See The Unseen escrita por Melinda Springs


Capítulo 9
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Notas iniciais do capítulo

Oii! =D Então, consegui terminar esse capítulo antes do carnaval (eu escrevia um pouquinho cada noite, e hoje só corrigi e reelaborei), porque aí eu faço mais uns dois DURANTE o carnaval. Depois disso, entra época de provas na faculdade (pois é, já) e a coisa vai ficar apertada. Direito não é fácil =P
Maas eu pretendo continuar escrevendo, e espero, de coração, que quem ler goste. =)



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Nathaniel's POV

And as I watch you disappear into the ground
My one mistake was that I never let you down

The Pretty Reckless - Miss Nothing


A garota era um mistério.

Arya Black, 19 anos, recém-chegada na cidade, morava na rua de Cassie Pierce. Estava recebendo alguns primos, ou amigos , na casa dela, e aparentemente estava solteira. A partir dali, eu só faria especulações.

Ela foi a primeira a ousar me responder. Me olhava nos olhos, segura de si. Era a única naquela cidade idiota em que eu era obrigado a morar. Em toda a minha vida, nunca tinha achado aquele lugar interessante.

Mas ela era. A confiança dela, a personalidade. Tudo nela me fazia querer conhecê-la.

Depois daquela brincadeirinha que ela começou na festa, eu acreditava que teria tempo suficiente para pensar em como revidar. Eu queria atingi-la, por mais idiota e infantil que isso seja, queria que ela se sentisse inferior. Queria que ela me quisesse.

Então, para minha surpresa, ela estava no hospital. Iris Moreau era amiga de meu pai e eu tinha consideração com a família dela. Por isso, quando fiquei sabendo do incidente com Taylor Moreau, a filha de Iris, fui direto ao hospital. Eu me dispus a pagar a conta e qualquer coisa que precisassem.

E lá estava Arya. Calça jeans e moletom, nada sofisticado. Não que eu repare muito em roupas de mulher – sou um desastre nisso – mas a roupa em questão estava suja de sangue, assim como as mãos de Arya, o que despertou minha curiosidade. Eu sabia que ela não conhecia os Moreau, ela só conhecia os Pierce e a mim, então o que ela poderia estar fazendo ali? E por que ela tinha sangue nas mãos?

Taylor, ou seu espírito, me explicou que Arya ouviu-a gritar e foi quem chamou a polícia e a ambulância. Também contou que agora um policial suspeitava que ela era a assassina.

- Não foi ela. – Taylor assegurou. – Ela falou a verdade, era um homem. Branco, alto... Converse com ela, Nate. Deve ser horrível estar na situação dela.

Certo, conversar com Arya. Era tão fácil pensar nisso. Colocar em prática era outra história.

Como conversar com uma garota que só joga com você?

Mas Taylor tinha razão. A droga era que, de todas as garotas no mundo, tinha que ser logo Arya Black a envolvida. Por que não Cassie? Seria bem mais fácil de lidar, de ajudar. Eu duvidava que Black aceitaria minha ajuda ou qualquer coisa de mim. Ela parecia ter decidido que me odiava. Havia outra razão para ela sair tão apressada daquele hospital, logo depois que cheguei?

Arya’s POV

Certo, podia ser pior, não podia?

Hã, não. Sinceramente, não sei como poderia ficar pior.

Eu estava prestes a ligar para a Central e avisar que estava fora do caso porque Nathaniel Hell não me parecia um suspeito. Eu não diria o nome dele à Central, o chamaria de alvo. Depois iria até a casa dele, ou ao hospital, ou onde quer que ele estivesse, e contaria meu segredo (sobre os fantasmas). É, plano bem simples, certo?

Tirando o fato de que havia mais quatro agentes da Central na cidade comigo, prontos e preparados para me capturar caso eu me revelasse uma traidora. E, no final, a Central era minha casa. O que eu faria depois? Será que valia a pena desistir de tudo por causa de um cara? Eu podia simplesmente enrolar por mais um tempo e descobrir exatamente o que a CEAA tinha contra ele, não é?

Decidi pela última opção: Enrolar e investigar. A partir daquele dia, eu estaria excluindo minha equipe de tudo. Não era a primeira vez que eu fazia isso, e eu não me importava realmente com o que pensavam de mim. Eu não gostava muito da idéia. Afinal, no fundo, eu me importava com eles, mas que escolha eu tinha?

Droga! Por que logo Nathaniel tinha que ser capaz de ver o que eu via? Eu não podia eliminá-lo, simplesmente não podia, e ninguém jamais me entenderia. Nem Ashley entenderia. Tampouco podia deixar a Central para trás, outra coisa que Ashley e outras pessoas não entenderiam. Minha vida não foi tão simples, eu não entrei na Central graças a um teste. Meu passado era algo pessoal demais, o tipo de passado que ninguém quer para si. Que poucos têm.

