Companheiro (a) escrita por Chase_Aphrodite, RaeRae


Capítulo 18
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Chase_Aphrodite: Oi... Então... Tudo bem? Como anda a vida? Por favor não fiquem bravos pela demora da atualização, final de ano foi complicado, dai se acertamos nesse começo e agora, tchadan! Posso prometer que agora, ao menos uma vez por mês terá atualização. Juro de pé junto! Okay, gente só uma coisa...
ENQUENTE
( ) ESTA ODIANDO A SEASON 4 DE GLEE
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* * *

“Obrigada.” Quinn agradeceu quando Rachel a ajudou a descer da moto.

Como o combinado, assim que deixou a reunião com o Sr. Schue, a loira encontrou-se com Rachel no estacionamento da escola, e a Alfa a trouxe para casa.

Elas se olharam em silêncio por um momento.

Quinn notou que Rachel estava agindo estranhamente, ela parecia nervosa.

“Está tudo bem?” a loira perguntou preocupada.

 “Ah, sim. Eu só...” Rachel colocou as mãos nos bolsos da calça “Eu queria te perguntar uma coisa.”.

Quinn sorriu encorajadoramente, incitando a morena a continuar. “Pode perguntar.”

“Bem, é que sexta à noite, em Lima Heights...”.

“Lima Heigths?” Quinn questionou “O que Santana aprontou agora?”.

Rachel ficou confusa por um momento “Santana? Não, não. Isso não tem nada a ver com ela.”.

“Certo, okay.” agora era Quinn quem estava confusa. O que a morena poderia ter para falar sobre aquela parte da cidade.

“É que, hum, eu tenho alguns amigos por lá e vai haver uma festa, então eu queria...”.

Quinn ficou impressionada “Você tem amigos em Lima Heigths?”.

“Sim”

Era um conceito um tanto difícil de absorver, Rachel Berry em Lima Heigths. Por um instante a loira teve vontade de sorrir, mas algo no olhar de Rachel disse a ela que a morena não apreciaria o gesto.

“E vai haver uma festa?”

Rachel assentiu

“E você está considerando ir?”

“Na verdade, eu pensei que talvez pudéssemos ir juntas.”

A loira abriu um sorriso, mas então ela se lembrou das histórias que já ouviu sobre o lugar, e ficou um pouco apreensiva.

Rachel notou a ansiedade da companheira. Ela estendeu a mão para entrelaçar seus dedos com os da loira, e a olhou gravemente.

“Quinn, você confia em mim?”

“Com toda a minha alma.” a loira respondeu prontamente.

Rachel sorriu.

“Então você sabe que eu nunca deixaria ninguém te machucar.”

Ela assentiu. O toque de Rachel acompanhado daquele olhar intenso dava a Quinn toda a segurança que ela poderia desejar.

As duas se encaram por mais alguns segundos, até que Rachel quebrou o silêncio.

"Então... isso significa que se eu fosse, talvez, te convidar pra sair, você diria que sim?"

Quinn a olhou nos olhos e sorriu

"Talvez, eu não sei, você não me convidou ainda.”

Rachel suspirou e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha em um gesto nervoso, nunca quebrando o contato visual com a loira esperando, ela tomou uma respiração profunda...

 "Quinn?"

"Uh-huh?"

"Gostaria de ir a um encontro comigo sexta à noite?"

Quinn sorriu.

“Claro. Agora você só precisa da permissão dos meus pais”.

Rachel empalideceu.

“Talvez fosse bom não mencionar que iremos para Lima Heigths”

“Sim, você provavelmente tem razão” a morena não se sentia muito bem sobre mentir, mas que mal havia em apenas omitir alguns detalhes? “Você acha que eles vão concordar? Quer dizer, seu pai parece estar levando bem, mas eu não conheço muito sua mãe e...”

“Você está brincando?” Quinn interrompeu “Acho que ela é a mais animada sobre tudo isso. Você acredita que na semana passada ela chegou em casa com todas as temporadas de The L Word? Se eu não soubesse o quanto ela ama o meu pai, ficaria preocupada de estar perdendo-a para o lado colorido da força”.

Rachel soltou uma gargalhada, mas logo depois voltou a ficar séria.

