– Ta pronta? Você é muito lerda. – Justin resmungava na soleira da porta.

– E você é um chato. – lhe dei língua. – E to. Eu to pronta. – passei por ele, dando um tapinha na sua bunda.

Ouvi ele rindo.

Aquela risada boba que eu amava.

Eu me virei para fitá-lo. Justin ainda tava com aquele sorriso safado no rosto. Vestia uma bermuda jeans, camiseta verde água, seus supras vermelhos e o boné da mesma cor. Ta, ele tava lindo. E eu mal o ajudei a se vestir. Acho que meu garotinho estava aprendendo a se vestir! Se bem, que ficava lindo de qualquer jeito. Argh, que droga!

Bom, íamos a uma festa da Ashley Benson.

– Como estou? –arqueei uma das sobrancelhas, enquanto dava uma voltinha mostrando o meu vestido a ele.

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– Ta linda, lerdinha. – ele me puxou pela cintura, fazendo com que nossos corpos se chocassem e uma corrente elétrica passasse pelo meu corpo.

Dei um meio sorriso.

Eu não podia permitir essa proximidade com ele, mas, a cada dia que passava, estávamos mais e mais próximos. E quando eu digo próximos... Bom, acho que já deve imaginar como. Não apenas como grandes amigos. Eu não sei. Talvez algo a mais.

Justin beijou minha testa e mordeu minha bochecha de uma forma divertida. Ele sempre fazia isso! Acabei rindo.

– Melhor irmos logo. – revirei os olhos, enquanto ele assentia.

Segurou minha mão e descemos escada a baixo para pegar seu carro.

Justin tinha uma forma carinhosa de tratar os outros, sabe? Sei lá. Eu gostava.

A festa da Benson não ficava muito longe dali. Seria em uma “casa” que ficava de frente pra uma praia. Era bem lindo pelo que ela me falou. Ashley sempre estava me ligando, bom, quase sempre, aliás, ela tinha a agenda cheia. Mas, ela me ligava quando podia, tínhamos nos tornado bem amigas. Ela não era do tipo de famosos metidos que você vê por aí, na verdade, ela parecia mais como uma garota normal da minha idade. Eu gostava da sua companhia, ela era loucamente divertida.

Justin abriu a porta do carro a mim e eu entrei rapidamente. Logo ele estava do meu lado, virando a chave e pisando fundo.

Justin ligou o radio, depois de pelo menos cinco minutos em silencio.

– Argh, odeio essa musica! – estendi meu braço para desligar o som e Justin bateu na minha mão.

– Eu gosto. – ele deu um sorriso travesso.

– Só pode estar brincando! – bufei cruzando os braços.

Era daquelas musiquinhas grudentas que fazem sucesso sabe? Uma cantora de voz totalmente irritante! Justin começou a cantar junto com a musica, ou melhor, berrar. Apenas pra me irritar. Ele me olhava vez ou outra me lançando sorrisos provocantes.

– Eu te odeio. Seu besta. – estapeei seu ombro.

Ele riu alto.

– Me ama que eu sei. – ele estacionava o carro.

Revirei os olhos rindo e saí do carro batendo a porta, sem responder.

Fitei o local. A casa era bem grande, pelo visto. Tinha algumas pessoas do lado de fora, e podia se ouvir a música alta de longe. Ashley não tinha tempo de dar muitas festas, mas, quando dava algumas, ela sabia bem como fazê-las. Ri disso.

Justin pegou minha mão, me puxando para entrarmos na casa, que estava bem cheia. Pude reconhecer alguns famosos assim que entrei e me senti um pouco deslocada, aliás, eu era uma Maria Ninguém da vida, apenas com sorte de conseguir o emprego de estilista de Justin Bieber.

Mas, tudo bem, pois bem, a minha vida inteira eu me senti como uma deslocada. Acho que eu não me dava muito bem com pessoas em geral. Acho que estou melhorando agora, quem sabe.

– Quer? – Justin perguntou, me oferecendo um cupcake que estava em sua mão.

