Até As Nerds Sabem Lutar! escrita por Lise Muniz


Capítulo 8
Capítulo 8 - Um dia com as novas amigas


Notas iniciais do capítulo

A promessa ainda está de pé! Promessa para mim é divida! Assim que possível eu posto mais, Ok?;)



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No dia seguinte, meu pai foi me buscar no acampamento bem cedo. A dúvida que está na minha cabeça é a seguinte: Como é que ele descobriu onde fica o acampamento meio-sangue? Eu arrumei as minhas coisas e me despedi dos meus amigos. Clarisse não iria voltar para o mesmo colégio que eu, porque provou que não sabe lidar com as pessoas do mundo mortal. Ela ficaria no acampamento, o que para mim foi um alívio. Eu não queria ter uma meio-sangue vingativa na mesma classe que eu. Annabeth e Percy também arrumaram as suas coisas. Eles iriam voltar para casa e só se veriam novamente nas férias de inverno. Annabeth morava em San Francisco e Percy em Nova York. Eles desceram a colina meio-sangue comigo e nem sequer olharam para trás. Meu pai estava me esperando do lado de fora do carro e me encheu de beijos e perguntas. Definitivamente, eu nunca havia passado tanto tempo fora de casa.

Quando chegamos a nossa casa, eu vi a bagunça que ela estava. Nem a pobre televisão escapou da avalanche de roupas sujas. Fiquei me perguntando se o mesmo havia acontecido quando minha mãe foi para o acampamento. Subi as escadas correndo, joguei minha mochila na cama, peguei o cesto de roupas sujas e desci as escadas. Homens são tão... Blerg. Havia meias e cuecas espalhadas por tudo quanto era canto da casa. Acho que o único cômodo que sobreviveu a bagunça do meu pai foi o meu quarto, que impressionantemente estava do jeito que eu havia deixado. Meu pai dormiu no sofá, enquanto eu dava uma geral na casa.

Quando terminei a operação “Limpar a bagunça que o meu pai fez”, eu estava morta de fome. A minha sorte foi que meu pai havia deixado um pedaço de torta napolitana dentro da geladeira. Comi tão rápido que me sujei toda, e meu pai que havia acabado de acordar, ficou rindo da minha cara.

No dia seguinte era segunda-feira. Acordei cedo e arrumei o meu material. Vesti um suéter de lã, uma calça legging e uma sapatilha vermelha. Comi meu café-da-manhã rapidamente e corri para fora de casa quando o motorista do ônibus buzinou. Para o meu azar, já havia uma menina sentada ao lado da Gwen no ônibus. Ela era asiática, tinha os cabelos pretos curtinhos e usava uma roupa típica de uma tenista. Passei pelas duas de cabeça baixa e sentei em um banco atrás delas. Quando chegamos à escola, Gwen e ela foram me procurar.

- Por que você faltou esses dias todos, Lana? Senti sua falta! – Gwen disse

- Eu não estava me sentindo muito bem. Passei mal com algo que eu comi. – eu menti

- Então você é a garota de quem a Gwen tanto fala? – a garota asiática me perguntou – Prazer, meu nome é Julie Yamamoto!

- E o meu é Lana Johnson. Sou nova aqui na cidade e no colégio.

- Isso é bom! Por que aí os meninos não vão poder te perturbar que nem perturbam a gente.

- E por que eles as perturbam?

Não deu tempo de ela responder, por que o sinal tocou. Pegamos nossas coisas e entramos na sala de aula. Era aula de artes. A professora deu uma tela para cada um e mandou que pintássemos a imagem do nosso herói ou heroína favorito. Gwen desenhou a mulher-gato, Julie desenhou um garoto de cabelos castanhos e olhos verdes com um relógio esquisito e eu desenhei a imagem da minha mãe tocando uma harpa. Ficou assim:


Apenas eu ganhei um A+, por que segundo a professora, apenas eu entendi o que realmente era para ser feito. Todos aplaudiram e elogiaram a minha pintura. Tenho certeza que se a Clarisse estivesse ali, ela seria a única a vaiar e dizer que estava um lixo. AI! Essa garota me persegue até nos meus pensamentos mais felizes!

