Acordei com alguém batendo na minha janela. Bocejei, cocei os olhos e abri a janela. Um cara loiro com feições de elfo e sandálias aladas entrou pela janela.

    - Hermes? – eu perguntei surpresa

    - Olá Lana! Tenho algo para você! – ele disse tirando algo do bolso

    - Para mim?

    - Sssssim! Para você! – disse uma voz feminina na minha cabeça

    - As cobras falam? – eu perguntei assustada

    - Claro que falamossss! Ssssssomos mágicas! – uma voz masculina disse

Ok! Isso é mais estranho do que ter um deus dentro do próprio quarto. Hermes me entregou um envelope branco e dourado e desapareceu em uma nuvem de fumaça dourada. Abri a carta e a li. Estava escrito assim:

Querida Lana,

Escrevi esta carta para lhe avisar o que está acontecendo. Na noite em que nos conhecemos, o Carro do Sol foi roubado, e com ele todo o meu poder solar. Você já deve ter percebido que estes dias não tem feito sol e nem calor, e essa é a explicação. Como você foi a última pessoa com quem eu falei, meu pai, Zeus, botou a culpa toda em cima de você. Tome cuidado! Ele está atrás de você! A única forma de provar a sua inocência é trazendo o Carro do Sol de volta para o Olimpo. Mas para isso, você precisará da ajuda de seus amigos e de uma parenta que você não vê há anos. Boa sorte!

Ass.: Febo Apolo

Zeus está vindo atrás de mim? Ok! Pode me considerar uma menina morta! Adeus mundo cruel! Sentei na minha cama e tomei coragem. Apolo e o mundo precisavam de mim! Eu não podia ser covarde! Mandei uma mensagem para a Gwen pedindo para que ela, Kevin e Ben me encontrassem no Sr. Sorvete as 2 horas da tarde. Eu precisaria de ajuda para a missão, assim como Apolo havia falado.

Expliquei para o meu pai o que estava acontecendo e por incrível que pareça, ele não tentou me impedir em nada. Eu teria que faltar ao colégio, mas eu tinha certeza que uma semana não me prejudicaria em nada. Antes de ir ao encontro dos meus amigos, eu enfiei dois drácmas de ouro no bolso e fui. Eu estava tão nervosa, que nem me liguei no meu visual. Eu estava usando as minhas velhas roupas de antes e quando a Gwen me viu disse:

    - Mas você não tem jeito, não é? O que aconteceram com as roupas novas que eu e a Julie compramos para você?

    - Ah! Esquece meu visual e a roupa que estou vestindo! Preciso da ajuda de vocês! O futuro de todo o planeta depende disso! – eu disse nervosa

    - Do que você está falando? – Ben perguntou

    - Sei que vocês não vão acreditar em mim, mas mesmo assim eu vou lhes contar. Os deuses gregos ainda existem. Eles vivem entre nós e definem nossos destinos de acorda com sua vontade. Nas antigas histórias, os deuses tinham casos com mortais e da união deles nasciam crianças super poderosas chamadas semideusas ou meios-sangues. Héracles foi um dos exemplos disso. Isso ainda continua a acontecer e para o bem dessas crianças, elas são levadas e treinadas para o acampamento meio-sangue. Foi lá que passei a última semana do verão, Gwen.

    - Isso é um absurdo! Não faz sentido! Deuses não existem! – Kevin disse

Um raio caiu do céu perto da gente, e dele, surgiu uma mulher morena de armadura dourada e com uma coruja em um dos ombros.

    - Ah mortais! Tão bobinhos! Querem uma prova de que deuses existem? Estou aqui! Sou Pallas Atena! A deusa da sabedoria e da estratégia. – ela disse

Kevin olhou ao redor assustado. Ninguém parecia notar a presença de uma deusa no recinto.

    - Ninguém pode me ver além de vocês, Kevin Levin! E mesmo que pudessem, achariam que eu sou uma simples mortal como vocês. – ela disse ao Kevin

A coruja dela voou de seu ombro e pousou no meu dedo. Eu a acariciei indiferente.