Decidida, liguei para Sean e deixei-lhe uma mensagem de voz, dizendo que não dormi em casa e explicando sobre o assassinato (deixando de fora tudo envolvendo Nathaniel). Avisei que não voltaria tão cedo e desliguei. Eu só torcia para que ele pegasse o celular antes de sair desesperado atrás de mim.

Fui para a casa de Nathaniel caminhando e, uma vez lá, fiquei esperando que ele chegasse. Já havia amanhecido quando ele finalmente apareceu.

Estacionou o carro na garagem e desceu. Foi para a rua e se aproximou de mim, visivelmente curioso quanto a minha presença ali. Seus cabelos estavam desarrumados – algumas mechas apontavam para os ares – e ele tinha olheiras escuras sob os olhos, mostrando que não tinha dormido muito. O que era normal, já que, logo depois da festa, ele foi parar no hospital para confortar e ajudar uma amiga.

Eu nem ao menos achava que ele tinha amigas. E estava claro que Iris era apenas isso para ele, apenas uma amiga.

- Você não parece bem. – Ele comentou e, pela primeira vez desde que o conheci, sua voz não estava carregada de sarcasmo, ironia, raiva ou nada do tipo. Era apenas um homem fazendo um comentário, nada mais do que isso.

Reparei que ele ainda vestia a roupa da festa: Um traje social, composto por uma calça preta e camisa verde clara. A única coisa diferente eram os tênis esportivos, que provavelmente ele calçou com pressa na hora de sair.

- Você também não. – Foi minha resposta, e embora ele tivesse deixado o sarcasmo e a ironia de lado, não pude evitar manter minha voz fria, com um toque de irritação. Ele levou uma mão aos cabelos, parecendo tentar se controlar. – Precisamos conversar.

Ele arqueou uma sobrancelha.

- Um dos policiais falou que você é uma suspeita e, a julgar por sua aparência, ele teve motivos para afirmar o que afirmou. Você não conhecia aquela família, por que estava no hospital?

- Eu não tentei matar aquela garota, mas eu entendo um pouco de investigação. – Eu tinha que ter cuidado com o que falava. – E eu tenho quase certeza de que a menina não era o alvo, e sim a mãe dela.

- Iris? Por que você quer matar Iris? – Ele estranhou.

- Eu não quero matar ninguém. O que pensa que eu sou, idiota? – Estressei. – Já tentaram matá-la antes, ou ela tentou se matar, cabe a você descobrir. E caso queira saber, o assassino é um homem. – Desistindo de falar com ele, saí dali. Eu pretendia dizer que conhecia o segredo dele, mas talvez pudesse usar outro artifício.

Por isso, quando virei a esquina, convoquei Ashley.

- O que foi? – Ela nunca gostava quando eu a chamava. Nunca era boa notícia. – Não queria que eu ficasse vigiando...

- Não importa. Quero que peça a Nathaniel Hell para te ajudar a atravessar. – Falei, interrompendo-a. Ela me olhou como se eu fosse louca. Rapidamente, resumi os acontecimentos das últimas três horas.

Ela não falou nada quando terminei de contar, apenas desapareceu. Eu sabia que ela faria o que pedi.

Agora eu só teria que encontrar alguém para fazer o que ela estava fazendo antes: Vigiar a Central e o irmão dela. O problema era que Ashley era a única fantasma de quem eu era amiga. A única que não conseguia atravessar.

Porque o único modo de fazê-la atravessar era garantir que o irmão dela ficasse em segurança. Que parassem de caçá-lo.

O que, resumindo, era impossível.

Ouvi quando Nathaniel tentou dispensá-la e marcar outra hora. Satisfeita, fui para casa.

Quando entrei, tentando não fazer barulho, encontrei todos acordados, a sala já arrumada e uma mesa de café-da-manhã digna de hotel na cozinha. Além disso, encontrei uma Zoey com dor de cabeça, um Shane irritado e... Sean e Lara preocupados.

Todos olhavam para a mesma pessoa.

- Theon? – Estranhei, vendo o diretor do meu setor, estava parado, de pé, com uma faca ensangüentada em uma mão e um corte fundo no rosto, indo do queixo até próximo ao olho direito. – O que diabos...

- Dennis Howard matou aquela garota. – Ele me contou, sério. 


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Notas finais do capítulo

Então? E aí? =3
Obrigada AnaGomes, Clara Lockwood, caarol e gabibragno. Vocês todas são mtmtmt fofas por lerem e comentarem a história =3
Esse capítulo ficou um pouco diferente, POV do Nathaniel e tals, mas eu preciso começar a introduzir o ponto de vista dele (embora aí não tenha nada de mais).
Enfim, xoxo haha
;*