"Eu só não quero que eles me odeiem, Quinn," a morena confessou. "Quer dizer, como eu vou estar com você se seus pais não aprovarem?"

"Você está se preocupando sem motivo, Rachel."

A Alfa olhou conscientemente para ela "Eu não tenho exatamente o melhor histórico com pais.".

Quinn sentiu seu coração apertar ao ver a tristeza no olhar da companheira “Rachel...”

“MENINAS!” Judy interrompeu, chamando de dentro da casa. Ela apareceu na soleira da porta dando um sorriso para as duas “Por que vocês não entram um pouco? Acabei de tirar alguns biscoitos do forno.”.

Os olhos de Rachel brilharam e ela parecia a ponto de babar.

Judy sorriu para a menina "Isso é um sim?".

Rachel assentiu, e viu a senhora Fabray entrando na casa.

"Obrigado." Quinn agradeceu beijando-a na bochecha.

"Não me agradeça. Eu adoraria entrar e ouvir histórias sobre quando você era pequena". Rachel riu levemente.

Quinn levantou a sobrancelha. "E essa é a única razão pela qual você está indo?"

"Claro, eu não consigo pensar em outro motivo."

A loira a encarou, séria.

“Eu estava brincando, Quinn...” ela disse levantando as mãos em rendição. O olhar da loira suavizou “Também há os biscoitos.”.

Antes que Quinn pudesse responder, a morena estava correndo para a porta enquanto gargalhava alto. A loira rolou os olhos para a brincadeira, mas também tinha um sorriso nos lábios.

* * *

“Olá, garotas!” Russel cumprimentou-as da poltrona onde estava sentado lendo.

“Papai?” Quinn chamou “Rachel gostaria de lhe pedir algo”

Ele notou o tom sério da filha, e colocou o jornal de lado.

Rachel passava a mão nos cabelos nervosamente. Russel não perdeu nenhum detalhe da apreensão da morena, nem da felicidade que parecia emanar de Quinn. Ele tinha um bom palpite sobre o que seria isso, então ele precisava buscar alguém que não poderia faltar neste momento.

“Espere!” Russel pediu “Acho que sei do que isso se trata. Só um minuto, vou buscar a Cassie”

Ele subiu as escadas apressado, no mesmo instante em que Judy descia.

“Quem é Cassie?” Rachel perguntou atordoada.

“Cassilda.”

A morena parecia a ponto de ter um infarto.

“Ele foi buscar a espingarda? Você acha que ele vai atirar em mim?”

“Não seja boba, querida” Judy a tranquilizou “Embora Russel tenha comprado munição recentemente." ela acrescentou como uma reflexão tardia.

Quinn sorriu e balançou a cabeça, até que ela percebeu que Rachel não estava sorrindo de volta.

"Você está brincando, certo?" a Alfa perguntou.

"Ele é um excelente atirador, mas não se preocupe, ele já ameaçou usá-la apenas uma vez com Finn, e ele foi totalmente brincando," Quinn franziu a testa. "Eu acho".

O rosto da morena empalideceu. "Oh, Santa Barbra!".

"Não se preocupe, eu vou te proteger", a loira prometeu com indulgência.

* * *

 Sexta à noite

Rachel andava para a porta da frente de Quinn Fabray com borboletas dançando no estômago.

"Olá, senhora Fabray!" ela cumprimentou nervosamente, “Isto é para senhora.” disse entregando o buquê extra que havia trazido para a mãe de Quinn.

“Obrigada, querida, você é muito gentil” Judy agradeceu, corando levemente. “Por favor, entre. Quinn está terminando de se arrumar”.

Rachel a seguiu até a sala, onde foi saudada por uma visão assustadora:

Russel Fabray sentando na poltrona, lustrando uma espingarda. Havia algumas balas espalhadas na mesinha de centro.

 “B-boa noite, senhor Fabray!”

“Berry!” ele respondeu seco.

Judy revirou os olhos para o comportamento do marido.

“Por que você não se senta?!” ele sugeriu à morena “Nós precisamos discutir algumas coisas.”.

“Eu... okay.”

“Depois que você saiu conseguiu encontrei a Cassie. Ao que parece ela estava escondida entre a roupa suja...” ele encarou sugestivamente a esposa. “Não tenho ideia de como ela poderia ter parado lá.”

