Amor Mascarado escrita por LunaCobain


Capítulo 14
O plano


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouco para conseguir terminar esse capítulo... Espero que gostem :)



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POV Catherine


Matt me fez mesmo dormir com ele. Eu não coloquei minha camisola de seda, para evitar que certas mãozinhas tivessem acesso fácil as minhas coxas. Mas sabia que se Matt resolvesse mudar de ideia, e quisesse transar comigo, eu não poderia impedi-lo. Acabei colocando um shorts de algodão e uma camiseta velha. Não tinha nenhum pijama além das camisolas.


Deitei na cama, com sono. O dia tinha me exaurido, ainda cedo eu estava com Erik e agora fui quase raptada por Matt. Fala sério. Fechei os olhos, devagar, e então senti Matt do meu lado. Ah, que ótimo. Ele me abraçou, mas eu ainda estava dando um gelo nele. Estava certo, não é? Afinal, Matt não era bom. E eu não conseguia deixar de pensar em Erik.


-Dá pra falar alguma coisa?


-O que você quer que eu fale?


-Precisa que eu te diga o que falar?


-Claro, agora você manda em tudo, não é?


Matt revirou os olhos.


-Fala sério, Catherine. É tão ruim assim?


-Não, é ainda pior.


Tentei desfazer o abraço de Matt, mas não consegui. Ele parecia ainda mais forte.


-Você não vai sair daqui, não... - ele murmurou, o rosto no meu cabelo.


Dei as costas para ele, mas ele não soltou. Tentei ao máximo fingir que não existia Matt em lugar nenhum, que tudo estava bem, mas ele estava bem ali do meu lado, me segurando. Dormir foi o único jeito que eu encontrei de ficar longe de Matt naquela noite.


Quando eu acordei, Matt dormia feito um bebê. Seus braços ainda estavam ao meu redor, mas como ele estava dormindo, achei que talvez conseguisse me soltar. Sem chances. Ele deu um sorrisinho no meio do sono quando percebeu o que eu estava tentando fazer. Levantei a cabeça para ohar bem pra ele, e tentar descobrir se ele só estava fingindo dormir. Acho que ele não estava, mas não consegui me concentrar muito nisso. Ele estava só de cueca. Uma boxer preta. Revirei os olhos e virei de novo.


-Dá pra me deixar levantar, Matt? Não estou mais com sono.


-Bom, eu estou, e você vai ficar comigo até eu resolver levantar, certo?


Suspirei. Que droga. Matt era bonito, e tinha uns dezessete anos, eu tinha certeza de que ele podia ter qualquer garota que quisesse, Admito, eu ficava tentada por causa daqueles músculos, mas ainda tinha muita, muita raiva dele, o que me impediria eternamente de tentar qualquer coisa com ele - por vontade própria, é claro.


Matt, ouvindo meu suspiro, sorriu ainda mais. Tirou uma das mãos da minha cintura - apertando o abraço com a outra - e deslizou os dedos pela minha coxa. Droga. 


-Matt!


-Nem vem, gata. Agora vê se relaxa, tá bom?


Por quanto tempo será que eu ia ter que aguentar aquilo?


Demorou quase mais uma hora para Matt resolver levantar. Ele foi tomar um banho e eu fiquei sentada na cama, esperando... Ou melhor, tentando sair dali. Mas quando eu dei uma olhadinha para a porta trancada, a chave nem estava mais lá. Merda. Matt devia ter escondido.  Pelo menos eu pude rir um pouco, já que Matt estava cantando no chuveiro. E eu pensei que ninguém pudesse ser tão desafinado.


Ele saiu do banheiro só de toalha e eu evitei ao máximo ficar olhando. Não foi tão difícil, mas também não foi fácil. Matt tinha um tanquinho pra lá de definido. 


-Admirando a paisagem? - Matt perguntou, rindo.


Revirei os olhos. Tinha a resposta na ponta da língua, mas achei melhor ficar quieta. Peguei a primeira coisa que vi para vestir e me tranquei no banheiro, antes que Matt tirasse aquela toalha. Vesti o jeans e a camisa xadrez que eu tinha pego, penteei o cabelo e todas essas coisas. Fazia muito tempo que eu não me olhava no espelho. Erik devia ter se divertido muito, porque meu pescoço estava roxo, com algumas marcas de chupões. Ainda bem que Michelle não estava aqui. 


Quando saí do quarto, Matt ainda estava se vestindo. Peguei ele só de cueca. Ótimo.


-Ei, já se vestiu, princesa?


Suspirei.


