See The Unseen escrita por Melinda Springs


Capítulo 6
Desafio


Notas iniciais do capítulo

Pronto! Att dupla com capítulo da festa: Feito!



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Hello, hello, remember me?

I'm everything you can't control

What You Want - Evanescence

- Zoey, anda logo! – Shane gritou, impaciente. – Lara e Arya já estão prontas. Por que está demorando...

A voz dele sumiu quando Zoey apareceu na escada. Lara e Sean começaram a gargalhar, eu apenas esperei que ela descesse. Ela sorriu para Shane, desafiando-o a dizer alguma coisa, mas ele não disse. Zoey revirou os olhos e foi para perto de Lara e Sean.

- Lockstream, o que foi? – Ela perguntou, fitando Shane. – Perdeu a voz?

Shane a olhou com raiva.

- Não, Bleens. Estava me controlando para não rir. – Ele respondeu, sorrindo. – Sabe... Não é todo dia que vejo um manequim de sex shops andando por aí.

Sean e Lara olharam para Zoey, esperando a reação dela. No entanto, a campainha a impediu de responder.

Abri a porta, sabendo que eram Cassie e Mark. Os dois eram incrivelmente parecidos, tanto fisicamente quanto na personalidade. Ambos estavam sorrindo quando abri a porta, ambos empolgados com a tal festa.

- Mark! – Zoey praticamente gritou, indo até a porta. Mark olhou-a e, em menos de um segundo, seu olhar tinha percorrido o corpo inteiro da garota. – Se importa se eu for no carro de vocês? Parece que não sou bem vinda no outro carro. – Ela olhou de relance para Shane, que cerrara os punhos, com raiva.

Era de conhecimento geral que os dois tinham uma queda um pelo outro, mas ambos eram orgulhosos demais para admitir. Sean e Lara se divertiam assistindo aos joguinhos dos dois. Eu não via graça, mas uma voz no fundo de minha consciência sempre me dizia que a antiga Arya adoraria aquilo.

Bem, a antiga Arya estava enterrada em meio a um mar de lembranças e memórias que eu não queria ter. Então, ela não voltaria, pois isso significaria trazer tais lembranças e memórias à superfície. Isso eu não faria.

- Pode vir conosco, é claro. – Mark respondeu, com um sorriso bobo para Zoey. Fiquei com um pouco de pena dele.

Saímos de casa. Zoey e eu fomos para o carro de Mark, enquanto Shane, Sean e Lara iam para o carro de Zoey.

A festa era há cinco quarteirões de casa. No inicio, julguei o carro algo desnecessário, mas Lara me lembrou que teríamos que voltar com Zoey bêbada, então caminhar não era a melhor opção. Com aquele argumento, ela me convenceu de que o carro era, sim, necessário.

Quando chegamos, já estava lotado. A casa de Nathaniel Hell era uma mansão branca, com um jardim extremamente bem cuidado na entrada, uma fonte imensa a qual o caminho de pedras contornava, e, enfim, uma porta dupla feita de carvalho, da altura do primeiro andar da minha casa.

O hall de entrada era amplo, o piso de mármore e as paredes, pintadas em tons claros. Haviam duas escadas levando para o segundo andar, o qual não era visível ali de baixo. Foi tudo perfeitamente projetado, para que os convidados pudessem notar a beleza da casa sem comprometer a privacidade dos moradores. No caso, Hell.

O hall tinha ligação, de um lado, com a sala de jantar. Essa, ao contrário do primeiro cômodo, era decorada com um jogo de cores escuros, variações do vermelho-vinho. A mesa de jantar tinha vinte e dois lugares, e a mesa de Buffet tinha diversos tipos de comida.

O outro cômodo ao qual o hall se ligava era um salão, o qual, no momento, estava sendo usado como salão de festas. No entanto, eu tinha certeza de que aquele salão era, originalmente, uma sala de reuniões.

Havia um bar ao fundo, e a maioria dos convidados estava, no momento, pegando bebidas. A música que tocava estava alta o suficiente para que todos pudessem conversar sem medo de que outros ouvissem as conversas. Algumas poucas pessoas estavam na pista de dança.

