Companheiro (a) escrita por Chase_Aphrodite, RaeRae


Capítulo 17
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Depois de tanto tempo estamos de volta! Desculpem a demora mas nossa vida ta meio lotada de coisas e tals... Final do ano, entendem, né? Mas temos algumas surpresas para vocês... Sooo... Enjoy!
- Chase_Aphrodite



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As três senhoras se encaravam sobre a mesa de madeira escura dos Fabray. A loira de olhos azuis tinha um sorriso maroto na face, baixou as cartas cruzando os braços. Full House. Abuela se irritou mostrando seu trio. Victoria Fabray arqueou a sobrancelha em sinal de irritação ao abaixar sua dupla. Senhora Pierce inclinou-se sobre a mesa abraçando todas as fichas e puxando-as para si.

– Bem... Ainda não perdi o jeito não é mesmo, R. e V.?

Abuela resmungou em espanhol e Victoria praguejou em francês. O jogo continuou até que um vento atravessou a sala trazendo uma sensação de plenitude às três anciãs. Não apenas a elas. Toda a alcateia e alguns humanos mais sensíveis sentiram o mesmo.

– Vocês sentiram isso? – Oma perguntou voltando a jogar.

– Sim... – Victoria voltou concentrada. – Rachel e Quinn finalmente se acertaram. – E um leve sorriso dançou no rosto da elegante senhora.

Senhora Pierce sorriu antes de puxar uma carta de sua manga aproveitando a distração de suas amigas.

– Última rodada. – disse jogando suas fichas. – Mil dólares.

Abuela segurou o rosnado preso na garganta. – Mil e duzentos dólares.

Victoria suspirou pesadamente. – Mil e quinhentos dólares.

Abuela mostrou seu Full House satisfeita consigo mesma. Victoria deu seu sorriso arrogante mostrando seu Straight Flush. Oma deu um sorrio gigantesco e mostrou seu Royal Streight Flush.

– E a vitória assim como o titulo de mais vitórias no pôquer continua com essa velha aqui. – disse satisfeita consigo mesma.

Enquanto elas riam entre si, se olhasse para o canto veria quatro porta-retratos. O primeiro, em preto e branco, mostrava uma jovem Sophie à esquerda de Victoria, recém-feito 17 anos, e à direita dela Rosalinda dando seu típico sorriso. Ao lado desta, Irina, Judy e Alexandra sorriam abraçadas. Depois havia a foto da Trindade Profana em seus uniformes. Sue Sylvester estava atrás das três seus olhos azuis elétricos. O último ficava ao canto, escondido a sob a sombra. Na foto à esquerda estava um belo latino, com óculos e carregando um livro tentando escondê-lo da câmera. O primeiro da classe, Ramon Lopez. Do outro lado, um loiro sorridente com um sorriso avoado. Frank Pierce. Ao meio, com letterman jacket, o quaterback e o garoto mais desejado daquele High School, Russel Fabray. Agachado, na frente deles, um rapaz bonito, com os cabelos escuros, e os olhos azuis elétricos, parecendo responsável sorria travesso. Ephraim Sylvester.

***

Russel desceu as escadas do porão dos Pierce. Todas as paredes dali, o teto e o chão eram revestidas de malhas de prata. Um fato a conhecer sobre os lobos. A única coisa que impede a transformação deles é uma específica malha de prata. Extremamente difícil de ser feito. A prata precisa ser extraída em noite de lua cheia. Derretida em frente a uma cachoeira, e forjada em elos em noite de lua nova. Os elos devem ser ovais, que na maior parte deve ter sete centímetros (largura), e três centímetros na menor parte (altura).

A prisioneira olhava tristemente para as malhas.

– Tratam-te bem? – Russel perguntou cortês.

– Tão bem como podem tratar um prisioneira. – Shelby respondeu infeliz. – Como está minha filha?

Russel arqueou a sobrancelha em descrença. – Sua filha? Acredito que ela o tenha deixado de ser a muito tempo.