-Não. Imagine só uma coisa dessas! - eu disse com ironia.


-Não devia ter feito isso. Vai, deita ai.


-Tá louco?


-Não, faz o que eu tô mandando. Rápido!


Me assustei com a raiva repentina de Matt. Da última vez que eu vi ele assim, acabei apanhando. Não queria que isso acontecesse de novo, então simplesmente obedeci. Voltei a me deitar na cama, ainda bagunçada, e rezei para que ele não tivesse mudado de ideia. Ele largou a toalha branca, mostrando o corpo perfeito e sorriu. Ele avançou na minha direção. Eu percebi como estava assustada. Meu corpo estava encolhido, e por mais que eu tentasse relaxar, não conseguia. É por que eu sabia o que ia acontecer em seguida.


-Sabe - começou Matt -, eu gostaria de ter tirado a sua virgindade, princesa. Mas já vi que me atrasei, não é? Não tem problema. Eu não vou ficar chateado com você. Agora, relaxe.


Matt subiu em cima de mim, as pernas prendendo as minhas, as mãos ao lado da minha cabeça. Novamente, tentei relaxar, como ele mandava, mas fui um fracasso.


-Relaxa, Catherine. Por que está tão nervosa? Não vou te machucar, prometo... Se você me obedecer, é claro. - ele estava sussurrando no meu ouvido, tentando soar sexy. Talvez ele até estivesse conseguindo, mas eu estava com tanta raiva que não tive tempo para me certificar. - Lembre-se que a cabeça do seu Erik está por um fio. E na verdade, a sua também, enquanto você estiver comigo... - ele pegou meu rosto entre as mãos. - Se lembra do que eu fiz pra você, Cat? Hein? Sinto muito. Eu me arrependi daquilo. Não quero te machucar, mas sei que será necessário se você continuar teimosa. Então, simplesmente obedeça. Tá?


Fiz que sim com a cabeça. Que alternativa eu tinha? Se eu tentasse fugir agora, ele me bateria. Se eu conseguisse fugir em algum momento, Erik morreria. Se eu só conseguisse avisá-lo... Acho que eu tinha um plano. Mas isso ficaria para mais tarde. Agora, infelizmente, eu ia ter que fazer tudo o que Matt mandasse. Merda.


Ele começou a desabotoar a camisa que eu tinha acabado de vestir, e eu me arrependi profundamente de não ter vestido nada por baixo dela - a não ser, é claro, pelo sutiã - para demorar o processo. Matt jogou a camisa pra longe e eu senti seus dedos tatearem um pouco pelas minhas costas, abrindo o fecho do sutiã. Fechei os olhos e Matt me beijou. Depois seus lábios desceram e eu tentei ao máximo não chorar. Ou, se eu fosse mesmo chorar, pelo menos fazer isso sem barulho. Foi o que aconteceu.Quando ele desabotoou o meu jeans, as lágrimas saíram, desacompanhadas de quaisquer barulhos eventuais. Tudo eu podia fazer esperar que o pesadelo acabasse, ficando comportada, ainda por cima. "Sem gracinhas", ele dissera. Isso era uma merda.


Mas eu não consegui me manter em silêncio absoluto para sempre. Aos poucos, o choro ficou um pouco mais barulhento. E depois, mais. Quando eu dei por mim, eu estava soluçando desesperadamente, e alto. E me debatendo um pouquinho, impedindo que Matt continuasse com a palhaçada.


-Catherine! Para de se mexer! Cat? Não acredito que você tá chorando.


Não respondi nada. Não conseguia parar de chorar para dizer palavra alguma. E também, o que havia para dizer? Absolutamente nada...


-Quer apanhar, Catherine?


Quando Matt disse aquilo, meu choro só ficou ainda mais desesperado. Eu ia apanhar. De novo. Mas que merda. E no entanto, eu não conseguia parar, eu não podia parar de chorar naquela hora. Era impossível pra mim.


Matt subiu o rosto na altura do meu, e me deu um tapa na cara. Arfei um pouco. Já sabia que um tapa no rosto era bem melhor do que um soco no estômago.


-Catherine. Fica. Quieta.


Olhei para ele com os olhos arregalados. Então ele meteu seu punho no meu estômago, exatamente do mesmo jeito que da primeira vez, segurando meu braço com força. Só que dá primeira vez, minhas costelas estavam inteiras. Agora, a dor foi ainda pior. Quase pude ouvir minhas costelas se partirem novamente. Mas eu não podia ficar inconsciente daquela vez. Não com Matt. Sabe-se lá o que ele faria. Mesmo assim, fechei os olhos com força, e acabei vomitando sangue como na primeira vez. Consegui, com algum esforço, fazer isso no chão, longe dos lençóis brancos da cama luxuosa. Curvei a cabeça pra fora, porque Matt ainda me segurava firme.