Vi Zoey se dirigindo ao bar, puxando Mark pela mão. Sean e Lara estavam do lado de fora, conversando perto da fonte. Os dois também pareciam ter alguma coisa, mas nenhum deles parecia ter percebido ainda.

Shane estava na pista de dança com três garotas. Parecia que ele resolvera entrar no jogo de Zoey, e de repente aquilo era uma competição para ver quem conseguia a melhor noite. Minha opinião? Se ela continuasse com Mark, perderia feio.

Então eu avistei Hell. Estava sentado próximo ao bar, com duas garotas se esfregando nele. No entanto, ele não parecia estar feliz com aquilo. De fato, afastou as duas garotas sem a menor cerimônia. Ambas ficaram envergonhadas, e visivelmente ofendidas.

Não foram as únicas a se jogar em cima dele. Outras três vieram em seguida, e receberam o mesmo tratamento das duas primeiras: Dispensadas rudemente.

Fui até ele.

- Sabe, uma das obrigações do anfitrião é ser gentil com os convidados. – Falei, pegando uma bebida, sem olhar para ele. Ele olhou em minha direção, um tanto entediado. Continuei observando-o apenas pelo canto do olho.

- Uma das obrigações dos convidados é ter educação, não acha? – Ele revidou, calmo.

Pedi o que eu queria ao barman.

- Elas pareciam perfeitamente educadas. – Apontei as duas primeiras a dar em cima dele. – Tão educadas que se prontificaram a te divertir. – Zombei.

- Não acho que elas sejam tão... altruístas. – Ele deu de ombros. – E o que você quer aqui? – Seu tom de voz ficou menos educado.

Melhor assim.

Fiquei de costas para o balcão, encostada no mesmo, de forma que conseguia olhar diretamente para Nathaniel e deixar que ele me visse. Só então ele se deu conta de quem eu era.

- Você é aquela amiga de Cassie – Ele apontou, e qualquer resquício de educação deixou sua expressão e sua voz. De repente, eu só via raiva nele. – O que faz aqui?

Arqueei uma sobrancelha.

- Pensei que fosse uma festa aberta a todos os moradores da cidade. – Falei, fingindo inocência. – A festa está ótima, aliás. – Elogiei. – Bem decorada, boa música... Infelizmente, o dono da casa a estraga... Um pouco.

- Está tentando fazer com que eu queira você? – Ele perguntou, o tom de voz divertido. – Sinto muito, garota, não há nada que me atraia em você.

- Não? – Foi minha vez de assumir o tom de diversão. – Então por que chegou a essa conclusão? Eu não estou tentando fazer nada além de matar o tédio. E, claro, retribuir a gentileza com que me tratou na sua loja.

Ele bufou.

- Já ouviu falar que ninguém aqui nessa cidade me desafia? Ninguém me irrita? – Ele perguntou. – Acabaria com suas chances de conseguir um futuro aqui.

- Isso deixa tudo mais interessante. – Eu me afastei um pouco. – O que acha que vai acontecer a alguém que te desafia? O que acha que vai acontecer a mim? Eu não trabalho aqui, tenho dinheiro suficiente da herança dos meus pais. Só vou começar a faculdade no ano que vem... Então o que tem para usar contra mim?

- Tiraria você dessa cidade sem fazer esforço algum. – Ele deu de ombros, novamente indiferente.

- Tente, então. – Desafiei. – Faça com que a cidade inteira me odeie, com que me expulsem. Tente me derrubar. Veremos quem cai primeiro. E quanto a chamar a sua atenção... – Eu me aproximei dele, que não se moveu. Seus olhos se desviaram para meus lábios por um breve segundo. Sorri, aproximando a boca de seu ouvido. – Eu não preciso tentar, eu já consegui quando o respondi naquela loja.

Eu me afastei e fui para a pista de dança, ciente de que os olhos dele não deixaram de me acompanhar por nem ao menos um segundo.


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Notas finais do capítulo

E então? :D Esse aqui merece reviews? *-*