– Quando ela nasceu, e estavam limpando, Rachel virou a cabecinha, e quando ela me viu piscou. Mantenho isto em meu coração que foi sua forma de me reconhecer. Ela sempre será meu bebê. Imagino que sinta o mesmo por sua filha.

O patriarca Fabray desviou os olhos. – Aviso-lhe. Foi decidido que Rachel a julgaria. Shelby levantou-se encarando Russel raivosa.

“Rachel parece muito com ela.” – pensou.

– Ela é apenas uma criança! Vocês não enxergam que é responsabilidade demais para impor a ela?

– Percebo. Mas, foi uma decisão do conselho. Como seus professores, eu e Sue Sylvester poderemos aconselhá-la. Mas, é tudo.

Shelby desviou o olhar. E imaginou como seria. Ensiná-la a falar. A andar. Como se preparar para seu primeiro concerto. Levá-la para seu primeiro teste na Broadway. Assisti-la em seu primeiro espetáculo. Coisas que nunca fez, nem poderá fazer. Nem mesmo seu Ritual de Legitimação pode estar presente. Então, ela pensou. E juntou todas suas forças para enviar a mensagem, através das malhas de prata, da distância e de toda a magoa que deveria proteger Rachel dela. “Faça o que tiver que fazer bebê. Eu sempre irei te amar”.

***

Rachel acordou naturalmente às cinco. Estava sentindo-se preguiçosamente bem. O sorriso instantâneo surgir ao ver a loira deslumbrante ressonando suavemente em seus braços. Com cuidado tirou uma madeixa que havia escorregado sobre o rosto de porcelana.

"Eu não deveria acreditar, mas Deus me mandará ao Inferno vendo como maculei a mais perfeita dos anjos".

Quinn sentiu-se observada e acordou em partes. A Alfa olhava apreensiva aos olhos esmeraldas procurando qualquer sinal de arrependimento ou qualquer coisa. Tudo que encontrou foi uma leve confusão e sono. A loira tentou controlar o bocejo e inocentemente esfregou seus olhos. Rachel poderia jurar que nunca havia visto nada tão perfeito.

– Bom dia... - murmurou Quinn com a voz ainda rouca de sono.

– Bom dia... - Rachel respondeu puxando o lençol um pouco sobre a companheira. - Ainda está cedo Quinn... Porque não dorme mais um pouco e eu preparo o nosso café?

A loira assentiu molemente antes de deitar-se sobre Rachel. A morena segurou o riso e fez cafuné nos cabelos dourados.

– Para fazer o café preciso sair da cama...

– Não.

– Não?

– Não. - a loira sorriu bobamente em seu estado letárgico. - Fique comigo aqui Rach...

O coração de Rachel derreteu-se. Concordou deixando a loira se agarrar a ela, e fazê-la de travesseiro. Depois de quinze minutos, Quinn voltou a acordar. Sabia que sonhará com algo, algo importante, mas não conseguia lembrar-se. Falaria depois com sua avó. Rachel sorria para ela. A loira sorriu de volta sentindo as bochechas queimarem. Devagar Quinn inclinou-se depositando um leve beijo nos lábios da Alfa, fazendo Rachel sorrir bobamente. Quando a Fabray viu o relógio
saltou da cama.

– Deus! Eu vou me atrasar para as Cheerios, a Sue vai me matar!

Rachel observava que a blusa havia se enrolado deixando uma parte do abdômen de Quinn amostra.

– Não se preocupe. – Rachel disse sorrindo. – Eu dou meu jeitinho... Vá se arrumando enquanto eu preparo algo.

Em vinte minutos, mais ou menos, Rachel entregava um capacete de moto a uma Quinn levemente preocupada.

***

Durante todo o trajeto até a escola, Quinn se agarrou a morena como se sua vida dependesse disso. E não era por medo. Ela confiava completamente que Rachel não a deixaria se machucar. Quinn só gostava de estar tão próxima a companheira, e com certeza não era Rachel quem iria reclamar.

