Acordei com raios solares batendo levemente em meu rosto. Os raios não eram quentes, pois me atingiam através da janela fechada.

Abri meus olhos lentamente, tomando consciência de onde me encontrava.
Vi de longe a torre Eiffel. Era lindo aquele monumento… Sempre fui apaixonada.

Pela cor do céu, podia julgar que lá fora fazia muito frio. Também pude notar que no parapeito exterior da minha janela, uma massa branca bem grossa se depositava lá.

Tinha nevado á noite.

Dei um pulo da cama. Era véspera de Natal!

Caminhei lentamente até o closet e peguei uma calça jeans, meias quentinhas e um suéter cinza. Fui para o banheiro e fiz minha higiene pessoal.

Desci as escadas e fui até a cozinha, me deparando por vez com uma das cenas mais engraçadas : Pattie tentando alimentar Jaxon, enquanto o garoto tentava dançar junto com o peixonauta na televisão. Jazmyn na cadeirinha, toda suja de mingau, rindo de seu irmão. E minha mãe quase adormecendo enquanto amamentava o outro Jaxon, que parecia contente com o liquido recebido.
–Feliz quase Natal!- eu disse alegremente entrando por vez na cozinha.

Dei um beijo em cada um e peguei um prato, colocando logo em seguida, dois pedaços se bacon localizados em uma frigideira em cima do fogão.

Peguei o cereal dentro do armário e coloquei o mesmo em uma vasilha. Sentei na mesa e comecei a comer distraidamente minha refeição.
– onde está o Jeremy e o Brian?- perguntei me referindo ao Jeremy e meu padrasto. Nao notei a presença deles na casa desde que acordei.
–saíram para comprar as luzinhas da arvore de Natal- Pattie falou enquanto sentava em uma cadeira, dando-se por vencida por Jaxon.
[-]
–é, realmente o vermelho ficou melhor- Pattie disse concordando comigo, em relação á toalha da segunda mesa da ceia. Uma seria verde e a outra vermelha.

Enquanto esticávamos o leve tecido sobre a rústica mesa de Madeira, a campainha tocou.
– nat querida, atende para mim - Pattie falou enquanto tentava esticar o pano uniformemente pela mesa.

Fui em direção à porta, abrindo a mesma.

Ao ver quem encontrava- se do lado de fora, um sorriso brotou em meu rosto. Diante de mim, meus avós e Diane e Bruce sorriam alegremente para mim.

Sem nem deixa-los entrar, corri para os braços de minha avó, abraçado-a como se nao tivesse o amanha. Minha avó sempre fora uma heroína para mim. Minha segunda mãe. Ela foi uma das que mais me apoiou quando minha carreira começou.

Depois, corri para os braços de meu avô abraçando-o forte também. Ele era um herói para mim. Um dos homens mais inteligentes e honestos que já conheci.
– Vovô, vovó que saudade!- eu falei me separando de vovô, e sorrindo inocentemente, enquanto meus olhos marejavam.
–Ah, Diane, Bruce!- eu falei depois, abraçando-os de uma vez só, que retribuíram animadamente.
– Ah, agora que matamos a saudade, a gente pode entrar, meus bigodes estão congelando!- vovô falou esfregando as mãos umas nas outras.

Todos rimos e entramos para dentro da casa. Pattie também tinha ficado contente pela chegada de seus pais. Mamãe, que cochilava com Jaxon no colo, acordou, e correu para os braços de seus pais.
[-]

Já tínhamos acabado com os preparativos para a ceia que ocorreria mais tarde, e eu estava fechando a porta, indo em direção á rua.

Caminhei em direção á saída do condomínio, e indo por consequência ao inicio do centro de Paris.

Não era longe de onde estávamos. Digamos que era em torno de uns cinco minutos.

Cheguei em uma rua com varias lojas lotadas de gente comprando presentes de ultima hora. Alguns casais sentados em mesas nas calcadas, sem nem ligar pelo fato que nevava fraquinho.

Algumas crianças brincavam com seus brinquedos na rua, e alguns papais noéis tocavam seus sinos, arrecadando dinheiro para a caridade. Deixei duas notas de cinco euros em um dos pontinhos, e o velinho fantasiado agradeceu, sorrindo.

Algumas pessoas percebiam minha presença, e me encaravam como se eu fosse algum tipo de assombração. Mas acredito que o espirito natalino brotou em seus corações, fazendo-os passarem por mim sem pedir autógrafos ou fotos.

Acredito que tenham adivinhado que era Natal, e que eu só queria passear pelas ruas de Paris como qualquer garota de 16 anos desocupada.

Mais a frente, havia uma feira de artesanato, varias pessoas passeavam por lá carregando lindos quadros.