Eu ri. Seu rosto já estava com chantilly.

– Estou de dieta. – abafei um riso enquanto cruzava os braços.

– De dieta? Você devorou uma pizza inteira ontem à noite. – Justin gargalhou.

– Ta falando o que? Não sou eu que me lambuzo de chantilly. – sorri irônica.

– Eu não engordo pelo menos, né. –ele ergueu os ombros.

– Espera... Você acabou de me chamar de gorda? – coloquei as mãos na cintura um pouco enfurecida.

– Quem faz dieta é gordo. – arqueou uma das sobrancelhas.

– Cale a boca, seu retardado. – esmurrei seu peito.

Justin ficou rindo feito tonto por alguns minutos, mas, depois ficou em silencio.

Ele é mesmo um imbecil.

– Sabe, eu gosto desse seu jeitinho, Anne. – ele se aproximou, falando perto de meu ouvido.

Suspirei, me afastando. E antes que eu pudesse responder, fui sufocada por uma loira maluca me abraçando.

– Ashley! – exclamei enquanto retribuía o abraço caloroso.

– Joanne! Achei que não fosse vir. – ela se separou de mim e apertou uma de minhas bochechas.

– Eu não perderia isso. – pisquei e ela riu.

– Oi pra você também, Ash. – Justin murmurou atrás dela.

– HEY BIEBS! – ela gritou o abraçando também.

Vi Justin fazer uma careta, mas, retribuiu o abraço. Eu só ri.

– Selena já esta aí se quiser falar com ela. – ouvi a loira comentar.

– Ah, vou procurar ela. – Justin deu de ombros.

Ele sorriu pra mim e depois saiu dali, indo procurar sua namoradinha.

Dei uma olhada no meu relógio de pulso vendo que ainda eram 21h30. É, acho que seria uma longa noite!

[...]

Já estava cansada.

Conversei com alguns famosos, algumas amigas de Ashley, que atuam com ela na serie que ela faz. Elas todas são bem divertidas e simpáticas. Ryan havia me contado umas piadas bobas, mas, que me fizeram rir. E Justin? Eu não o via faz tempo. Devia ta se agarrando com Selena em algum canto por aí.

Me dava nojo pensar nisso. Não sei por quê.

Dancei um pouco e tomei alguns copos de bebida alcoólica. Não sei ao certo quantos, mas, como eu sou fraca para bebidas, já estava um pouco sem juízo, falando coisas bobas para qualquer pessoa a minha frente.

Acabei saindo lá fora, ficando na frente da grande casa de festa. Tinha bastante gente lá fora também, a maioria em casalzinho se agarrando por aí. Minha visão estava turva, mas, em meio desses casais pude distinguir um... Justin e Selena, trocando beijos, ou melhor, se agarrando em um canto na “varanda” por ali.

Eu suspirei.

Olhei no meu relógio de pulso vendo que já era umas 3h30.

Eu já queria ir embora. Minha cabeça já estava começando a latejar.

Fui andar pela areia da praia, tropeçando em algumas pedras ou galhos. As vezes, simplesmente tropeçando nos meus próprios pés.

Acabei caindo na areia, e ri feito louca. E depois, comecei a chorar como um bebê. O por quê? Eu não fazia idéia.

– Joanne? – ouvi alguém chamar meu nome.

Limpei algumas lagrimas e olhei para cima, encontrando o rosto preocupado e desentendido de Alfredo Flores.

Eu sorri pra ele de um jeito meio bobo, admito.

– Ah, oi. – mordi os lábios.

– O que faz jogada aí? – ele riu de mim.

– Jogada? Não... Só to sentada... Me afastando um pouco da aglomeração de pessoas. – dei de ombros. Engoli em seco, pensando no motivo real de eu querer me afastar. Qual era, mesmo? – e você? O que faz aqui? – franzi a testa.

– O mesmo que você. Eu acho. – ele deu um sorrisinho e se sentou ao meu lado na areia seca.

– Achei que tivesse pegando alguma garota por lá. – acabei rindo do que dissera.