A Alfa sentiu a loira se apertar um pouco mais contra seu corpo quando elas entraram no estacionamento. Ela ajudou Quinn a descer da moto. Os outros alunos, e até alguns funcionaram, se interromperam para assistir as duas. Quinn foi a primeira a perceber que elas estavam sendo observadas. A loira já devia estar acostumada a isso, mas ainda havia momentos, como agora, que ela só gostaria de poder fazer algo sem se sentir vigiada, assistida como uma personagem clichê de uma série televisiva adolescente. Rachel sentiu Quinn ficar tensa. Ela olhou ao redor encontrando a razão do desconforto da loira, e soltou um rosnado irritado que fez todos voltarem para o que deveriam estar fazendo, cuidando de suas próprias vidas.

“Vamos?” perguntou oferecendo a mão.

Quinn assentiu, e elas começaram a caminhar. Sua mão firmemente protegida entrelaçada na de Rachel.

“Ei Q, Oompa-Loompa!” Santana saudou se aproximando das duas “Willy Wonka estava procurando por você. Parece que ouve um problema na fabrica.”.

“Olá, Satanás!” Rachel cumprimentou de volta “Como o inferno vem te tratando?”.

“Muito bem.” a latina respondeu com um sorriso cheio de dentes “Já sabe, virgens, sacrifícios e tudo mais.”.

Quinn revirou os olhos para as palhaçadas das morenas.

“O que você quer S?”

“Nossa, Q! Achei que depois de receber algum você ficaria menos tensa.” Santana provocou, sorrindo quando viu Quinn corar.

E foi a vez de Rachel revirar os olhos. Mas no fundo ela estava um pouco orgulhosa. Todos verem as duas chegando juntas passava uma mensagem clara, e era melhor ninguém se atrever a chegar perto da sua garota. Okay, então Quinn ainda não era oficialmente sua garota, mas os outros não precisavam saber disso. Além do que, Rachel pretendia mudar esse quadro em breve.

“Onde está Brittany?” a Alfa perguntou quando percebeu que a metade mais agradável de Brittana não estava presente.

“Falando com a treinadora sobre nossa nova rotina. O que, aliás, era o que a loira aqui também deveria estar fazendo” Santana apontou para Quinn e, em seguida, para Rachel “Se você não tivesse ficado deflorando-a até tão tarde.”.

“Cale a boca, S. Ninguém foi deflorado”.

“Pois deveria. Quem sabe assim você ficaria mais suportável.”.

Quinn agarrou a mão da latina e começou a arrasta-la para longe.

A loira parou por um momento e virou para encarar Rachel. “Nos falamos depois, okay?”

“Vou contar os minutos.” respondeu. Um verdadeiro sorriso Rachel Berry no rosto. Quinn não conseguiu não retribuir.

“Vocês me deixam doente.” a voz irritante de Santana quebrou o momento das duas. Quinn voltou a se mover e praticamente arrastar a amiga.

“Não, é serio. Acho que estou ficando até um pouco enjoada”.

Rachel ouviu a latina dizer enquanto se afastava.

* * *

Quinn estava guardando suas coisas e um pequeno sorriso dançava em sua face. Apesar do treino horrivelmente duro, estava feliz.

– Aposto que teve um grande tempo, Fabray. - a voz venenosa de Tracy soou atrás de si.

Quinn virou-se fuzilando a ruiva.

– Do que você está falando?

Tracy riu maldosamente.

– Calma, ex-virgem. - Murmurou. - Eu sei como Rachel é uma verdadeira deusa do sexo. Quantas vezes você gozou? Três, quatro? Nosso recorde pessoal é sete.

Quinn sentiu o sangue cobrir suas bochechas.

– Ora... Sua...

– Oh! Acho que ela não te contou não é? - O sorriso debochado sorriu e Tracy aproximou perigosamente da Fabray. - Fui eu que tirei a virgindade dela, foi comigo que ela dormiu várias noites, em meu corpo que ela aprendeu tudo que sabe. Tudo bem, talvez Jesse tenha ajudado um pouquinho... Ah! Sem falar no Brody...

