Minha mandíbula só não foi ao chão, pois há músculos, tendões e pele segurando ela.

Eu estava olhando para uma miniatura da Biblioteca dos Anjos de Blumbedim. Com oito metros de altura, sim, oito; o teto do apartamento duplex havia sido “furado” na forma de um enorme eclipse tornando-se um único andar. O chão do segundo andar não fora retirado totalmente, deixaram apenas um suficiente espaço para uma pessoa circular e as escadas de acesso aos livros mais altos, formando uma varanda para dentro do apartamento, havia uma cerca, da mesma cor das poltronas cheias de arabescos, em todo o perímetro da varanda exceto na parte da escada caracol que se elevava a partir do primeiro andar.

Este era muito parecido com o segundo, embora tivesse um sofá no mesmo estilo das poltronas da sala, e apenas uma janela, em cada andar, das outras três; duas ficavam na sala e a outra uma na cozinha.

Havia prateleiras em todas as paredes.

Quando digo todas, me refiro a exatamente TODAS. Elas estavam acima da porta, envolta da janela e iam até o teto das paredes com pé direito pouco maior que quatro metros cada andar. Não estavam todas lotadas de livros, aparentemente para suportar novas aquisições.

                Fiquei provavelmente alguns dez minutos admirando e tentando possivelmente gravar na memória todos os detalhes do ambiente e notar que havia todo tipo de livro ali, desde infantis como Peter pan até livros didáticos universitários, mas não como se fossem de apenas o curso que estivesse fazendo, e não eram somente sobre poucos assuntos, havia literalmente “de tudo” , de filosofia a agronomia, moda, arquitetura, psiquiatria, artes, física, química, musica, ética, contabilidade, mitos, anjos, e muito, muito mais.

Era um ambiente que parecia falar E inquirir que minha presença permanecesse ali. Foi com muito esforço e força de vontade que consegui dar passos, atravessar a porta, a fechar atrás de mim e voltar para a sala.

Dando-me conta do cansaço da viagem e da surpresa dirigi-me ao andar superior, para o meu quarto, para os braços de morfeu.