Amor Mascarado escrita por LunaCobain


Capítulo 13
Virada de Jogo


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente... Esse capítuloo, acho que tá mais curtinho, mas tem muita informação. Vcs vão pirar!



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Eu estava deitada com Erik, naquele estado de semi-consciencia que se tem quando está quase acordando, quando escutei algum barulho do lado de fora do cômodo. Não era comum, é claro, já que só nós dois estávamos lá. Tive um sobressalto, mas não durou mais que um segundo. Erik se mexeu um pouco, certamente sentindo o meu tremor repentino.
    -Cathy? Que foi, bebê? - ele murmurou, sonolento, colocando a cabeça no meu ombro.
    -Hmm... Nada. Nada. - eu disse
    Respirei fundo, soltando o ar pela boca. Erik se ajeitou do meu lado e eu me virei, colocando a cabeça em seu peito. Ele me aninhou em seus braços e apoiou o queixo no alto da minha cabeça. Ah, Erik...  Ele deslizou uma das mãos pelas minha costas nuas enquanto ainda me segurava com a outra. Ergui o meu rosto para encará-lo. Ah, Erik.  Tão... perfeito. Tão quente, tão doce, tão lindo. Deixei um sorrisinho brilhar no meu rosto. Erik abriu os olhos quando sentiu que eu estava me mexendo. Aqueles olhos azuis... Eu podia ficar o dia inteiro olhando para eles, caindo num abismo sem fundo. Não me importaria nem um pouquinho. Ele colocou um dedo no meu queixo, me fazendo olhar dentro do azul daqueles olhos.
    -Não está mais com sono?
    -Na verdade, estou. Mas é meio difícil ficar de olhos fechados por muito tempo...
    -Por quê?
    -Porque você tá aqui. Então, eu simplesmente preciso ficar olhando feito uma boba.
    Erik riu, me abraçando.
    -Você é louca. Completamente.
    -Posso saber por quê?
    -Por gostar de olhar pra mim.
    -Ah. Isso não é loucura. Ao contrário, isso prova que eu ainda tenho alguma coisa no cérebro.
    Erik se distanciou alguns centímetros para olhar em meus olhos. Sua expressão dizia que eu era louca. Eu sorri.
    -Você é lindo... - cantarolei.
    Ele balançou a cabeça com reprovação, mas seus olhos sorrriam. Logo seu rosto inteiro fez o mesmo.
    -Você deve ser a única pessoa no mundo inteiro que pensa assim.
    -Então, acho que eu sou a única pessoa normal no mundo inteiro! - eu disse, franzindo o cenho.
    Nós dois rimos.
    -Quer dormir mais? -  eu perguntei.
    Erik assentiu, de repente com muito sono. Dei uma risadinha e voltei a me deitar em seu peito.
    Quando voltei a acordar, Erik já tinha saído. Ele deixara ao meu lado na cama uma de suas rosas. Cheirei a flor, suspirando. Me levantei. Era melhor eu me trocar. Peguei um jeans azul indigo rasgado e uma camiseta do Iron Maiden - Erik ia querer me matar se visse isso - e vesti. Ouvi mais algum barulho. Talvez ele ainda estivesse na casa do Lago. Mas não, ele não estava. A menos que estivesse se escondendo de mim, é claro. E Erik era mesmo muito silencioso. Sempre.
    Fui para o meu quarto, então, deitando na cama com um pulo. Eu devia estar ouvindo coisas. Pelo menos era o que eu esperava. Fechei os olhos, respirando fundo. Eu ia acabar engordando.Ficava na cama quase o dia inteiro, e Erik cozinhava bem pra caramba...
    -Ah, olha só quem tá aí! - uma voz exclamou.
    Levei um susto, e abri os olhos, me sentando. O que Matt estava fazendo ali? Não consegui dizer uma palavra, estava congelada. Ele se aproximou, sentando na cama na minha frente. Ele ainda mancava um pouco, mas não havia mais hematoma no rosto.
    -O gato comeu sua língua? - Matt parecia estar se divertindo.
    -Não. - murmurei, mas minha voz quase não saiu. - O que você está fazendo aqui?
    -Bom, parece que nosso amigo Erik foi meio descuidado quando ficou passeando. Eu só tive que ser silencioso e seguí-lo. Queria checar se você estava mesmo com ele, princesa. E cá está você.
    -Desde quando você está aqui?
    -Basta dizer que estou aqui tempo suficiente para presenciar cenas... ahm, comprometedoras entre você e o Fantasma da Ópera. - ele ergueu uma pequena camêra digital, daquelas com várias funções.
    Arregalei os olhos.
