Até As Nerds Sabem Lutar! escrita por Lise Muniz


Capítulo 9
Capítulo 9 - Encontro um alienígena anão


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas consegui postar um novo capítulo. Estou torcendo para conseguir postar outro amanhã!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/180431/chapter/9

Nada faz uma cama mais gostosa do que um despertador tocando. E do que duas garotas doidas te acordando aos berros.

Gwen e Julie apareceram no meu quarto às 6 da manhã e gritando me acordaram.

    - O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO AQUI? – eu perguntei

    - Você não vai escapar da transformação matinal! – Julie disse

    - Ahn? O quê?

    - Vem logo! Levanta dessa cama! Hoje tem escola! – Gwen disse me puxando da cama

    - Vocês são doidas! – eu exclamei rindo

Elas me enfiaram debaixo do chuveiro e me fizeram lavar o cabelo. Quando saí do banheiro (enrolada na toalha por que não deu tempo de pegar uma roupa), Gwen e Julie mexiam nas sacolas de compras do dia anterior que eu havia deixado no meu quarto. No final, elas acabaram escolhendo um vestido branco com uma leve estampa de flores bem espaçadas que tinha um decote em V, um cinto marrom bem fininho e um par de sapatilhas vermelhas. Elas me deram a roupa para que eu vestisse e depois que eu vesti, ficaram observando o bom trabalho que haviam feito. Elas me jogaram sentada na cama e pegaram uma escova e um pente para o meu cabelo. Elas o partiram de lado e deixaram minha franja solta. Mexeram no meu porta-jóias e pegaram de lá um brinco de argola e um colar com um pingente de coração. Elas fizeram com que eu passasse um gloss meio dourado e um rímel. Eu ia pegar o meu óculos, mas Julie o tomou de mim e o enfiou na mochila. Peguei minha mochila e fui puxada escada abaixo pelas duas. Meu pai estava sentado no sofá e riu quando as meninas me empurraram em sua direção.

    - E aí? O que achou Sr. Johnson? – Julie perguntou apontando para mim

    - Uau! Acho que nunca vi a minha Laninha tão bonita antes! Bom trabalho garotas! – ele disse

    - Então foi idéia sua pai? Maldade! – eu disse brincando

    - Não meu amor! As suas amigas que chegaram aqui e pediram para fazer uma “transformação matinal” em você. Como eu não entendi nada, acabei deixando! – ele disse – Quem quer panquecas?

     - Eu! – todas nós dissemos em uníssono.

Eu amo as panquecas do papai! Elas são tão... Deliciosas! Gwen e Julie se arrasaram nas panquecas. Era como se elas nunca tivessem comido panquecas em toda a vida delas. Elas só pararam de comer quando ouviram a buzina do ônibus escolar.  Foi a minha vez de puxá-las para fora de casa. Despedimos-nos do meu pai e elas agradeceram as panquecas.

Quando entrei no ônibus, só ouvi assovios e cantadas bestas dos garotos. Fiquei morrendo de vergonha e baixei o rosto. Chegando ao colégio foi a mesma coisa. Por onde eu passava, um garoto vinha me chamar para sair ou me jogava uma cantada idiota como: “Oi gatinha, você vem sempre aqui?” Claro que eu dei o fora em todos esses babacas, não é? Antes eu era a nerd esquisita e agora eu era a nova gatinha do colégio? Ah! Faça-me o favor! O engraçado era a cara das patricinhas do colégio. Elas me olhavam com uma cara que dizia: “O quê? Como essa garota pode ser mais bonita do que eu?”. Eu morria de rir.

Hora da educação física. Eu tinha que escolher uma modalidade para fazer esse ano. Tinha vôlei, futebol, natação, tênis, karatê e ginástica olímpica. Fiquei na dúvida entre karatê e ginástica olímpica, mas depois que descobri que apenas as líderes de torcida faziam ginástica olímpica, preferi o karatê. Gwen estava no karatê. Ela era faixa preta. Eu também era. Parei de lutar quando vim para Bellwood, então me lembrava de tudo. Infelizmente, eu não tinha como provar isso para o sensei. Como eu disse que sabia lutar, ele mandou que eu escolhesse alguém para lutar comigo. É claro que eu escolhi a Gwen, afinal ela estava no mesmo nível que eu. Disse a ela para que ela não pegasse leve comigo, e que fingisse que eu era um de seus inimigos. Nós subimos no tatame, nos cumprimentamos e começamos. O primeiro golpe que a Gwen tentou foi um chute na altura do rosto, mas eu desviei e pulei para o lado. Eu queria primeiro ver o que ela sabia para depois atacar. Ela tentou uma série de golpes e eu desviei de todos. No final, ela tentou me socar e eu segurei a sua mão e a joguei no chão.