– Até estava. Mas, a que eu quero de verdade ta comprometida. – ele riu um pouco alto. Tentei acompanhar a sua risada.

O silencio pairou por ali.

A noite estava calma, e eu até diria silenciosa, se não fosse o alto som da casa ao lado onde Ashley estava fazendo sua grande festa. Estava um barulho tremendo, e eu temia que alguem viesse reclamar de toda aquela bagunça. Eu não era muito a fim de festas... Na verdade, acho que sou mais caseira.

Gosto de coisas simples. Essas sim me atraem facilmente.

Fitei Alfredo, que me olhava com um meio sorriso.

Ele até que era bonito. Com aquele boné meio roxo, ou sei lá que cor. Minha visão estava turva, e o escuro deixava-a pior ainda.

– Você é bonitinho. – dei uma risadinha sem graça.

– Você ta bêbada? Com certeza esta. – ele disse rindo, enquanto analisava meu estado.

Além de descabelada, uma das alças do meu vestido caía e um dos meus saltos estava jogado de um lado longe do meu pé.

– Me diz... – suspirei antes de perguntar qualquer coisa. – Fredo, to tão mal assim? – fiz bico e ele suspirou também... Com certeza esperava outro tipo de pergunta.

– Que nada. Ta linda, Jo. – ele reprimiu um riso.

Percebi seu olhar no meu decote e me permiti rir fraco, enquanto colocava uma das mãos no seu rosto.

Ok, eu com toda certeza do mundo estava fora do meu normal. Estava fora de mim e estava bem carente.

– Quando cheguei... Estava chorando. Por quê? – percebi que ele fitava os meus olhos.

O que eu diria? Sou uma louca bebendo pra abafar os problemas.

Desviei o olhar, antes de responder.

– Não faço idéia. – dei uma risadinha. – Me cuida? – fiz bico.

– Te cuido. – ele riu pelo nariz.

Acho que quando eu to bêbada fico meio carente.

E maluca.

Ajo sem pensar.

Até que é bom.

Senti que Alfredo tinha uma das suas mãos em meu cabelo, afagando os mesmos. Puxou meu rosto para perto do seu e eu fechei os olhos, esperando pelo que eu sabia que estava por fim. Em seguida, ele juntou nossos lábios. Sua língua pediu passagem e eu concedi sem demora. Seus lábios eram macios e tinha gosto de whisky no momento.

Uma das suas mãos desceu até minha perna e apertou minha coxa. Mordeu meu lábio inferior e puxou alguns fios de meus cabelos.

Acabei caindo pra trás e deitando na areia, enquanto ele se colocava por cima de mim.

Passou os beijos para o meu pescoço, mas, não ficou muito ali. Voltou logo a tomar os meus lábios. Eu ri de tudo aquilo, enquanto ele apertava minha cintura com força.

Sua outra mão desceu pela lateral do meu corpo e logo subiu novamente, a colocando por cima do meu seio e o apertando com um pouco de força. Acabei dando um gemido fraco em meio ao beijo.

Ele tinha mãos fortes. Eu gostava disso.

Ri com meu pensamento.

– CAHAM – ouvi alguém pigarrear. – Vocês têm que fazer isso em publico? – olhei pra cima, procurando quem falava.

Encontrei Justin, parado um pouco atrás de nós, de braços cruzados.

Dei uma empurradinha em Alfredo que saiu de cima de mim rapidamente. Ele estendeu a mão a mim e eu me levantei rápido, ajeitando meu vestido, batendo nele para tirar à areia.

Vi o olhar de Justin correr para o meu decote e rapidamente arrumei uma das alças caídas. Dando um sorrisinho nervoso em seguida.

– Vamos, Joanne. Vamos pra casa. – ele me puxou pela mão. – Você vai sozinho, Alfredo? – Justin perguntou, o fitando de sobrancelha erguida.

– Vou sim. – ouvi Fredo responder meio envergonhado. Percebi pelas bochechas um pouco coradas.

Eu ri fraco.

Justin me puxou, um pouco brutamente até o carro.

