Conseguindo finalmente desprender-me do estonteante piano levantei meus olhos e dei de cara com um enorme espelho, enorme, pois ocupava a totalidade da parede atrás do piano, ele tinha o comprimento exato do tapete, como se fornecesse uma continuidade a ele, e de altura ocupava a totalidade entre o chão e o teto. Refletia minha espantada face encarando incredulamente o ambiente em que me encontrava.

                Aumentando a abertura da porta quase para que ficasse um ângulo de noventa graus com a parede. O que me permitiu ter uma visão quase completa do ambiente entre quatro paredes em um quadrado perfeito.

Há uns três metros ao lado direito do ultimo fio do tapete haviam quatro poltronas majestosamente postas em duplas uma em frente à outra, o estofado era azul-marinho, a estrutura vitoriana em um tom tabaco. Abaixo delas um tapete da cor das folhas do carvalho.

Na parede atrás das poltronas, que ficavam em uma diagonal para a porta, mas ainda assim as via de frente, bem no meio delas havia uma porta também na cor tabaco, que contrastava com as paredes brancas do cômodo.

Também havia um sofá de três lugares e uma televisão noutro canto da sala.

A porta atrás da poltrona, de acordo com a planta que me foi dada, levava à cozinha. Não iria até lá nesse momento, eu queria, sim, saber como é a “biblioteca”, autodenominada pela consultora de imóveis...

Era a porta na parede oposta a da cozinha. Uma porta simples devo dizer, contrastando com a simplicidade do ambiente. Tranquei a porta de entrada, na qual estava apoiando meu peso até agora, indo até o “portal” da tão dita biblioteca.