Judy devolveu o olhar com um sorriso “É a idade, a gente acaba esquecendo onde guarda as coisas.”.

“Bem, isso já não importa. Felizmente eu a encontrei.”

"Sim, isso é... muito bom." Rachel disse baixinho, torcendo as mãos ansiosamente em seu colo.

“Onde você está levando a minha princesa?”

E agora? O que ela deveria responder?

“Eu...”

“Papai, o que eu lhe disse sobre interrogar minha companheira?”

O coração da morena acelerou quando ouviu como Quinn a chamou. Ela levantou o olhar para encontrar a loira, Rachel não podia acreditar no quanto ela estava linda.

Seus lindos cabelos dourados caiam em cascata por seus ombros levemente ondulados, o vestido era um tomara-que-caia branca que ia justo até a cintura e se soltava todo drapeado na parte da saia que ficavam logo acima do joelho, o salto era azul-celeste e as tiras cobriam uma parte das pernas torneadas amostra. Rachel estava se controlando para não babar.

 “Mas, Quinnie...”

“Mas nada papai.”

A loira chegou ao fim da escada.

Rachel finalmente conseguiu se mover, e ofereceu a mão para ajuda-la a descer o último degrau.

A morena a olhava, encantada “Isso é para você” ela entregou o buque que havia trazido para a Fabray mais nova.

Quinn sorriu.

“Obrigada, elas são lindas.”

“Você é linda.”

A loira corou com o elogio.

“Deixe-me colocar isso num jarro.” Judy falou se aproximando para pegar as flores das mãos de Quinn.

“Obrigada, mamãe.” ela virou-se para Rachel que ainda parecia um pouco atordoada “Vamos?”.

“Sim.”

“Não voltem muito tarde” Russel gritou quando as duas atravessavam a porta.

Quinn revirou os olhos para o pai.

A loira aceitou quando Rachel ofereceu o braço para ela, mas parou confusa por um momento quando olhou para frente. O único veículo estacionado na frente da casa era um Volkswagen Jetta preto.

“Rachel, onde está sua moto?”

“Você não achou mesmo que eu iria te obrigar a subir numa moto usando esse vestido, não é?” a morena perguntou sorrindo, e abriu a porta do carro para Quinn.

A loira sorriu de volta, agradecida.

* * *

Elas cruzaram a linha invisível que separava Lima Heights do restante da cidade.

Ali tudo parecia diferente do que Quinn estava acostumada. As casas eram menores e mais degradadas, o posto de gasolina tinha um ar abandonado e as lojas eram escuras, tristes.

Quanto mais elas adentravam naquela parte da cidade, mais densa a atmosfera parecia se tornar. E menos Quinn entendia o que elas faziam ali, tão distante de casa. A loira sentiu seu estômago dar uma cambalhota nervosa quando Rachel finalmente estacionou o carro atrás de um Fusca azul que estava parado em frente a uma casa sombria. O lugar parecia ser a fonte da música que podia ser ouvida há quarteirões de distancia.

Ela tomou uma respiração profunda antes de sair pela porta do carro que Rachel já segurava aberta, esperando.

* * *

O lugar não era muito grande, havia pouca iluminação e muita fumaça.

E a música era tão alta...

Quinn não sabia se era culpa de seu nervosismo ou se eram apenas as vibrações dos alto-falantes, mas ela podia sentir, literalmente, todo o seu corpo pulsando.

Havia algumas pessoas espalhadas, mas não tantas quanto a loira havia esperado. Todos pareciam beber ou fumar. Alguns tinham cicatrizes, levando a uma aparência um pouco assustadora... Quinn se sentiu tremer quando uma garota olhou para ela e lhe dirigiu um sorriso lascivo.

Talvez vir aqui não tenha sido uma boa ideia.

Rachel deve ter sentido o nervosismo da companheira e a puxou para perto, abraçando-a pela cintura. Era importante para a morena que Quinn conhecesse essa parte de seu mundo, as pessoas daqui representavam muito em sua vida.  A morena só esperava não estar sendo precipitada e acabar assustando a companheira. Para quem não está acostumado ao lugar, Lima Heigths pode ser muito intimidador.

Elas desceram as escadas rumo ao ambiente principal do clube.

Agora sim estava mais próximo ao que Quinn aguardava.