Quinn parecia desconcertada.

– Mentirosa! - rosnou.

– Não Fabray. Não sou. Você que é iludida. Saiba que ela voltará para mim, quando se cansar de brincar com você. Afinal, você é apenas um nome grande na imensa lista de V-Cards que ela tem. - Aproximando-se o máximo para sussurrar no ouvido da Fabray. - Você não tem nada de especial para ela, criança. Dizendo isso saiu. Quinn sentiu as lágrimas de raiva e humilhação formarem-se em seus olhos. Aquela ruiva iria pagar. E Rachel? Deus... O que fazer agora?

Pegou seu celular chorando e mandou uma mensagem a Rachel.

Precisamos conversar.

* * *

Noah passou todo o segundo período procurando por Rachel. Ele tentou o celular da morena, mas não teve resposta. O judeu já estava começando a ficar preocupado. Felizmente um dos calouros que Puck obrigou a ajudar na busca mandou um SMS informando que ela estava nas arquibancadas. Ele caminhou animado em direção ao campo, pela primeira vez não estaria do lado encrencado do discurso sobre como é irresponsável não atender o celular. Noah passou anos esperando esse momento, ansiando para ver a cara de Rachel quando ele dissesse “E se houvesse uma emergência? E se o apocalipse zumbi explodisse?”. Ele até planejava colocar a mão na cintura exatamente como a
morena costumava fazer.

Mas bastou um olhar para o rosto da Rachel, para o sentimento de presunção ser substituído por um desejo de morte. Noah não sabia quem tinha colocado aquela expressão triste no rosto da sua Jewbabe, mas seja quem for, essa pessoa iria pagar. Ele tomou uma respiração. Iria pensar em assassinato mais tarde, mas por enquanto, Rachel precisava dele.

Puck sentou-se ao lado da Alfa na arquibancada.

"O que está havendo, Jewbabe?” ele perguntou após um momento de silêncio “Você parece um pouco...".

"Eu estou bem." a morena cortou.

"Sim, claro.” ele zombou “É por isso que está sentada aqui sozinha.”.

Ela continuou olhando para frente, indiferente. Puck observou a morena com cuidado.

“Sabe, Rach, se eu não te conhecesse melhor, diria que você está se escondendo." ele falou numa voz arrastada, satisfeito quando viu a morena piscar nervosamente “No entanto, isso seria ridículo, não é?".

Ela encolheu os ombros. "Eu não estou me escondendo.".

Noah apenas levantou uma sobrancelha para ela.

“Okay, eu posso estar me escondendo um pouco." Rachel cedeu num suspiro "Mas não pela razão que você pensa.”.

“E o que estou pensando?”

“A compreensão limitada que muitos têm do modelo parental, levaria a conclusão equivocada de que meu distanciamento tem algo a ver com Shelby.”

“E não tem?”

Rachel piscou um momento. "Eu amo seios." ela murmurou mudando de assunto. "Eu acho que eles são incríveis. Tão perfeitos e macios...".

“Eu entendo, Jewbabe, eles são tot... Espera! Você está tentando me distrair!” Noah acusou.

A morena sorriu inocentemente para ele.

“Rachel Berry! Eu juro pelo Código Bro que se você não me disser o que está acontecendo, eu nunca vou te chamar de Jewbabe novamente.”

"Mentiroso."

"Eu nunca vou aceitar outro convite pra jogar COD?"

"Mais mentiras."

"Eu vou dizer a Jewfro que ele tem uma chance com você."

A cabeça da morena virou num segundo para encarar Puck. "Você não ousaria!"

"Então é melhor falar comigo e não descobrir, hein?"

Ela bufou chateada, mas respondeu honestamente: “Eu não sei o que dizer, Noah.”

“Okay, e se eu falar um pouco? Isso com certeza seria uma mudança no nosso relacionamento.”

“Idiota!” Rachel deu um soco de brincadeira no braço do amigo.

