See The Unseen escrita por Melinda Springs


Capítulo 8
Nathaniel Hell


Notas iniciais do capítulo

Oiii! Então, nem demorou tanto dessa vez, né? :D
Só um aviso, faculdade começou, direito é complicado, então vou demorar mais a postar pq é só a primeira semana de aulas e já não to tendo tempo direito.
Mas prometo que não vou parar a história pela metade!



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I'm stay undercover, lay low, need some time No one to save, to save, these sick cycles over Mistake - Demi Lovato

Era um assassino.

Não tive tempo de pegá-lo, ele era rápido. Mas eu pude ver que era um homem. Era alto, branco, os olhos eram azuis. Estava com um capuz na cabeça, não pude ver a cor ou estilo dos cabelos. Correu e me deixou ali com a menina praticamente morta. Ela tinha quinze anos.

Tentei ajudá-la. A faca em seu peito não poderia ser retirada ou nada pararia o sangramento, então tive que tentar manter o coração dela batendo. Mas, como acabei de dizer, havia uma faca no peito dela, me impedindo de fazer muita coisa.

Liguei para a polícia e chamei uma ambulância. Fiquei ali esperando, mas quando a ajuda chegou, eu sabia que era tarde demais.

Vi o fantasma dela de pé ao lado do corpo. Ela – o fantasma – chorava. Tive que fingir que não a via porque não podia começar a falar sozinha na frente de médicos e policiais, mas não posso dizer que não tive pena. Eu sabia o que era sentir-se perdida. Claro, eu não sabia o que era morrer, mas mesmo assim, já tinha visto muitos fantasmas e perdido muita gente importante.

- Senhorita? – Um policial me chamou. – Podemos levá-la ao hospital conosco? Teremos que ficar lá até os pais da garota aparecerem, e temos que lhe fazer algumas perguntas.

Ergui uma sobrancelha.

- Não sou uma suspeita, sou? – Perguntei.

- Não. – Ele ficou desconfortável. Ótimo, era tudo de que eu precisava. Quando eu saí caçando criminosos pela rua afora, eu pretendia encontrar ladrões, e não presenciar um assassinato. – Digo, você é a única aqui e suas mãos estão sujas de sangue, mas...

- Certo, policial, vamos pular a parte em que você finge que eu não sou suspeita para não me assustar? Não vou sair correndo, fugir da cidade ou coisa parecida. – Revirei os olhos. Eu não tinha medo de ser presa: A CEAA era ligada a todas as outras grandes agências, tipo CIA, FBI e, é claro, ao próprio presidente, então não demoraria para a polícia ir às ruas procurando o assassino. O que me irritava era que aquilo não seria nada bom para meu futuro na CEAA. Theon me mataria. E Dennis teria um argumento para me levar à equipe dele novamente.

- Se você prefere assim. – Ele não gostou da hostilidade. Ops, policial orgulhoso detectado. – Por que não pulamos a parte em que você inventa um assassinato?

- Certo. Era um homem, alto, branco, no máximo trinta anos, olhos azuis, estava com um casaco azul escuro de capuz.

- Quem usaria um casaco nessa época do ano? – Ele perguntou.

- Acabei de dizer que o casaco tinha capuz. – Olhei-o, esperando que fizesse a conexão. – Para esconder os cabelos, que tal? Assim eu não poderia reconhecê-lo se o visse de costas e nenhum fio de cabelo cairia na cena do crime.

- Você entende bastante disso. – Ele observou.

- Mais do que imagina, mas não do jeito que imagina. – Murmurei, saindo de perto dele. – Você não tem um mandato, não pode me levar à força porque eu sou apenas testemunha, então podemos ir ao hospital? Quero ver o que vai acontecer com a garota. Não pretendo ser acusada de assassinato e nem ao menos saber o que aconteceu com quem dizem que matei.

Tomei a dianteira e entrei na viatura. Ele não estava sozinho, estava com um parceiro, então não falou mais nada comigo. Dirigiu para o hospital e fomos para a sala de espera do pronto-socorro.

