros vinham da casa acordando, o café, mas para mim era só café, não remetia um lembrar um bom e feliz café da manhã em algum lugar do meu passado. Nada. O calor do sol que esquentava minha pele com os raios da manhã, era uma sensação boa, porém será que amanhã vou recordar?

Há uma teoria de que todo bebê nasce como uma folha em branco, onde os pais, o contexto histórico e social, as convivências com outras pessoas, as experiências farão a escrita da personalidade e historia desse sujeito. Agora imagina acordar toda manhã com sua folha em branco?

Sei que muitos falarão: que maravilha! Como quero esquecer de várias coisas da minha vida. Pessoas, fatos dolorosos, magoas, tudo de ruim que houver nessa vida. Talvez eu pensasse assim caso eu pudesse ter toda memória da minha vida, contudo como não tenho nada a recordar, até a parte de negada por todos eu ia amar ter, pois eu teria algo.

Forço minha mente, tento ganhar foco, precisa ter algo dentro de mim, uma memoriazinha boba. Franzo cenho, aperto o lençol entre meus dedos, gotas de suor até brotam das minhas têmporas. Tem de haver algo, nem o ontem eu consigo. Vem logo o nada, o vazio, a folha em branca. Como isso é possível?

Algo aconteceu comigo, sei que não fui assim sempre, havia muito em mim, bem, eu sei que tinha. Isso eu sei, não é uma lembrança, somente sei. Isso é estranho! Contudo lembranças de como adquiri esse saber foi apagado. O saber sobre as coisas eu sei, consigo falar, ler, comer só, andar, só não sei como eu sei isso tudo, como aprendi a viver.

O branco da minha mente é agonizante, abro os olhos de novo, nada muda, não há nada em mim. Levanto lentamente, esticando meus músculos adormecidos, o cheiro delicioso vem ao meu nariz, meu estomago ronca, como um animal raivoso.

As solas dos meus pés tocam o solo frio, olho para eles, nada me vem, me sinto estranho, como nascesse de novo, mesmo não lembrando amanhã o dia de hoje, sei que sentirei da mesma maneira. Eu era um desconhecido na minha própria vida.

Aquilo era cansativo, afinal eu deveria saber quem sou, o que vivi, saber pelo menos sobre mim. Frustrado, minhas mãos correram para minhas pernas, olhei para as minhas mãos que repousavam nos meus joelhos, olhei aliança de casado, brilhando o seu dourado no meu dedo anelar. Alguém vivia comigo? Será que faço essas perguntas todo dia?

Frustração, não há outra palavra melhor descrever o que sinto. Bufei alto, praguejei alguns impropérios contra a pagina em branco da minha vida.

–Bom dia! – ouvi uma voz melodiosa. Calma, eu conheço esse som, gosto dele, disso eu sei, entretanto não reconheço de onde.

–bom dia! – devolvo o cumprimento, porque sei que deve ser feito.

Levanto meus olhos para figura que dialoga comigo, me surpreendo com a mulher linda na minha frente, seus cabelos dourados caiam pelos seus ombros, seus olhos castanhos claros, com cor de mel, eram gentis. E um sorriso lindo e convidativo me brindava. Eu a conhecia, ainda havia mais: eu a amava. Mas lógico, eu não sei de onde, nem me recordo como.

–Meu nome é Alice. – sua voz tinha um timbre maravilhoso, agradava meus ouvidos. Ela sentou ao meu lado e com carinho pegou minha mão esquerda e colocou junta com a dela, lá também tinha a mesma aliança dourada. – sou sua esposa.

Fitei sua figura com cuidado, em baixo dos seus olhos, a sua pele branca não escondia as olheiras de cansaço. Ela tinha um semblante resignado, busquei olhar seu rosto atentamente, algo me faria lembrar, alguma coisinha. Seus olhos marejaram no meio da minha busca. Então me toquei numa possível teoria; todo dia devo fazer isso. Não lembro da minha esposa.

–Quantas vezes você se apresentou para mim? – indaguei derrotado.

–Não importa, farei todas as vezes. – uma gota salgada saltou do canto do seu olho, rapidamente seus dedos a pegaram. – Os médicos falam, que uma hora você lembrará de tudo. Ou ainda, por repetição, você recordará de mim no dia seguinte.

O amor contido em cada letra das suas frases encheu meu peito de esperança, ela fazia isso na espera de eu voltar ser alguém que eu não conheço. Naquele instante eu quis ser aquele cara estranho, ela o amava, eu queria o amor dela.