Me aproximei e de longe avistei uma linda pintura da beira de um lago, com uma canoa parada na margem. Lembrava um lago que havia em Stratford, onde Justin e seu avô costumavam pescar antigamente. Lembrei-me de quando fui lá e Justin me levou á esse lugar tão especial para ele.

Paguei o quadro ao dono, levando-o então para fora da feira. Daria esse quadro aos avós de Justin, já que ainda não havia comprado nada para eles.

Notei que o céu já estava ficando mais alaranjado do que antes, anunciando a chegada da noite.

Me aproximei de uma moça que segurava varias sacolas enquanto tentava chamar seu filho que corria livremente atrás de seu helicóptero.
–com licença senhora, que horas são? - perguntei tentando meu falho francês. Justin tinha me ensinado o básico do francês como ” que horas são”, ” bom dia”, “eu te amo” e ” eu tenho a necessidade urgente de fazer xixi”.

A senhora olhou para mim, provavelmente espantada pela minha presença.
– eeerrr, vo-você é a Na-Natália Stewart?- ela perguntou, aparentemente nervosa.
– érr hehe, sim- respondi timidamente.
– wow- ela falou pasma- meus filhos te amam!

Sorri timidamente.

– bom, muito obrigada. Hm, você poderia me dizer que horas são?
–Ah, sim, são 18:56- ela falou conferindo seu relógio de pulso.

CARALHO! Estava mega atrasada! A ceia começaria por volta das 19:30. Eu ainda tinha que me arrumar!
–Obrigada!- eu falei enquanto saía apressadamente pelas ruas, em direção ao condomínio.
[-]

Estava acabando de passar o blush, que finalizaria por vez meu make.

Larguei o pincel em cima da pia e fui para o quarto, me olhando no espelho e conferindo se me encontrava adequada para o evento.

Peguei as caixas de presentes e fui para o corredor e logo em seguida descendo as escadas.

Quase caí no ultimo degrau, mas como sou uma ninja nos saltos, tal proeza não aconteceu.

Entrei na sala de jantar e todos estavam bem vestidos e contentes. É nessas horas que eu esqueço quem eu sou lá fora e quanta publicidade eu faço ou já fiz. Agora era só eu e minha família. Era com isso que eu voltava a realidade, me fazia ser pé no chão.

O cheiro de perfume junto com o cheiro do Peru assado pairava no ar.
Jaxon e Jazmyn corriam alegremente pela sala, sem se importar se tinham moveis ou pessoas no meio do caminho. Minha mãe conversava com Diane, minha avó e Pattie. E meu padrasto assistia um jogo de futebol americano que nao assistira semana passada. Junto com ele, meu avô e Bruce torciam juntos.

Ri pelo nariz diante de tal situação.
– Natália querida! Você esta maravilhosa!- minha avó falou cortando meus pensamentos.

Sorri em agradecimento e fui em encontro á elas.
[-]
–Vamos! Vamos! Esta na hora da troca de presentes!- Pattie falou dando pulinhos e batendo palmas animadamente.

Todos foram apressadamente para a sala principal, onde a enorme arvore de Natal localizava-se, juntos com todos os presentes.

Mamãe e Brian começaram, entregando presentes a todos que se encontravam na sala, deixando-os alegres. Ganhei uma linda bolsa da ultima coleção da Louis Vuitton.
Depois fora a vez de Diane e Bruce, que me deram lindos brincos vermelhos.

Foi então a minha vez. Levantei-me ajustando o vestido e me aproximando da arvore. Peguei dois de uma vez só e entreguei aos meus avós e Diane e Bruce.
Um porta retrato digital com varias fotos da turnê e um quadro de um lago, respectivamente.

Depois entreguei uma pulseira da Tiffany &Co para a Pattie. E um colar da mesma marca para minha mãe.

Pro Brian eu dei um relógio do Marc Jacobs e para Jeremy, óculos escuros do Marc Jacobs também.

Por ultimo, as crianças. Deixei-as por ultimo para irrita-las, já que se roíam para descobrir o que ganhariam de mim.

Para Jazmyn, dei um supra roxo, igual a um que eu usava em meus show, junto com uma camiseta de meu fã clube e uma Barbie feita sob medida com algumas roupa que Jazmyn tinha.

Para os Jaxons, dei supras preto com dourado iguais para ambos, e um carrinho igual ao do Peixonauta para o Jaxon mais velho. Hilário.

Por fim, todos pareciam contentes. Não por apenas terem ganhado presentes, mas pela minha presença, já que era muito incomum eu vê-los durante o ano.
[-]

Brincava junto com Jazmyn e Jaxon no chão com seus novos brinquedos, quando ouço passos vindos da escada. Quando levantei meu olhar…