-Desculpe. Sou impulsivo.


Olhei para Matt, indignada. Depois, pousei a mão no meu rosto e minha mão ficou imediatamente molhada. Sangrando, eu estava sangrando. Caramba, se o tapa no rosto que ele me deu estava doendo - e sangrando - tanto, imaginem minha barriga. Evitei ao máximo olhar para aquilo, mas podia sentir a dor e o líquido quente ali. Eu também não achava que Matt estivesse arrependido, embora o rosto dele dissesse o contrário. Ele era bom ator.


-Eu prometi que ia ser bom. Droga. Por que eu nunca consigo cumprir minhas promessas?


-Talvez... - eu disse com um fiapo de voz, e em seguida fui interrompida por uma crise de tosse. Só depois de um breve momento, pude retomar o pensamento - Talvez seja porque você não seja bom.


-Claro que sou.


-Aham. - eu já estava me esgotando.


Não ia conseguir falar mais nada. Talvez não conseguisse nem ficar mais tempo de olhos abertos. Senti que estava amolecendo. Meus olhos se reviraram e - eu tinha certeza - ficaram brancos.


-Catherine? Catherine, eu pedi desculpas. Não se finja de morta, qual é? Vamos, eu vou pedir ajuda.


Esse garoto devia ser bipolar. Primeiro ele praticamente me estupra, depois me soca e agora tava dando uma de preocupadinho.


-Cat? Levanta, droga!


Nem tentei responder. Lá se foi minha consciência, por água abaixo. Tudo o que eu pude fazer foi fechar os olhos. Ele, então, me pegou no colo e saiu correndo. Ah, ele não devia ter feito isso. Percebi que ainda estava enjoada; e vomitar sangue era mil vezes pior do que simplesmente vomitar.


-Socorro! - gritou Matt, e ele ficou gritando isso pelo que me pareceu uma eternidade. - Garota ferida! - Estas foram as últimas palavras que eu pude ouvir.


Depois disso, eu acordei num quarto de hospital. De novo. Acho que eu já estava criando uma certa fobia de hospitais. E de Matt, com toda a certeza. Ele estava lá, num sofá que ficava encostado na parede, mandando mensagens para alguém no celular. Tinha uma enfermeira também, e eu percebi uns tubos grudados em mim. Eca,eca, que horror!


-Olá, senhorita Daaè. Como se sente? - a enfermeira perguntou. Olhando bem, ela parecia bem nova, devia ter uns dezenove, vinte anos, no máximo.


-Ah, acordou, princesa? - Ouvi Matt dizer, sem dar muita atenção. Nem me virei para ele.


-Bastante dolorida, na verdade... - eu estava morrendo de sono, apesar de já estar de noite lá fora.


-Bem, se precisar, é só apertar essa bombinha de morfina. - procurei um pouco, quando ela apontou para a minha esquerda.


-Tá. Tá bom.


Matt se intrometeu.


-Aí, gata, eu vou pegar alguma coisa pra comer.


Ele levantou e saiu do quarto. Esse simples gesto fez minha felicidade. A enfermeira veio para o meu  lado com olhos de repente muito assustados e arregalados.


-Foi esse rapaz...  Ele te bateu, não foi?


Fiquei meio em dúvida. Eu falava ou não?


-Sim. Foi, sim, mas eu não devia estar falando isso. Se ele souber, vai me bater ainda mais.


-E por que está com ele?


-Digamos que foi um sequestro...


Ela levou as mãos a boca, aberta, espantada.


-Eu vou te ajudar. Façamos o seguinte... - a mocinha me contou o plao dela, e eu combinei com o plano que eu já tinha em mente.


Tudo bem, vou contar uma parte - a parte óbvia- do plano. Ela ia chamar a polícia pra mim. E Matt iria preso. Assim esperávamos. Mas ninguém além dela e eu saberíamos disso. E também, eu ia precisar ficar mais algum tempo com ele. Mas deixemos isso pra mais tarde, vocês verão tudo.


Matt voltou. A enfermeira nos informou que na manhã seguinte, com sorte, eu teria alta, e então teria que ficar em repouso por um mês inteiro. Em casa. Ela disse com essas palavras, mas eu sabia que não ia poder ficar em repouso com Matt por perto. Muito menos em casa.  Por outro lado, ele também não parecia bem. Estava muitíssimo pálido e com olheiras gigantes.