O ambiente era enorme e estava lotado. Havia muitas pessoas na pista de dança, outros em cabines ou mesas, muitos jogos de beber acontecendo...

O lugar era escuro, porém iluminado com luzes néon e tinha algumas das paredes pintadas com várias cores diferentes, o que produzia um efeito de iluminação um tanto sinistro, como se as pessoas estivessem brilhando. Havia também um pequeno palco e uma cabine de DJ. A música vibrava no chão, nas paredes. Os bartenders se revezavam com agilidade para servir todos que se amontoavam em frente do bar.

Quinn assistia a tudo, admirada.

A música mudou e as pessoas foram à loucura. A loira não reconhecia a canção, mas os outros não pareciam compartilhar do mesmo problema, todos estavam gritando e cantando. Ela olhou para Rachel que também cantarolava. As duas trocaram um sorriso e a morena apontou em direção ao bar, Quinn assentiu e elas seguiram para lá.

Lenta, mas seguramente atravessaram o mar de dançarinos.

A cada poucos passos alguém parava para cumprimentar Rachel. Quinn não podia ouvir muito das conversas, mas Rachel parecia muito mais relaxada do que a loira lembrava-se de já tê-la visto antes.  Ela estava um pouco impressionada... Rachel, obviamente, tinha uma reputação em torno deste lugar.

"Ei, Jewbabe!" um muito animado Noah Puckerman gritou chegando a elas. Puxando a morena para um abraço, antes de deixa-la ir e fazer o mesmo com Quinn.

“Olá, Puck!”

“Noah!”

Ele se vira para o bar e quase que imediatamente aparecem duas bebidas em suas mãos.

“Aqui.” o judeu disse, entregando um copo a Rachel e outro a Quinn.

A loira ficou um pouco desconfiada. Rachel, no entanto, não perdeu tempo em beber o conteúdo e depois olhar interrogativamente para Quinn.

“Alguma coisa errada?” a morena perguntou.

“Eu só não estou acostumada a beber.”

“Não se preocupe, Q. Não tem um pingo de álcool aí, são só algumas frutas batidas com um pouco de refrigerante e leite condensado.”

A loira tomou um gole, ainda um pouco incerta. Mas quando ela finalmente provou não havia como negar que o gosto era muito bom. Ela deu um sorriso a Noah. O judeu levantou a mão e Rachel o cumprimentou com um high-five, a ação fez Quinn sorrir ainda mais.

* * *

                Quinn tinha que admitir, ela realmente estava se divertindo. Rachel e Puck sabiam como deixar uma festa animada, e os amigos dos dois que paravam para dizer “Oi” eram muito agradáveis (se você ignorasse o visual um tanto áspero que boa parte deles carregava). Muitas das garotas encaravam Quinn, mas era mais com curiosidade do que com antipatia ou antagonismo. Elas demonstravam aceitar que a loira estava com Rachel, e que ela parecia ter nascido para ficar ali, ao lado da morena.

Quinn estava deslumbrada em certo sentindo com as diferenças obvias de Lima Heights Adjacents. Tudo era diferente de tudo que ela conhecia e se sentia tão bem ao sentir a mão quente de Rachel ao redor da sua. Guiando e protegendo naquele novo e desconhecido mundo.  Ela estava se divertindo. Muito. Até avistar a cabelereira ruiva se aproximando dela e de Rachel.

* * *

POV TRACY

A festa seguia com força total, mas, diferente do que Tracy esperava, estava sendo extramente difícil achar Rachel. Você poderia pensar que normalmente é uma tarefa complicada encontrar alguém tão pequeno no meio de uma festa lotada, mas a morena sempre teve um talento especial para ser o centro das atenções, para se fazer destacar não importa qual o ambiente. Então Tracy estava achando realmente frustrante essa busca sem resultado, ninguém parecia ter visto a morena ainda.  O que era muito estranho, Rachel Berry nunca se atrasa para qualquer coisa.

Finalmente desistindo da procura, mas não totalmente, ela decidiu ir novamente até o bar. Rachel certamente iria até lá quando chegasse.

Alguns competidores de MotoCross estavam sentados em uma das cabines por onde Tracy passou, porém, felizmente eles estavam muito entretidos jogando “Eu nunca” para nota-la. Não que ela não gostasse deles, a ruiva só não queria falar com eles agora.