- Minha filha! O que fizeram com ela? – Uma mulher estava gritando e chorando quando entramos na sala de espera. Era loira, como a menina que foi atacada, tinha olhos escuros e uma cicatriz no pescoço. Franzi a testa, não era uma cicatriz comum. Rodeava o pescoço dela, como se ela tivesse sido enforcada.

- Senhora, acalme-se, por favor. – Um médico falava, nervoso. – Sua filha está em estado grave. Os médicos conseguiram reanimá-la, fazer o coração dela voltar a bater, mas o local do ferimento é muito próximo ao coração. Estamos tentando de tudo para salvá-la, mas...

- O QUE ACONTECEU? – Ela elevou ainda mais a voz.

Eu pretendia falar o que tinha acontecido, ou pelo menos parte do que tinha acontecido (não pretendia descrever o assassino ou dizer que eu achava que a menina não era a verdadeira vítima), mas a última pessoa que eu esperava ver ali irrompeu praticamente correndo.

- Iris. – Nathaniel abraçou a mulher, que caiu no choro. – Vim assim que fiquei sabendo. Como ela está?

Seria um tanto engraçado, se a situação não fosse trágica, o modo como todos mudaram de postura à entrada de Nathaniel Hell. Até mesmo os dois policiais – o chato que me acusara e o parceiro silencioso – estavam diferentes. Como se Hell fosse um rei, o presidente ou algo assim.

- Como eu disse à Sra. Moreau, o estado da Srta. Moreau é muito grave, Sr. Hell. – O médico que falava com Iris se dirigiu a Nathaniel. – Não sabemos se...

Parei de ouvir naquela hora por dois motivos:

Um, a Srta. Moreau estava parada ao lado do médico. O fantasma dela, no caso, e estava desolada.

- Diga a ela que eu não queria dizer nada do que disse. E que ela tem que pedir a eles para lhe darem meu casaco. Os policiais pegaram. Tem um papel no bolso interno, rasgue o casaco se precisar. – A menina praticamente gritou para o médico. Era normal fantasmas tentarem se comunicar com qualquer um no início. Até que alguém aparecesse e lhes explicasse que havia pessoas com dons especiais que podiam vê-los.

O segundo motivo, no entanto, foi o que me deixou surpresa. Nathaniel assentiu sutilmente e falou à Iris:

- Sua filha falou comigo mais cedo. Disse que tinha guardado um papel no bolso interno do casaco que estava vestindo e que você gostaria de ver o que era. O casaco está com um de vocês? – Ele olhou do médico para os policiais.

Só então ele pareceu me notar ali. Seus olhos foram de meu rosto para minhas mãos e minhas roupas, ainda sujas de sangue. Ele franziu o cenho, tentando entender minha ligação com os Moreau.

E eu nem ao menos pensei em como responder, como explicar. Eu ainda estava associando o fato de que ele podia vê-los. Fantasmas.

- O casaco está com os policiais. – Falei, antes de sair dali, correndo.

Era a primeira vez que eu fugia de algum lugar em três anos. Era a primeira vez que eu sentia medo em três anos.

Não porque ele podia descobrir o que eu fazia. Eu não me importava realmente. Mesmo que fosse meu pior inimigo, ele entenderia, melhor do que ninguém, que aquele dom devia permanecer em segredo.

O que me assustava era que eu não sabia o que fazer. Eu não tinha a menor idéia do que fazer.

Só sabia que não podia matá-lo. Como matar alguém que tinha o mesmo dom que eu? Era a primeira pessoa que eu conhecia, em toda a minha vida, que tinha o dom de ver os mortos.

Eu teria que trair a Central outra vez, só não sabia como e o que faria.


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam? Esse ficou maior que os outros, eu acho, mas ele foi mais chatinho de escrever, embora eu ache que tenha bastante conteudo.
Enfim, reviews? *--*
xoxo