    -Primeiro preciso deixar claro, - Matt continuou - que tem muitas pessoas lá em cima, muito preocupadas com você. Seus pais não vão ficar nada felizes de ver que enquanto eles estavam te procurando, você estava... - ele apontou para a camêra em sua mão, sorrindo. -Todos falam que você foi sequestrada... Pelo Fantasma da Ópera. A cabeça do seu namoradinho vale cerca de cinquenta mil euros, nesse momento. Não quer que eu entregue o esconderijo dele, quer?
    Só consegui fazer que não com a cabeça.
    -Então, eu vou te falar o que você vai fazer. Você vai para o Teatro comigo, e vai obedecer a tudo o que eu lhe disse. Tudo. - eu comecei a pensar no que pooderia ser esse tudo, aproveitando a pausa que ele fez, mas fui cortada - Você vai falar com a sua família e dizer que esse tal de Erik te raptou. E aí você vai ficar comigo. Prometo que vou ser bom pra você - Matt estava sorridente. -Entendeu?
    Eu não podia acreditar no que estava acontecendo. Não podia. Ou eu falava mal de Erik para todo mundo e parava de vê-lo; ou ele morria. Tinha que ter uma saída. Provavelmente, existia uma. Mas eu não a encontrei no momento.
    -Vai me responder ou não?
    Assenti uma vez, e ele começou a me puxar pelo braço. Matt parecia-se mais com o Fantasma da Ópera do que o próprio Erik. Ele estava fazendo quase a mesma coisa. Que ironia. Para minha surpresa, ele conhecia o caminho de volta. Talvez ele realmente teha pensado em tudo. Me partia o coração ter que deixar Erik sem aviso prévio. E colocá-lo em perigo.
    Chegamos pela passagem do meu quarto - pelo espelho - e Matt me mandou pegar as minhas coisas.
    -Por quê? - eu me atrevi a perguntar. Com a câmera na mão e a vida de Erik em jogo, era quase como se Matt estivesse segurando uma arma na minha cabeça. Eu estava com medo dele, e com medo de contrariá-lo.
    -Eu disse que você vai ficar comigo. Não disse? Você vai sair daqui. Vai dizer à sua família sobre Erik e que eu te salvei, e que vai morar comigo.
    -Eu vou?
    -Mas é claro! Aluguei um quarto num hotel muito bom. Você vai gostar. Afinal, não pretendo mais voltar para os Estados Unidos, como pôde perceber. Agora pegue as suas coisas logo.
    Peguei todas as minhas roupas, minha coleção de All Star, e todo o resto dos meus pertences. Ou melhor, tudo o que eu precisaria. Enfiei tudo numa mala azul não muito grande, e Matt a carregou para mim. Pelo menos isso.
    -Seus pais estão na casa deles, agora. Você vai telefonar. Tome, e coloque no viva-voz.
    Ele me deu um celular que pareceu bem caro, e eu disquei o número da casa alugada dos meus pais - que ficava na frente do Teatro. Luigi atendeu, e eu coloquei no viva-voz.
    -Ahm, oi ? - eu disse.
    -Catherine? Ah meu Deus, você está bem?
    -Sim. Tudo bem.
    -O que aconteceu? - Matt gesticulou com a boca as palavras "sequestro" e "Fantasma da Ópera".
    -Eu fui sequestrada.- fiz uma pausa, enquanto Matt me olhava bravo - Pelo Fantasma da Ópera, eu quero dizer.
    -Nossa, então é verdade mesmo? Você está bem? Ainda está em cativeiro?
    -Estou bem. Estou com Matt, inclusive. Ele me salvou. - eu revirei os olhos enquanto dizia as palavras que Matt me mandava, sendo o mais convincente possível.
    -Ah, isso é ótimo. Pensei que vocês estivessem brigados. Vou chamar sua mãe. Ela está louca para te ver, vamos até aí em um segundo...
    -Não! Não dá. Eu.. estou indo com Matt.
    -Vai ficar com ele agora?
    -Aham.
    -E então não podemos te visitar?
    Olhei desesperada para Matt. Ele ergueu a mão, me pedindo o telefone e eu o dei. Ele tirou do viva-voz e encostou o aparelho na orelha.
    -Luigi? Oi, é o Matt. Ah, sim, é claro que podem... Mas não agora. Ela está machucada. Terrivelmente machucada. Eu vou cuidar dela. Não, pode deixar. Eu cuido. Tchau. - ele desligou, e depois se virou para mim. -Bom trabalho, princesa.
    Olhei feio para ele, mas tudo o que ele fez foi sorrir.