–Vamos comer. – Ela disse já se levantando com sua mão colada na minha. Eu gosto desse gesto. – já foi ao banheiro?

–Ainda não. – sussurrei ainda encantado com a figura dela.

–Não demore. – ela me levou até a porta branca do quarto onde eu dormia. – depois siga o cheiro da comida.

Ela me deu um beijo na bochecha tímido, saiu andando por porta a fora, o vestido usado por ela parecia flutuar em seu corpo, havia uma elegância no seu andar. Virei meu corpo para porta fechada minha frente, encontrei ao girar a maçaneta; um banheiro branco com alguns detalhes azuis escuros, havia uma delicadeza na decoração daquele ambiente.

A higiene matinal foi feita sem problema, sabia como as coisas funcionavam, o que devo fazer naquele ambiente, a função de cada objeto. O saber era tranqüilo, mas nada fazia me lembrar do dia que usei cada objeto pela primeira vez, ou ultima, ou qualquer dia entediante.

Quando fui escovar meu dente, meus olhos capturaram a minha figura refletida no espelho. Aquele era eu? O estranho de escova pendurada na boca era eu? Como uma pessoa não se reconhece?

Aquele cara de aparência de trinta e poucos (ou será muitos?) anos, com sobrancelhas espaças negras, cabelo liso, com os fios bagunçado caídos da altura dos olhos, aquela barba começando a crescer, com a pele um pouco morena, de olhos negros: era eu. Todo dia eu tenho que me conhecer, dia após dia, insistentemente. Será que um dia a minha folha em branco se lembrará de anotar essa imagem com a legenda: sou eu!?

Com a ponta dos dedos comecei a passar pelos traços do meu rosto, talvez o tato me ajuda memorizar. Eu preciso lembrar. Eu preciso lembrar. Eu preciso lembrar. A repetição muda como um mantra em minha mente é uma tentativa de colar, junto com a minha imagem do espelho, alguma lembrança pelo menos de mim no meu cérebro.

–Gabriel venha comer. – A voz deliciosa entrou nos meus ouvidos. Era dela, nome Alice, ela se apresentou a mim. Como queria lembrar mais dela.

Terminei de enxaguar a minha boca, tirando toda espuma produzida pela pasta de dente e a sua fricção em meus dentes. Olhei mais uma vez no espelho e fiz uma nota mental: Será que eu saber que todo dia eu tenho que me reconhecer, não é um tipo de lembrança?

–Seus ovos mexidos vão esfriar. – Alice me chamou divertida, parada na porta do banheiro, com seu corpo levemente escorado no batente, com o sorriso singelo.

Mesmo ali havendo uma certa alegria, havia ao fundo uma tristeza, um grande cansaço. Era como um quadro de paisagem sombria, que se predomina os tons escuros, como o preto, marrom e roxo, sendo ele imenso, onde se tenta colocar na frente um véu de cor suave, bem fino. Isso não vai disfarçar tristeza que há, somente tenta se suavizar. Era dor dela.

–Quanto tempo já faz que não me lembro de nada? - perguntei ainda encarando a minha imagem desconhecida.

–Três anos. – Sua voz saiu sussurrada, as lagrimas fizeram seus olhos brilharem.

–Todos os dias são assim? – virei meu corpo para ela, que automaticamente estendeu a mão para mim, com uma delicadeza tocante. Notei seus dedos eram delicados, de unhas cumpridas pintadas de cor rosa claro, combinava perfeitamente com sua pele alva. Era um convite, para algo desconhecido, contudo confiável.

–Sim, são. – quando seus dedos grudaram aos meus, quando vi a mistura dos tons que nossas peles faziam, me deixaram fascinados, pois o contraste era lindo, era complementar. – Sei que deve estar com fome, vamos? Confesso que também estou.

Com passos calmos ela saiu comigo sendo rebocado, ao sair do quarto fiquei impressionada com casa onde estávamos, talvez seja a nossa casa. Todas as paredes tinham desenhos lindos pintados nas paredes, os traços eram seguros e belos. Alguns eram paisagens, de todos os tipos, desde do mar até as montanhas, notei que todos tinham Alice e eu, sempre felizes. Outros somente retratos de Alice, uns fazendo coisas rotineiras, outras simplesmente ela, ou seu sorriso ou seu olhar.

Aquela mistura de cores mexeu com algo dentro de mim, me criou uma vontade de algo que não sei o que. Você já teve isso? Acho que não, afinal você não é uma folha em branco como eu.