Ele sorriu, mas suas próximas palavras foram graves:

“Você se lembra da conversa que tivemos pouco depois do meu pai ir embora?”

Rachel assentiu “Eu te entreguei todos os meus adesivos de estrelas dourada, e ofereci minha cópia de Funny Girl pra você assistir quando ficasse triste.”.

“Sim.” Noah concordou “E quando eu chor... Quando um cisco caiu no meu olho, você também me pediu pra não me culpar.” ele fez uma pausa “Eu pensava que ele havia partido por causa de todos os problemas que eu causava. E você me consolou, e disse que às vezes os adultos fazem coisas idiotas, mas que isso não era culpa minha.”.

“Aonde você quer chegar, Noah?” Rachel pediu cansada.

“Você sabe que não é culpa sua, não sabe? Ela ter ido embora.”

A morena piscou tentando conter as lágrimas.

“Não tenho certeza sobre isso. Quer dizer, não pode ser coincidência. Shelby, os meus pais...”.

“Me escute um momento, Rachel” ele puxou o queixo da morena, encontrando seus olhos com determinação. Poucas vezes Rachel viu Noah tão sério. Ela sempre achava fascinante quando o amigo agia assim, ela podia ter um vislumbre do homem incrível que ele estava se tornando. “Você pode ser essa garota vegan, assustadoramente intensa, com um gosto estranho para argyle e que usa cinquenta palavras quando só duas são necessárias...”.

“Ei!” a Alfa protestou “Só porque eu gosto de me expressar com palavras adequadas e frases complexas, não significa que...".

“Deixe-me terminar, Rachel.” ele pediu “Você pode ser todas essas coisas. Mas você também é a garota que cantou pra mim todas as noites durante um mês, pra que eu não ouvisse minha mãe chorando depois que meu pai foi embora. Você é a garota que disse a Tracy pra fingir não te conhecer na escola, só pra que ela não fosse intimidada e tivesse a chance de ganhar uma bolsa com as Cheerios. Você é a garota que levava Brittany ao parque para ver os patos, mesmo vocês não sendo amigas, só porque sabia que isso a deixava feliz. Eu poderia passar o dia todo falando das várias coisas que fazem de você essa pessoa única e especial. Mas, pra resumir, você é a garota mais adorável, e incrível e com o maior coração que eu já conheci. E qualquer um teria sorte de ter você na vida. Se Shelby está realmente arrependida, nós vamos descobrir com o tempo. Mas, Rachel, vai ficar tudo bem, porque eu sempre vou estar do seu lado, e não sei se você percebeu, mas eu não sou o único.”.

A morena chorava livremente agora. “Obrigada, Noah.” ela disse limpando as lágrimas.

Ele tinha razão, agora Rachel tinha pessoas com quem podia contar, ela já não estava mais sozinha, o garoto sentado ao seu lado era uma prova disso. Noah falou sério em cada palavra. Rachel foi a melhor coisa que aconteceu com ele. O judeu sempre foi feliz quando sua menina estava feliz, ele sempre soube o quão incrível a baixinha era. Rachel era alguém que perdoava tão facilmente, e Puck odiava isso quase tanto quanto amava. Ele odiava porque um dia alguém iria realmente machucá-la, e ele esperava que Rachel fosse esperta o suficiente para proteger-se dessa dor. Então agora ele só podia esperar que Shelby tenha voltado com boas intenções, porque, embora Rachel ainda se mostrasse tão reticente com relação a ela, Noah sabia que era só uma questão de tempo até a morena dar uma chance a mulher.

"Hmm, Noah, você acabou de dizer adorável?" ela perguntou.

Ele a olhou incrédulo “Sério, Rachel? De tudo que eu falei é disso que você se lembra?”.

“Então você admite que disse adorável?”

"Não".

Ela gargalhou.

"Cale a boca." Puck tentou dizer sobre o riso alto.

"Quem diria que você pode ser tão meloso."

