Até As Nerds Sabem Lutar! escrita por Lise Muniz


Capítulo 11
Capítulo 11 - Sobrevivo


Notas iniciais do capítulo

Ano-novo, capítulo novo. Desculpem-me pela demora. Eu estava toda enrolada aqui em casa por causa do ano novo. Esperem que me perdoem. Bjs, louise98
P.S.: Feliz ano novo!



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Assim que a Lata Velha decolou, o Percy entrou em pânico e começou a tremer. Ele fechou os olhos e ficou rezando para o seu pai e pedindo para que ele distraísse Zeus o máximo que conseguisse. Eu e a Gwen sentamos ao seu lado e tentamos desviar a atenção dele na viagem. Gwen teve que dar um tapa no Kevin para que ele diminuísse a velocidade da Lata Velha e conseguirmos acalmar o Percy. Eu sabia como ele se sentia. Também não saia da minha cabeça a idéia de a qualquer momento ser acertada por um raio disparado por Zeus.

    - O que exatamente a Atena falou para você, Percy? – eu perguntei tentando desviar a sua atenção

    - Tirando os xingamentos e as tentativas de me fulminar? Ela falou que o Carro do Sol tinha sido roubado e era melhor eu te ajudar a achá-lo, senão ela iria “dar um jeito em mim”. E depois me xingou mais um monte e ficou dizendo que a Annabeth era uma boba por gostar de mim.

    - A Atena te ama, não é? – Gwen brincou e um raio caiu perto da gente

    - Pelo amor dos deuses, nunca mais faça isso! – eu e Percy dissemos em uníssono

    - Ok! Mas porque a Atena odeia tanto o Percy? – Gwen perguntou

    - Lembra de como a cidade de Atenas foi criada? – Percy perguntou

    - Da forma mitológica? – Gwen perguntou e nós assentimos – Atena e Poseidon brigaram e... Ah! Entendi! E Annabeth é a sua namorada, Percy?

    - É. Começamos a namorar no final do verão passado. Um pouco antes de conhecermos a Lana. – Percy respondeu

    - Por que eu estou com a impressão de que a Annabeth vai brigar com a gente quando a gente aparecer na casa dela? – eu perguntei pensativa

    - Não sei. – Percy falou                                                                                                  

Ficamos conversando o resto da viagem e esquecemos até que estávamos correndo risco de vida. Porém, quando estávamos chegando, o Kevin resolveu nos apavorar. Ele fez uma manobra arriscada que sacudiu toda a Lata Velha. Percy agarrou o banco e ficou branco como papel, enquanto eu apertava as mãos na boca para não vomitar. Quando pousamos, Percy beijou o chão e agradeceu aos deuses por terem nos poupado e eu desci a rampa de saída correndo e pus todo o meu almoço para fora de uma vez só.

    - Cara! Vocês precisavam ver a cara de vocês! Vocês estavam tão... – Kevin começou e gemeu com a cotovelada que a Gwen deu em seu estômago.

Havíamos pousado em uma base dos encanadores e eles vieram logo saber quem nós éramos. Gwen e Kevin mostraram os seus distintivos e Ben ficou se achando dizendo que O Herói tinha chegado. Dei um tapa em sua nuca e Gwen disse aos encanadores que nos deixasse passar também, por que estávamos com eles. Identificamo-nos a eles e o Kevin e o Ben pegaram os seus carros. Percy ameaçou o Kevin e disse que se ele aprontasse mais uma dessas, ele iria afogá-lo no primeiro lago que visse. Kevin o ignorou e partiu com o carro a 100 km/h. Ele só diminui a velocidade, quando pegamos o verdadeiro trânsito de San Francisco. A cidade estava um caos. Havia pelo menos um engarrafamento a cada cem metros. E o pior é que não existia outro caminho mais rápido para chegar à casa da Annabeth. O caminho era só um e o mais demorado possível. Kevin não gostou nada, nada disso. Ele gostava de velocidade e não lerdeza.

Chegamos à casa da Annabeth, eram seis e meia da noite e quem atendeu a porta foi o pai da Annabeth.

    - Boa noite, Sr Chase. A Annabeth está? – Percy perguntou ao pai da Annabeth

    - Boa noite, Percy. A Annabeth está lá em cima. Se quiserem, vocês podem ir lá chamá-la.

