Angela foi direto para casa e Jenna estranhou.

–Ué,o que foi?Achei que estaria no Grill.

–Algum engraçadinho colocou um rato dentro do Grill e por isso ele só abre amanhã,Joana.

–É Jenna.

Angela riu.

–Eu sei que é Jenna,mas falo isso só de implicância,não sou uma desmemoriada.

Jenna riu e ajeitou as fotos erm cima da mesa.

–Sabe Angela,você me daria algumas fotos suas para que eu possa colocar no porta-retrato?

Ela ficou um pouco encabulada.

–Não tenho.

–Como?

–Não tenho fotos.

–Ué,por que não?A sua mãe nunca tirou fotos suas?

Angela respirou fundo.

–É que...O dinheiro só dava para as contas e a comida.O resto ela gastava com drogas.

Jenna ficou um pouco chocada e desconcertada.

–Bem...Vamos poder tirar várias fotos agora,não é?E vamos encher essa casa de fotos da família.

–Tudo bem.

Angela foi para o quarto e escreveu a sinopse de sua próxima história em seu diário.

"'É só um trabalho.O último deles!',pensa Edward Cullen.

O ex-presidiário e sua noiva Victoria tem um último trabalho para realizar:sequestrar a única filha de uma jovem viúva milionária,Renée Swan,e pedir um enorme resgate por ela.

A jovenzinha Isabella Swan é sequestrada na sua própria festa de aniversário pela gangue de Edward e levada por eles até um acampamento abandonado.

Tudo estava bem,o plano estava indo certo,mas...todos começam a ouvir susurros estranhos que contam seus segredos.

E a voz por trás deles é justamente a da 'frágil','doce' e 'inofensiva' adolescente.

O problema?Isabella adorava filmes de terror psicológico e aprendeu alguns truques com eles.

Logo a situação se inverte e todos começam a enlouquecer lentamente por causa dela.

O terror domina a todos.

Alguém vai acabar morto.

Isabella Swan foi sequestrada...mas fez de todos ali seus reféns!"

Tá,não era uma grande sinopse,mas Angela estava sem idéias.

Elena entrou em seu quarto.

–Oi,escrevendo em seu diário?

–Na verdade,não é bem um diário.É mais um livro de histórias e anotações,acho que um diário não funciona comigo.

–Você também gosta de escrever?

–Gosto.Criar histórias,deixar que os personagens que você criou tenham vida e personalidade,deixar simplesmente que a história flua de acordo com eles...Não consigo explicar,é uma sensação especial.

–Eu também escrevo,mas não muito.Minha mãe sempre me incentivou.

Angela ficou um pouco triste.

–O que foi?

–Queria que a minha mãe me desse para alguém que realmente gostasse de mim,ao menos eu não teria visto...aquilo.

–Aquilo o quê?

–Eu vi a primeira vez que ela injetou um injeção de LSD no braço e foi horrível,Elena.Nenhuma criança devia ver aquilo.

O coração de Elena se apertou.

–Você não fala muito sobre o que aconteceu antes de vir para cá.

–Para que se é desagradável?

–Você sabe que qualquer um de nós vai ouvir,não sabe?

–Sei,mas prefiro não falar sobre isso.

Elena entendeu e se sentou ao lado dela.

–E então,deixou algum garoto na sua antiga cidade?

Angela sorriu fracamente.

–Não.

–Não?

–Acho que eu não sirvo para essa coisa de ficar apaixonada.

–Angela,como pode dizer isso?Todo mundo se apaixona um dia!

–Sabe,eu acho que nunca vou conseguir me apaixonar.E se eu me apaixonar,vai ser por alguém que preste,no mínimo.

–Eu aposto que quando você se apaixonar,vai ser nocaute,não vai estar esperando por isso.

–Se eu me apaixonar,o que é difícil,não vai ser daquelas paixões bobas e inconsequentes.Dúvido que vou perder a cabeça por causa de alguém.

–Não é assim que a banda toca,maninha.Stefan caiu que nem bomba na minha vida,não planejei nada.Tenho certeza que quando você se apaixonar,vai ficar totalmente de quatro.

–E eu tenho certeza que vou me manter racional,que não vou ignorar a minha cabeça só por que estou com alguém e mais,essa pessoa não vai significar nada e logo vou esquecer.

–Não sei por que,Angela,mas eu tenho a impressão que você vai engolir tudo o que disse.

***

Angela estava sentada no banco da praça lendo a edição de "O Morro dos Ventos Uivantes" que Elena emprestou a ela.

Assim que terminou,fechou o livro e se preparou para ir embora quando um homem segurou seu braço.

–Gisela?Como pode estar viva?Achei que tinha morrido a anos atrás!Por que não me procurou?

Angela ficou confusa.

–Ahn...Senhor está me confundindo com alguém.

A mão no braço dela afrouxou.

–Você não é a Gisela,mas se parece muito com ela.Me desculpe.

–Ah,tudo bem.Sou Angela,agora que sabe,só posso te dizer que se enganou de pessoa,não sou essa tal de Gisela.

Assim que Angela se afastou dele,percebeu que o homem a olhava de uma forma estranha.

Bonnie veio correndo até ela,e assim que se virou para olhar para o estranho,ele já tinha sumido.

–Angela,você está bem?-perguntou ela,assustada.

–Sim,Bonnie.Conhece aquele cara?Ele me confundiu com outra mulher.

Bonnie fechou os olhos e disse "Droga!".

–Angela,aquele é o Elijah.

"Quem é Elijah?E por que ele me chamou de Gisela?"