Chegamos na cozinha, sei pelos moveis característicos que há em qualquer cozinha no mundo. Havia uma mesa linda posta, meu estomago logo cantou a sua fome alta. Ela sorriu, me levou até cadeira de madeira clara, sentei com calma.

Na minha frente tinha um banquete, mais a diante sentou Alice, começamos a comer em silencio. Todo aquele visual, mais os aromas maravilhosos, me fizeram experimentar de tudo, com uma ansiedade louca, tudo era novo para mim. Cada novo sabor eu queria lembrar se já tinha sentido antes, mas desisti, queria comer, assim o fiz.

Quando a gana da fome passou, reparei as cores lindas que tinham as coisas. Os tons eram lindos dos alimentos. Será que eu tinha já comido aquelas coisas? Se sim, quando?

–O que aconteceu comigo? – Alice suspirou. – Sei que devo te pergunto isso sempre.

Ela riu graciosamente, sem duvida era uma mulher delicada e charmosa, dona de um sorriso derreteria qualquer coração mais frio que houvesse.

–Você sofreu um acidente aéreo. Você é praticamente um milagre da vida. – a emoção pintou seu rosto oval. – Único sobrevivente. Mas perdeu a memória, nada antes do acidente você recorda. Como também não consegue guardar nenhuma nova informação.

–Mas eu sei o que são as coisas, para que elas servem. – Falei um pouco indignado. Eu trocaria o saber por alguma memória, alguma que tivesse Alice. Afinal aprender sempre é possível, porém o recordar deve ser fantástico, seria encontrar o tesouro, o meu ouro seria uma lembrança.

–Porque essa outra parte do cérebro, que não foi afetada.- A doçura dela era encantadora.

–Não te incomoda? - ela pareceu não entender a minha indagação. – Não queria que eu lembrasse de você?

–Queria você vivo. Passei mais de 24 horas achando que você iria morrer, depois veio um coma de quase um ano, de 321 dias. Pensei que nunca mais teria você ao meu lado. – ela puxou o ar para continuar, pois a emoção dessa lembrança a abalou. Com ternura ela continuou. – Eu não teria você mais, era certeza dos médicos. Quando você abriu os olhos, meu peito se encheu de alegria. Mesmo não se lembrando de mim, você estava de volta.

Senti o amor dela no meu peito, dando um calor diferente dentro mim, como se eu tivesse sendo preenchido por algo tão bom e gostoso, que um sorriso rasgou meu rosto. O sentimento dela por mim era tão puro e genuíno, inevitável não me tocar profundamente e não desejá-lo para mim.

A mão esquerda dela descansava em cima da mesa, aliança brilhava, como algo automatizado em mim, deslizei minha mão por cima da toalha branca bordada de flores pequenas e lindas, eram amarelas e laranjas. Cheguei até ela, depositei minha mão por cima dela, senti ela estremecer levemente.

–Não tem como não lhe amar Alice. – confessei algo que eu sabia e sentia naquele momento. Eu a amava, isso era uma certeza.

–Todo dia você fala isso. – ela riu com algumas lagrimas deslizando pela suas bochechas levemente rosadas.

–Porque é algo que sei. – eu era honesto, pois não tinha como mentir em algo tão forte. Será que isso pode ser chamado de lembrança?

–Sei que me ama. – A voz dela soou vitoriosa. – Todo dia você toca e pinta para mim.

Aquilo me pegou de surpresa, não entendia como conseguia aquilo. Eu sabia pintar e tocar? Acho que vendo a minha cara de espanto, ela foi explicando calmamente, com carinho.

–Gabriel, você era um artista completo, sabia tocar, cantar e pintava. Era conhecido mundialmente pelos seus talentos artísticos. As paredes daqui de casa são obras suas. – aquilo me espantou, cheguei soltar um “oh”, ela colocou a mão direito sobre as nossas e continuou. – Você não lembra das coisas, mas se colocar os elementos na sua frente, você sabe o que fazer.

–Como isso é possível? – eu ainda não acreditava que eu pintasse tão bem, que era o responsável por aquelas obras de artes.

–Venha. – ela levantou puxando a minha mão.

Ainda meio espantado com aquilo me permitir ser guiado mais uma vez, acredito que sempre faço isso, deixo Alice me levar, ela era meu anjo. Enquanto caminhávamos, fiquei atento as paredes com pinturas lindas, as minhas obras. Será que são mesmo?