Reclamei umas duas vezes de que ele estava me machucando, mas, ele nem ao menos me ouviu. Ele estava nervoso, e creio que não foi só porque me viu com o Alfredo. Tinha algo a mais. E eu sou amiga dele. Ele teria que me contar.

Uma hora ou outra.

Entramos no carro e logo Justin começou a dirigir, em silencio. Prestando atenção na estrada.

– Aconteceu algo? – o fitei.

– Nada importante. – ele deu de ombros.

– Qual é, Justin. Não te conheço há tanto tempo, mas sei quando tem algo de errado. – suspirei. Ele me olhou de soslaio. – Pode dizer. Sou sua amiga. – dei um sorriso.

– Briguei com a Selena. Satisfeita? – ele bufou, irritadiço.

Fitei a janela e torci o nariz pensando no que lhe dizer.

Brigas com namorada? Isso certamente irritava Justin. Ele era do tipo de garoto que queria ser o namorado perfeito, que não quer errar em nada. Ele sempre tenta ser um cavalheiro. Selena devia se orgulhar dele. Eu me orgulho. De ter um... Amigo assim.

– Qual foi o motivo agora? – mordi os lábios.

– Algumas... Coisas. – disse baixo.

– Todo relacionamento passa por crises, Justin. Acredite, isso passa. Vocês são tão... –

– DROGA! Nada ta como antes! Não percebe? PORRA! – ele bateu no volante, enquanto gritava.

Eu levei um susto e dei um pulo no banco.

Engoli em seco.

– Desculpa, não queria... Eu não queria... – não completei minha frase. Não sabia bem o que dizer.

– Não. Eu que peço desculpas. To irritado e desconto em você. Desculpa. – ele suspirou. – Esta entregue. – disse, enquanto parava o carro.

Percebi que já havia chegado em frente a minha casa.

Eu coloquei minha bolsa no ombro e já ia saindo, mas, me virei para falar com ele antes disso.

– Saiba... Que estou aqui se precisar, ok? – tentei dar um dos meus melhores sorrisos, enquanto levava minha mão até sua bochecha e a acariciava com meu dedo polegar.

– Como se tornou tão especial, minha gordinha? - Ele sorriu, enquanto beijava as costas da minha mão.

Percebi ele dizendo um ‘obrigada’ mudo.

Ele não havia tocado no assunto sobre o Alfredo, e eu agradecia por isso. Mas, no dia seguinte sabia que ele me encheria de ladainhas.

– Eu vou... – disse, mas, meio que não consegui me mover.

Justin se aproximou, colando nossos lábios por alguns segundos.

Fechei os olhos, sentindo o gosto dos seus lábios. Eram deliciosos.

Concedi passagem para a sua língua e ele explorou deliciosamente cada canto da minha boca. Beijava-me lentamente, como se o tempo tivesse parado sabe? Quase em câmera lenta. Sua mão segurava minha cintura, enquanto meus dedos entrelaçavam nos fios de seu cabelo.

Ele passou a beijar meu pescoço, dar algumas mordidinhas e chupões. E eu? Aí sim caiu a ficha. O empurrei e fiquei com a boca entreaberta por um tempo.

O fitei. Justin tinha os lábios avermelhados... E estava tão lindo.

Ele se aproximou e me deu mais um selinho demorado.

– Não... Não... – murmurei. – Porque esta fazendo isso? – mordi os lábios, me afastando.

– Eu... Eu não sei. Eu gosto de te beijar. – ele riu fraco.

– Somos só amigos, Justin. – franzi a testa.

– Isso não impede nada. – ele deu um sorriso sacana.

Eu ri e fiquei o fitando por um tempo.

Admirava o jeito como ele encarava a vida, acreditava em tudo e tratava bem as garotas. Bom, mesmo traindo a namorada. Mas, ele estava passando por algumas crises e sendo julgado o tempo todo, não sei como ele ainda consegue ser tão quase perfeito.

– Boa noite, Justin. – dei um meio sorriso.

– Boa noite, Joanne.