Agradecemos, entramos na casa e subimos as escadas, parando em frente à porta do quarto da Annabeth, que estava entreaberta. Percy nos jogou um olhar travesso e entrou no quarto de fininho. Annabeth estava sentada em uma cadeira de costas para a porta. Percy parou atrás da cadeira dela e cutucou a sua barriga. Ela virou de uma vez só e bateu nele com um de seus projetos.

    - Ai, Anne! Pegou complexo da sua mãe? – Percy disse gemendo e segurando a mão dela

    - Cabeça de Alga? Desculpa! Achei que fosse o Matt tentando me irritar! Mas o que você está fazendo aqui? – Annabeth
perguntou

    - O que NÓS estamos fazendo aqui. – eu disse saindo detrás da porta

    - Lana? – Annabeth perguntou surpresa

    - Sua mãe apareceu para a gente e disse que eu devia chamá-la, pois você deveria nos ajudar na nossa missão. – eu disse a ela

    - Que missão?

    - Devemos achar o Carro do Sol e devolvê-lo ao Apolo, no Olimpo, antes do Zeus me pegar e me fazer em pedacinhos.

    - Ele acha que foi você quem roubou?

    - Exatamente, sendo que eu sou inocente nessa história toda. Eu posso ser muitas coisas, mas ladra eu não sou. Foi Apolo quem me avisou o que estava rolando. Ele disse que eu precisaria da ajuda de todos os meus amigos. Sendo assim, eu chamei o Percy e os meus outros amigos que eu vou lhe apresentar agora. Estes são Gwen e Ben Tennyson e este é Kevin Levin. Eles são meus amigos meio-alienígenas que nem eu.

    - Prazer!Meu nome é Annabeth Chase. – Annabeth disse a Gwen, Kevin e Ben - Lá vamos nós de novo! Da última vez, roubaram o raio-mestre e Zeus colocou a culpa no Percy. Só fomos achar o tal do raio, com Ares na praia de Santa Mônica. Deu um trabalho enorme! Mas, você não acha melhor começarmos a procurá-lo amanhã de manhã?

    - O problema é que não temos onde ficar. Não tenho mais a minha antiga casa aqui. – eu disse a Annabeth

    - Lugar não é problema! Vocês podem passar a noite aqui em casa. E para não criamos confusão, você e a Gwen ficam no meu quarto e Kevin, Ben e Percy ficam no quarto de hóspedes, OK?

    - O que vocês acham? – eu perguntei virando-me para eles

    - Sem problemas! Mas não iria te incomodar ou incomodar os seus pais? – Gwen perguntou

    - Meu pai não vai se importar e a minha madrasta? Quero mais é que se exploda! – Annabeth disse sorrindo como se a idéia de explodir a sua madrasta a agradasse

    - Annabeth! O jantar está na mesa! Chame os seus amigos para jantar conosco também! – a madrasta da Annabeth gritou

A mesa da sala de estar era muito pequena para todos nós, e por isso, Gwen, Ben, Kevin e eu comemos no sofá da sala de estar. A madrasta da Annabeth não parecia ser tão ruim quanto a Annabeth achava, mas não era eu que convivia com ela diariamente, não é? Agora já os irmãos dela? Aqueles eram pestes! Depois de conviver uma hora com eles, agradeci aos deuses por ser filha única. Eu tinha pena da Annabeth. Como é que ela agüentava os irmãos dela? Eles só pararam de correr e puxar os nossos cabelos quando a mãe deles disse que era a hora de dormir. Agora eu sei por que a Annabeth fugiu de casa aos sete anos. Eu também fugiria se a minha casa fosse assim.

Assim que terminamos de jantar, Annabeth conversou com o seu pai e ele deixou que passássemos a noite lá. Tomamos banho e quando a Annabeth abriu a porta do seu quarto, havia peças de Lego espalhadas por todo o chão. Annabeth ficou furiosa e foi andando pesado até o quarto dos seus irmãos. Gwen ficou no quarto enquanto eu seguia a Annabeth para ver o que ela ia fazer.

    - Matt! – Annabeth gritou entrando no quarto dos seus irmãos

O garoto se encolheu no canto e fez cara de culpado. Ele sabia muito bem o que havia feito de errado.