"Shh, não conte a ninguém" ele pediu olhando de um lado a outro, confirmando que não havia alguém ouvindo. Isso só fez Rachel rir ainda mais.

Ela continuou sorrindo, mas franziu o cenho quando viu Finn se aproximando.

"Oi, Rachel!" o garoto cumprimentou, dando um aceno de mão desajeitado.

"O que você quer Finn?"

“Eu...” ele se mexeu nervoso “Eu queria pedir desculpas. Sabe, por ter agido como idiota sobre a coisa toda com Quinn.”.

Rachel o olhou perplexa por um momento. O pedido de desculpas estava dois meses atrasado. Ela já havia até esquecido a pequena disputa com o quarterback. Finn não tinha tentado mais nada com Quinn desde aquele dia no armário da loira. Isso sem falar que agora havia alguém muito mais perigoso rondando o território de Rachel. A morena encarou o atleta por um segundo, e deu de ombros. Se tratando de Finn, até que o atraso nas desculpas não era realmente inesperado.

“... E minha mãe disse” aparentemente Finn continuou falando enquanto Rachel divagava. Ela tentou prestar mais atenção ao que o garoto dizia a partir desse ponto “que às vezes, quando fico confuso, eu vejo as coisas de um jeito um pouco diferente de como elas realmente são, e isso só acontece porque eu sou um garoto muito especial. Mas quando isso me levar a fazer coisas idiotas, depois eu devo me desculpar.” ele falou dando um sorriso orgulhoso por estar se lembrando de tudo “Ahh, e se eu começar a me comportar mal de novo, você só precisa dar um tapa na minha cabeça. Isso meio que coloca meu cérebro de volta no lugar e me dá um segundo pra organizar meus pensamentos.”

Rachel piscou aturdida “Hmm, okay.”.

“Então nós estamos bem?”

“Sim, Finn.” ela sorriu para ele “Nós estamos bem.”.

“Que bom, porque eu queria pedir um favor.”.

“Calma aí.” esse foi Noah “Você só veio se desculpar por que queria um favor? Isso não é legal, cara.”.

“O quê? Não. Eu juro que não é isso, Rachel” ele olhou para a morena com olhos arregalados e sinceros “Eu só pensei no favor agora. Vocês dois são os mais durões da escola, e eu preciso de ajuda pra me tornar um também.”

Noah e Rachel trocaram um olhar, em seguida caíram na gargalhada. Finn não entendeu a piada, mas também sorriu e balançou cabeça, a experiência lhe dizia que essa era a melhor linha de ação.

“Isso quer dizer que vocês vão me ajudar, certo?”

Rachel e Puck pararam de sorrir.

“Uh, você está falando sério?” a morena perguntou incerta.

Finn assentiu.

“Por que isso agora?”

Ele olhou para baixo, um sorriso envergonhado no canto dos lábios.

“Sugar.”

"Sugar?” Puck pediu “Como em Sugar Motta?”.

Finn assentiu novamente.

“Eu queria chama-la para sair, mas a ouvi falando com Kurt e Mercedes, ela só gosta de caras durões.”

Pelo menos agora o pedido do garoto fazia algum sentido. E ele realmente ia precisar de muita ajuda pra ter qualquer chance de sucesso.

“Bem, você poderia pilotar uma moto.” Rachel ofereceu.

Puck concordou “Sim, isso é totalmente badass.”.

“Hmm, eu não acho que tenho dinheiro para uma moto, talvez para uma bicicleta.”

“Não. Não ajudaria.” a morena rejeitou rápido, antes que Finn se apegasse a ideia.

Eles ficaram em silêncio por mais um momento.

“Ei, você poderia mostrar seus bíceps. Isso sempre funciona com o Puckrone.”

Finn olhou para ele e sorriu. “Sim, eu posso fazer isso.” O QB tirou a jaqueta letterman e flexionou os braços, uma careta de concentração no rosto. Rachel e Puck trocaram outro olhar. A morena encarou hesitante o quarterback.