Ela se aproximou do bar e finalmente encontrou a pessoa quem procurava conversando com Puck. Mas quem realmente capturou a atenção de Tracy foi a loira que estava com eles. Seus olhos se estreitaram momentaneamente.

Quinn?

* * *

“Rae!” a voz chegou aos ouvidos de Quinn ao mesmo tempo em que via Tracy jogar-se nos braços da morena.

Da sua morena.

“Hei Tracy!” disse sorrindo.

“Olá Tracy...” Quinn cumprimentou forçando um sorriso.

O sorriso de Tracy se desmanchou ao ver a capitã das Cheerios ali.

“Quinn. O que faz aqui?”

“Rachel me convidou. O que você faz aqui?”

A ruiva olhou para Rachel que assentiu minimamente.

“Eu moro aqui.” - uma raiva incontida de ciúmes subiu. – “Você, Fabray, meu território, deveria tomar cuidado com a língua.”.

Quinn arqueou a sobrancelha em desafio.

“Sim. E como mora aqui,” - para surpresa de Tracy não havia desdém na voz – “tenho certeza que fará o papel de anfitriã de, eu como convidada, fazer-me sentir em casa não é mesmo?”.

Tracy mostrou um sorriso falso e disse entredentes - “Mas é claro que sim.”.

Rachel assistia a inteiração entre as duas levemente preocupada. Conheci aquelas duas bem demais.

Tracy tinha o hábito de usar o ataque em forma de defesa. Era ciumenta e super protetora em relação à baixinha. Rachel havia apoiado Tracy quando ninguém mais o faria. E por isso a ruiva sempre defenderia Rachel. Estando se sua área, Berry também sabia que Tracy não teria escrúpulos em juntar um grupo de meninas contra Quinn se não intervisse.

Quinn tinha o mesmo hábito de atacar em defesa, ou fechar-se totalmente. A loira era possessiva e agressiva. Ainda estava construindo uma relação com Rachel baseada em confiança. E às vezes sua insegurança falava mais alto. Mesmo estando sem seu pequeno exército pessoal, o charme natural da loira fariam outro grupo vir em seu resgate.

Isso poderia acabar em um banho de sangue. E Rachel ficaria entre o fogo cruzado.

Tracy, a mecha sobre os olhos, o lábio inferior sendo mordido. Quinn estava inclinada para frente. Lábios cerrados. Sobrancelha arqueada. Os olhos franzidos.

Primeiro round estava para começar.  Rachel estava prestes a interferir quando sentiu uma mão sobre seu pulso. Puck segurava a amiga com firmeza enquanto encarava as duas Cheerios em apreensão.

“Você não vai querer se meter” – aconselhou – “Nessas brigas, basta uma palavra para passar de objeto de desejo a objeto de ódio”.

Rachel assentiu – “Mas como deixo as duas se matarem?”.

“Preste atenção. Uma das duas irá sair dali e vir para cá. Provavelmente Quinn. A Ice Queen não iria derreter no meio de uma festa. Siga o ritmo”.

Rachel voltou seu olhar à batalha que havia aos sussurros um pouco a frente. Os olhos castanhos-azulados encaravam os olhos de avelã verdes. Algo dizia que ela ia acabar envolvendo-se naquela luta.

Tracy era uma menina rica no último ano do Middle School. Mas, seu pai perdeu o emprego, e no meio de algumas dívidas com agiotas à família acabou mudando-se a Lima Heights Adjacents. Ela jamais contou a ninguém. Ninguém. Até que um dia Rachel Berry descobriu. E para sua surpresa Rachel foi sua amiga. Quando precisava de uma festa do pijama, Rachel emprestava a própria casa, trancando as provas de que aquela não era a casa de Tracy em seu quarto, que era um quarto que os pais “viviam reformando”, enquanto isso Rachel estava dormindo na casa da amiga, Puck juntou-se ao grupo poucos meses depois. Tracy protegeria Rachel da mesma forma que secretamente Rachel a havia protegido.