    -Vai ser malvada comigo? É bom você parar. Vai ter que ficar comigo mesmo, vai ser melhor se fizer isso de bom grado. Sem contar que... - ele deu uma última olhada para a câmera e a enfiou no bolso. -Agora vem. Você vai conhecer sua nova casa.
    Ele me puxou para junto de si, e começou a andar até a saída. Um carro esperava do lado de fora. Uma Ferrari preta, na verdade. Não deixa de ser um carro só porque é mais caro. Matt dirigiu até o melhor hotel da cidade, o Constance, deixando o carro no estacionamento. O quarto que ele estava alugando ficava no penúltimo andar e era realmente um quarto muito bom. Mas era um quarto para casais. Com uma cama de casal, eu quero dizer. Sem sombras de cama de solteiro ou qualquer lugar onde eu pudesse dormir sem criaturas americanas por perto. Matt trancou a porta enquanto eu dava uma olhada no quarto.
    -Gostou? - ele perguntou, me abraçando por trás. Olhei para ele, fria e mal-humorada - Pare com isso. Estou fazendo tudo isso para você.
    Idiota. Ele era mesmo um idiota completo. Fez tudo aquilo para mim... O que? Alugou um quarto bom num hotel depois de me obrigar a sair de perto de Erik? Ah é, Matt era mesmo um anjo. Eu esperava que minha cara estivesse tão irônica quanto meus pensamentos.
     Me soltei do abraço de Matt e me sentei no meio da cama, sem olhar para ele. Ainda admirava o quarto. Ele se sentou na minha frente, bloqueando parte da minha visão. Tentei ao máximo não olhar para ele, mas quando ele começou a falar ficou quase impossível.
    -Olha, não quero que os outros hóspedes suspeitem de nada, tá bom? Sej auma boa atriz. Sem contar que vamos fazer tudo o que casais normais fazem. Tudo o que você e Erik faziam, eu prometo. Você vai aprender a me amar. - Matt cantarolou.
    -O que, exatamente, você quer dizer com tudo?
    Matt abriu um sorriso gigante e tirou a câmera do bolso, jogando perto de mim.
    -Eu quero dizer tudo.
    -Nem vem.
    Ele deu um risinho irônico. Então ele me empurrou na cama, me fazendo deitar, segurando os meus braços.
    -Nem pense em fazer qualque gracinha. Só obedeça. E não faça barulho. - Matt sussurrou no meu ouvido, em tom de ameaça.
    Da última vez em que eu fiz alguma "gracinha", como ele se referiu, eu não pude me mexer direito por muito tempo. E agora, além de eu provavelmente levar uma surra se o contrariasse, tinha o risco de Erik morrer. afinal, Erik não envelhecia - mas ele morria. Ele me disse isso uma vez. Eu não tinha certeza de como ele sabia, mas ele era um gênio. Resolvi simplesmente obedecer o meu carcereiro.
    Os lábios de Matt beijaram os meus, violentos, e ele apertou ainda mais meus braços, até que eu correspondesse o beijo. O tempo que ele levou para me deixar respirar pareceu uma eternidade.
    -Você prometeu que ia ser bonzinho.
    -Estou sendo.
    -Não, não está. - eu disse, mostrando-lhe as marcas que seus dedos fizeram nos meus braços.
    -Desculpe. Mas quando eu te beijar, não fique parada. É simples. Tá bom? - ele prendeu uma mecha de cabelo que caía em cima do meu olho atrás da orelha.
    Olhei para ele, desconfiada. Ele riu.
    -Não vou te machucar de novo. Prometo.
    -Então tá. -respondi, ainda de mau-humor.
    Deitei de novo, e Matt ligou a TV. Quase tive um ataque quando ele colocou no canal da Playboy.
    -Matt. Me dá esse controle!
    -É claro. Vai adorar o que está passando nos outros canais.
    Coloquei num desses canais abertos, nacional, e estava passando o jornal. Novamente, levei um susto. O Fantasma da Ópera, era esse o tema que o jornal tratava. Passei pelos canais seguintes, tentando achar alguma coisa útil. "Cadê o Fantasma da Ópera" ou "A volta do Fantasma" foi tudo o que meus olhos conseguiram registrar. Por fim, desliguei a televisão. Nao valia a pena ficar me preocupando.
    -Ei, eu tava vendo.
    -Ah, fala sério, Matt.
    -Eu avisei. Mas tudo bem, acho que podemos ter um pouco de diversão sem tecnologia alguma. - o sorriso safado reapareceu no rosto de Matt.
    Fiquei apavorada, e arregalei os olhos.
    -Matt...? Mas o que...
    -É. Isso mesmo.
    Matt meio que subiu em cima de mim.