“Não, Finn. Você não pode.”

Ele olhou confuso “Como assim?”.

“Não se preocupe, cara.” Puck levantou e passou o braço sobre o ombro do amigo “Nós vamos pensar em alguma coisa”.

Finn sorriu e deu um aceno curto. Com a ajuda de Puckleberry, ele ia conseguir ganhar sua garota.

* * *

Rachel entrou na sala do coral.

“Quinn, eu recebi sua mensagem. Aconteceu alguma coisa?” a morena perguntou nervosa, se aproximando da loira.

A mensagem em si não era o que realmente preocupava Rachel. Sua ansiedade tinha mais a ver com a sensação ruim que a acompanhou durante todo o dia. Quinn andou alguns passos para longe da Alfa. Rachel a olhou com uma expressão ferida, mas não disse nada. Ela viu como a loira parecia perturbada, e achou melhor não incomoda-la ainda mais.

“Rachel, eu preciso te fazer uma pergunta. E espero que você me responda com a verdade.”

Quinn estava tão grave. Rachel não conseguiu fazer nada além de assentir quase de forma solene. A loira tentou encontrar as palavras, mas estava tendo um pouco de dificuldade na ação. Ela não sabia como perguntar se era verdade tudo que Tracy havia dito, ela não sabia mesmo se tinha o direito de perguntar sobre isso, mas Quinn precisava dessas respostas. Pode parecer um pouco masoquista, mas ela ainda tinha que saber. Ela olhou hesitante para Rachel.

“Quinn, o que está acontecendo?” a morena perguntou encontrando a própria voz. Ela estava ficando mais ansiosa a cada segundo e o silêncio de Quinn não estava contribuindo para seu controle. A loira tomou uma respiração e se decidiu, era agora ou nunca.

“Rachel. Eu...”

“Ah, você está aí.” Sam entrou na sala interrompendo a loira.

Pelo visto seria nunca.

“Agora não é um bom momento, Evans.” Rachel encarou o garoto, irritada. Se a morena achava que não gostava dele antes, agora ela verdadeiramente o odiava. Sam não podia ter um timming pior, chegou justamente quando Quinn estava prestes a falar algo importante.

“Desculpe, eu não queria atrapalhar.” o loiro respondeu com um sorriso falso “Mas o Sr. Schue pediu que viesse procurá-la. Ele quer discutir algumas coisas sobre o nosso dueto.”.

E essas palavras foram como um balde de água fria na cabeça de Rachel.

“Do que você está falando?” a morena perguntou esperando ter ouvido errado, mas se o sorriso presunçoso no rosto de Sam era alguma indicação, Rachel sabia que não estaria recebendo boas noticias num futuro próximo.

“Depois que você saiu de forma tão impactante na última reunião, o Sr. Schue decidiu que Quinn e eu devemos fazer o dueto para Sectional.”

A morena estava incrédula. “O quê? Isso só pode ser uma piada.”

Quinn olhou para ela, chateada. A conversa no vestiário com Tracy esquecida por um minuto.

“Por que isso seria uma piada? Será que ninguém além da grande Rachel Barry é competente o bastante para ter um solo? Cresça Rachel!”

“Não, Quinn. Você sabe que eu não disso isso assim.”

“Esqueça.” ela rejeitou as palavras de Rachel “Vamos, Sam.”.

“Espere!” a morena pediu segurando o braço de Quinn. Ela trouxe o corpo da loira para mais perto, e encontrou seus lábios num beijo suave e ao mesmo tempo possessivo. “Posso te leve pra casa hoje?” pediu olhando nos olhos da companheira.

Quinn sorriu, esquecendo tudo sobre sua irritação e inseguranças.

“Sim. Te encontro no estacionamento, ok?”

“Pode apostar.”

A loira saiu e Sam a seguiu, deixando Rachel pra trás pensando em como iria pedir a Quinn que a acompanhasse em uma festa em Lima Heights.


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Notas finais do capítulo

Quem odeia o corretor do Nyah! além de mim?