Quinn era insegura consigo mesma. Ninguém acreditaria. Afinal como ser insegura sendo ela? Mas, suas notas eram sempre A+ seus professores agora apenas sorriam em satisfação, uma resposta certa a uma pergunta difícil era normal, nada extraordinário, em casa durante muito tempo, eram parte de sua obrigação. Quinn era linda. Nunca teve que esforçasse muito em sua aparência, mas... Quando alguém é tão deslumbrante quanto ela as pessoas não costumam elogiar. Todas pensam “ela já deve estar cheia de escutar isso”. A verdade é poucas pessoas realmente falavam. E tornavam Quinn incrivelmente insegura sobre sua aparência. Ela ouvia os elogios a Brittany, a Santana, a Rachel, a Helena... Mas, para si eram poucos e tímidos. Isso havia feito as visitas semanais duplas ao salão, aos milhares de hidratantes em seu banheiro enorme, a sua rigorosa dieta com uma exceção em cada nove dias para um café da manhã com bacon, suas duas horas a mais de treino que todas as Cheerios, e suas duas horas a mais de treinos que todos os lobos. Rachel era sua companheira, e de alguma forma consegui a fazê-la se sentir linda e sexy e amada se esforçar-se muito. Fazia Quinn sentir completa e plena. E ninguém, ninguém entra no caminho entre Quinn Fabray e seu verdadeiro amor.

E ela ia provar que Rachel não precisava de mais ninguém além dela. Que ela tinha todo sex appeal necessário. Que era carinhosa. Que era absolutamente perfeita para Rachel.

E ia provar isso agora.

* * *

"Dança comigo?" Quinn pediu sem desviar o olhar dos olhos de Rachel, lentamente descendo os dedos no braço da morena até chegar à mão. E depois praticamente a arrastou para a pista, sem esperar por uma resposta.

Elas atravessam a multidão, a mão de Rachel ainda firmemente entrelaçada a de Quinn. Elas chegam ao centro da pista de dança, a loira parou abruptamente e se virou. Não havia como evitar o pequeno choque entre as duas. No reflexo, Rachel passou os braços na cintura da companheira para impedi-la de cair. E Quinn aproveitou a situação para pressionar ainda mais seu corpo contra o da Alfa.

Rachel não tinha realmente muito controle sobre o que estava acontecendo, no momento tudo que ela podia fazer era se obrigar a manter as mãos acima da cintura da companheira, enquanto se perdia nos olhos famintos olhando fixamente para ela.

Quinn começou a balançar os quadris no ritmo da batida cadenciada da música. Ela levou um dos braços ao ombro de Rachel, sorrindo ao perceber que a morena estava tendo sérios problemas para controlar a própria respiração.

"Você está bem? Você parece um pouco... Febril." Quinn sussurrou em seu ouvido.

Rachel podia sentir seus joelhos ficarem fracos, a respiração morna em sua orelha a deixava tonta.

"Você me deixa febril."

Depois da admissão, Quinn se inclinou para trás para olhar diretamente em seus olhos. Ela levou uma das mãos de Rachel até seu quadril. E tornou seus movimentos ainda mais sensuais.

Seus corpos estavam ficando cada vez mais quentes à medida que a música continuava. Calor irradiava das duas.

Ambas as meninas começaram a dançar e mover-se languidamente na música. A coxa de Rachel acidentalmente escorregou entre as pernas de Quinn, e suas mãos agora deslizavam sem pudores para o traseiro da loira. Quinn ofegou na sensação.

Rachel buscou os olhos da companheira e encontrou neles a mesma luxuria que os seus deviam estar refletindo. Muito a contra gosto, a morena obrigou-se a se afastar. As coisas estavam indo muito rápido, elas precisavam abrandar.

“Acho que é hora de te levar para casa” a morena disse numa voz rouca “Gostaria que o meu próximo encontro fosse com você, não com a Cassie.”.

Quinn sorriu. Ela entendeu o que Rachel estava fazendo, ela também havia se deixado levar pelo momento. Ainda bem que a morena estava aqui para cuidar das coisas.

Elas se despediram de algumas pessoas, e deixaram o clube de mãos dadas e muito felizes.

* * *

Quinn ainda sentia as bochechas levemente coradas por suas atitudes ao fim da festa. Rachel tinha um sorriso presunçoso no rosto e quase cantarolava batucando no volante. Mas a cada metro mais perto da casa da loira mais nervosa ficava. Parando na esquina virou-se para Quinn sorrindo meio trêmula.

