Meu próximo destino era um desfile de modas. Meu amigo Manabu Satou, mais conhecido como Mana Sama, estava lançando uma nova coleção que era, segundo ele, inspirada no Versailles Philharmonic Quintet, a banda a qual eu faço parte.

Conheci Mana há alguns anos, e inclusive já posei e desfilei para sua grife, a Moi-même-Moitié. Ele não fala em público, a não ser através de um dos seus assessores ou de alguém do Moi dix Mois, a banda dele.

O lugar escolhido para a realização do evento foi um salão no centro da cidade. Há muitos anos era cassino, então já estava meio acabado. Mas Mana é excêntrico, gosta dessas coisas.

Faltando poucos metros para chegar lá, ainda de dentro do carro, pude ver a aglomeração de pessoas que se juntou próximo à porta. Previamente pensei que estariam à espera dos convidados, incluindo a minha própria pessoa, como em todas essas festas de premiações e coisas do gênero. Vocês devem estar se perguntando: Onde está o resto do grupo? Bem, amigos, cada um de nós tem seus próprios compromissos e assuntos particulares para tratar. É normal, de vez em quando, aparecermos sozinhos.

Parei na entrada do local, diante do tapete azul (exigência de Mana) e do corredor humano que havia se formado atrás das cordas de proteção. Desci do carro, agradeci ao rapaz pela carona e fui me encaminhando para dentro do salão. Acenando para os flashes das câmeras e contente por ter chegado sem mais problemas, estava quase de frente ao portão quando ouvi alguém gritar “Kamijo, aishiteru!”. Só que esse não era um grito qualquer. Parecia desesperado e mais alto. Quando me virei, vi uma garota caída sobre meus pés. Ela conseguira ultrapassar a segurança e chegar até mim.

“Calma gente, não precisam se preocupar. Está tudo bem.” - eu disse, a fim de tranquilizar e afastar os guardas que se aproximavam para tirar a moça de lá.

Ao ajudá-la a se levantar, reparei melhor nela. Era uma jovem de aproximadamente 18 anos, alta, morena, cabelos cacheados e não parecia ser nascida no Japão.

Eu: Está tudo bem com você? - olhei pra ela, preocupado.

Ela abriu a boca para responder, mas não disse coisa alguma. Apenas me encarava com seu rosto corado.

Eu: Como você se chama, minha bela?

Ela: Eu... err... hum...

Eu: Como? Não entendi.

Ela: Mônica. Meu nome é Mônica. - respondeu baixinho.

Eu: Está tudo bem, Mônica?

Ela: Sim e mil desculpas, Kamijo, não sei o que me deu. Eu estava ali atrás e estava todo mundo se esbarrando e se empurrando, aí eu acabei caindo.

Eu: Entendi. Você não é daqui, é?

Ela: Não, sou brasileira.

Eu: É sério? Poxa, que legal! Eu adoro o Brasil. Sou fã de uma banda de lá, Angra.

Ela: É, eu sei. - disse sorrindo.

Eu: É claro que você sabe. Quem aqui não sabe? - comecei a rir e ela também.

Ela: Será que você poderia... - mostrando-me uma caneta e uma cópia de Noble, o atual álbum do Versailles.

Eu: Sim, claro. - sorri e autografei não só o CD, como a camiseta dela.

Logo após, beijei-a carinhosamente no rosto e deixe-a voltar para o lugar onde estava antes.

Fim parte 5.