Na manhã seguinte, eu realmente tive alta. Tinha dormido muito mal e ainda estava exausta. Matt tinha dormido no sofá. Na verdade, ele não tinha dormido. Mas, enfim..., vocês entenderam.


-Não podemos ir para o Teatro, Matt?


-Por que quer ir para lá?


-Porque é lá que eu me sinto em casa. Sem contar que meus pais vão ficar muito, muito bravos se simplesmente nunca mais me virem.


-Tem razão. É, tem razão. Vamos, então.


Dei um grito altíssimo de dor quando ele me ajudou a levantar. Droga, aquilo estava doendo mais do que da primeira vez, mesmo. Mas pelo menos eu podia andar, ainda que dolorida. Não precisaria que Matt ficasse me levando em seu colo de um lado para o outro. O interior do hospital era branco, naturalmente, mas bem luxuoso, para os meus padrões. Que ótimo, eu realmente esperava que Matt tivesse se ferrado para pagar aquilo. Pegamos um táxi quando chegamos do lado de fora e seguimos até o Teatro. Nunca fiquei tão feliz por estar lá. Mas sabia que não poderia correr para Erik, pois ele ainda estava sob perigo de vida. "Tomara que aquela enfermeira não falhe!" , pensei. Eu disse a ela o lugar aonde estávamos indo, para que ela pudesse contatar a polícia. Se Matt fosse preso, acho que ninguém acreditaria em nenhuma palavra que saísse da boca dele. Eram as minhas esperanças.


Ele me deixou ficar com as meninas no meu quarto, mas não sem antes conversar com elas. "Em particular." Eu tinha certeza de que ele dissera para elas ficarem de olho em mim. Ah, que maravilha. Deitei na cama, encarando o teto, esperando que ou elas ou Matt voltassem. Finalmente, depois de um pedaço de eternidade, Mirelle e Audrey entraram no quarto. Elas estavam meio esquisitas, mas eu prefiri não ligar muito pra isso.


-E aí, se quebrou inteira de novo, não é? - perguntou Audrey, com ironia.


-Não é culpa minha.


-O que aconteceu? Matt não quis dizer nada sobre isso.


-Não posso contar.


-Ele está morrendo de ciúmes, Catherine. - Mirelle disse, me examinando. Provavelmente estava olhando para o gesso que aparecia por debaixo da camiseta, ou para o roxo que, eu tinha certeza, se formara no meu rosto. - Nos fez jurar que não deixaríamos você ver o seu namoradinho, qual é o nome dele?


-Erik?


-É. Mas...


-Que foi, Mirelle? - Audrey e eu perguntamos, impacientes.


-Nós já prometemos a você que te ajudaríamos com Erik.


-É, é verdade! - Audrey gritou, animada.


Dei um sorriso triste. Até parece que alguma coisa adiantaria.


-Vamos, qual é, Catie! Você tem que ir vê-lo. Vamos te dar cobertura.


-O que vocês pretendem fazer?


-Ahm... Vem, Mirelle, vamos preparar um banho para Catherine!


-Como?


-Vamos ligar o chuveiro e tudo, até bagunçar um pouco o banheiro, e dizer que você está tomando banho. Enquanto isso, você vai lá com o seu noivo. A gente já sacou que você não gosta de Matt.


-Tá bom.


As duas foram para o banheiro, fecharam a porta e começaram a rir e fazer o maior barulho. Melhor assim. Eu poderia usar a passagem do quarto. Tive que gastar algum tempo procurando o botão, mas quando achei, fiquei muito, muito contente. Ah, eu veria Erik!


Mas quando a passagem se abriu, o que eu vi não era bem o que eu queria. Claro, era Erik ali, há poucos passos de distância, mas ele tinha regredido. Estava com as roupas antigas, e pálido. Os olhos azuis estavam avermelhados e tinha um corte gigante em seu pescoço. Ele nem sequer me olhou nos olhos.


-Erik? - eu disse, tentando quebrar o silêncio.


-Oi. - sua voz estava mais triste do que eu me lembrava. E nem fazia tempo. Eu acho. Quanto tempo fazia? -O que aconteceu, Catherine?


-Eu... Eu prometo que eu vou te contar, mas eu prefiro sair daqui primeiro. Tá?


-Claro.


