POV Bella

Acordei com uma luz branca que me cegava. Abri os olhos e fechei. Uma, duas, três vezes. Tinha uma dor forte na cabeça. Levei a mão à cabeça e queixei-me de dor.

- Ai. – Dei de caras com a enfermeira Irina.

- Dói-te a cabeça minha querida? – Perguntou ela.

- Um pouco…

- Toma isto que vai passar. – Disse dando-me um comprimido e um copo de água. Prontamente aceitei e tomei.

- O que foi que aconteceu? – Perguntei confusa.

- Você bateu no seu colega Edward e caiu batendo com a cabeça no chão e ele te trouxe para aqui. – Ela disse.

Edward? Eu bati nele? Não lembrava de nada. Será que eu o magoei?

- Não me lembro de nada. – Eu disse franzindo os olhos. – Ele está bem?

- Sim, está. Fique calma. Estou indo o chamar. – disse a enfermeira Irina fechando a cortina que separava a maca do resto do consultório.

Não se passou nem um minuto e ouvi a enfermeira dizer:

- Não precisa se preocupar. Ela já acordou. E parece estar bem. – Disse a enfermeira Irina para alguém. – Mas eu preciso de um favor seu.

- Claro. Pode pedir. – Alguém respondeu. Quer dizer, disse Edward. A voz dele… fez meu corpo todo estremecer. Ele estava ali, apenas aquela cortina nos separava. Senti minhas pernas tremerem, meu batimento cardíaco aumentou.

- Eu preciso que você fique atento a Bella nas próximas 4 horas. Se ela estiver com dor de cabeça, vómitos, meia sonolenta, confusa, por favor, me avise. –  disse enfermeira Irina.

Mas o quê? Agora eu precisava de supervisão? Mas eu estou bem… pelos menos estou me sentindo bem. Não era preciso que ele se incomodasse ficando ali do meu lado… Para além do mais ele iria pedir aulas.

- Claro pode deixar. Agora eu posso vê-la? – Edward pediu e eu senti meu coração querer pular do peito.

- Claro que sim. Eu ia pedir para você ficar aqui com ela. Porque eu tenho que ir ao hospital com um garoto que se machucou na educação física. – pediu a enfermeira Irina.

Ai meu Deus, eu iria ficar sozinha com ele por 4 horas? Mil um pensamentos me passaram pela cabeça. Minhas mãos começaram a suar frio. Olhei em volta, procurando uma forma de fugir dali. Não havia janelas, pelo menos do lado que eu estava. Não havia forma de eu fugir dali sem passar por Edward e pela enfermeira. Pensei em correr a toda a velocidade dali para fora, mas o quê que eles iriam pensar? Que eu sou uma louca. É… Eu sou louca mesmo. Enfim.

- E eu antes de ir para o hospital, irei falar com a Diretora Leah, para que vocês tenham as faltas justificadas do dia de hoje.- Ela disse.

- Obrigado.

E a partir dali só ouvi uma porta se fechar. Depois disso ficou tudo silencioso.

Conseguia ver a sombra de Edward do outro lado da cortina. O que será que ele estava fazendo? Ou melhor, o que será que ele estava pensando? Como eu dava tudo para conhecer seus pensamentos, pelo menos naquele momento. Senti minhas bochechas corarem por antecipação e então a cortina abriu e Edward aproximou-se de mim.

- Oi Bella adormecida. – Ele disse sorrindo. Ai, que sorriso mais lindo.

- Ed-Ed-Edward? – Porra, eu gaguejei. Resolvi levantar-me da cama, afinal não teria espaço para ele se sentar, então levantei e sentei, me encostando à parede.

- Sim, sou eu. – Ele disse sentando-se do meu lado. Meu coração bateu mais rápido. – Ei, me desculpa… - ele disse baixando a cabeça.

- Pelo quê? – Mas porquê que ele me estava a pedir desculpa? Fiquei confusa…

- Ah, eu fiz você cair… - ele disse envergonhado

- Você não tem culpa. Eu sou assim mesmo. Trapalhona. Deveria ter tomado atenção… - eu disse e senti minhas bochechas corarem mais do que anteriormente. Eu era expert em tropeçar e cair, por isso aquilo não tinha sido nada comparado com aquilo que já me acontecem em outras vezes.

- Mas me diga, está se sentindo bem? – ele perguntou me olhando atentamente.

- Uhuum. – Abanei a cabeça de forma positiva.

- Eu preciso saber se você está bem. Vou ficar fazendo de baba nas próximas 4 horas. – ele disse e riu. Baba? Mas eu sou algum bebe? Aff.