    - Você precisará da ajuda de minha filha, Lana. E daquele idiota filho de Posêidon que você conheceu no acampamento. Mas para falar com a minha filha, você deverá ir até onde ela mora. Algo está interferindo o sinal das mensagens de Íris para lá. – ela disse e virando-se para Gwen, Kevin e Ben disse – Benjamim seja um herói e ajude sua amiga nessa! Salve o mundo mais uma vez! Kevin, você está devendo uma a ela, não está? Hora de retribuir! E Gwendolyn, Lana precisará da sua ajuda mais do que tudo! Você é uma garota inteligente! Eu teria muito orgulho se você fosse minha filha! Agora preciso ir! Adeus!

A coruja voou de volta para o seu ombro e ela estalou os dedos desaparecendo em uma chuva de mármore e ouro.

    - Agora acreditam em mim? – eu perguntei a eles

Os três balançaram a cabeça afirmativamente. Entreguei-lhes a carta de Apolo e pedi para que lessem. Depois de lerem, Gwen disse:

    - De quem Atena estava falando exatamente?

    - Como assim? – eu perguntei

    - Ela disse que você precisaria da ajuda de uma filha dela e de um filho de Posêidon. Quem são eles? E onde a garota mora? Ela disse para irmos até onde ela mora.

    - São, Percy Jackson e Annabeth Chase. O Percy mora em Nova York e a Annabeth em San Francisco.

    - Então pegamos e Percy primeiro, certo? Ele mora mais perto. – Kevin perguntou

    - Certo.

    - E quem é a “parenta que você não vê há anos” que o Apolo cita na carta? – Ben perguntou

    - Acho que é a minha prima Alice. Ela também mora em San Francisco. Essa missão não será curta. Talvez passemos até uma semana procurando o Carro do Sol. Ele pode estar escondido em qualquer lugar.

Kevin me deixou em casa para eu arrumar as minhas coisas e meia hora depois apareceu com a Gwen no carro.

    - Cadê o Ben? – eu perguntei

    - Está vindo! – Kevin respondeu

Ben apareceu segundos depois em um carro preto e verde. Kevin disse para eu entrar no carro.

    - Antes de irmos, preciso avisar ao Percy o que está acontecendo. – eu disse

    - Por que você não liga para ele durante a viagem? – Kevin perguntou

    - Por que celulares são perigosos para meios-sangues. O sinal pode ser rastreado e aí já era. Preciso mandar uma mensagem de Íris. Alguém tem uma lanterna?

    - Eu tenho, mas para que você quer uma lanterna?

    - Para fazer um arco-íris. É o único jeito de se enviar uma mensagem de Íris.

Gwen saiu do carro e foi me ajudar. Joguei um drácma de ouro no arco-íris, murmurei uma oração e a imagem de um garoto de cabelos pretos de costas, apareceu nele.

    - Percy! – eu chamei

Ele virou-se com a boca cheia de jujubas azuis e arregalou os olhos surpreso.

    - Msdfhasgd? – ele disse com a boca cheia

    - O quê? Termina de mastigar primeiro, Cabeça de alga.

    - Aconteceu alguma coisa, Lana? – ele perguntou depois de terminar de mastigar

    - Preciso da sua ajuda! Alguém roubou o Carro do Sol e Zeus botou a culpa em mim. Daqui a alguns dias, o mundo vai entrar em caos.

    - Então Atena estava certa! Não que algum dia ela estivesse errada, mas... Você entendeu!

    - Ela apareceu para você também?

    - Mais ou menos. Foi em um sonho que eu tive, mas eu não prestei muita atenção, por que ela tentou me fulminar. Eu vou arrumar as coisas aqui e dou um jeito de ir até a sua cidade.

    - Não precisa. Só arruma as coisas que eu estou indo te buscar. Só me dá o seu endereço. Da sua casa eu vou até San Francisco para pedir a ajuda da Annabeth.

    - A Annabeth também vai?

    - Tomara que sim, por que a mãe dela me mandou chamá-la. E eu tenho certeza que vou precisar da ajuda dela.