Ele foi na minha frente, mas não olhou para trás. Droga, será que Erik estava bravo comigo? Que merda.  A casa do Lago estava uma zona. Tudo bagunçado. Acho que Erik talvez andasse tendo alguns acessos de raiva. Talvez. Era o mais provável na verdade. Me assustei um pouco, é verdade, mas achei mais prudente não demonstrar nada.


-Desculpe. - ele murmurou, olhando para a sala bagunçada. -Seu quarto não está bagunçado.


-Tudo bem, vamos pra lá.


Passei na frente dele - com alguma dificuldade, é claro, por causa da extensão dos meus machucados - e entrei no quarto, com Erik nos meus calcanhares, sentando na cama.


-Você sumiu.  Do nada.


-Eu sei. Matt esteve aqui, Erik. Ele achou o seu esconderijo.


-Ele te raptou.


-É. - eu respondi, mesmo sabendo que não era uma pergunta.


-Ele fez isso com voê, Catherine... Por que você deixou? - ele perguntou, passando a mão pela parte do meu rosto que ainda ardia.


-É a lei do mais forte, Erik.  Eu não pude fazer nada.


-O que aconteceu? Onde você estava?


-Num hotel. O Constance, não muito longe daqui. Matt está ficando lá. E... - eu pretendia contar tudo para Erik, mas eu choraria se tivesse que  fazer isso.


Algumas lágrimas já estavam rolando pelo meu rosto. Erik estava distante antes daquilo, mas então seus olhos se tornaram preocupados e ele secou as lágrimas da minha bochecha, se aproximando.


-O que foi, Cathy? O que ele fez para você? Ele... - depois a raiva veio para Erik, e ele ficou sério, mas o brilhinho do ódio ainda estava lá, escondido em seus olhos - Ele te estuprou, Catherine? Catherine?


Eu comecei a chorar alto. Erik estava com muita raiva, mas ainda assim, me abraçou, me aninhou em seus braços.


-Catherine, eu realmente devia ter matado aquele idiota. Me desculpe se você não gosta da ideia, mas é a verdade. Ah, Catherine, olha o que aquele idiota fez pra você! - Erik dizia, enquanto afagava meus cabelos e as costas com uma mão.


Afastei  meu rosto para olhar um pouco para ele, e depois olhei para baixo. Meus dedos, sem que eu percebesse, se dirigiram para o corte em seu pescoço.


-E o que você fez, Erik? - eu perguntei, com a voz ainda embargada, enquanto ele terminava de secar as lágrimas.


-Eu... Não poderia ficar sem você, Catherine. Pensei que a tivesse perdido, que você tivesse parado para pensar e resolvido se casar com o Monteg...


-E tentou se matar?- ele assentiu, meio envergonhado - Erik! Que horror! Não vai fazer isso de novo, vai?


-Não, se você ficar comigo.


-Não posso!


-Pode sim. Você me contou sobre tudo o que Matt lhe disse. Que se dane, eu sou inteligente o suficiente para fugir de qualquer um desses caras. Não se preocupe.


-Certo. Mesmo assim, eu vou precisar voltar lá pra cima. Um pouco.


-Por que?


-Só pra verificar se... se um plano meu vai dar certo. Vai ser rápido.


-Não pode ser mais tarde?


-Pode. Mas não pode demorar muito...


-Certo. - Erik me segurou pela cintura e eu arfei de dor, fazendo careta. - O que foi, Catherine?


Ele levantou a minha camiseta, o suficiente para ver as feridas e o gesso, cobrindo algumas costelas quebradas.


-E mais essa, agora? - Erik bufou. - Você não me contou sobre isso.


-Ele só... Matt ficou irritado. Porque eu estava triste por estar com ele.


-E aí ele te socou. Eu vou matar ele.


-Não, não vai.  Mirelle e Audrey sabem que foi ele quem me raptou. É por causa dela que eu estou aqui. Daqui a pouco ele vai ser considerado um criminoso. Ele vai se ferrar sozinho, mas se você... Se você fizer algo que se arrependa depois, será caçado. E ele ainda vai poder falar pra todo mundo sobre a história do Fantasma da Ópera e tudo isso. Erik, não faça nenhuma besteira!


-Tá. Tá bom. Tem razão.


-Erik...


Ele me puxou, com gentileza e tomando cuidado, pelos quadris - que não estavam machucados. E então seus lábios tocaram os meus. E tudo a minha volta explodiu outra vez. Eu estava em casa, E ainda por cima tinha pensado que nunca mais sentiria o toque de Erik outra vez, o gosto de seus lábios. Ah, Erik.


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Notas finais do capítulo

Reviews?
Beijos,
Luna :*



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