    - Que parte de “não entre no meu quarto!” você não entendeu? – Annabeth continuou falando – É o MEU QUARTO! Não seu! Não me interessa se você vai brincar na sala, no quarto ou no porão. Mas não no meu quarto!

    - Annabeth? – Gwen disse colocando a mão no ombro dela

    - Que foi? – Annabeth respondeu mal humorada

    - Olha! – ela disse estendendo as mãos.

Nas mãos da Gwen, havia um pequeno chalé grego feito de Lego. Annabeth olhou para o chalé, olhou para o seu irmão e disse:

    - Foi você que fez isso, Matt? – ela perguntou

    - Achei que você iria gostar! Você gosta tanto de desenhar aquelas casinhas gregas que eu achei que ia ser legal construir uma. Desculpa! Eu não vou entrar mais no seu quarto, prometo! – ele disse com medo

    - Eu gostei mesmo, obrigada! Desculpa por brigar com você! Mas não quero mais você no meu quarto, Ok?

Matt balançou a cabeça afirmativamente e abriu um largo sorriso. Annabeth, Gwen e eu voltamos para o quarto, recolhemos as pecinhas de Lego e demos Boa Noite para os meninos no outro quarto. Gwen e Annabeth se despediram de Kevin e Percy com um beijo e o Ben me olhou sem jeito. Olhei feio para ele e ele riu. Nós três voltamos para o quarto e deitamos nas nossas camas. Na verdade, na cama só quem dormiu foi a Annabeth, por que eu e a Gwen dormimos nos nossos colchonetes (que nós levamos porque sabíamos muito bem que nem sempre poderíamos dormir em camas macias de hotel). A madrasta da Annabeth apareceu na porta do quarto e nos perguntou se não estávamos precisando de nada. Agradecemos e dissemos que estava tudo bem.

Sonhei com Apolo. Dessa vez ele estava de camisa branca e calça jeans. Ele não parecia muito bem. Ele estava com os olhos fundos, seu cabelo e seu sorriso não brilhavam mais como antes. Mas mesmo parecendo estar muito mal, ele sorria para mim.

    - Boa noite, Lana! – ele disse rouco

    - O quê aconteceu com você? Está pálido e fraco! – eu disse preocupada

    - Estou assim, por que o Carro do Sol era a fonte do meu poder. Depois que ele foi roubado, eu fui ficando assim. A cada dia eu enfraqueço mais.

    - Ah Meus Deuses! Eu preciso ser rápida então! Não posso deixar que você morra!

    - Calma Lana! Levo quanto tempo precisar! Mas... Está faltando alguém na sua equipe, não é?

    - Sim. “A parenta que eu não vejo há anos”. É a minha prima Alice, não é?    

    - Exatamente. Ela será de grande ajuda. Mande uma mensagem de Íris para ela amanhã. Não há como mandar mensagens para San Francisco, mas você está em San Francisco. Dentro da cidade o sinal está normal.

    - Eu encontrarei o seu Carro do Sol! Eu juro pelo...

    - Não jure pelo Estige, pode ser muito perigoso...

    - E nem jure pela sua vida, os romanos levam isso muito a sério. Era uma das frases preferidas da mamãe! Como sabia?

    - Eu sei de muitas coisas Lana!

    - Agora a localização do Carro do Sol...

    - Esta está escondida de mim. Eu não queria te arriscar assim! Mas esse também é o único jeito de te salvar do papai. Eu e a Atena estamos tentando escondê-los dele. Só uma coisa. Evitem voar. O céu é o reino de Zeus. Se ele pegasse vocês...

    - Eu não estaria aqui agora. Obrigada por nos proteger. Mas eu tenho uma pergunta. Por que Atena está nos ajudando se ela odeia o Percy?

    - Porque ela sabe que você é inocente. E também sabe que você vai precisar da ajuda dele. Foi uma luta para ela admitir isso. Agora eu preciso ir. Boa noite Lana! E boa sorte! Eu confio em você!

O sonho se desfez e eu fiquei pensando. Eu precisava ser rápida. Apolo contava comigo! Eu não podia deixá-lo morrer. Ele era o meu deus favorito. Eu iria achar o Carro do Sol. Nem que isso significasse noites em claro e sacrifícios de vida.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?