- Quinn... – murmurou se aproximando tanto quanto possível. – Eu... Eu realmente não sou boa em declarações ou demonstrações de afeto... E isso não é um pedido de casamento... Encare como uma promessa.

Rachel olhou nos fundos dos olhos esmeraldas que já tremiam de ansiedade. Sorrindo pegou a mão de Quinn entrelaçando os dedos e trazendo perto de seu rosto.

- Promessas de que eu sempre te colocarei acima de tudo, sempre será minha prioridade máxima. – beijou a ponta do polegar. – Promessa de que eu sempre lhe direi todos os dias que você não precisa sentir medo, pois sempre irei te proteger mesmo que custe a minha vida, e que sempre lhe direi que suas inseguranças não precisam existir, sendo a mulher mais bela, mais inteligente, com o sorriso mais bonito, o melhor perfume e todas as qualidades que eu puder pensar e imaginar ou não que você possui. – beijou o dedo indicador. – Promessa de que irei amar não apenas suas qualidades, mas seus defeitos e não haverá um momento que te abandonarei, se preciso direi que está errada, por não querer que perpetue um erro, mas jamais irei te deixar. – beijou o dedo médio. – Irei me curvar aos desejos e vontades suas e tudo que estiver ao meu alcance farei e tudo que não estiver farei o meu melhor para torna-lo possível. – beijou o dedo anelar. – Promessa de que sempre que precisar ficarei em silêncio para te ouvir, ou apenas junto a ti. Dividindo contigo tudo que precisar carregar se não poder tomar todo o sofrimento para mim. – beijou o dedo mínimo. – Promessa de jamais magoar-te ou te machucar. – Por fim beijou as costas da mão. – Promessa lhe fazer feliz até o dia da minha morte.

Quinn tinha os olhos cheios de lágrimas e o sorriso que cobria todo seu rosto.

- Rach...

A morena puxou do porta-luvas um pequeno saquinho preto. Tirando com cuidado mostrou a Quinn o colar com o pingente de estrela. Se você olhasse com muita atenção e contra a luz poderia ver um floreado R desenhado em seu centro com um fio de ouro mais claro.

- Rachel... – Quinn murmurou. – É lindo...

A Alfa aproximou-se um pouco mais para conseguir sussurrar ao ouvido de Quinn.

- Não tanto como você... Não lhe darei um anel, pois não quero que sinta obrigação de contar a todos no colégio ou na cidade se ainda não se sente totalmente confortável... Mas, estrelas douradas é um símbolo meu. Assim usando sempre poderá sentir que estou perto de seu coração...

A loira sorriu e segurando os cabelos pediu que a morena colocasse.

Rachel lentamente roçou a ponta dos dedos pelo pescoço elegante antes de fechar deixando deslizar uma das mãos para fazer um leve carinho na cintura enquanto descia a boca pelo pescoço.

O beijo era lento e nenhuma das duas escutava mais ruído algum além das respirações superficiais, cheiro algum além da mistura entre tarde de verão e mel, som algum além do coração batendo acelerado.

Por isto quando sentiram o carro vibrar sob as vigoras batidas na janela separaram-se abruptamente. Rachel estava pronta para xingar quem quer que fosse quando viu o senhor Fabray com a espingarda na mão.

Lentamente abaixando o vidro do banco do passageiro deu-lhe um sorriso nervoso.

- Boa noite senhor Fabray...

Russel deu seu sorriso mais sádico antes de assentir em reconhecimento.

- Olá Rachel. Quinn, acho que está na hora de entrar, não?

A loira beijou rapidamente o canto dos lábios de Rachel sussurrando boa noite antes de sair do carro e desaparecer dentro da casa.

Russel inclinou-se um pouco mais dentro do carro.

- Alfa verdadeiro ou não... – murmurou – Companheira de Quinn ou não... Eu lhe juro Rachel Berry se minha princesinha derrubar uma lágrima que seja por sua causa que não seja de alegria, eu te garanto que você não verá outro nascer do sol. Entendeu?

Rachel assentiu rapidamente. – Sim senhor, senhor.

Russel sorriu e virou-se entrando em sua casa.


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Notas finais do capítulo

Então... Ainda merecemos algum Review?