- Ah não precisa… Você pode ir para as aulas. – eu disse fechando os olhos.

- E te deixar aqui sozinha? Nem pensar. Eu te faço companhia. – Ele disse e se encostou à parede.

Passamos 4 horas fantásticas. Era tão bom conversar com Edward. Aquilo tudo parecia irreal. No meio de tantas risadas que demos, muitas delas devido às peripécias pelo qual eu já passei, Edward ficou a conhecer um pouco mais sobre mim e eu sobre ele… Edward sempre foi o garoto pegador, mas ele dizia ter mudado. Que aprender a lição quando amou de verdade e alguém despedaçou seu coração. Eu poderia ter a certeza que ele estava falando de Tanya, mas não tive coragem de perguntar.

- Edward? Bella? – Chamava a enfermeira Irina entrando na enfermaria.

- Estamos aqui. – Edward respondeu se levantando.

- E a nossa doentinha Bella, como está?

- Está como nova. – Edward respondeu olhando para mim e eu assenti.

- Então, podem ir. E tenham mais cuidado!

Nos despedimos e saímos da enfermaria.

- Bom, já não teremos mais aulas hoje. Vai para onde? – Edward me perguntei dando um sorriso lindo.

Fiquei hipnotizada por aquele sorriso. Foco Bella, foco!

- Bom, eu vou para casa.  

- Quer carona? – Ele perguntou.

- É… Não precisa se incomodar… - eu disse, corando. Carona? Do garoto por quem eu sou louca? Nem pensar… Só de pensar na ideia de estar próxima dele, eu quase surto, o que fará se estiver novamente sozinha com ele. Eu acho que tenho um ataque cardíaco.

- Não me incomoda. – Ele disse e pegou na minha mão. Quando a mão dele tocou na minha pele, foi como se um choque percorresse a minha espinal medula. Senti minhas pernas ficarem bambas, minha respiração ficou ofegando com tal nervosismo em que eu me encontrava.

Chegamos ao parque de estacionamento, já havia poucos carros estacionados, pois à sexta-feira à tarde não havia aulas e a maior parte ia logo para casa. Vi Edward tirar a chave do carro do seu moletom que tão bem lhe ficava.

- Entra. – Disse ele abrindo a porta do carro.

- Obrigada. – Eu disse.

Já dentro do carro, eu tentei me controlar, respirei fundo, acalmei minha respiração e coloquei o cinto de segurança sem nunca tirar os olhos de Edward que estava a contornar o carro dirigindo-se ao lado do condutor. Quando ele entrou, reparei como ele tinha umas coxas musculadas… Bem gostosas. Corei imediatamente com os meus pensamentos. Edward entrou em silêncio, colocou o sinto de segurança e ligou o carro.

Eu fui indicando o caminho para minha casa. Chegaríamos rápido, eu moro perto do colégio. Num piscar de olhos chegamos e Edward estacionou o carro em frente à minha casa.

- Obrigada pela carona. – Agradeci retirando o cinto de segurança rapidamente. Queria sair dali o mais rápido possível. Eu desejava demais Edward. Eu o queria… de todas as formas.

- De nada. – Ele disse sorrindo. Ai… aquele sorriso.

- Então… até mais! – Eu disse e abri a porta do carro.

- Ei! – Ele me chamou e segurou meu braço. – Nem se vai despedir de mim?

De novo aquelas mãos em mim. Fiz um esforço dobrado para me controlar.

- Hm. É… É… - Gaguejei e rapidamente ele me deu um beijo na bochecha. Eu tive vontade de fugir e era o que pretendia fazer se ele não chamasse a minha atenção de novo.

- Ei, cadê meu beijo? – Ele disse cruzando os braços. Parecia chateado. Então, qual era a minha alternativa? Dar um beijo na bochecha da pessoa que eu mais desejava. E assim o fiz, beijei sua bochecha, corando e saí do carro quase correndo. Fui em direcção à porta de entrada, sem nunca olhar para trás, mas percebi que ele permaneceu ali. Mal entrei em casa, corri para a sala para ver se Edward já tinha ido. Afastei a cortina e espreitei pela janela, Edward estava a acabar de arrancar.

Sentei-me no sofá e fiquei ali a sonhar com o meu Deus grego. Edward Cullen, o meu amor avassalador. O homem que muitas garotas queriam. E ali mesmo eu fiz uma promessa a mim mesma, eu iria confessar meu amor a Edward e se ele me desse um chute na bunda? Ah, eu iria chorar muito sim, mas pelo menos, por uma vez na vida, eu poderei dizer que tentei.