A mensagem se desfez e eu entrei no carro do Kevin. Sabe? Às vezes eu acho que o Kevin não bate bem da cabeça. Que tipo de pessoa vai de Bellwood a Nova York a 180 km/h? Eu estava para gritar com ele e chamá-lo de muitas coisas inapropriadas para uma criança dizer quando chegamos ao prédio do Percy. Eu subi as escadas, bati na porta dele e o seu padrasto me atendeu.

    - Pois não? – ele disse abrindo a porta

    - Meu nome é Lana Johnson. O Percy está? – eu perguntei

    - Entrem que eu vou chamá-lo. – ele disse nos mostrando o sofá

    - Obrigada.

Sentamos no sofá e o padrasto de Percy foi chamá-lo. A mãe do Percy apareceu da cozinha e nos ofereceu biscoitos azuis. Kevin, Gwen e eu aceitamos, enquanto Ben murmurava algo como: “Isso é muuuuuuito estranho!”. Percy apareceu na sala e sentou-se no sofá mais próximo ao nosso.

    - Oi! – ele disse a todos com uma cara confusa

    - Percy, esses são Ben e Gwen Tennyson e esse é Kevin Levin. São meus amigos e vão à missão com a gente. – eu disse

    - Eles são mortais ou...

    - Mais ou menos. Sei que é inacreditável, mas eles descendem de alienígenas como eu.

    - Maneiro! E eles têm poderes e podem ver através da névoa como você?

    - Poderes eles tem, mas não tenho certeza se eles podem ver através da névoa. Pronto?

    - Só preciso pegar a mochila e me despedir da minha mãe e do Paul.

Percy estava tão animado com a missão, que foi correndo para o quarto e no meio do caminho, esbarrou na sua mãe, que segurava uma bandeja cheia de copos de vidro. A bandeja caiu no chão e os copos se quebraram. Ao contrário do que eu pensei que ia acontecer, a mãe de Percy apenas riu, enquanto ele recolhia os cacos de vidro com as mãos nuas.

    - Ele está ficando maluco? Ele vai cortar a mão dele toda com os cacos! – Gwen murmurou

    - Calma! Ele tem a Maldição de Aquiles. Ele não vai se machucar nem se quiser! – eu murmurei de volta

Gwen me lançou uma cara confusa e eu lhe disse que explicava depois. Percy terminou de recolher os cacos, pegou sua mochila, abraçou a sua mãe e o seu padrasto e lhes deu adeus.

    - Toma cuidado, meu amor! Dê lembranças a Annabeth! Eu te amo! – a mãe de Percy disse a ele enquanto descíamos as escadas.

Descemos as escadas e Kevin parou em frente ao seu carro. Próxima parada: San Francisco!

    - Ah, quer saber? Se formos de carro até San Francisco, em alta velocidade, demoraremos uns 4 dias e meio. Sugiro irmos na Lata Velha. – Kevin disse

    - Lata Velha? – Percy perguntou confuso

    - É meio que o nosso jatinho particular.  – Gwen disse ao Percy - Quanto tempo levaria Kevin?

    - Uma ou duas horas. Dependendo de mim, chegamos em uma hora! – Kevin disse com um sorriso travesso

    - Ahn, galera? Não gostei nem um pouco da idéia! – Percy disse nervoso

    - Por quê? – Ben perguntou

    - Digamos que meu pai e Zeus não se dão muito bem!

    - Não entendi!

    - O Percy, é filho de Pôseidon, que é irmão de Zeus. Eles vivem tentando se matar. Sendo assim, é perigoso para o Percy voar, pois a qualquer momento, Zeus poderia derrubar a Lata Velha com todos nós dentro. – eu expliquei

    - Ele tem esse poder? – Ben perguntou

    - Ele é o deus dos raios e dos céus! É claro que ele tem esse poder! – eu disse – E ele também não está nada feliz comigo!

    - É o jeito mais rápido de chegarmos. Quanto menos tempo levarmos, melhor. – Kevin disse

    - Eu vou arriscar! – eu disse levantando a mão – E você Percy?

    - Não sei não! Não há outro meio? Nem pela água? – ele perguntou

Balançamos a cabeça negativamente e Percy gemeu.

    - Di immortales! Tomara que Zeus tenha piedade de nós e que Atena e Apolo nos protejam! – ele disse