Depois da aula, o namorado da Gwen foi buscá-la no colégio. Ele estava nervoso e com o braço todo arranhado. Gwen entrou no carro as pressas e nem se despediu de nós direito. Quando cheguei em casa e liguei a televisão, o repórter Will Harenga estava xingando um garoto chamado Ben Tennyson e dizia que ele era apenas mais um heroizinho de quinta. Atrás dele, havia uma foto onde eu via um garoto de cabelos castanhos e olhos verdes, como o garoto que a Julie havia desenhado, um garoto forte feito de cimento, que se parecia muito com o namorado da Gwen, e uma garota ruiva de olhos verdes projetando energia que eu posso jurar que era a Gwen. Fiquei encucada! Fui até a casa dela. Quando cheguei lá, sua mãe disse que ela não estava em casa, mas que já ia chegar e me mandou sentar no sofá da sala de estar. Fiquei esperando a Gwen por mais ou menos meia hora, até que ela chegou com metade da camisa dela toda rasgada.

- O que foi isso? – eu disse arregalando os olhos

- O que você está fazendo aqui? Quer dizer... não que eu não queira você aqui, mas... Você entendeu! – Gwen disse

- Me explica primeiro o que é isso aqui!

Eu peguei a foto do jornal (que eu peguei na internet) e lhe mostrei.

- Ué! É uma foto, ora! – ela disse afirmando o óbvio

- Eu sei que é uma foto! Mas olha melhor! Quem você está vendo aqui? – eu disse apontando para a garota ruiva na foto

Gwen empalideceu e me puxou escada acima até o quarto dela e trancou a porta.

- Onde você pegou essa foto? – ela perguntou

- Três palavras. TV. Jornal. Internet. – eu respondi

- Will Harenga! – ela murmurou

- O que você estava fazendo, criatura? Ficou maluca? Me explica tudo o que aconteceu! Por que sua camisa está toda rasgada? E por que você saiu às pressas do colégio?

- Talvez você não acredite em mim, mas eu vou tentar. O garoto de cabelos castanhos se chama Ben Tennyson, ele é o meu primo. Passamos as férias de verão de 2005 com nosso avô, Maxwell Tennyson, o amigo do seu pai. Fomos acampar no primeiro dia, e um meteoro caiu perto de onde estávamos. O Ben, curioso, foi ver o que era e aí tudo começou. Ele encontrou a arma mais poderosa do universo no meteoro e ela grudou no pulso dele. Esse negócio que está no pulso do garoto da foto, se chama omnitrix, foi o que ele achou naquele dia. Daquele dia em diante, nossas vidas mudaram. Alienígenas começaram a aparecer querendo o relógio ou querendo destruir a Terra e sobrou para nós detê-los.

- Então vocês são encanadores? Mas o que é isso aqui saindo da sua mão na foto? E quem é esse do seu lado?

- Sim, somos encanadores. Temos distintivos para provar. – ela disse e me mostrou o seu – Isso que está saindo da minha mão é mana. A energia elementar da vida. Eu herdei da minha avó que era anodita. E o garoto ao meu lado se chama Kevin. É o meu namorado que você viu hoje, indo me buscar no colégio.

- Então da escola você foi direto derrotar um alienígena?

- Exatamente.

- Você pode me achar louca, mas eu também tenho descendência extraterrestre. Minha mãe era alienígena e meu pai é um encanador. Eu também tenho poderes. Veja!

Eu peguei seu braço e toquei o machucado em seu braço. Ele se curou instantaneamente. Gwen olhou para mim abismada.

- C-como... De que planeta era a sua mãe? – ela perguntou ainda abismada

- Ela era de Hélade. Fica a meia galáxia de distância daqui da Terra. Mas nem todos os helenos têm o mesmo poder.

- Não?

- Não. Cada um tem um poder diferente. Dependendo de... Ah esquece! Você não vai entender!

- Ok então! Eu vou para o shopping com a Julie, o Ben e o Kevin. Quer ir com a gente? Você está precisando!

- Sério? Me visto tão mal assim?

- Não. Mas acho que você precisa de uma mudança de visual! Você vai?

- Se meu pai deixar eu vou! Só preciso tomar um banho e trocar de roupa.

- Tudo bem! Passo na sua casa as cinco.

- OK.

