POV Bella.

Os dias foram se passando, eu e Edward passamos a falar-nos todos os dias. De vez em quando cheguei a me encontrar com ele, mas coisas rápidas, visto que eu estava a tomar conta de Sophia e ela não podia estar muito tempo com Claude, pois a Claude tem outros afazeres.

Num desses encontros, eu e o meu Deus Grego fomos até ao parque infantil e eu levei a Sophia, pois ela não parava de falar no Neno. Era assim que ela o chamava, vai-se lá saber porquê. Nesse dia fiquei durante horas vendo Edward brincando de esconde-esconde com Sophia. Ela dava altas gargalhadas, tão gostosas de se ouvir. Quando finalmente surgiu outra menininha da mesma idade de Sophia, esta começou a brincar com ela, e Sophia largou Edward finalmente.

Eu e Edward ficamos falando sobre imensas coisas. Algumas baboseiras, assuntos sérios, sobre a relação dele com os seus pais, sobre o dia em que apareceu bêbado em minha casa. Confesso que percebi que não era fácil para Edward falar sobre aquilo. Eu vi-a sofrimento na cara dele. Em alguns momentos eu senti meu peito tão apertado por saber que ele estava a sofrer. Se eu pudesse eu ficaria com todo o seu sofrimento. Edward falou também sobre Tanya. Não foi uma conversa muito longa… Ela apenas afirmou firmemente que já não nutria sentimentos por ela.

Flash back on

– Tanya foi muito importante para mim, confesso. – Edward disse e baixou o olhar. – Mas ela me traiu. E isso eu não posso perdoar. Para além do mais, apercebi-me que eu fui apenas um brinquedo para ela. Ela nunca me amou com a mesma intensidade que eu a amei.

– Lamento. – Foi tudo o que consegui dizer.

– Não lamente. – Edward levantou o rosto e me deu o melhor sorriso do dia. – Ela não me fazia feliz. Quer dizer, não do jeito que você me faz. – Ele disse e foi impossível eu não corar. – Você tem me feito muito feliz nestes últimos dias. E não foi preciso haver uma relação entre nós para que isso acontecesse. – Silêncio. – Se eu já sou feliz assim com a sua amizade, imagine se… - Gaguejou. – Bom… Se… Se…

– Se o quê? – Eu o interrompi ansiosa por ouvir as suas palavras.

– Se nós tivesses uma relação mais intima…

– Intima tipo? – Fiz-me de desentendida. Na verdade eu tinha percebido que ele estava a falar de namoro. Mas eu desejava ouvi-lo da sua boca.

– Eu.Você.Namorar. – Ele disse desviando o olhar para Sophia e corou.

Não consegui conter-me e sorri de felicidade. Eu estava tendo a certeza que Edward nutria sentimentos mais que especiais por mim, e agora eu estava disposta a lutar por ele.

– Não vai falar nada? – Edward disse e eu notei nervosismo na sua voz.

– Se eu te contar um segredo você promete não contar a ninguém?

– Se é segredo, não se pode contar a ninguém não é mesmo? – Ele me disse sorrindo.

– Bom… Você pode até achar idiota, tudo aquilo que eu vou dizer, mas eu preciso realmente de o dizer. Já não dá mais para o guardar para mim.

– Pode falar, tem toda a minha atenção. – Ele disse e virou o rosto para mim. Confesso que não o iria conseguir encarar, então levei o meu olhar até Sophia e comecei a falar.

– Há meses que eu te observo todos os dias. Sei lá, desde o primeiro dia que eu te vi, que meu coração bateu mais rápido. As minhas mãos suaram. – Fiz uma pausa e respirei fundo. – Todas as vezes que eu ouvia a tua voz, as minhas pernas tremiam. Quando eu te vi agarrado a Tanya pela primeira vez… Bom, não sei explicar bem. Senti meu mundo ruir. Eu nunca fui garota de namorar. Claro que já tive meus relacionamentos, meus namorados, mas nunca foi algo muito intenso. Sempre sonhei com um príncipe encantado. Quando te vi pela primeira vez, eu tive a certeza que dentro de mim iria crescer um sentimento que nada nem ninguém iria abalar. E ele tem crescido desde então… mas quando te vi com ela… Foi como se o conto de fadas que eu construía sozinha desaparecesse num abrir e fechar de olhos. Eu quis te esquecer, não minto. Quis muito e tentei. Mas foi impossível. Os dias passaram e eu sempre te observava daquele banco lá na escola. As suas risadas me encantavam, os seus gestos carinhosos, tudo em você me deixava cada vez mais e mais apaixonada.

– Bella. – Edward tentou interromper-me.

– Por favor, deixa eu terminar. – Implorei. Edward assentiu com a cabeça e então eu continuei. – Eu sabia que as minhas esperanças eram falsas. Que nunca iriam dar “fruto”. Percebes? - Encarei-o por um momento e ele me olhava atento. Desviei novamente o olhar para Sophia que ainda brincava com a sua nova amiguinha. – Passei por momentos difíceis quando guardei o meu amor por você só para mim, mas confesso que adorava ficar te olhando. Cada vez mais me sentia encantada por você. Tudo em você era e é perfeito. Sim. Perfeito. – Fiz questão de dar evidência a esta última palavra. – Quando eu te vi, de coração desfeito sentado no banco onde eu costumava sentar-me para te olhar, eu quis ir falar com você. Sabe que no fundo eu sempre soube que aquela vadia não servia para você? – Ouvi Edward rir entre dentes. – Você merece alguém que te ame, alguém que esteja todos os dias do seu lado. Quando eu percebi que você estava sofrendo, confesso que pedi a Deus para ficar com toda a sua dor, pois machucava-me muito mais te ver daquele jeito. Quando você falou comigo pela primeira vez, eu nem queria acreditar. Foi tudo tão mágico… Por mais simples que as nossas conversas tenham sido… - Eu tentei completar mas uns lábios calaram-me.

– Bella. – Edward disse parando de me beijar. – Eu não posso dizer que te amo. Que gosto de você desde sempre. Mas a verdade é que você mexe comigo. Desde aquele dia, em que falei com você, a minha vida mudou. Tudo o que passei com você até agora foi especial, sabe? E eu quero que seja mais especial a partir de hoje. Eu quero te fazer feliz… Se você me deixar.

– Eu quero… - Eu disse envergonhada. – Mas somente quando você não sentir mais nada por Tanya. – Pedi.

Edward assentiu positivamente e colocou o braço por cima do meu ombro e ficamos parados ali a observar Sophia brincar.

Flash back off

A partir daquele dia nada foi igual. Tudo se tornou mais especial. Comprometemo-nos a ir com calma, a deixar as coisas acontecerem naturalmente.