Paramos numa sala imensa, por sinal a casa toda tinha cômodos grandes, aquele era amplo, tinha um lustre majestoso, com cristais reluzindo a luz do sol, que entrava sem vergonha pelas cortinhas finas e brancas. O chão tinha um pano imenso, em cima dele um quadro em branco, de grandes proporções, alguns potes de tintas de cores variadas ao lado, pinceis e mais pinceis espalhados ao redor. Aquilo fez algo dentro de mim mexer, um reconhecimento. Eu sabia o que fazer com cada coisa ali, havia uma ansiedade.

Todavia ela não parou ali naquele material, continuou andando, mais alguns passos chegamos na frente de um piano branco. Ela sorriu para mim, com a mão livre da minha, fez um gesto de convite para sentar no banco grande ali. Também sabia como fazer, como tocar. Mas se isso fosse uma impressão? Era tudo muito perturbador, pois eu parecia descobrir fatos muito íntimos meus. Sentia a folha de papel em branco, querendo ser marcada com algo muito forte. Estranho!

Alice soltou de mim, sentou elegantemente no banco, sua mão mais uma vez o gesto de convite, só que agora ela deu um tapinha leve no couro do assento. Dessa vez eu fui.

Ao lado dela, vi os dedos deslizarem pelas teclas de marfim, com propriedade, logo a melodia foi enchendo o ambiente, como a mim também, gerando uma emoção diferente em mim, algo profundo, como se minha alma fosse tocada. Fechei meus olhos, deixando aquela musica e o momento me invadir, me dominarem.

Quando percebi minhas mãos já corriam pelo teclado, como se eu precisasse daquilo para respirar, onde eu tinha encontrado um pedaço meu perdido em algum lugar confuso e vazio do meu eu. A musica pedia para ser tocada, ela implorava pelo meu tocar, assim o fiz.

Eu era feliz, completo mais uma vez, senti o prazer de cada nota tocada por mim, eu estava me encontrando, achando um pedaço meu. A musica me preenchia, eu era eu, não mais uma folha vazia. A musica era eu!

Não sei quanto tempo fiquei ali, dedilhando, emendando melodia atrás de melodia, as notas simplesmente saiam de mim. Eu estava em êxtase, porém uma hora eu precisei parar, meus dedos pediram, como também a minha vontade de ver ser Alice estava ali ao meu lado.

Toquei a ultima nota e abri meus olhos, lá estava adorável mulher, com seu sorriso triste. Eu estava tão feliz, tão me sentindo eu, mesmo me desconhecendo, que fiz o que tive vontade ao ver sua figura linda ao meu lado, de ímpeto a beijei com delicadeza que sua figura pedia.

Meus lábios tocaram os seus com cuidado, como se experimentasse uma fruta, bem, era novo isso, eu não me recordava em ter beijado Alice antes, mas eu sabia como fazer. Ela não ficou indiferente ao meu gesto, suas mãos passaram dos meus ombros para meu pescoço me puxando para mais perto dela. Vibrei com isso, logo aprofundei o meu beijo.

Senti ela se entregando a mim com amor, ela ia amolecendo ao passeio de minhas mãos pelo seu corpo, moldando seu mais ao meu. Seguimos a vontade dos nossos corpos, da naturalidade do nosso amor. Enfim amar Alice era natural, algo que eu sabia com propriedade, como ela mesma disse: eu só precisava das coisas na minha frente. Assim nos completamos sem pressa, sem nos importar com nada mais que não fôssemos nós mesmos.

Depois de nos entregarmos, esgotarmos o nosso desejo, ela sorriu debruçada em cima de mim e suspirou:

–Agora pinte onde você gostaria de estar comigo. – a voz dela era manhosa.

–Todo dia assim? – impliquei.

–Quase sempre você se apaixona por mim. – ela sorriu meio travessa.

–Acho que todos os dias. Quando isso não acontecer brigue comigo. – eu alertei em tom de brincadeira.

Meus dedos não conseguiam se afastar da pele dela, fazendo agora desenhos invisíveis na sua superfície, gerando um arrepio lindo pelo seu corpo.

–Por que você me sugere pintar? – perguntei.

–É uma forma de lembrança para você. Todas aquelas paredes, e os quadros que há nessa casa, são a sua forma de guardar o nosso amor.

–Pintarei você para sempre. Quem sabe um dia não precise mais dessas pinturas.

–tomará. – ela disse emocionada. – Mas agora pinte.



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Notas finais do capítulo

e ai???? gostaram?????



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