Candy Moore escrita por Renata Naoli


Capítulo 3
Capítulo 3 - E o tempo passa...


Notas iniciais do capítulo

Demorei, pois estava viajando, mas agora ta aí o terceiro capítulo :) Boa leitura!!



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No capítulo anterior:

Não acreditei quando vi aquilo e logo olhei para os lados na esperança de encontrar alguma dica de quem colocara aquilo sobre a minha mesa. Me senti confusa e sem jeito guardei o papel entre as folhas do livro e como se nada tivesse acontecido e me virei para o professor. O mesmo fazia uma anotação em seu caderno e ao mesmo tempo olhava fixamente para um dos alunos que sentavam na fileira ao lado , este por sua vez tentava desviar o olhar de mim sem que percebesse.

Logo, percebi algumas meninas sussurrando, com o olhar em mim... Quem teria escrito aquele bilhete?

°°°°°°°°

Após alguns minutos o sinal soou alertando à alunos e professores que a aula acabara. O professor despediu-se e caminhou até biblioteca. Esperei que todos saíssem e levantei-me com bastante cautela para não chamar atenção.


O intervalo entre as aulas se resumia em poucos minutos e, durante este pouco tempo, era necessário seguir até a sala na qual teria sua próxima aula. Como eu não conhecia o colégio, tive que acompanhar discretamente um grupo de alunas que se dirigiam à mesma sala.

O corredor era extenso e se prolongava acabando em um jardim repleto de flores e árvores. Era lá que alguns alunos passavam o recreio. A porta da sala de meu rumo era a terceira e já se encontrava aberta aguardando os alunos, entrei logo após o mesmo grupo que eu acompanhara e sentei-me na primeira fileira.

Abri o livro da matéria na página citada no quadro negro e olhei em meu relógio as horas, faltavam alguns minutos para o sinal tocar novamente, então decidi andar pelo corredor até o horário de voltar para a sala. Ao sair, deparei com a professora, parecia simpática, usava um vestido de rendas claras longo e uma simples fita no cabelo. Ela sorriu com um sorriso sincero e, a partir dali me senti como a aluna preferida da Srta. Scott.

Virei-me novamente para a porta e a observei: ela entrou na sala vagarosamente e acenou para os demais alunos que formavam rodas de conversas, sentou-se em sua cadeira de couro e abriu o livro e algumas pastas que se espalharam por toda a mesa. Logo senti um leve toque em meu ombro e segui o olhar para o outro lado. Era ele, novamente, com um sorriso e o mesmo olhar de sempre que eu o via.

– Olá! Desculpe-me se te assustei. Não esperava você por aqui - ele disse. Sorri um tanto sem graça e o cumprimentei formalmente, ele rejeitou a maneira e me cumprimentou através de abraço e um leve beijo na bochecha.

Não sabia como fiquei por fora, mas sabia que por dentro eu estava ainda mais confusa e totalmente assustada. Desta vez, ele não utilizava o uniforme familiar da cafeteria e sim, o mesmo uniforme dos jogadores do time do colégio. Mal pude dizer um "olá" para ele e, um grupo de rapazes altos e bonitos, vestidos do mesmo traje dele se aproximaram e o empurraram me encarando com um sorriso. Foi possível ouvir o sussurro deles entre gírias:

– Ê cara! A novata mal chego e já tá dando em cima dela... - um deles disse.

– É mas, se bem que ela é bem gostosinha viu! - a risada deles se manifestou e logo viraram o corredor em direção ao pátio central.

Revirei os olhos depois de ouvir tais "elogios" e voltei para a sala, agora sem ânimo para caminhar pelo corredor. Sentei em meu lugar escolhido e joguei a franja para trás afim de me concentrar no pensamento. Eu não percebera que ele estava vestido com aquele uniforme na outra aula... Por sinal, ele era um garoto popular naquele colégio. Meu primeiro conhecido, O Garoto Popular, dei risadas leves e escondidas e desconcentrei ao ouvir o sinal tocando novamente.

A jovem professora levantou-se e aguardou alguns alunos que se aproximavam até fechar a porta. Em seguida, iniciou aquela conhecida apresentação que ocorre todos os anos, em todas as salas e com todos os professores. A Srta. Scott daria aulas da História da Arte, até a metade do ano, a partir dali ela seria substituída por um outro professor, eu pensei que seria difícil me acostumar novamente com algum estranho, mas eu aproveitaria ao máximo os dias que teria com aquela professora que me parecia tão legal.



Algumas semanas se passaram... Durante esse período eu passei a maior parte de meu tempo pesquisando sobre algumas matérias futuras na biblioteca do colégio e me dedicando a leitura intensa de um livro que encontrara em uma das enormes estantes da mesma.Também conheci um grupo de garotas, acabei virando amiga delas e passei a andar todo o tempo com as três, elas realmente eram especiais para mim.