    - Sorte de principiante! Quero revanche! – Gwen disse

    - Ok! Você que sabe! – eu respondi

Ela se levantou e começamos outra luta. Dessa vez foi bem rápido, pois eu já sabia o que ela sabia fazer. Ela tentou acertar um soco no meu rosto. Eu abaixei de uma vez só e lhe dei uma rasteira, o que a fez cair no chão e perder a luta novamente. Ficamos repetindo a luta até o sensei dizer chega. O sensei disse que se eu ganhasse dele em uma luta e fizesse todos os katás, eu seria promovida automaticamente a faixa preta. Fiz todos os katás direitinho e o venci em uma luta. Foi tão fácil! Ele era muito fracote! Até a Gwen era mais forte que ele! Não que ela fosse fraca, mas... Vocês entenderam!

Fiquei sem fazer nada o dia inteiro em casa, até que a Gwen me ligou e me chamou para sair. Iríamos ver um jogo de beisebol dos yankees contra os lakers. O Kevin e o Ben eram apaixonados por beisebol e ambos torciam pelos yankees. Provei para a Gwen que eu podia me arrumar sozinha ao vestir uma calça jeans, um tênis all star preto e branco e uma camisa branca de mangas curtas com um colete jeans por cima e prendi o meu cabelo em um rabo de cavalo alto com a franja solta. Quando eu entrei no carro, Kevin e Ben não paravam de falar sobre o jogo. A Gwen tava morrendo de tédio dava para ver na cara dela. Entrei no carro e automaticamente coloquei os fones do meu mp3 nos meus ouvidos para não ter que ouvir todo aquele blábláblá. Eu estava tão distraída que nem percebi que havia um alienígena enorme na nossa frente, até que o Kevin gritou um xingamento muito feio que não deve ser citado por que eu sou uma pessoa civilizada. Pulamos para fora do carro, Kevin absorveu o cimento da rua e partiu para cima do alienígena gritando:

    - Seu filho da... Você não vai atrapalhar meu jogo de beisebol!

Gwen me empurrou para trás e me mandou ficar dentro do carro. Aham! Até parece que eu ia ficar dentro do carro! Tinha um alienígena maneiro na minha frente para eu derrotar e eu ia ficar dentro do carro? Ah! Está bom que eu ia ficar! Ben mexeu no relógio dele e quando eu vi, ele tinha se transformado em um alienígena gigante que parecia um dinossauro, cujo nome era Enormossauro. O alienígena com o qual eles estavam lutando, se chamava Vulcanos. Ele tinha uma arma de laser e nos primeiros cinco minutos da batalha, apagou o Kevin e a Gwen. Corri até a Gwen e o Kevin e toquei suas testas fazendo com que eles instantaneamente acordassem. Kevin já ia se levantar para voltar à luta quando Gwen o impediu com uma barreira de poder. Eu já sabia como derrotar o tal Vulcanos. Perguntei se a Gwen tinha um espelho e ela disse para eu pega-lo na sua bolsa.

    - Você vai se olhar no espelho no meio de uma batalha? – Kevin perguntou abismado

    - Não, Kevin! Raciocina! Para que serve um espelho contra uma arma de raio a laser? – Gwen disse

    - Mas isso só funciona em filmes e desenhos animados! Não na vida real!

    - Vou te provar que você está errado! – eu disse correndo com o espelho da Gwen na mão

Gwen não tentou me impedir. Ela sabia bem o que eu ia fazer. Corri até o alienígena e gritei:

    - Ei feioso! Vem me pegar! Você não é páreo para uma garotinha como eu?

    - O que você está fazendo? Está ficando maluca? – Ben murmurou

    - Eu sei o que eu estou fazendo! Fica tranqüilo! - eu disse

Vulcanos era cabeça quente e só de raiva, apontou a arma para mim.

    - Não tem coragem de atirar não, idiota? Está com medinho de mim? – eu desafiei

Ele rosnou e disparou sua arma de laser contra mim. Eu joguei-lhe um sorriso travesso e levantei o espelho na direção que ele havia atirado. O raio foi refletido pelo espelho e acertou sua armadura de metal que foi explodida em mil pedaços. Pulei de felicidade e corri até onde o Vulcanos estava. Gwen, Kevin e Ben me acompanharam e quando chegamos até onde o Vulcanos estava, havia apenas um pequeno alienígena do tamanho de um bebezinho caído no chão. Não deu para agüentar e eu gargalhei como uma louca ao ver aquela cena. Kevin o segurou para que ele não fugisse. Mas, ele tinha uma pulseira que o tele transportava e assim que Kevin o pegou, ele a apertou e sumiu das mãos pesadas do Kevin.

Kevin xingou mais um monte quando chegamos ao estádio e nos disseram que o jogo havia sido cancelado por causa do mau tempo. Realmente, desde que eu havia voltado do acampamento meio-sangue, o tempo estava feio. Não havia sol. Apenas nuvens e ameaças de chuva. Era de se prever que isso podia acontecer a qualquer momento. Voltamos para casa, chateados e desanimados.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?