Voltei para casa e pedi ao meu pai para sair com as meninas e ele deixou. Subi as escadas, tomei um banho e vesti uma camisa de mangas compridas, uma saia, uma calça legging por baixo da saia e um tênis all star preto. Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo de lado, peguei minha bolsa e os meus objetos mágicos (não saio de casa sem eles). As 5 em ponto, Gwen apareceu na minha porta. Despedi-me do meu pai e entrei no carro do namorado da Gwen. Até que o Kevin era legal. O problema é que ele era muito violento e pela cara dele, dava para ver que ele só estava ali por que queria agradar a Gwen.

Encontramos Julie e Ben (o primo da Gwen) no shopping. Ben estava de casaco e óculos escuros, como se quisesse esconder-se de alguém. Fiquei com medo de perguntar por que ele estava daquele jeito, então deixei para lá.

As meninas fizeram o que quiseram comigo. Fizeram com que eu tirasse os meus óculos, mudaram meu estilo de roupa e me fizeram ir ao salão de beleza. Entrei como uma nerd e saí como uma garota romântica. Meu cabelo agora estava preso em uma trança florida e eu usava uma camisa azul de babados, uma calça jeans, sandálias de salto alto também azuis, um colar com pingente de nota musical dourado e brincos de argolas também douradas. Quando saí, eu tinha tantas sacolas, que eu mesma já não dava mais conta de tudo.

O Ben e a Julie foram para casa e o Kevin e a Gwen perguntaram se eu não queria ir para um tal de Sr. Sorvete. Eu não fazia a mínima do que era isso, mas acabei topando em ir com eles. Quando chegamos lá, Gwen foi fazer os pedidos, enquanto eu e Kevin conversávamos. Kevin me olhou de cima a baixo e depois de muito pensar disse:

- Eu te conheço! Você era a garota loirinha que me ajudou uma vez quando eu era garoto! Meu pai era amigo do seu e nos encontramos uma vez em um parque em San Francisco! Eu caí e cortei o joelho. Aí você pôs a mão em cima dele e ele se curou! Eu tinha cinco anos e acho que você tinha três.

- Eu me lembro disso! Você era inquieto! Queria correr para tudo quanto era canto e não sossegava! Machucou-se por que inventou de subir em uma árvore e escorregou. Eu lembro que quando fui ver se você estava bem, você chorava como um neném. – eu disse

- Não conta isso para ninguém, OK? Vai queimar o meu filme! E como vai a sua mãe? Ela era legal comigo! Eu gostava dela!

- Disse bem. Gostava. Ela morreu há 11 anos. Meu tio a pegou em uma armadilha e...

Foi demais para mim. Eu comecei a chorar e o Kevin se desesperou. Tentou me acalmar de todo o jeito. Disse coisas bonitas, pediu que eu me acalmasse e até me abraçou para ver se eu parava de chorar. Eu olhei para o lado e de repente comecei a rir.

- Você está... Rindo? – Kevin disse – Quer me deixar louco? Achei que você estava triste e...

- Não! Eu estou triste, mas... Disfarça e olha para o lado! Olha a cara que a Gwen está fazendo! – eu disse em meio ao riso

Gwen nos olhava com uma cara que dizia: “Ai como eu estou morrendo de ciúmes!” Mas ela tinha razão para isso, afinal, eu estava nos braços do namorado dela! Eu me soltei dos braços de Kevin e ainda rindo, fui até onde a Gwen estava. Peguei meu Milk-shake da mão dela e sorrindo eu disse:

- Não se preocupe! O Kevin e eu somos só amigos de infância! Ele é todinho seu! Pode ficar com ele! Não quero nem uma lasquinha.

- Então por que estavam abraçados ali daquele jeito? – ela disse

- Ele estava tentando me consolar. Eu fiquei triste e comecei a chorar quando ele falou sobre a minha mãe. Ela morreu quando eu tinha 5 anos.

- Eu... Sinto muito! Eu não sabia!

- Não, tudo bem! É passado! Esquece isso! O importante agora é curtir a vida!

Conversei com os dois até a hora de eu ir para casa. Eles me contaram algumas de suas aventuras e das idiotices que o Ben fazia de vez em quando. Quando voltei para casa, meu pai até se assustou com a mudança de visual e me disse que havia bolo na geladeira. Ataquei o bolo, tomei banho e dormi como uma pedra. Que dia bom! Nota mental: sair com as amigas é muito legal e deve ser repetido sempre. Nada melhor que uma boa dormida antes de um novo e belo dia!


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?