Além disso, durante esses dias eu pude sentar-me ao lado dos garotos mais populares durante alguns recreios, o que despertou a inveja em algumas garotas, inclusive de Megan, a garota eleita a mais bonita do colégio, faz parte do time de meninas e encanta todos os meninos de qualquer ano.

– Olá - eu estava lendo o mesmo livro, nas últimas páginas, quando fui interrompida por uma voz feminina em alto som.

Virei-me para a direção e deparei-me com Megan. Respirei fundo e perguntei o que a loira queria comigo.

– Fiquei sabendo que você e Matt são verdadeiros amigos... E eu não sei onde isso vai dar, mas antes que aconteça algo que eu não queira, vou avisando, não tente voltar atrás querida, porque você irá se arrepender de roubá-lo!

Fiz uma cara de espanto e rejeição e abri um sorriso em meu rosto. Mostrando-me calma, respondi:

– Olha, eu não tenho nada de mais com o Matt e nem desejo ter! Vim para este colégio para estudar e não perder meu tempo com garotos ou até brigando com você ok? - Me despedi mandando um beijo de longe e sem ver sua reação dei as costas, guardando o livro na bolsa e caminhando até a lanchonete.

Sentei em uma das mesas e voltei a ler o livro que tanto me encantava. Até ser interrompida novamente:

– Mãe? O que você está fazendo aqui?

– Querida, eu consegui licença no trabalho hoje por um certo tempo e vim aqui em seu colégio para assinar os documentos que faltavam. Mas já estou indo, tenho vários problemas para resolver. Tome, o dinheiro que você esqueceu... - ela disse me entregando um monte de notas juntas a uma fita azul.

– Obrigada mãe, não tinha percebido ainda...

Ela sorriu me dizendo calmamente:

– Pois bem, preste atenção a partir de agora e, quando chegar em casa, peço que telefone à sua avó para anunciar o jantar que faremos no mesmo restaurante, estou indo negociar o jantar agora mesmo. E claro, não se esqueça de mencionar novamente um elogio aos trajes que ela vestiu no último encontro.

Alguns dias anteriores minha família e eu tivemos um jantar importante, meus avôs viriam nos visitar e, para isso foi preciso irmos a um dos restaurantes mais citados da cidade, o mesmo que Kristin já fora em um encontro. Meus avôs eram de classe alta e exigiam o máximo de educação e bom gosto, por isso, se vestiam com as melhores roupas de marcas. E claro, por este motivo, devíamos sempre elogiá-los, era um costume de toda a nossa família.

Minha mãe me beijou na testa e se afastou, acenando para o porteiro que acabara de conhecer e logo entrou no carro. No mesmo instante, a Srta. Scott aproximou-se de mim arrastando vagarosamente uma cadeira até minha mesa.

– Olá! Consegui um curto tempo para falar com você sobre o trabalho que estava interessada em fazer – disse ela com um sorriso em seu rosto.

Desde as minhas primeiras aulas com ela, eu me tornara uma de suas alunas preferidas, senão a melhor, e eu adorava isso. Durante alguns intervalos livres, passava em sua sala para trocar informações sobre pesquisas que eu havia feito, viramos “amigas”. Portanto, sempre era sua assistente em suas aulas.

Interessei-me pelo assunto e despejei meu livro aberto sobre a mesa, perguntando:

– E o que você conseguiu para mim?

– Bom, pelos seus dados na aula, consegui para você o cargo de vice-presidente do clube, mas, além disso, você terá outros trabalhos e documentos a fazer por um período, será muitas atividades a fazer! Deseja realmente participar?

– Mas é claro – respondi animada, era o que eu queria, assim ganharia muitos pontos para a classificação final do ano. Ela pegou um papel, fez uma anotação e guardou em uma pasta preta, indo em direção ao clube de teatro.

Voltei a ler o livro, as letras eram miúdas e por isso demorava mais em cada uma de suas páginas. Meu celular tocou e recebi uma mensagem diferente de todas outras já recebidas.

“Não pense que tudo dará certo, sempre vem uma desgraça para te derrubar”

Segui em opções e pesquisei o nome de quem me enviara aquilo, mas estava bloqueado, não era possível saber. Perguntei-me sobre quem saberia o número do meu celular se eu não disponibilizava este enquanto não conhecesse. Não tinha assinatura alguma como pista, exatamente nada.

– Amiga! Você nãos sabe o que aconteceu! – disse Alissa me segurando pelos braços e sentando na cadeira ao lado.

Naquele momento não estava com cabeça alguma para saber das fofocas de Alissa e a respondi com cautela:

– Lissa, me desculpe, mas não estou com cabeça de escutar fofocas está bem? Depois falamos na aula de ciências... – levantei-me e a abracei sorrindo.

Ao nosso lado, grupos de alunos se multiplicavam, todos sentados nas mesas e cadeiras de plástico branco com as siglas do colégio, tentei identificar alguém que pudesse me vigiar e mandar aquela mensagem, mas novamente não foi possível. Peguei minhas coisas e segui para a biblioteca, sempre olhando para os lados.




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Notas finais do capítulo

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