    -Sem gracinhas, lembra? Não vai querer que eu pendure a cabeça do seu príncipe-fantasma na minha parede, vai? - ele disse.
    Então, Matt começou a me beijar. Ele beijou meu pescoço, meu cabelo, meus ombros. Eu estava prestes a ter um ataque.
    -Matt!
    -Shhh...
    Ele deslizou as mãos por baixo da minha camiseta, procurando pelo fecho do sutiã. Ah, não, não, não... Fechei os olhos e respirei fundo. Estava tentando não fazer nenhuma gracinha, mas era quase impossível.
    -Matt, por favor, não faz isso.
    -Catherine, que besteira!
    -Não, não é. Por favor.
    Ele olhou nos meus olhos e desistiu. Tirou as mãos das minhas costas e afastou o rosto.
    -Só porque eu prometi que seria bonzinho. E também, só por enquanto.
    Tentei ao máximo evitar que as lágrimas saissem, mas elas desobedeceram. Eu estava entrando em depressão, ou sei lá o que, mas eu estava muito, muito triste. Matt olhou pra mim, confuso.
    -Catherine, para com isso. Sem choro, tá bom? Assim você me magoa.
    Eu o fitei com raiva e virei pro lado. A culpa era dele. E se ele resolvesse ter um de seus ataques de fúria? Eu ia ficar cheia de hematomas de novo. Não queria ficar dependendo de Matt para poder me mexer. Mas na verdade, eu já estava dependente dele.
    POV Erik
    Eu estava passando cada vez menos tempo com a Catherine, brincando de ser o Fantasma da Ópera de novo, e me sentia culpado por isso. Mas só assim nós poderiamos nos casar. E então eu seria um pouco mais normal. Teria uma casa normal, uma esposa, talvez filhos, e sairiamos para passear nos domingos... Acho que esse sempre foi meu sonho. Deveria ser o sonho de todo mundo! O que poderia ser mais perfeito do que isso?
    Estava fazendo meus joguinhos eventuais certo dia, e tinha demorado muito mais do que nas semanas anteriores; mas pelo menos eu tinha conseguido surrupiar meu salário do bols de Beaumont... Voltei para a minha casa, e encontrei minha pequena, meu anjo, tocando o órgão. Ela tocava muito bem. Principalmente porque eu sabia que ela estava tirando a música de ouvido. Bati palmas para ela.
    -Erik?! Quer que eu tenha um ataque cardíaco, é isso? - ela disse, se virando com os olhos arregalados.
    Arregalei os olhos também, pensando na  loucura da hipótese, mas eu não queria assustá-la, então sorri.
    -Você tem talento. eu falei, sendo sincero.
    -Uhum, até parece. - Catherine falou, e era uma pena que ela não acreditasse em si mesma... Ou em seus talento. -Você demorou...
    -É, eu sei. Parece que nosso amigo americano não foi para casa. E Brigitte também está de volta. O Teatro está uma bagunça por sua causa. -" e por causa do Fantasma também, eu acrescentei em pensamentos".
    -Sério?
    -É. Acho que se voltasse agora, eles não te obrigariam a casar.
    -E nem me deixariam voltar pra cá... - não tinha pensado nessa chance. Era absurdo.
    -É... É verdade.
    -Mas... eu vou ter que ir embora uma hora, eu acho. Sei lá.
    -Não vai, não, Catherine. Não se você não quiser... Nós vamos nos casar. E então, talvez eu possa ter uma vida um pouco mais normal do que isso aqui.
    Eu não queria que ela fosse embora nunca. Mas não podia prendê-la. Fiz isso com Christine, e ela ficou com medo de mim. E no fim eu a perdi para o visconde mimadinho.
    Ela andou até mim e me abraçou. Eu acariciei seus cabelos... Ah, já estava com saudade daqueles cabelos.
    -Eu te amo, Erik. - meu coração sempre batia desenfreado quando ela falava isso.
    Não respondi de imediato. Eu aninhei Cathy no meu colo e fui até o meu quarto, deitando-a na cama e sorrindo, enquanto me debruçava sobre ela.
    -Ah, Catherine. Minha Catherine... Eu te amo. - sussurrei para ela.
    E então nós nos beijamos. Era ridiculo, eu era velho demais para me animar tanto com um beijo, mas na verdade, eu me sentia uma criança. Uma criança muito pequena, que precisava de carinhos e cuidados. Catherine me dava isso. E então eu tive mais uma noite muito boa com a minha pequena em meus braços. Dormi com ela, abraçando-a, sentindo seu calor. Ah, Catherine.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado... Reiews?
Bjos,
Luna :*



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